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Conferência realizada em 11 de julho de 2023 como parte dos requisitos para promoção a professora titular da UFRJ.
Este artigo busca identificar narrativas de esperança produzidas por artistas e grupos culturais que desenvolvem suas atividades tendo como referência cultural as periferias brasileiras. Tais sujeitos periféricos se encontram em um... more
Este artigo busca identificar narrativas de esperança produzidas por artistas e grupos culturais que desenvolvem suas atividades tendo como referência cultural as periferias brasileiras. Tais sujeitos periféricos se encontram em um “momento de perigo”, na expressão de Walter Benjamin, ameaçados pelo recrudescimento da violência armada contra a população negra e favelada, pelo aprofundamento da desigualdade econômica, pela destruição das políticas públicas de cultura e pela pandemia de COVID-19. Em tal contexto, esses sujeitos buscam se reinventar para seguir realizando seus trabalhos artísticos e culturais. Essas narrativas de esperança são compreendidas aqui como prática, em diálogo com a linguística aplicada e a antropologia linguística, bem como com a ótica bakhtiniana da linguagem como interação. Este artigo se filia ainda às reflexões antropológicas propostas por Vincent Crapanzano, Arjun Appadurai e outros que vêm se dedicando a configurar uma Antropologia do Futuro e uma Antr...
Resumo: Este artigo analisa um evento ocorrido durante pesquisa de campo realizada no Complexo do Alemao entre 2012 e 2014. A partir de um grafite pintado nos escombros de uma casa removida pelas obras do PAC (Programa de Aceleracao do... more
Resumo: Este artigo analisa um evento ocorrido durante pesquisa de campo realizada no Complexo do Alemao entre 2012 e 2014. A partir de um grafite pintado nos escombros de uma casa removida pelas obras do PAC (Programa de Aceleracao do Crescimento, lancado em 2007 pelo governo federal), e sua posterior destruicao pelas autoridades municipais cariocas, a autora reflete sobre o significado da arte no contexto de culturas de sobrevivencia, categoria analitica desenvolvida a partir da fala de um interlocutor da pesquisa, artista e morador do territorio. Sobreviver e entendido como experiencia de driblar adversidades e produzir conhecimento e criatividade a partir da precariedade material e de direitos. Tal experiencia molda relacoes temporais especificas e, no caso da criacao estetica, implica pensar a efemeridade e a perenidade da arte quando a vida esta sob permanente ameaca. Palavras-chave: Arte. Complexo do Alemao. Culturas de Sobrevivencia “THE STAIRS OF MEMORY”: ART AND SURVIVAL I...
Este trabalho e fruto da minha pesquisa de doutorado na area de Antropologia Urbana, sob orientacaodo professor Gilberto Velho. O seu objetivo e, a partir do caso especifico de Nelson Rodrigues, procurar relacionar a trajetoria individual... more
Este trabalho e fruto da minha pesquisa de doutorado na area de Antropologia Urbana, sob orientacaodo professor Gilberto Velho. O seu objetivo e, a partir do caso especifico de Nelson Rodrigues, procurar relacionar a trajetoria individual do artista, em especial a sua experiencia urbana, e a sua criacao, onde a cidade aparece nao somente como cenario das tramas, mas tambem como elemento constitutivo de sua obra e de sua visao de mundo. Ha varias maneiras de se perceber e expressar a cidade atraves da literatura, reveladoras de tipos de sensibilidades especificas formadas no ambiente urbano. Investigar o processo de construcao do Rio de Janeiro de Nelson Rodrigues e buscar descobrir algo acerca dessa elaboracao de leituras da cidade que e caracteristica da literatura contemporânea. Palavras-chave: literatura; trajetoria; experiencia urbana.
Esse artigo é desdobramento de uma pesquisa de doutorado realizada em lan houses das favelas de Acari e Santa Marta e é também um esforço de reflexão sobre os recentes episódios dos rolezinhos nos shoppings em São Paulo. Pretendemos... more
Esse artigo é desdobramento de uma pesquisa de doutorado realizada em lan houses das favelas de Acari e Santa Marta e é também um esforço de reflexão sobre os recentes episódios dos rolezinhos nos shoppings em São Paulo. Pretendemos levantar alguns questionamentos sobre as práticas de consumo da camadas populares e sua relação com os discursos de inclusão social, bem como a visão moralizante voltada para o disciplinamento os corpos dos jovens de periferias.. Para tal, começaremos apresentando um panorama geral do funcionamento das lan houses,  estabelecimentos recorrentemente demonizados, analisando os discursos de inclusão social/digital para em seguida tecer algumas considerações do que observamos desses espaços para além de pontos de acesso pago à internet. Por último, analisaremos os rolezinhos e seus impactos sob a ótica do consumo como interação social e da experiência de segregação em alguns dos espaços a ele consagrados.  
