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Maruzia Dultra
  • Salvador, Bahia, Brazil

Maruzia Dultra

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  • Artista-pesquisadora com Estágio Pós-Doutoral no PPGLitCult do Instituto de Letras da UFBA (2020-2021), onde integra ... moreedit
Esse livro reúne por cartas e poemas endereçados ao professor e filósofo Peter Pál Pelbart, discutindo filosófica e literariamente o conceito “corpoimagem”. Tais escritos integraram a tese de doutorado da autora, realizada entre... more
Esse livro reúne por cartas e poemas endereçados ao professor e filósofo Peter Pál Pelbart, discutindo filosófica e literariamente o conceito “corpoimagem”. Tais escritos integraram a tese de doutorado da autora, realizada entre 2015-2018. O livro conta, ainda, com uma carta do interlocutor da obra, posfácio de Joaquim Viana Neto e três vídeo-cartas.

Booktrailer: https://youtu.be/jcrlo8Lcc4o

Free-ebook_acesse_copie_adultere_distribua:
https://www.livrideo.online/br/colecao-no-prelo
Livro bilíngue (PT/FR) composto pelo ensaio fotovideográfico “Dermoteca/Dermothèque”, acompanhado de texto poético, e por um diário de pesquisa que traz o testemunho da autora sobre seu processo criativo, revelando a natureza processual... more
Livro bilíngue (PT/FR) composto pelo ensaio fotovideográfico “Dermoteca/Dermothèque”, acompanhado de texto poético, e por um diário de pesquisa que traz o testemunho da autora sobre seu processo criativo, revelando a natureza processual do livro, além de forjar uma intimidade que é executada enquanto método no seu trajeto enquanto artista-pesquisadora. Inclui, ainda, uma vídeo-carta, prefácio de Joaquim Viana Neto e carta-posfácio de Kuniichi Uno.

Booktrailer: https://youtu.be/SE2bc8DM3q4

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https://www.livrideo.online/br/colecao-no-prelo
Este Manual faz vacilar o estatuto da Academia como instituição dedicada ao pensamento, ao apresentar a potência de um vago a ser preenchido por qualquer pessoa, já que “(...) pensar faz parte da vida − e não se pretende o signo de uma... more
Este Manual faz vacilar o estatuto da Academia como instituição dedicada ao pensamento, ao apresentar a potência de um vago a ser
preenchido por qualquer pessoa, já que “(...) pensar faz parte da vida − e não se pretende o signo de uma casta qualquer de mandarins.” (PELBART, 2018). Vago a ser preenchido não apenas com letras anatomicamente arquitetadas em alfabeto, mas também com desenhos, colagens, fotografias; vagueza a ser recortada, dobrada, amassada, costurada, carimbada, pintada... Enfim, espaço de criação para pensamentos outros. {Compõe a tese de doutorado "Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem" (DULTRA, 2018)}
Este trabalho apresenta-se sob a forma de collage composta a partir de uma entrevista estruturada e escrita, realizada para este fim, com o artista português Miguel de Carvalho, em janeiro de 2021. Abordando questões em torno da sua... more
Este trabalho apresenta-se sob a forma de collage composta a partir de uma entrevista estruturada e escrita, realizada para este fim, com o artista português Miguel de Carvalho, em janeiro de 2021. Abordando questões em torno da sua poética intermidiática, objetivamos dissecar a feitura dos seus fotolivros de literatura autorais, produzidos no período de 2005-2020. A collage foi eleita como método e formato para este texto por ressoar as criações de palavrimagem do entrevistado. Ele as produz através da apropriação de obras alheias e outros materiais pré-existentes, dando-lhes um novo corpo. Com o mesmo movimento, procedemos imiscuindo-nos às palavrimagens de Miguel de Carvalho – poeta plástico que, na distância oceânica que nos separa, aceitou a aventura de ver, agora, um novo corpo surgido de outras mãos a partir das suas. Daí o ‘truque poético’ de caligrafar este texto, pois a caligrafia também é corpo e os nossos estão aqui, como collage.
Versão digitalmente editorada do trabalho que se apresenta sob a forma de collage composta a partir de uma entrevista estruturada e escrita, realizada para este fim, com o artista português Miguel de Carvalho, em janeiro de 2021.... more
Versão digitalmente editorada do trabalho que se apresenta sob a forma de collage composta a partir de uma entrevista estruturada e escrita, realizada para este fim, com o artista português Miguel de Carvalho, em janeiro de 2021. Abordando questões em torno da sua poética intermidiática, objetivamos dissecar a feitura dos seus fotolivros de literatura autorais, produzidos no período de 2005-2020. A collage foi eleita como método e formato para este texto por ressoar as criações de palavrimagem do entrevistado. Ele as produz através da apropriação de obras alheias e outros materiais pré-existentes, dando-lhes um novo corpo. Com o mesmo movimento, procedemos imiscuindo-nos às palavrimagens de Miguel de Carvalho – poeta plástico que, na distância oceânica que nos separa, aceitou a aventura de ver, agora, um novo corpo surgido de outras mãos a partir das suas. Daí o ‘truque poético’ de caligrafar este texto, pois a caligrafia também é corpo e os nossos estão aqui, como collage.