... Hoje, a determinação legal, reforçada pela recente lei Álvaro Lins, de que a realização dos bailes funk depende da aprovação dos comandantes de batalhões da polícia militar responsáveis pela área faz com que seja ... Bauru, EDUSC.... more
... Hoje, a determinação legal, reforçada pela recente lei Álvaro Lins, de que a realização dos bailes funk depende da aprovação dos comandantes de batalhões da polícia militar responsáveis pela área faz com que seja ... Bauru, EDUSC. MALAGUTI, Vera. Difíceis ganhos fáceis. ...
Artigo produzido em resposta aos artigos de Vladimir Safatle, publicados na Folha de S. Paulo nos dias 09/10/2015 e 16/10/2015, que versavam sobre a regressão musical no Brasil contemporâneo.
In January 2017 a controversy over the harmonization of DJ Jorgin’s music production for MC G15’s ‘Deu onda’ arose on social media and hit the mainstream press while, on YouTube, the video-clip was garnering millions of views per day. The... more
In January 2017 a controversy over the harmonization of DJ Jorgin’s music production for MC G15’s ‘Deu onda’ arose on social media and hit the mainstream press while, on YouTube, the video-clip was garnering millions of views per day. The disputation involved artists from other generations committed to other technical processes who effaced the DJ’s intentions. Music analysis takes his word as its point of departure to reveal the interplay between lines, their organization into threads, and the harmonic role of brakes. A survey of the uses to which harmony has been put in funk carioca shows that ‘Deu onda’ brings into play characteristics of both electronic dance music and song to generate a hybrid between two subgenres, hence the unorthodox nature of its harmonization. The textural construction of the beat synthesizes the biases towards complexity and minimalism that marked funk carioca between 2007 and 2014, DJ Jorgin’s formative years.
Brazilian favelas and peripheries are constantly threatened by the state, from the promotion of extreme precariousness to outright extermination. Yet, the working class therein, especially the young and mostly black, continue to turn... more
Brazilian favelas and peripheries are constantly threatened by the state, from the promotion of extreme precariousness to outright extermination. Yet, the working class therein, especially the young and mostly black, continue to turn everyday life into language so as to account for their world, survive and dream. Drawing on fieldwork as well as on the writings of Jacques Derrida and Homi Bhabha, we arrive at the notion ofsurvival arts, which we use as a descriptor for their artistic production. Through descriptions of funk carioca and xarpi we analyse how survival arts can defy the logic of the commodity-city and present dreams of possible futures.
Resumo O Baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, Morro da Chatuba, parte do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma... more
Resumo O Baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, Morro da Chatuba, parte do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro em 2012 restringiram o uso da Quadra, e o Baile foi suspenso. Em 2014 a Secretaria de Cultura do Estado patrocinou seu retorno, negociado entre os realizadores, integrantes da UPP, a Secretaria de Cultura, varejistas de substâncias ilícitas e moradores. Excluiu-se o subgênero de funk carioca cujas narrativas evocam a vida no crime: o proibidão, em função do qual o evento se tornara conhecido. Pesquisa histórica, análises fonográficas e trabalho de campo conduzido entre 2005 e 2015 reúnem-se nos âmbitos de uma antropologia urbana e de uma musicologia relacional (Born 2010) para inserir tal processo na história da criminalização das festas populares do bairro da Penha. Eximidos de uma visão linear e evoluci...
DESCRIPTION Paper read at Segundo Simpósio de Pesquisadores de Funk Carioca, Federal University of Rio de Janeiro (UFRJ), Rio de Janeiro, 13 May 2015.
Discutimos as transformações do Baile da Chatuba, realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, na Penha. Considerada o Maracanã do Funk, a Quadra da Chatuba teve seus usos transformados em 2010 a partir da ocupação militar... more
Discutimos as transformações do Baile da Chatuba, realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, na Penha. Considerada o Maracanã do Funk, a Quadra da Chatuba teve seus usos transformados em 2010 a partir da ocupação militar das favelas da Penha, e da subsequente instalação de uma UPP naquele espaço. O uso comunitário da quadra foi restringido, regulado pela polícia, e o baile, proibido. Em 2014, entretanto, um edital lançado pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro contemplou o projeto de realização de bailes funk na Chatuba, e abriu assim uma via de negociação para a volta do Maracanã do Funk. Tal negociação envolveu os realizadores do baile, o comando da UPP da Chatuba, os comerciantes varejistas de substâncias ilícitas, a Secretaria de Cultura, e moradores do local. Difícil, ela resultou em arranjo frágil que permitiu, em novos moldes, o retorno dos bailes. Além da regulação dos horários de início e término, o repertório necessita ser readequado ao cont...