[Versão feita à mão disponível em: https://impactum-journals.uc.pt/matlit/article/view/9650/7691]
Em tempos pandêmicos, o videopoema ‘NOVO AR’ traz a captura do instante, agora tão desejado, em que as telas se dissolvem diante da pele, o toque deixa de ser artificializado e o respiro pode ser então vivido com alívio.
Neste artigo, discuto a questão da instituição relacionada à arte e à academia, colocando como contexto para o debate experimentações que vi e vivi em torno da imagem e do pensamento contemporâneos. Especificamente, apresento, de modo... more
Neste artigo, discuto a questão da instituição relacionada à arte e à academia, colocando como contexto para o debate experimentações que vi e vivi em torno da imagem e do pensamento contemporâneos. Especificamente, apresento, de modo descritivo-reflexivo, minha participação na reperformance Infestação (2014), e os processos de criação das obras autorais Escondeu-se, a palavra-chave (2011-2015) e Manual de como pensar outro pensamento (2018). A partir da análise dessas três instâncias poéticas e de outras obras relacionadas à discussão, objetivo adentrar a crítica institucional referente à pesquisa em artes desenvolvida academicamente, e à produção artística realizada dentro da engrenagem do mercado da arte, vislumbrando perspectivas do não-institucionalizado, tanto na criação poética, quanto no ato de pensar em geral. Além disso, problematizo o culto ao visível em que corpo e pensamento estão atualmente imersos e dispersos, propondo certa fissura nesse modus operandi, que é também um modus vivendi cujo clichê é "ver", fissura esta através da figura da página-tela em branco que resiste à projeção de imagens-clichê. Concluo formulando as provocações de que, na pesquisa artística, o que importa não é o mundo imagético, mas o invisível do mundo; igualmente, na pesquisa em artes, o que importa não o pensamento acadêmico, mas o impensável na academia. Assim, relações minúsculas entre arte e pesquisa se tornam possíveis, ainda que infiltradas nas instituições-senão para questioná-las desde dentro delas. Palavras-chave: Arte; Academia; Instituição. O que vi 2* A porta da galeria é aberta. Duas câmeras estão a postos, uma fotográfica e uma filmadora. Elas não parecem compor o trabalho que inaugura a IV Mostra de Performance da Galeria Cañizares, 1 cujo tema é "(re)performance: A imagem e o efêmero". Lembro das problematizações de Sophie Delpeux (2010) sobre o performer e sua imagem, mas silencio os pensamentos para ouvir o artista. Ele anuncia oralmente que o público pode ficar à vontade dentro daquele ambiente demarcado, onde há uma colagem de papel no canto das paredes, dois bancos de madeira e, em * O intertítulo traz embutida a seguinte fórmula: vi 2 = vi(vi) = vi & vivi. 1 Evento realizado em 2014, na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (EBA-UFBA).
Neste artigo, apresento a dissertação-obra Corpografias, um livro-objeto criado em contexto transdisciplinar que partiu de uma pesquisa em Poéticas Visuais. A diversidade de experimentações e de referências teóricas e artísticas expandiu... more
Neste artigo, apresento a dissertação-obra Corpografias, um livro-objeto criado em contexto transdisciplinar que partiu de uma pesquisa em Poéticas Visuais. A diversidade de experimentações e de referências teóricas e artísticas expandiu o formato ‘dissertação’, a partir do que discuto as relações entre arte, ciência e filosofia tecidas no processo de criação. A obra resultante tem como operador conceitual o corpo do pensamento e cartografa o próprio constituir-se da pesquisa. Já o operador poético é o toque, o que demanda contato físico com o outro para que a obra aconteça em sua inteireza, implicando o leitor numa proposta corpográfica de leitura tátil a compor seu próprio corpo do pensamento. Na dissertação-obra, portanto, o resultado científico encontra-se imbricado ao trabalho artístico, afirmando a pesquisa acadêmica como espaço de invenção.
O fogo só faz queimar… E nele podemos imaginar imagens, como nas nuvens, também nas palavras, um corpoimagem por vir. Com o presente artigo, problematizamos a viralização videográfica contemporânea, através de exemplos artísticos que,... more
O fogo só faz queimar… E nele podemos imaginar imagens, como nas nuvens, também nas palavras, um corpoimagem por vir. Com o presente artigo, problematizamos a viralização videográfica contemporânea, através de exemplos artísticos que, cada um a seu modo, fissuram tal lógica. Como metodologia, utilizamos a análise descritiva das obras selecionadas, adotando como base a noção de videocracia. Concluímos, com esse trajeto, que a subversão no uso dos meios (gráficos, fotográficos e/ou videográficos) configura resistências no sistema artístico-cultural, significando um contraponto crítico à acuidade visual demandada e incitada pelos delírios de perfeição da era digital.
Este trabalho trata das relações entre o poema-livro "Clorântida", de Rosalina Marshall, e sua leitura musicada, apresentando-se sob um formato que é em si mesmo condizente com o tema da intermidialidade (CLÜVER, 2006; MÜLLER, 2012). Tal... more
Este trabalho trata das relações entre o poema-livro "Clorântida", de Rosalina Marshall, e sua leitura musicada, apresentando-se sob um formato que é em si mesmo condizente com o tema da intermidialidade (CLÜVER, 2006; MÜLLER, 2012). Tal metaestudo delineia-se por meio de um vídeo, que confere a este trabalho o direito imprescritível de ser teoria exercida enquanto prática. É nessa imbricação entre diferentes tipos de mídias e linguagens que se pode tecer uma "crítica expandida" (FREITAS; PEREIRA, 2015) como a aqui proposta. A abordagem audiovisual de "Clorântida" entrega ao leitor-espectador a plasticidade sonoroverbal de seus versos, fazendo deste trabalho também um "bloco de sensações" (DELEUZE; GUATTARI, 2010), situado no limiar entre o debate e a fruição. É limítrofe também a relação do poema em questão com a língua, do que pode insurgir a indagação: "Isto é português?" - ao que Marshall talvez responderia: "A harmonia entre pássaros e homens é mágica e essencial. Na música, encontramos a protolinguagem que une todos os seres vivos. O poema, como a música, pode ser também isso, essa união que transcende a moralidade de todas as gramáticas." (MARSHALL, 2019). Por essa via, em "Clorântida", a autora des-dobra a língua portuguesa, atravessando-a e ultrapassando-a, como uma espécie de "gagueira" na escrita (DELEUZE, 2011) que escapa à postura policialesca tentada a desvendar o significado de suas "frases plásticas" (SANTOS; REZENDE, 2011).
Este ensaio se apresenta como uma carta da personagem Loreley, endereçada a Ulisses, professor de Filosofia por quem ela é apaixonada. Como estratégia poética, rearranjamos trechos do livro Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1970)... more
Este ensaio se apresenta como uma carta da personagem Loreley, endereçada a Ulisses, professor de Filosofia por quem ela é apaixonada. Como estratégia poética, rearranjamos trechos do livro Uma aprendizagem ou o livro dos prazeres (1970) para constituir a escrita de Lóri como remetente. Portanto, o romance se torna epistolar a partir do presente texto, que realizamos através do “modo intensivo de leitura” da obra, segundo Deleuze (2010), e do modo intensivo de escritura, tanto de Clarice Lispector, quanto da carta que aqui enviamos. Em lugar da interpretação da escrita clariceana, optamos pela experimentação a partir dela, ficcionalizando não só o livro, mas o próprio ato literário. Todo este texto é uma citação adulterada que clama pela narrativa como um “bloco de sensações” (conceito de Deleuze e Guattari), trazendo para o corpo que escreve a voz da protagonista e colocando o leitor no lócus de personagem da trama, o destinatário da epístola. Palavras-chave: Modo intensivo de leitura; poética da adulteração; carta; Clarice Lispector.
Este artigo apresenta as 'vídeo-cartas (não) filosóficas' como experiência metodológica realizada no âmbito da pós-disciplinaridade, discutindo desde o regime monodisciplinar aos regimes pluri/multi, inter, trans e antidisciplinar, além... more
Este artigo apresenta as 'vídeo-cartas (não) filosóficas' como experiência metodológica realizada no âmbito da pós-disciplinaridade, discutindo desde o regime monodisciplinar aos regimes pluri/multi, inter, trans e antidisciplinar, além da zona limítrofe pós-disciplinar. Tais vídeo-cartas constituíram tanto processo, quanto produto da pesquisa de doutorado da qual derivam. Sua criação contou com estratégias poético-conceituais desenvolvidas processualmente no seio investigativo. A artesania operada abarcou a edição de palavras, materiais, imagens, peles, sons, ausências e silêncios. O procedimento artesanal foi estendido, também, para o entendimento de um pensamento que estaria para além (ou mesmo aquém) do pensamento artístico, filosófico e/ou científico, a favor de um conhecimento pós-disciplinar. Diante desse cenário, propomos a pós-disciplinaridade como ruptura do constrangimento imposto pela noção de disciplina. Mais que explanar um projeto epistêmico, as 'vídeo-cartas (não) filosóficas' assumiram uma atitude pós-disciplinar que as fez acontecer enquanto método, ato de criação e experimento acadêmico-científico, destacando-se, nisto, sua dimensão ético-estética. Palavras-chave: Pós-Disciplinaridade; vídeo-Carta; multilinguagem; cartografia; conhecimento.
Este artigo apresenta uma análise descritivo-reflexiva da série de vídeo-cartas trocadas pelos artistas japoneses Shuntarō Tanikawa e Shûji Terayama, em 1982-1983. Por meio da imbricação entre o recurso verbal e o audiovisual, eles... more
Este artigo apresenta uma análise descritivo-reflexiva da série de vídeo-cartas trocadas pelos artistas japoneses Shuntarō Tanikawa e Shûji Terayama, em 1982-1983. Por meio da imbricação entre o recurso verbal e o audiovisual, eles realizaram uma das primeiras experiências do gênero, que passa pela comunicação, mas vai além dela, na medida em que compõe uma obra de arte em seu conjunto (em certo sentido uma obra colaborativa, já que uma vídeo-carta dependeria da outra como resposta para ser criada). Este estudo de caso exemplifica a necessidade humana de formar circuitos, inclusive na arte. Palavras-chave: Vídeo-carta; videoarte; arte postal.
Texto crítico que desdobra o vídeo-artigo "O silêncio da imagem" apresentado no 7º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ 2018): https://youtu.be/hEMzB5oGTss || Resumo: Este artigo trata da potência do silêncio... more
Texto crítico que desdobra o vídeo-artigo "O silêncio da imagem" apresentado no 7º Congresso Ibero-Americano em Investigação Qualitativa (CIAIQ 2018): https://youtu.be/hEMzB5oGTss || Resumo: Este artigo trata da potência do silêncio presente na imagem. A partir da vídeo-carta 'Letter to Jane: an investigation about a still' (1972), de Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, tecemos um breve panorama poético-conceitual acerca do que podemos e não podemos dizer imageticamente. O vídeo em questão traz como método a crítica a uma fotografia da atriz Jane Fonda num acampamento da Guerra do Vietnã. Este trabalho, por sua vez, analisa forma e conteúdo de tal vídeo-carta, ratificando a importância da concatenação entre esses dois aspectos na montagem videográfica. Estendendo a discussão, de modo autorreflexivo, ao âmbito da Academia, problematizamos o lugar do pensamento na sua formalização como imagem e como escrita, com o que desafiamos a iconocracia e o logocentrismo, desestabilizando a engrenagem sociocultural mantida pelo sistema macropolítico. Assim, apontamos e propomos formatos videográficos outros como meio para o debate, numa perspectiva micropolítica, nas esferas artística e intelectual. Palavras-chave: Micropolítica; silêncio; vídeo-carta; imagem.
Esta vídeo-carta foi enviada a Peter Pál Pelbart e é a ele dedicada. Integra a tese “Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem”, realizada no Doutorado Multiinstitucional e Multidisciplinar em Difusão do... more
Esta vídeo-carta foi enviada a Peter Pál Pelbart e é a ele dedicada. Integra a tese “Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem”, realizada no Doutorado Multiinstitucional e Multidisciplinar em Difusão do Conhecimento (DMMDC-UFBA), sob orientação do Prof. Dr. Joaquim Viana Neto. Para assistir, acesse: https://youtu.be/z6GLcXZmLIg [legendas em português, espanhol e inglês]. Realização: Maruzia Dultra. Cocriação: Leticia Montenegro. Agência de fomento: Fapesb. Agradecimentos a ppp, interlocutor que, de algum modo, sempre foi. Duração: 06’41”. Salvador-São Paulo, 2015.
Este texto é uma resenha em formato epistolar do livro recém-lançado A perda de si: cartas de Antonin Artaud (Rio de Janeiro: Rocco, 2017), cuja seleção, organização, prefácio e tradução são assinadas pela pesquisadora Ana Kiffer –... more
Este texto é uma resenha em formato epistolar do livro recém-lançado A perda de si: cartas de Antonin Artaud (Rio de Janeiro: Rocco, 2017), cuja seleção, organização, prefácio e tradução são assinadas pela pesquisadora Ana Kiffer – tradução também de Mariana Patrício Fernandes. A obra integra a coleção Marginália, dedicada à publicação de suportes efêmeros à margem da literatura, como o nome sugere. Através de uma carta destinada a Artaud, assumo a voz de seus múltiplos interlocutores – editores, médicos, amigos, colegas e amores –, a fim de trazer ao leitor nuances da voz e da dicção poética do artista em suas epístolas, datadas de 1923 a 1948, cujos elementos vocais ressoam como glossolalias, rugidos, gritos, xilofonias e verbos ritmados – enfim, rumores e ranhuras da linguagem. Como lastro teórico, convido Kuniichi Uno (1980; 2012) para permear esta conversação, de modo a compor uma trama (não) filosófica. A forma de carta da resenha ressalta o intimismo trazido pelo próprio livro, ao tempo em que revela o lugar de minha voz enquanto pesquisadora nesta e desta escrita. Palavras-chave: Antonin Artaud; Voz poética; Carta; Resenha epistolar.
Chega aos olhos do leitor uma experimentação verbivisual sobre a perspectiva múltipla do saber, aliada à sensibilidade, ao ambiente, à ciência e à vida. Saber este que abarca um pensamento que arrasta e é arrastado pelo vivente, que é... more
Chega aos olhos do leitor uma experimentação verbivisual sobre a perspectiva múltipla do saber, aliada à sensibilidade, ao ambiente, à ciência e à vida. Saber este que abarca um pensamento que arrasta e é arrastado pelo vivente, que é movente, que adentra territórios seguros ou desconhecidos, que se propõe a mais perigosa das aventuras que é escrever – escrever a vida toda, escrever a pesquisa da vida toda, que não tem tamanho. Através de um “Caderninho de pele”, vemos a plasticidade desse empreendimento, como se possível fosse tocar no dia a dia do pesquisador que se arrisca no espaço-tempo da criação.
Palavras-chave: Escrita, Pesquisa, Espaço-tempo, Pensamento, Criação.
Este ensaio é um memorial crítico-poético do processo de criação das vídeo-cartas (não) filosóficas, que são método e produto de projeto de tese em curso. O texto traz ao leitor certo intimismo da obra, através de seus bastidores, de modo... more
Este ensaio é um memorial crítico-poético do processo de criação das vídeo-cartas (não) filosóficas, que são método e produto de projeto de tese em curso. O texto traz ao leitor certo intimismo da obra, através de seus bastidores, de modo a provocar-lhe não apenas reflexões, mas também afetos. Transitando entre a arte, a ciência e a filosofia, essas vídeo-cartas engendram uma perspectiva transdisciplinar do conhecimento, que diz respeito à sensação, à comunicação e à vida. Ao realizar uma escrita ensaística, assumo a necessidade de me colocar como pesquisadora que experimenta tanto no âmbito das poéticas visuais, quanto na própria reflexão sobre estas experimentações. Constituo, assim, uma escritura que faz viver a transdisciplinaridade das vídeo-cartas (não) filosóficas, para afirmar o compromisso (po)ético do pensamento, seja na academia ou fora dela. Palavras-chave: Memorial crítico-poético; Processo de criação; Vídeo-cartas; Escrita experimental; Transdisciplinaridade.
Este artigo trata da zona fronteiriça estabelecida no exercício de criação de vídeo-cartas (não) filosóficas, algo como o horizonte de eventos de um buraco negro - este composto pela não arte, não ciência e não filosofia, todas três... more
Este artigo trata da zona fronteiriça estabelecida no exercício de criação de vídeo-cartas (não) filosóficas, algo como o horizonte de eventos de um buraco negro - este composto pela não arte, não ciência e não filosofia, todas três necessárias para a verdadeira compreensão de seus correspondentes positivos, conforme propõem Gilles Deleuze e Félix Guattari. Palavras-chave: Arte; ciência; filosofia; transdisciplinaridade.