Survival and narratives are not unrelated phenomena; both are part of the same fabric where survival informs and is informed by narratives. We share a position held by many linguist anthropologists that understands narratives as a mode of... more
Survival and narratives are not unrelated phenomena; both are part of the same fabric where survival informs and is informed by narratives. We share a position held by many linguist anthropologists that understands narratives as a mode of action in the world, or a performance. While situating ourselves in an interdisciplinary field, we interweave narratives produced by Janaina and Calazans, coauthors of this article and university students who inhabit peripheral spaces in Rio de Janeiro and promote cultural interventions in their neighborhoods and beyond. In ethnographically listening to the stories of literacy of these young scholars, we intend to highlight the agentive stance of those who were subjected to a subaltern position in modernity but do not surrender passively to writing; they instead engage with writing and consequently transform its meanings, thus constituting themselves as authors of their own histories and reinventing modes of acting, narrating and surviving linguist...
RESUMO Este artigo propõe a noção etnográfica e situada de transletramentos. Argumentamos que transletramentos são práticas de uso social da escrita que replicam e deslocam experiências de socialização mediadas por essa tecnologia e... more
RESUMO Este artigo propõe a noção etnográfica e situada de transletramentos. Argumentamos que transletramentos são práticas de uso social da escrita que replicam e deslocam experiências de socialização mediadas por essa tecnologia e adquiridas em diversas agências de letramento - portos de passagem como a escola, a igreja, a família, o grupo musical, os coletivos políticos. Baseados em evidência empírica de nossa pesquisa sobre letramentos, produção cultural e regimes metapragmáticos no Complexo do Alemão/RJ e no diálogo com Raphael Calazans e Janaína Tavares, jovens que transitam por diferentes espaço-tempos sociais, propomos ainda que transletramentos são metáforas importantes para entender a questão da sobrevivência. Ao extrapolar circunscrições como vida e morte, escola e sociedade, estado democrático e estado penal, a sobrevivência nos permite trazer à tona reflexões sobre as estratégias que os sujeitos subalternizados encontram para escrever as suas próprias histórias.
O Baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, Morro da Chatuba, parte do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade... more
O Baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, Morro da Chatuba, parte do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro em 2012 restringiram o uso da Quadra, e o Baile foi suspenso. Em 2014 a Secretaria de Cultura do Estado patrocinou seu retorno, negociado entre os realizadores, integrantes da UPP, a Secretaria de Cultura, varejistas de substâncias ilícitas e moradores. Excluiu-se o subgênero de funk carioca cujas narrativas evocam a vida no crime: o proibidão, em função do qual o evento se tornara conhecido. Pesquisa histórica, análises fonográficas e trabalho de campo conduzido entre 2005 e 2015 reúnem-se nos âmbitos de uma antropologia urbana e de uma musicologia relacional (Born 2010) para inserir tal processo na história da criminalização das festas populares do bairro da Penha. Eximidos de uma visão linear e evolucionista da história (Benjamin 1985), a Festa da Penha e o Baile da Chatuba emergem como alegorias de uma história de longa duração das culturas da diáspora negra. Essa história articula criminalização e sobrevivência, e sugere que o proibidão seja parte de construções de identidade referenciadas nas experiências compartidas da violência armada e da violação de direitos.
“THE STAIRS OF MEMORY”: ART AND SURVIVAL IN THE COMPLEXO DO ALEMÃO Abstract: This article analyses an event that took place during field research in Complexo do Alemão between 2012 and 2014. Based on a graffiti painted on the ruin... more
“THE STAIRS OF MEMORY”: ART AND SURVIVAL IN THE COMPLEXO DO ALEMÃO





Abstract: This article analyses an event that took place during field research in Complexo do Alemão between 2012 and 2014. Based on a graffiti painted on the ruin of a house destroyed by the PAC (Growth Acceleration Program, launched in 2007 by the federal government), and its subsequent destruction by Rio's municipal authorities, the author reflects on the meaning of art in the context of cultures of survival, an analytical category developed from the speech of an artist, and resident of the territory. Survival is understood as the experience of dribbling adversity and producing knowledge and creativity from material precariousness and lack of rights. Such experience shapes specific temporal relationships and, in the case of aesthetic creation, implies thinking about the ephemerality and perenniality of art when life is under permanent threat.

Keywords: Art. Complexo do Alemão. Cultures of Survival
Resumo: Sobrevivência e narrativas não são fenômenos separados; elas são parte de uma mesma fábrica em que a sobrevivência informa e é informada por narrativas. Compartilhamos a visão de alguns autores da antropologia linguística, na qual... more
Resumo: Sobrevivência e narrativas não são fenômenos separados; elas são parte de uma mesma fábrica em que a sobrevivência informa e é informada por narrativas. Compartilhamos a visão de alguns autores da antropologia linguística, na qual narrativa é entendida como uma forma de agir no mundo, ou melhor, uma performance. Situados em um campo de estudos interdisciplinar, costuramos as narrativas de Janaína e Calazans, coautores deste artigo, estudantes universitários, moradores de áreas subalternizadas na cidade do Rio de Janeiro e produtores de intervenções culturais. A partir da escuta etnográfica da história de letramento desses dois jovens, buscamos trazer à tona a forma pela qual aqueles/as que foram subalternizados pela modernidade não se entregam pacificamente à escrita, mas dela se apropriam, transformando seus significados, constituindo-se como autores de suas próprias histórias e reinventando formas de agir, de narrar e de sobreviver linguística e culturalmente. Palavras-chave: sobrevivência; narrativa; letramentos de sobrevivência; antropologia linguística. LITERACIES OF SURVIVAL: WEAVING VOICES AND HISTORIES Abstract: Survival and narratives are not unrelated phenomena; both are part of the same fabric where survival informs and is informed by narratives. We share a position held by many linguist anthropologists that understands narratives as a mode of action in the world, or a performance. While situating ourselves in an interdisciplinary field, we interweave narratives produced by Janaína and Calazans, coauthors of this article and university students who inhabit peripheral spaces in Rio de Janeiro and promote cultural interventions in their neighborhoods and beyond. In ethnographically listening to the stories of literacy of these young scholars, we intend to highlight the agentive stance of those who were subjected to a subaltern position in modernity 679 but do not surrender passively to writing; they instead engage with writing and consequently transform its meanings, thus constituting themselves as authors of their own histories and reinventing modes of acting, narrating and surviving linguistically and culturally.
This article proposes the ethnographic metaphor of transliteracies. We understand transliteracies as practices of social use of writing which replicate and displace experiences of socialization mediated by the technology of writing and... more
This article proposes the ethnographic metaphor of transliteracies. We understand transliteracies as practices of social use of writing which replicate and displace experiences of socialization mediated by the technology of writing and acquired in multiple literacy agencies – transit points such as the school, the church, the family, the musical group, the political group. Based on empirical evidence from our research on literacies, cultural production and metapragmatic regimes in the Complexo do Alemão/RJ and on the dialogue with Raphael Calazans and Janaína Tavares, youths who circulate around different social time-spaces, we also argue that transliteracies are important metaphors to understanding the question of survival. While exceeding modern boundaries such as life and death, school and society, rule of law and penal state, survival permits that we think about the strategies devised by subaltern subjects in their inscribing of their own histories.
Keywords: transliteracies; literacies of survival; linguistic ethnography.
Research Interests:
The Complexo do Alemão, a group of 12 favelas in Rio de Janeiro, attracted the attention of Brazilian and International corporate media when the police and the army ‘pacified’ the favelas in 2010. Part of a broader political and economic... more
The Complexo do Alemão, a group of 12 favelas in Rio de Janeiro, attracted the attention of Brazilian and International corporate media when the police and the army ‘pacified’ the favelas in 2010. Part of a broader political and economic project to make Rio de Janeiro ‘safe’ for large-scale events, pacification consists of seizing back territories from the control of drug dealers by installing perma- nent police units. This paper focuses on how different discourses on the ‘pacifi- cation’ of the Alemão simultaneously entextualized and projected trajectories of reception, interpellation and agency. It also delineates different and competing communicable maps (Briggs 2007) of these trajectories of signs. While looking at ethnographic evidence from local reception of mediatized signs and people’s own communicable maps, it draws attention to major gaps in communicable constructions of pacification, thus attempting to accentuate some complexities of Rio’s mainstream pragmatics of circulation.