"Se você desaparecer, será um naufrágio. Naufrágio desta pesquisa, desta pretensa correspondência, da procura pela aparição de um corpoimagem... Hoje sonhei que era você quem aparecia: ao ouvir palavras sobre você, aos poucos, sua imagem ia-se formando, a imagem do seu corpo, e de repente era você quem estava lá, a falar algo de suas aulas - e eu sorrindo, sorria de saudade... (Faz de conta que eu não preciso morrer dela.) Mas o sonho acabou, e o despertar trouxe consigo a terrível verdade: se você desaparecer, será um naufrágio. (...)"
Este ensaio flagra a constituição de um corpo do pensamento, através de seus movimentos de devir. É preciso tomar fôlego para sustentar tamanho espanto diante de tantas sensações, conceitos e estímulos, por isso uma escrita telegráfica... more
Este ensaio flagra a constituição de um corpo do pensamento, através de seus movimentos de devir. É preciso tomar fôlego para sustentar tamanho espanto diante de tantas sensações, conceitos e estímulos, por isso uma escrita telegráfica permeia o texto de fragmentações. O fazer cotidiano de um diário relaciona-se não só com o âmbito confessional da intimidade, mas também com atividades como a náutica-através do diário de bordo-, e a científica, na figura do diário de campo. Na ciência, o texto diarístico despontou como uma necessidade de registrar os meandros das atividades de cientistas durante o processo de descolonização, no início do século XIX, já que eles demandavam um espaço em que pudessem dizer à vontade o que lhes ocorria (BARROS; PASSOS, 2009). Esse regime de escrita põe à prova os ditames tradicionais de publicação da experiência científica, ultrapassando a linguagem distanciada e imparcial da divulgação de dados investigativos. O 'diário de corpo' é uma nova categoria que aqui emerge, tal como existem os diários de viagem, clínico, de leitura, etc., e faz elidir certa ordem do discurso, mas não sua realidade (FOUCAULT, 2011), reverberando uma atmosfera que transborda o universo letivo, faz ressoar ideias e transmuta-as em páginas. Palavras-chave: Corpo do pensamento; devir; escrita. Texto originalmente manuscrito disponível em: https://pubhtml5.com/agxi/dvqa/basic
Neste ensaio, que pretendemos também coreográfico, problematizamos a im?possibilidade da imagem e do corpo de vivenciarem a transparência. Como eixos de provocação para o tema, elegemos dois experimentos: um de dança (o uso de óculos de... more
Neste ensaio, que pretendemos também coreográfico, problematizamos a im?possibilidade da imagem e do corpo de vivenciarem a transparência. Como eixos de provocação para o tema, elegemos dois experimentos: um de dança (o uso de óculos de realidade virtual no Laboratório Dança-Cognição-Tecnologia) e um de escrita (a transmissão radiofônica "Para acabar com o julgamento de Deus", de Antonin Artaud (1947)). Através dessa correlação, verificamos a insurgência de um novo jogo corporal mediado pela tecnologia. Tal presença marca o corpo na ausência física do outro em fricções que fazem do olho ficção de um devir imaginado, vivido, desejado; quase cintilação-uma aparição. E, do binômio visível/invisível, um caleidoscópio que se estende até o horizonte onde nunca chegamos. Palavras-chave: Corpo; imagem; presença; háptico.
Este artigo apresenta a estratégia poética chamada Dermoteca, produzida no processo de composição das vídeo-­cartas (não) filosóficas desta pesquisa. A elaboração dessa "coleção de peles" consiste na captação videográfica da superfície... more
Este artigo apresenta a estratégia poética chamada Dermoteca, produzida no processo de composição das vídeo-­cartas (não) filosóficas desta pesquisa. A elaboração dessa "coleção de peles" consiste na captação videográfica da superfície dérmica humana, utilizando o enquadramento da câmera em plano detalhe e seu movimento em travelling lateral horizontal por sobre o contorno do corpo, como se o ponto de vista da gravação fosse o de uma mão que o percorre: a "câmera subjetiva" do toque. Neste sentido, o vir a ser da Dermoteca situa-­se entre a imagem da textura da pele e a textura da imagem da pele. Junto a outros elementos, constitui uma metodologia que vem sendo desenvolvida através de experimentações verbiaudiovisuais que pretendem provocar a "aparição de um corpoimagem" nos âmbitos poético e conceitual. Assim, esta investigação tensiona a relação entre Arte, Ciência e Filosofia, e explora os limiares escrita/imagem, corpo/vídeo, sensível/inteligível, particular/coletivo, público/íntimo - tal qual a pele. Palavras-­chave: pele; corpo; corpoimagem; vídeo; vídeo-­carta.
Este texto é um memorial da apresentação telemática “Versus” tecido sob o ângulo audiovisual. Pretendemos rever tal obra no sentido de olhá-la novamente, bem como de revisá-la de modo reflexivo com a distância dos 10 anos que nos separam... more
Este texto é um memorial da apresentação telemática “Versus” tecido sob o ângulo audiovisual. Pretendemos rever tal obra no sentido de olhá-la novamente, bem como de revisá-la de modo reflexivo com a distância dos 10 anos que nos separam agora de sua realização. A oportunidade desta revisitação mostra-se ocasião ideal para acionarmos o operador poético com que o literato francês Paul Valéry elaborou, na primeira metade do século XX, um metatexto acerca de sua “Introdução ao método de Leonardo da Vinci” (Valéry, 2011). Com o mesmo movimento reverso de escrita, partiremos do artigo já construído “Um olhar que dança: a experiência telemática ‘Versus’ do ponto de vista da câmera” (2007), para fazer aparecer o reVERSUS anunciado, através de notas explicativas, reflexivas, críticas e imagéticas. Palavras-chave: vídeo digital, padrão HDTV, processamento de imagem, videodança.
Este texto foi produzido inicialmente como parte da dissertação de mestrado intitulada "Corpografias: incursão em pele imagem escrita pensamento", defendida em 2012 no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e... more
Este texto foi produzido inicialmente como parte da dissertação de mestrado intitulada "Corpografias: incursão em pele imagem escrita pensamento", defendida em 2012 no Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da Escola de Comunicações e Artes da USP. Texto originalmente manuscrito disponível em: https://pubhtml5.com/agxi/dvqa/basic
Desde a passagem do cinema para o vídeo, e deste para o vídeo digital, muitas transformações vêm ocorrendo no campo artístico. Neste sentido, as mídias digitais representam um marco para o audiovisual, na medida em que fornecem aporte... more
Desde a passagem do cinema para o vídeo, e deste para o vídeo digital, muitas transformações vêm ocorrendo no campo artístico. Neste sentido, as mídias digitais representam um marco para o audiovisual, na medida em que fornecem aporte tecnológico para a construção de novas formas de produção e/ou apresentação do vídeo, e até mesmo do cinema. Elas propiciam novas vivências tanto para os artistas, quanto para o público fruidor. Uma característica fundamental desse cenário contemporâneo é a interatividade, ponto que concentra o foco deste trabalho. Através da contextualização de termos como vídeo, imagens animadas, interatividade e imagens interativas, o artigo problematiza conceitos acerca do "vídeo interativo".
Este artigo discute as relações entre arte, tecnologia e meio ambiente, a partir da realização da pesquisa artística Geografias do Mar. O trabalho tem caráter teórico-prático e encontrase em desenvolvimento por uma equipe... more
Este artigo discute as relações entre arte, tecnologia e meio ambiente, a partir da realização da pesquisa artística Geografias do Mar. O trabalho tem caráter teórico-prático e encontrase em desenvolvimento por uma equipe interdisciplinar. Conceitos como Geografia Experimental, Cartografia Artística e Ecoarte fundamentam a pesquisa. O mote temático do processo criativo é o mar da costa baiana e os resultados artísticos estão sendo produzidos em diversos formatos e linguagens.
Este trabalho discute a vigilância produzida pelo uso das microcâmeras, a partir da realização da videoinstalação virtual 'Miradas'. A obra traz a estrutura arquitetural do panóptico para explicitar os sistemas de monitoramento baseados... more
Este trabalho discute a vigilância produzida pelo uso das microcâmeras, a partir da realização da videoinstalação virtual 'Miradas'. A obra traz a estrutura arquitetural do panóptico para explicitar os sistemas de monitoramento baseados na geração de imagem por dispositivos fixos. Desta configuração é gerada uma visibilidade constante, nos espaços públicos e privados, que torna o indivíduo vigilante e vigiado.
Este trabalho aborda a multiplicidade de dimensões espaço-temporais que permeia a cidade no contexto da cibercultura. O estudo problematiza a presença e convivência com as novas e velhas telas audiovisuais, janelas urbanas que atravessam... more
Este trabalho aborda a multiplicidade de dimensões espaço-temporais que permeia a cidade no contexto da cibercultura. O estudo problematiza a presença e convivência com as novas e velhas telas audiovisuais, janelas urbanas que atravessam as relações sociais. Neste sentido, o vídeo é considerado como ambiente propício à experimentação polifônica de sensações. Através das janelas-telas em que ele se incrusta, as interpenetrações espaço-temporais contaminam as situações cotidianas atuais.
Este trabalho pretende fazer uma reflexão sobre as novas configurações corporais emergentes do desenvolvimento tecnológico, a partir da Performance Digissecação. Como ponto de partida, o trabalho utilizou imagens da área médica, em sua... more
Este trabalho pretende fazer uma reflexão sobre as novas configurações corporais emergentes do desenvolvimento tecnológico, a partir da Performance Digissecação. Como ponto de partida, o trabalho utilizou imagens da área médica, em sua história, estética e implicações conceituais.
Ruas de pedra, um rio cortando a cidade, casebres de arquitetura histórica. Esse foi o cenário do projeto artístico de mapeamento e experimentação urbana Lençóis.art.br. Com o objetivo de despertar o olhar para o espaço geográfico de... more
Ruas de pedra, um rio cortando a cidade, casebres de arquitetura histórica. Esse foi o cenário do projeto artístico de mapeamento e experimentação urbana Lençóis.art.br. Com o objetivo de despertar o olhar para o espaço geográfico de Lençóis, município localizado na Chapada Diamantina-Bahia, o projeto disponibilizou recursos analógicos e digitais para diversas pessoas "remapearem" a cidade. Nesta comunicação propomos uma reflexão do projeto Lençóis.art.br tanto por seu conteúdo artístico de obra colaborativa e experimentativa, quanto em relação ao uso do espaço urbano, tecnologia móvel, internet e implicações sociopolíticas de criações de mapas.
Este trabalho pretende tecer reflexões sobre a relação entre arte, tecnologia e natureza a partir do projeto artístico 'Escape → Natureza'. Composta por pequenos vídeos de paisagens naturais, a obra explora a utilização das tecnologias... more
Este trabalho pretende tecer reflexões sobre a relação entre arte, tecnologia e natureza a partir do projeto artístico 'Escape → Natureza'. Composta por pequenos vídeos de paisagens naturais, a obra explora a utilização das tecnologias móveis e da internet para produzir e divulgar o audiovisual. Da película e projeção cinematográfica, caminha-se para um modo descentralizado e desterritorializado de fazer e fruir obras artísticas.
Este artigo pretende analisar a experiência em webjornalismo audiovisual da BBC Brasil, seção da rede BBC (British Broadcasting Corporation), tendo como pressuposto no termo webjornalismo um modo de fazer jornalístico específico das novas... more
Este artigo pretende analisar a experiência em webjornalismo audiovisual da BBC Brasil, seção da rede BBC (British Broadcasting Corporation), tendo como pressuposto no termo webjornalismo um modo de fazer jornalístico específico das novas tecnologias de comunicação a partir das características destas. Neste sentido, o vídeo, considerado aqui como um recurso multimídia da web, apresenta-se com especificidades próprias tanto na estrutura como nas formas diversas de exibição, sendo chamado de "webvídeo". Este estudo enfoca a produção jornalística audiovisual no formato de webTV desenvolvida pela BBC, apontando as diferenças e aproximações de linguagem deste tipo de produto em relação ao telejornalismo.
O artigo aborda o processamento de imagem em tempo presente realizado pela atuação da câmera no espetáculo de dança telemática 'Versus'. A obra foi aplicação da investigação realizada pelo Grupo de Pesquisa Poética Tecnológica na Dança... more
O artigo aborda o processamento de imagem em tempo presente realizado pela atuação da câmera no espetáculo de dança telemática 'Versus'. A obra foi aplicação da investigação realizada pelo Grupo de Pesquisa Poética Tecnológica na Dança (UFBA/CNPq) e ocorreu em parceria com outras instituições federais do país. A conexão entre os pontos remotos (Salvador, Brasília e João Pessoa) aconteceu via internet; a taxa de
transmissão de 2,5 Gbps permitiu o fluxo de imagens de alta definição (padrão HDTV). A câmera em Salvador mostrou-se como mais um agente transformador do circuito formado por dançarinos, músicos e imagem. Devido ao delay, comum a esse tipo de transmissão, o fator tempo foi um diferencial nas relações entre os elementos do sistema.
Ensaio sobre a experiência das autoras como participantes do espetáculo de dança telemática 'Versus' (2005). Escrito em coautoria com a dançarina Maria Fernanda Azevedo.
'Teser' é tecer uma tese. E esta aqui tece relações teórico-práticas entre criatividade, construção e difusão do conhecimento, tendo como pressuposto que o ato de criação aciona e constitui perspectivas micropolíticas do saber.... more
'Teser' é tecer uma tese. E esta aqui tece relações teórico-práticas entre criatividade, construção e difusão do conhecimento, tendo como pressuposto que o ato de criação aciona e constitui perspectivas micropolíticas do saber. Multilinguagem, o trabalho é uma cartografia do processo de criação do conceito-obra 'corpoimagem' e traz como problemática a escassa convergência entre as linguagens poética, científica e filosófica, no contexto do conhecimento hegemônico atual. No percurso trilhado, a almejada aparição de um corpoimagem aconteceu a partir da experimentação no campo da escrita em suas dimensões tipográfica, gráfica, bibliográfica, videográfica e expográfica, através das seguintes estratégias: Dermoteca, poética da adulteração e Roteiro de sensações. As três vias contribuíram para a composição das vídeo-cartas (não) filosóficas, estas desenvolvidas como método cartográfico que desdobra singularmente a "pesquisa da sensação" proposta por Gilles Deleuze e Félix Guattari (2010). Tais vídeo-cartas constituem um exercício verbiaudiovisual cujo interlocutor epistolar, a princípio, é o filósofo Prof. Dr. Peter Pál Pelbart (PUC-SP); porém as conversações se pretendem continuadas junto aos outros leitores-espectadores, por meio do acesso ao Livrídeo que resultou como experimento desta tese, junto ao Manual de como pensar outro pensamento. Como desdobramento, o trabalho apresenta, ainda, a Coleção (no prelo), as Cartas memoriais, o projeto expográfico COMTATO e a versão online do Livrídeo. A artesania operada para a execução desses inventos problematizou as diversas modalidades de organização do conhecimento, além da tradicional disciplinar – pluri/multi, cross-, inter e até a transdisciplinaridade –, propondo a pós-disciplinaridade como uma ruptura do constrangimento imposto pela noção de disciplina, mesmo em suas variações, com o que se delineia a partir de uma perspectiva antidisciplinar. Assim, mais que expor um projeto epistêmico, esta tese assume uma atitude pós-disciplinar que a faz acontecer enquanto ato de criação e pesquisa acadêmica, destacando-se, nisto, sua dimensão ético-estética. Diante desse cenário provocativo em relação às condições de institucionalização do conhecimento, as questões de o que é o corpoimagem e como ele se constitui precedem a indagação necessária: 'O que pode um corpoimagem?' Afirmando tal necessidade, a conclusão da tese é uma relação dérmica com a palavra poética: o corpoimagem é sua pele, a imagem que aparece no corpo da escrita.