O presente artigo discutirá a inclusão sob o prisma do consumo pensando questões contemporâneas, sobretudo, no campo juvenil. Apresentando como analisadores as lan houses e os rolezinhos, problematizaremos o consumo na sociedade atual... more
O presente artigo discutirá a inclusão sob o prisma do consumo pensando questões contemporâneas, sobretudo, no campo juvenil. Apresentando como analisadores as lan houses e os rolezinhos, problematizaremos o consumo na sociedade atual construindo um panorama teórico acerca da referida temática. Baseado em pesquisas etnográficas desenvolvidas em favelas cariocas, o presente texto trás ao leitor uma reflexão acadêmica sobre o lugar que as periferias vêm ocupando numa sociedade de capitalismo avançado e globalizada. O olhar sobre as lan houses de Acari, na Zona Norte carioca, e Santa Marta, Zona Sul da cidade maravilhosa, são aprofundados com a discussão sobre os rolezinhos paulistas e seus impactos. Os limiares entre inclusão e segregação são abordados sob a ótica do consumo, refletindo sobre os discursos de incorporação das classes populares, a suposta democratização do acesso a determinados bens e serviços e o recrudescimento de limites e fronteiras que demarcam a distinção de classes.
Palavras chave: Consumo;Inclusão;Segregação;Lan Houses
Rolezinhos
Research Interests:
Artigo inédito sobre a experiência de articulação entre pesquisa de campo e extensão universitária.
Research Interests:
Artigo escrito a pedido do jornal Maré de Notícias em 14/09/2015, sobre o aniversário de 450 anos da cidade do Rio de Janeiro.
Research Interests:
Publicado em Revista do IEEE América Latina, v. 2, p. 65-72, 2006.
Research Interests:
Íntegra de artigo publicado na Folha de S. Paulo em 10 de maio de 2015.
Research Interests:
Artigo escrito a pedido da revista Época em maio de 2015 opinando sobre a polêmica envolvendo a sexualização de crianças no funk.
Research Interests:
Trabalho apresentado no CEMARX, UNICAMP, em 2007.
Research Interests:
RESUMO: Tido como parte importante da complexa composição de identidades juvenis das favelas cariocas, o funk foi escolhido por nossa pesquisa como um dispositivo para analisar os impactos culturais da instalação das Unidades de Polícia... more
RESUMO: Tido como parte importante da complexa composição de identidades juvenis das favelas cariocas, o funk foi escolhido por nossa pesquisa como um dispositivo para analisar os impactos culturais da instalação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Com a presença constante do policiamento militar, há uma alteração em relação às práticas funkeiras que já são historicamente marcadas por intensa criminalização. Nas páginas deste artigo, pretendemos problematizar as políticas públicas de cultura para o funk, tendo o edital da Secretaria Estadual de Cultura para o Funk (2012) como objeto de investigação e o baile da Chatuba, premiado por tal edital, como um estudo de caso.
PALAVRAS-CHAVE: Funk, Pacificação, Políticas Culturais, Baile da Chatuba
Research Interests:
Memorial feito para o concurso para professor do PPGAS/Museu Nacional/UFRJ em 2012
Research Interests:
Trabalho apresentado na 29a RBA em Natal, Rio Grande do Norte, agosto de 2014.
Research Interests:
Research Interests:
In: Márcia Adriana Fernandes; Roberta Duboc Pedrinha. (Org.). Escritos Transdisciplinares de Criminologia, Direito e Processo Penal: homenagem aos mestres Vera Malaguti e Nilo Batista. 1ed.Rio de Janeiro: Revan, 2014, v. 1, p. 39-47.
Research Interests:
Fala no XIII Seminário dos Alunos do PPCIS/UERJ em 28/11/2014, em mesa redonda sobre Academia e Militância.
Research Interests:
Obra em que saiu publicado nosso artigo Funk Pacificado? Reflexões sobre a Implementação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) e seus Impactos Culturais
Research Interests:
Research Interests:
Livro sobre o Complexo do Alemão, organizado por Rute Imanishi, no qual publiquei artigo sobre o curso de extensão Vamos desenrolar.2016
Research Interests:
Livro organizado por João Quadros no qual publiquei o artigo Cultura como crime. Cultura como direito. 2016
Research Interests:
Research Interests:
Resenha do livro de Heraldo HB, O cerol fininho da Baixada.
Research Interests:
Fala na audiência pública sobre a criminalização do funk na Comissão de Cultura da Câmara dos Deputados, em 25 de abril de 2019
Research Interests:
Research Interests:
Entrevista concedida a Aline Maia para o Acessa.com em 16/12/2014
Research Interests:
Discutimos as transformações do Baile da Chatuba, realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, na Penha. Considerada o Maracanã do Funk, a Quadra da Chatuba teve seus usos transformados em 2010 a partir da ocupação militar... more
Discutimos as transformações do Baile da Chatuba, realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, na Penha. Considerada o Maracanã do Funk, a Quadra da Chatuba teve seus usos transformados em 2010 a partir da ocupação militar das favelas da Penha, e da subsequente instalação de uma UPP naquele espaço. O uso comunitário da quadra foi restringido, regulado pela polícia, e o baile, proibido. Em 2014, entretanto, um edital lançado pela Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro contemplou o projeto de realização de bailes funk na Chatuba, e abriu assim uma via de negociação para a volta do Maracanã do Funk. Tal negociação envolveu os realizadores do baile, o comando da UPP da Chatuba, os comerciantes varejistas de substâncias ilícitas, a Secretaria de Cultura, e moradores do local. Difícil, ela resultou em arranjo frágil que permitiu, em novos moldes, o retorno dos bailes. Além da regulação dos horários de início e término, o repertório necessita ser readequado ao contexto militarizado, excluído justamente o subgênero pelo qual, em termos musicais, o Baile da Chatuba, é renomado: o Proibidão. Denominado “música da Penha” ou “música que fala da Penha”, esse tipo de Funk associa-se ali ao Comando Vermelho e é parte de processos de construções identitárias fortemente referenciadas ao território e ao compartilhamento de experiências ligadas à presença da violência armada e à violação cotidiana de direitos. Através de trabalho de campo, de entrevistas com artistas, produtores e frequentadores, da análise de músicas que foram sucesso antes da pacificação, e da semiologia do discurso, problematizamos o processo para inseri-lo na história do bairro da Penha e da criminalização de suas festas populares.
Prefácio para o livro da historiadora Juliana da Silva Bragança, que analisa a cobertura jornalística do Jornal do Brasil sobre o funk no Rio de Janeiro, entre 1990 e 1999.
Orelha do livro Até o Último Homem, de Felipe Brito e Pedro Rocha de Oliveira (orgs.).
Research Interests:
Prefácio escrito para o livro “MÚSICA DE SUBÚRBIO”
Cultura popular e música popular na hipermargem de Belém do Pará, de Tony Leão da Costa (no prelo)
Research Interests:
Memorial apresentado como parte da avaliação para promoção a professora titular do Departamento de Antropologia do Museu Nacional/UFRJ.
Texto apresentado no congresso Sonologia 2019, em São Paulo, refletindo sobre o funk e sua criminalização a partir do mito grego de Eros.
Artigo no prelo. Reflexão sobre o que coletivos e agentes culturais populares na cidade do Rio de Janeiro têm a nos ensinar no contexto de crise econômica e política atual.
Research Interests:
Artigo escrito em novembro de 2015 por encomenda do Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, a propósito do aniversário de 450 anos da cidade.
Research Interests:
O presente artigo é baseado na experiência de turmas de agentes culturais populares em diferentes contextos na cidade do Rio de Janeiro. Aqui pretendemos discutir o papel desta formação a partir das óticas apontadas por Milton Santos para... more
O presente artigo é baseado na experiência de turmas de agentes culturais populares em diferentes contextos na cidade do Rio de Janeiro. Aqui pretendemos discutir o papel desta formação a partir das óticas apontadas por Milton Santos para compreender a Globalização. A temática da democratização da cultura, a lógica de projetos e captação de recursos também serão abordados com vistas a aprofundar um debate sobre políticas públicas.
Research Interests:
Artigo produzido em resposta aos artigos de Vladimir Safatle, publicados na Folha de S. Paulo nos dias 09/10/2015 e 16/10/2015, que versavam sobre a regressão musical no Brasil contemporâneo.
Research Interests:
O baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na quadra de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora no morro da Chatuba em... more
O baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na quadra de mesmo nome, na cidade do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora no morro da Chatuba em 2012 restringiram o uso da quadra, e o baile foi suspenso. Em 2014 a Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro patrocinou seu retorno, negociado entre os realizadores, a UPP, a Secretaria de Cultura, varejistas de substâncias ilícitas e moradores. Excluiu-se o proibidão, subgênero de funk carioca pelo qual o evento celebrizara-se. Trabalho de campo, entrevistas, e análises fonográficas inserem tal processo na história da criminalização das festas populares do bairro da Penha. O proibidão é parte de construções de identidade referenciadas nas experiências compartidas da violência armada e da violação de direitos.

[Trabalho submetido à Revista crítica de ciências sociais (Coimbra), número sobre “culturas musicais contemporâneas”, em 16 de julho de 2015. Rejeitado em 28 de setembro por “inadequação ao tema”, sem ser lido. Ampliado e submetido à Revista do IEB (USP) em 30 de outubro de 2015. Rejeitado em 29 fev. 2016 com dois pareceres mesquinhos: um cheio de erros de concordância, outro insatisfeito com o uso do latim. Submetido à revista Mana em 25 abr. 2016.]
Research Interests:
Artigo publicano no jornal O Dia em 04/09/2018, acerca do incêndio do Museu Nacional ocorrido no dia 2 do mesmo mês.