Arquivo disponível em: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/28733
Capítulo 4 da tese de doutorado "Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem" (DMMDC/UFBA, 2018). No dia a dia, vida que se 'tese'... 'Teser' é o verbo de quem tece uma tese. Há um cotidiano do pesquisar, um... more
Capítulo 4 da tese de doutorado "Vídeo-cartas (não) filosóficas: percurso de aparição de um corpoimagem" (DMMDC/UFBA, 2018).

No dia a dia, vida que se 'tese'... 'Teser' é o verbo de quem tece uma tese. Há um cotidiano do pesquisar, um cotidiano pesquisado, sobretudo quando essa pesquisa é realizada através dos olhos. Por isso as poéticas visuais me embrenham desde o despertar, quando inclino meu olhar para um primeiro raio de sol, para a textura do cobertor, para minha própria pele ou minha imagem no espelho. Os movimentos imagéticos sonhados parecem, nessa hora, reivindicar sua carne, mas o mundo onírico não encontra seu correspondente na lógica do mundo dito real. Daí o lugar da arte reservar este espaço da dúvida, da suspensão, que faz oscilar os pressupostos mais rigidamente estabelecidos a favor da força inventiva. O risco a ser aqui vivido é a utilização da cifra aceita, a palavra, da qual não escapamos na Academia. Ao mesmo tempo, ela é comunhão, é o elo de nossa vida em grupo. É neste sentido que trago, com este texto, um estado do meu pensamento e afetos enquanto criadora, entendendo que eles se inscrevem não apenas nas vídeo-cartas (não) filosóficas que produzi nos últimos três anos (2015-2017) no curso de doutorado, mas também no modo de realizar esta escrita através de um memorial crítico-poético. Com tal testemunho, convido a pessoa leitora, mais uma vez, a se tornar espectadora, abrindo a Caixa Portal (https://www.youtube.com/@caixa-portal), além de desejar fazer viver a natureza pós-disciplinar da obra em questão, que entremeia a arte à ciência e à filosofia – se é que essas denominações permanecem válidas neste contexto.
Esta dissertação-obra abarca, sob certos aspectos e intensidades, a dinâmica de experimentação do pensamento num contexto acadêmico. Para tanto, realiza-se como diário e caderno, que cartografam a investigação empreendida, textual e... more
Esta dissertação-obra abarca, sob certos aspectos e intensidades, a dinâmica de experimentação do pensamento num contexto acadêmico. Para tanto, realiza-se como diário e caderno, que cartografam a investigação empreendida, textual e plasticamente, expondo o constituir-se da pesquisa através de um corpo sensível. A forma de composição e apresentação do trabalho ressalta sua natureza híbrida, na qual estão imbricados texto dissertativo e experimentos poéticos ('diário de corpo do pensamento' e 'Caderno Decurso'). A partir dela, são discutidas as relações entre Arte, Ciência e Filosofia, inclusive a constituição disciplinar do saber. Embora não seja o tema central da pesquisa, tal reflexão a ela se impõe, imprimindo uma dimensão política neste fazer Ciência. A partir das ideias de Michel Foucault (1966) sobre as heterotopias e o corpo utópico, soma-se, às discussões sobre o corpo do pensamento, a noção de corpo heterotópico. Sendo este trabalho um dispositivo que expressa e carrega a questão de que um corpo poético é um corpo do pensamento, ele problematiza o toque e seus âmbitos de alcance, propondo à pessoa leitora o mesmo modo de operar com o qual foi realizado. É preciso investigar ainda, tatear, compor um corpo no encontro, que toca e é tocado; que busca a relação e se faz nela. Desmonta-se, portanto, o jargão "Que corpo é esse?", na medida em que é salientada a condição de invenção infinita do corpo do pensamento, que não cessa de transmutar. Palavras-chave: Corpo; Corpo do pensamento; Pesquisa; Corpografia; Criação.
Registro fotográfico da Dissertação de Mestrado "Corpografias: incursão em pele imagem escrita pensamento" (DULTRA, 2012), realizada sob a forma de livro-objeto. [Fotos: Fabíola Freire/Caixa de Fósforo] Como falar do corpo do... more
Registro fotográfico da Dissertação de Mestrado "Corpografias: incursão em pele imagem escrita pensamento" (DULTRA, 2012), realizada sob a forma de livro-objeto. [Fotos: Fabíola Freire/Caixa de Fósforo]