On 21 December 2016, MC G15 released the music video of Deu onda, produced by DJ Jorgin, on the KondZilla YouTube channel, which quickly reached the scale of three and a half million views per day. Meanwhile, an unexpected controversy... more
On 21 December 2016, MC G15 released the music video of Deu onda, produced by DJ Jorgin, on the KondZilla YouTube channel, which quickly reached the scale of three and a half million views per day. Meanwhile, an unexpected controversy over the harmony of the track developed on social networks and spread to the corporate media. Anthropology and music analysis call into question the idea of bitonality, locating the debate in the arena of conflicts between overlapping “art worlds” (Becker 1982). The “enchantment technology” (Gell 1999) of Deu onda involves: (1) construction of the texture by means of six cyclic lines, in cycles of one, two or four bars, combined with four acyclic lines; (2) organization of two harmonically complementary subgroups of lines, or threads, with different functions; (3) articulation of sections by means of six types of breques (breaks); (4) recourse to three orders of textural variation; (5) superimposition of a reggae rhythmic figure on a funk carioca figure; (6) applying to the whole melody a harmonic scheme devised for the first phrase; (7) evocation of an Afrofuturist (Eshun 2003) roda de funk (funk circle); and (8) semantic games that make the song slide between distinct subgenres. The public debate about the bitonality of Deu onda contributed to render producer-DJs of the Brazilian “funk world” (Vianna 1988) more susceptible to harmonic concerns.

Em 21 de dezembro de 2016 o MC G15 lançou no canal KondZilla do YouTube o vídeo de Deu onda, produção musical do DJ Jorgin, que rapidamente atingiu três milhões e meio de visualizações diárias. Ao mesmo tempo, desenrolava-se nas redes sociais e expandia-se para a mídia corporativa uma polêmica, inédita no funk carioca, acerca da harmonia da música. Antropologia e análise musical refutam a ideia de bitonalidade para situar o debate na arena dos conflitos entre “mundos da arte” (Becker 1982) entrecruzados. A “tecnologia de encantamento” (Gell 1999) de Deu onda envolve: (1) a construção da textura por meio de seis linhas cíclicas, em ciclos de um, dois ou quatro compassos, combinadas com quatro linhas acíclicas; (2) a organização de dois subgrupos de linhas, ou “tramas”, harmonicamente complementares, com funções diversas; (3) a articulação das seções por meio de seis tipos de breques; (4) o recurso a três ordens de variações da textura; (5) a sobreposição de uma figura rítmica característica do reggae a outra típica do funk carioca; (6) a aplicação a toda a melodia de um esquema harmônico concebido em função da primeira frase; (7) a evocação “afrofuturista” (Eshun 2003) de uma roda de funk; e (8) jogos de sentidos que fazem a música deslizar entre subgêneros distintos. O debate público acerca da bitonalidade de Deu onda contribuiu para generalizar a preocupação harmônica entre os DJs-produtores do “mundo funk” (Vianna 1988).
O Baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, Morro da Chatuba, parte do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade... more
O Baile da Chatuba é realizado desde meados dos anos 1990 na Quadra da Chatuba, Morro da Chatuba, parte do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro. A ocupação militar do Complexo da Penha em 2010 e a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Morro em 2012 restringiram o uso da Quadra, e o Baile foi suspenso. Em 2014 a Secretaria de Cultura do Estado patrocinou seu retorno, negociado entre os realizadores, integrantes da UPP, a Secretaria de Cultura, varejistas de substâncias ilícitas e moradores. Excluiu-se o subgênero de funk carioca cujas narrativas evocam a vida no crime: o proibidão, em função do qual o evento se tornara conhecido. Pesquisa histórica, análises fonográficas e trabalho de campo conduzido entre 2005 e 2015 reúnem-se nos âmbitos de uma antropologia urbana e de uma musicologia relacional (Born 2010) para inserir tal processo na história da criminalização das festas populares do bairro da Penha. Eximidos de uma visão linear e evolucionista da história (Benjamin 1985), a Festa da Penha e o Baile da Chatuba emergem como alegorias de uma história de longa duração das culturas da diáspora negra. Essa história articula criminalização e sobrevivência, e sugere que o proibidão seja parte de construções de identidade referenciadas nas experiências compartidas da violência armada e da violação de direitos.
Na sexta-feira, 9 de outubro de 2015, o professor de Filosofia da USP e colunista da Folha de S. Paulo Vladimir Pinheiro Safatle publicou sob o título “O fim da música” doze parágrafos de críticas à música popular urbana. Na sexta... more
Na sexta-feira, 9 de outubro de 2015, o professor de Filosofia da USP e colunista da Folha de S. Paulo Vladimir Pinheiro Safatle publicou sob o título “O fim da música” doze parágrafos de críticas à música popular urbana. Na sexta seguinte ele fez frente à onda de reações negativas com mais seis parágrafos intitulados “Os alicerces da cidade”. Vladimir Safatle reiterou suas posições perante Adriana Couto no programa Metrópolis, da TV Cultura, na noite de terça, 3 de novembro. Em resposta à coluna de 9 de outubro, publicamos na rede Academia.edu, quarta-feira, 21 de outubro, o texto “A ferro e fogo: tiro, porrada e bomba”. O presente comentário expande-o para abarcar a entrevista de 3 de novembro.

Na primeira seção, “Fim de uma música”, expomos a crise do modernismo musical através de excertos de Oswald Spengler e Theodor Adorno. Na segunda, “Tentativa de assassinato de outra”, deslindamos os três eixos fundamentais da crítica de Vladimir Safatle. “Cinquenta falácias”, a terceira seção, identifica vícios de método. Na quarta, “Culturas de sobrevivência”, baseamo-nos em etnografia para delinear uma poética de escuta das músicas da diáspora africana. Na quinta, “Sobrevivência de culturas”, mostramos de que maneira o funk carioca e o hip-hop paulista tensionam a produção da cultura popular. A seção final, “A música e a peste”, parafraseia Antonin Artaud para afirmar a potência curativa da atual música urbana.
O curso tem como objetivo discutir em perspectiva interdisciplinar a relação entre criação/produção musical, diáspora africana e tecnologias de registro fonográfico em diferentes contextos históricos e territoriais contemporâneos. As... more
O curso tem como objetivo discutir em perspectiva interdisciplinar a relação entre criação/produção musical, diáspora africana e tecnologias de registro fonográfico em diferentes contextos históricos e territoriais contemporâneos. As Américas produziram diversas manifestações dessas músicas em diáspora e através de outros movimentos de um complexo chamado Atlântico Negro — algumas delas, como o hip-hop, o dancehall e o funk carioca, intrinsecamente associadas a sociabilidades juvenis. Dialogaremos com autores clássicos que se voltaram para a relação entre música e sociedade, e com etnografias e registros fonográficos. Analisaremos música enquanto som organizado em suas relações com corpos, afetos e estruturas sociais, e não apenas letra e contexto. Encontros, leituras e filmes Livros e monografias integralmente citados terão os capítulos ou seções pertinentes especificados no decorrer do curso.
Research Interests:
Resumo: Sobrevivência e narrativas não são fenômenos separados; elas são parte de uma mesma fábrica em que a sobrevivência informa e é informada por narrativas. Compartilhamos a visão de alguns autores da antropologia linguística, na qual... more
Resumo: Sobrevivência e narrativas não são fenômenos separados; elas são parte de uma mesma fábrica em que a sobrevivência informa e é informada por narrativas. Compartilhamos a visão de alguns autores da antropologia linguística, na qual narrativa é entendida como uma forma de agir no mundo, ou melhor, uma performance. Situados em um campo de estudos interdisciplinar, costuramos as narrativas de Janaína e Calazans, coautores deste artigo, estudantes universitários, moradores de áreas subalternizadas na cidade do Rio de Janeiro e produtores de intervenções culturais. A partir da escuta etnográfica da história de letramento desses dois jovens, buscamos trazer à tona a forma pela qual aqueles/as que foram subalternizados pela modernidade não se entregam pacificamente à escrita, mas dela se apropriam, transformando seus significados, constituindo-se como autores de suas próprias histórias e reinventando formas de agir, de narrar e de sobreviver linguística e culturalmente. Palavras-chave: sobrevivência; narrativa; letramentos de sobrevivência; antropologia linguística. LITERACIES OF SURVIVAL: WEAVING VOICES AND HISTORIES Abstract: Survival and narratives are not unrelated phenomena; both are part of the same fabric where survival informs and is informed by narratives. We share a position held by many linguist anthropologists that understands narratives as a mode of action in the world, or a performance. While situating ourselves in an interdisciplinary field, we interweave narratives produced by Janaína and Calazans, coauthors of this article and university students who inhabit peripheral spaces in Rio de Janeiro and promote cultural interventions in their neighborhoods and beyond. In ethnographically listening to the stories of literacy of these young scholars, we intend to highlight the agentive stance of those who were subjected to a subaltern position in modernity 679 but do not surrender passively to writing; they instead engage with writing and consequently transform its meanings, thus constituting themselves as authors of their own histories and reinventing modes of acting, narrating and surviving linguistically and culturally.