Como falar do corpo do pensamento, sem correr o risco de cristalizá-lo? O caminho é todo arriscado... Por isso o convite ao leitor para tocar neste trabalho, fazendo com ele seu próprio corpo poético.

Em 2014, o trabalho integrou a Exposição 'Trabalhos de arte' promovida pelo Programa de Pós-Graduação em Artes Visuais da USP na Biblioteca da ECA, com curadoria de Cláudio Mubarac.
Este texto baseia-se na noção de literatura expandida para analisar a obra 'Accented poem' (2013), de Manoela Afonso Rodrigues, classificada por ela como cartão-postal, formato que enfatiza o deslocamento problematizado em seu trabalho... more
Este texto baseia-se na noção de literatura expandida para analisar a obra 'Accented poem' (2013), de Manoela Afonso Rodrigues, classificada por ela como cartão-postal, formato que enfatiza o deslocamento problematizado em seu trabalho enquanto artista-pesquisadora brasileira residente em Londres. O procedimento criativo ocorreu com um carimbo de tipos móveis que possibilitou um jogo de caracteres que convoca os atos de calar e falar: ‘MU(N)DO’ e ‘WOR(L)D’. Portanto, também a inte(g)ração tipográfica materializou os atos de deslocar(-se) e incrustar(-se) tratados na investigação poético-conceitual então desenvolvida por meio de uma metodologia autobiogeográfica. Além de marcar o espaço com um corpo de escrita, seu ato de carimbar é um depoimento de sua presença. Há um aspecto testemunhal, ainda, no indizível de sua escrita estrangeira, mais que no enunciado por ela. Seu calar quer porque quer falar o que quer porque quer calar: no silenciar do mundo, pulsa o coração de cada palavra ‘_alada’.

(Capítulo 2.1 do e-book resultante do II Encontro Internacional Lusófono TODAS AS ARTES, TODOS OS NOMES, integrando a segunda parte da publicação intitulada "As metamorfoses contemporâneas das manifestações artísticas no Sul Global").
Este trabalho aborda o livro transdisciplinarmente, abarcando a intermidialidade e a literatura expandida, na qual são limiares as demarcações dos diversos gêneros literários, meios e suportes de exploração da palavra, além de ultrapassar... more
Este trabalho aborda o livro transdisciplinarmente, abarcando a intermidialidade e a literatura expandida, na qual são limiares as demarcações dos diversos gêneros literários, meios e suportes de exploração da palavra, além de ultrapassar o alfabeto na criação de imagens e objetos. Com o objetivo de discutir as relações transmidiáticas entre o filme Aka Ana (França, 2008), de Antoine d’Agata, e a coleção de livros de artista e pôsteres Edições AKANA (produção poética de pesquisa pós-doutoral em curso), é apresentado o processo crítico-criativo de transposição do primeiro texto em seus desdobramentos. A narrativa de Aka Ana, filmada nas noites de Tóquio, é costurada pelas vozes e corpos de sete prostitutas japonesas que leem suas cartas escritas ao artista francês e se relacionam sexualmente com ele em cena. Os livros e  pôsteres artesanais então derivados possuem dobraduras, cortes e encadernação japonesa, além de formatos diversos de apresentação do que é narrado no filme, desde a variação de línguas à materialidade da escrita (carimbada, caligrafada, datilografada, etc). Constitui-se, portanto, na tradução de uma obra intermídia (Aka Ana, então considerada como literatura expandida) gerando outras obras intermídias que valorizam a palavra também em seus aspectos plástico-visuais, através da arte de fazer livro. Ao esposar as palavras do filme em páginas, é como se as Edições AKANA conferissem-nas o estatuto de Literatura na forma física tradicional – a bibliográfica. Porém o livro não está em jogo como mero suporte. Através do gênero “livro de artista”, as tiragens únicas de AKANAs recobram a dimensão cinematográfica de Aka Ana, já que “(...) o tal ‘suporte’ deixa de suportar depósitos gráficos para ser uma superfície extensiva, folhas ‘quase cinema’, um campo de aterrissagem para sinais transitivos, com alta voltagem poética.” (DERDYK, 2013, p. 12).

Palavras-chave: Livro de artista; Literatura expandida; Intermidialidade.
Registros fotográficos das obras citadas no texto estão reunidos neste link: https://online.pubhtml5.com/agxi/ronu/
Publicado no capítulo "Declarações": "Com o Ecoarte, estive entre o continente e a ilha, muitas vezes a ilha de edição, em meio a um oceano de vídeos gravados e editados. Em catamarã, barco, lancha, atravessando geografias dos mares,... more
Publicado no capítulo "Declarações": "Com o Ecoarte, estive entre o continente e a ilha, muitas vezes a ilha de edição, em meio a um oceano de vídeos gravados e editados. Em catamarã, barco, lancha, atravessando geografias dos mares, registrando paisagens de gentes, em imagens, entrevistas e mapas. Do curto período que participei do grupo, lá em seu início ainda, a vivência mais marcante que tive foi no projeto “Narrativas Digitais”, para o qual nos deslocamos até a Praia de Garapuá-BA, deixando para trás o “escritório universitário” e carregando toda a tralha tecnológica de que dispomos na época a fim de montar, no chão da comunidade, um laboratório multimídia no qual realizamos oficinas com os jovens de lá. Ao fim da jornada, toda a cartografia geo-audiovisual criada por eles foi projetada na escola local, tendo uma importância significativa no autorreconhecimento cultural dos moradores. Foi incrível a experiência de associar essa atividade de extensão ao projeto de pesquisa que desenvolvíamos na época." (DULTRA, 2021, p. 270)
Com este ensaio, trazemos à discussão o conhecimento construído pós-disciplinarmente, que implica em um modo cognitivo despojado de centros gravitacionais disciplinares e disciplinadores. Para tanto, analisamos qualitativamente as... more
Com este ensaio, trazemos à discussão o conhecimento construído pós-disciplinarmente, que implica em um modo cognitivo despojado de centros gravitacionais disciplinares e disciplinadores. Para tanto, analisamos qualitativamente as 'vídeo-cartas (não) filosóficas' resultantes de nossa pesquisa de Doutorado, então tramada entre a palavra, a imagem e o corpo. Pretendemos, portanto, apresentar-lhe este trabalho de tal modo que possa ser dele não apenas leitor, mas também leitor-espectador, fazendo com que a camada videográfica que o permeia seja tão presente e visível quanto a dimensão escrita. Assim, delinearemos algumas das nuances do tornar-se um corpo que conhece, na pesquisa acadêmica e para além dela.
Este trabalho, apresentado aqui como capítulo, é uma versão modificada do artigo apresentado no CIAIQ2018. || Resumo: Este texto trata da potência do silêncio presente na imagem. A partir do filme-carta 'Letter to Jane: an investigation... more
Este trabalho, apresentado aqui como capítulo, é uma versão modificada do artigo apresentado no CIAIQ2018. || Resumo: Este texto trata da potência do silêncio presente na imagem. A partir do filme-carta 'Letter to Jane: an investigation about a still' (1972), de Jean-Luc Godard e Jean-Pierre Gorin, tecemos um breve panorama poético-conceitual acerca do que podemos e não podemos dizer imageticamente. A obra em questão traz como método a crítica a uma fotografia da atriz Jane Fonda num acampamento da Guerra do Vietnã. Este trabalho, por sua vez, analisa forma e conteúdo de tal filme-carta, ratificando a importância da concatenação entre esses dois aspectos na montagem audiovisual. Estendendo a discussão, de modo autorreflexivo, ao âmbito da Academia, problematizamos o lugar do pensamento na sua formalização como imagem e como escrita, com o que desafiamos a iconocracia e o logocentrismo, a fim de desestabilizar a engrenagem sociocultural mantida pelo sistema macropolítico. Como proposição prática da discussão conceitual empreendida neste texto, apresentamos o vídeo-artigo "O silêncio da imagem" [https://youtu.be/ZC3Zg9FtnSE]. Assim, apontamos e propomos formatos audiovisuais outros como meio para o debate, numa perspectiva micropolítica, nas esferas artística e intelectual. Palavras-chave: Imagem; filme-carta;
silêncio; micropolítica.
Neste ensaio, propomos um trajeto em si mesmo criativo para o debate sobre a criatividade. Um percurso outro, que pensa o conhecer a criatividade através de um circuito de in(definições) derivadas - derivAções... O título do texto é um... more
Neste ensaio, propomos um trajeto em si mesmo criativo para o debate sobre a criatividade. Um percurso outro, que pensa o conhecer a criatividade através de um circuito de in(definições) derivadas - derivAções... O título do texto é um desdobramento provocativo do capítulo-conclusão "Conhecer uma pergunta irrespondível", da dissertação "Corpografias: incursão em pele imagem escrita pensamento" que defendemos em 2012.

"(...) Estar à deriva não é não ter direção: é estar à mercê das correntes do mar e do ar (mesmo sem resquício de mastros e velas...). Portanto, estar à deriva é não ter motor próprio ou tê-lo desligado; é deixar-se marear, embarcar na onda, entrar numa. É derivar novas rotas: caminhos imprecisos para quem não conhece suas cartas... (náuticas!) ou não sabe lê-las (náufragas!) - é fazer-se outro na mesma embarcação, sedenta por chuva, mas nem tanta, querente de ilha ou continente, um porto, um abrigo quase qualquer - é liberar-se da navegação... (...)"
"Este livro é uma compilação de artigos, poesias, auto-críticas e outros textos surgidos a partir da quarta edição do festival Submidialogia, realizada em Belém (PA) no ano de 2009. Aqui, se encontrarão tanto textos acadêmicos, como... more
"Este livro é uma compilação de artigos, poesias, auto-críticas e outros
textos surgidos a partir da quarta edição do festival Submidialogia, realizada em Belém (PA) no ano de 2009. Aqui, se encontrarão tanto textos acadêmicos, como 'Letramento Midiático e Digital', 'A fronteira
virtuosa', 'O Centro de Mídia Independente de Tefé' e 'Natureza, arte
e tecnologia: a mobilidade do audiovisual de bolso', quanto poesias, como a 'Subpoesia' ou o 'Subpoema'." (Adriano Belisário e fabiane Borges no texto introdutório "Submidialogias")
Texto publicado na seção "Livros à mão" do Blog Palavras d'A Casa, em 2021:
https://acasatombada.com.br/livros-a-mao-livros-livres-acesse-copie-adultere-distribua-por-maruzia-dultra/
Texto publicado na seção "Saberes d'A Casa" do Blog Palavras d'A Casa, em 2020:
https://acasatombada.com.br/corpografias-o-risco-como-rota-por-maruzia-dultra/
Texto publicado na editoria de Artes Visuais da Revista Cítrica online, em 2013: https://citricafunceb.wordpress.com/2013/03/17/textura-e-movimento-no-livro-objeto-tres/
Prefácio do catálogo 'Insurgências: Práticas Sociais de Letramento'.
Menções a Maruzia Dultra (2018; 2019): "Os resultados da revisão de literatura deste artigo revelam que a produção acadêmica sobre narrativas digitais e vídeo-cartas são recentes no Brasil, como os estudos Kieling (2012), Rodrigues... more
Menções a Maruzia Dultra (2018; 2019):
"Os resultados da revisão de literatura deste artigo revelam que a produção acadêmica sobre narrativas digitais e vídeo-cartas são recentes no Brasil, como os estudos Kieling (2012), Rodrigues (2020), Ruiz (2009) e Dultra (2018)." (DE PAULA; LEIRO, 2022, p. 243)

"No  que  diz  respeito  ao  conceito  de  vídeo-cartas, existem múltiplas interpretações, assim como  diferentes  modos  de  produção  desses  materiais. Não existe um padrão único, pois a abertura  às  possibilidades  é  a  tônica  da  criação artística desses recursos. A pesquisadora Ruiz  (2009)  considera  as  vídeo-cartas  como  dispositivos  ou  recursos  audiovisuais  para  o  compartilhamento de narrativas. Já a pesquisadora  Dultra  (2018)  discute  o  conceito  das  vídeo-cartas na perspectiva da filosofia; em sua  tese  de  doutorado,  rompe  paradigmas  e  discute  a  perspectiva  das  vídeo-cartas  não  filosóficas e seus significados. Também não existe uma única genealogia definida sobre as vídeo-cartas, pois pesquisadores como Bergala (2007), Reynoth (2020), Ruiz (2009) e Dultra (2018)  trazem  diferentes  referências  quanto  às suas origens." (DE PAULA; LEIRO, 2022, p. 252)

"Na  área  acadêmica,  no  Portal  da  Capes  e  em  outros  sites de  busca,  utilizando-se  a  palavra-chave ‘vídeo-cartas’, foram encontradas a  dissertação  de  mestrado  de  Ruiz  (2009),  Documentário-dispositivo e vídeo-cartas: aproximações, defendida no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), e a tese de  doutorado  de Dultra (2018), intitulada Vídeo-cartas não filosóficas: percurso da aparição de um corpo imagem, defendida no Programa de Doutorado  Multi-institucional  e  Multidisciplinar  em  Difusão  do  Conhecimento  da  Universidade  Federal da Bahia (UFBA). Esses trabalhos são referências  para  os estudos de  vídeo-cartas,  bem como para o aprofundamento dos debates e das  problematizações  sobre  as  origens e os conceitos de  vídeo-cartas  no  contexto  nacional  e  internacional. As autoras  também  produziram vídeo-cartas expressivas, que são citadas em seus trabalhos e estão disponíveis na internet. Dultra  (2019) escreveu  um  artigo em que traz outras referências a respeito das origens das vídeo-cartas, como as vídeo-cartas trocadas pelos artistas japoneses Shuntarõ Tanikawa e Shûji Terayama no período de 1982 a 1983. A autora afirma que foram dezesseis vídeo-cartas trocadas  em  um  período  de  nove  meses,  nas  quais eles discutiram a filosofia da linguagem no campo das artes visuais. Neste mesmo texto, Dultra (2019) cita outros exemplos de vídeo-cartas no Brasil, na década de 1980, como as vídeo-cartas produzidas por Fernando Gabeira na TV Bandeirantes, que continham uma série de denúncias sobre problemas do país, e o filme Elena, de Petra Costa. Dultra (2019) afirma que as vídeo-cartas estão inseridas nos campos das artes, das letras e da filosofia, nos processos de investigação das ciências sociais e na metodologia que ela denomina de vídeo-cartAgrafiOs. Advinda do campo da filosofia, a pesquisadora problematiza esses campos e as fronteiras disciplinares, bem como produz vídeo-cartas (não) filosóficas como forma de ruptura disciplinar. Dultra (2019,  p.  282)  também  discute  os  diferentes  significados atribuídos às vídeo-cartas: “Ainda hoje, o gênero é cercado de indefinições, assim como  outras  derivações  do  vídeo,  a  começar  pela  denominação:  vídeo-carta  ou  videocarta?”." (DE PAULA; LEIRO, 2022, p. 253).
Menção a Maruzia Dultra (2018): "É possível ter o gênero resenha um formato epistolar e manter o propósito de resumir, comentar e avaliar? Observe como foi produzida a resenha do livro A perda de si: cartas de Antonin Artaud (Rio de... more
Menção a Maruzia Dultra (2018):
"É possível ter o gênero resenha um formato epistolar e manter o propósito de resumir, comentar e avaliar? Observe como foi produzida a resenha do livro A perda de si: cartas de Antonin Artaud (Rio de Janeiro: Rocco, 2017), por Maruzia Dultra. Conheça a resenha no link: https://portalseer.ufba.br/index.php/revteatro/article/view/24879/17251 " (MOTA; MAGALHÃES; FRANCO, 2020, p. 58-59).
Menção a Maruzia Dultra (2012): "Distanciando-se de uma perspectiva anátomo-fisiológica anteriormente usuais nas pesquisa na área da educação física e do ensino de ciências e impulsionadas pelas teorizações de Michel Foucault as... more
Menção a Maruzia Dultra (2012):
"Distanciando-se de uma perspectiva anátomo-fisiológica anteriormente usuais nas pesquisa na área da educação física e do ensino de ciências e impulsionadas pelas teorizações de Michel Foucault as pesquisas começam a situar corpo no centro de relação de saber/poder. Valendo-se de conceitos trabalhados no que se convencionou chamar de fase genealógica dos estudos foucaultianos, as pesquisas descrevem como o sistema educacional, a mídia, as instituições religiosas, dentre outros espaços, usam o poder disciplinar para forjar comportamentos, corpos. Também distantes do enfoque organicista localizamos muitos trabalhos fundamentados pelas perspectivas críticas, usando Marx, Freud, Lacan, Durkein, Adorno, Hokheimer. Contudo, sem que percam o espaço nas pesquisas, à esses autores vem sendo se incluindo outros olhares, advindos de Félix Guattari e Gilles Deleuze principalmente. Escritas não tão apegadas às palavras, trabalhos que se permitem ousar, e num devir de criação mais livre, renovam e reinventam a escrita acadêmica, como por exemplo o trabalho de Dultra (2012, s/p) que em meio à desenhos e escritas cursivas, nos leva a percorrer o caminho por ela trilhado em sua 'dinâmica de experimentação do pensamento num contexto acadêmico'." (TAVARES; CHAVES, 2017, p. 11).
Menção a Maruzia Dultra e Guerrilha Núcleo de Criação:
"Tabela 1 - Primeira geração de vídeo celular: (...) 'Inexorável' (Bel Sousa, Jailson Brito, Mariana Marinho e Maruzia Dultra - Poesia)." (ASSIS, 2017, p. 59).
Menção a Maruzia Dultra e Karla Brunet (2009): "Sendo assim, a arte ao estar interligada a funções sociais, leva o sujeito à compreensão da realidade onde se insere, remodelando-a ao fomentar a consciência crítica, o questionamento e a... more
Menção a Maruzia Dultra e Karla Brunet (2009):
"Sendo assim, a arte ao estar interligada a funções sociais, leva o sujeito à compreensão da realidade onde se insere, remodelando-a ao fomentar a consciência crítica, o questionamento e a reflexão, enquanto potencial criativo e crítico, como requalificadora de valores e desenvolvimento de diferentes formas de vida e realidades (Almeida, 2007). Referencia-se o projeto artístico ´Escape - Natureza` de Dultra e Brunet (2009) (Figura 2), que pretendeu ampliar a relação das pessoas com o meio ambiente e propor a reflexão entre os conceitos arte, ambiente e tecnologia. Assim, os sujeitos dispõem de diferentes vídeos alusivos à natureza local, onde se podem sintonizar com o ritmo da natureza no seu dia-a-dia, como alternativa à despersonalização e stress característicos da vida urbana. Neste sentido, a natureza está mais presente no quotidiano das pessoas, através destes vídeos de bolso, verificando-se o uso da arte interligada à tecnologia como incentivo ao apreço e respeito pelo meio ambiente." (ALMEIDA, 2015, p. 10).
Trabalho completo disponível em: https://repositorio.ipv.pt/bitstream/10400.19/3333/1/Tese.pdf
Menção a Maruzia Dultra (2007): "Assim como a sombra, a posição da bailarina colabora para a precisão de um cenário invisível. Segundo Dultra (2007, p. 1), 'o dançarino precisa estar num estado de prontidão, tal que esteja conectado aos... more
Menção a Maruzia Dultra (2007):
"Assim como a sombra, a posição da bailarina colabora para a precisão de um cenário invisível. Segundo Dultra (2007, p. 1), 'o dançarino precisa estar num estado de prontidão, tal que esteja conectado aos dois tipos de ambiente simultaneamente, o real e o imagético, uma vez que interage com a imagem [...]'." (CAPELATTO; MESQUITA, 2014, p. 82).
Menção a Maruzia Dultra (2012) durante o processo de criação da dissertação 'Corpografias': "O ensaio visual intitulado “Psicorpografias” foi produzido com desenhos, encáustica e impressões, a partir de interlocuções... more
Menção a Maruzia Dultra (2012) durante o processo de criação da dissertação 'Corpografias':
"O  ensaio  visual  intitulado  “Psicorpografias”  foi  produzido  com  desenhos,  encáustica  e  impressões, a partir de interlocuções estabelecidas com a artista Maruzia Dultra." (OLIVEIRA, 2013, p. 220).
Trabalho disponível em: http://editorarevistas.mackenzie.br/index.php/tint/article/view/6415/4544
Menção a Maruzia Dultra (2007): "Com isso, Dultra (2007), quando integrante do grupo de pesquisa Poéticas Tecnológicas, dirigido pela Dra. Ivani Santana, complementa a respeito dessa relação da dança com a tecnologia que 'Este fator... more
Menção a Maruzia Dultra (2007):
"Com isso, Dultra (2007), quando integrante do grupo de pesquisa Poéticas Tecnológicas, dirigido pela Dra. Ivani Santana, complementa a respeito dessa relação da dança com a tecnologia que 'Este fator proporciona mudanças de configurações na maneira 'convencional' do dançarino lidar com o elemento tempo. Ele deve aprender a resolver com o corpo os imprevistos que surgem e dependem das circunstâncias externas. Os padrões de movimento eram criados para e através da interação com a imagem: a noção de dimensão do corpo, seu e  do outro passa a ter outra conotação diante da imagem sintética projetada. O olhar e foco ganham uma importância fundamental que é proporcionar ao espectador e exigir do dançarino múltiplas atenções. O dançarino precisa estar num estado de prontidão, tal que esteja conectado aos dois tipos de ambiente simultaneamente, o real e o imagético, uma vez que interage com a imagem e com outros dançarinos ao mesmo tempo' (DULTRA, 2007, p. 1)." (TAPIA, 2012, p. 62).
Menção a Maruzia Dultra e Karla Brunet (2009): "Brunet e Dultra (2009, p. 727) afirmam que podemos ver os pequenos vídeos “enquanto vamos de um ponto a outro da cidade; ou enquanto esperamos por algo, aproveitamos para desconectarmos... more
Menção a Maruzia Dultra e Karla Brunet (2009): "Brunet e Dultra (2009, p. 727) afirmam que podemos ver os pequenos vídeos “enquanto vamos de um ponto a outro da cidade; ou enquanto esperamos por algo, aproveitamos para desconectarmos alguns segundos daquele ambiente e concentrarmos na pequena tela”. Usufruímos assim de um espaço híbrido, o urbano mesclado com o virtual do vídeo que nos remete a outro lugar, sem deixarmos de perceber onde estamos. 'Diferente do cinema, estes vídeos não nos induzem a uma imersão, eles são uma janela extra na nossa paisagem urbana' (BRUNET, DULTRA, 2009, p. 727)." (CUNHA, 2012, p. 53).