Fernando L C Pereira

As an extension of a project involving the evaluation of procedures for analysis of motets ‒ to be further applied over ricercares of same authorship in corresponding composition periods ‒ this study of early editions of a motet by Willaert showed text-underlay discrepancies that were evaluated on the basis of Renaissance treatises rules. The lack of correspondence between printed sources prompted an evaluation of the available manuscripts of this motet. Thus a detailed study was undertaken by registering the position of the text over a bar template based on Zenck’s 1950 edition. This confirmed the existence of some stemmatic relationships between the various manuscripts. The weak correlation between the four printings suggested, however, that they descend from manuscripts, instead from each other, except for the Augsburg print. This evidenced the existence of two lines of transmission of this motet from Italy to Prussia, and corroborated the hypothesis that many of the surviving manuscripts are actually copies of printed sources.

Cross-reading of lute and vihuela tablatures on the keyboard: the performance of the chanson Mille regretz (attributed to Josquin Desprez) intabulated in the Tercero libro del Delphin de musica (1538), by Narváez

Abstract: This work is a continuation of a previous publication in which a method for crossreading plucked strings tablatures on the keyboard was presented. This time, some requirements were offered to perform the intabulated polyphony, going beyond those cadential articulations promoted by diminution from the vocal model. For this, plagal cadences (quite common in pieces in E modes) were treated as potential caesuras in the musical setting, and their effect was evaluated against authentic cadence-mediated articulations. Keywords: Renaissance tablatures. Polyphony. Plucked string instruments. Keyboard instruments. Performance.

Resumo: Este trabalho é uma continuação de uma publicação anterior onde foi apresentado um método para leitura cruzada de tablaturas de cordas dedilhadas ao teclado. Desta vez, foram apresentados alguns requisitos para a performance da polifonia intabulada, indo além das articulações cadenciais promovidas pela diminuição do modelo vocal. Para isto, cadências plagais (bastante comuns em peças nos modos em Mi) foram tratadas como potenciais cesuras no arranjo musical do texto, e seu efeito foi avaliado frente às articulações mediadas por cadência autênticas. Palavras-chave: Tablaturas renascentistas. Polifonia. Instrumentos de cordas dedilhadas. Instrumentos de teclado. Performance.

Durante uma investigação recente que culminou na publicação do capítulo “Relações estruturais entre texto e música em processos imitativos no moteto a quatro vozes” (Nogueira; M., Pereira, F.; Iafelice, C., 2021), observou-se a ocorrência inusitada de sílabas “ut sol” ao longo da parte final do moteto “Isti sunt”, de Palestrina. As notas musicais derivadas destas sílabas geravam relações melódicas de quinta justa ascendente, iniciando-se em g ou em c, de forma sistemática, revelando uma possível inter-relação texto-melodia via codificação por hexacordes. No presente trabalho, tais relações são exploradas a partir de peças selecionadas por prospecção quanto à ocorrência do motto silábico “ut sol”, revelando a predileção de Palestrina por este recurso, possivelmente introduzido por Josquin Desprez em um de seus motetos “Illibata dei virgo nutrix” ou “Virgo prudentissima”. Também inusitada foi a constatação de relações “ut sol” em posições hexacordais “re la”, demonstrando uma flexibilidade para adequação a modos dórico/hipodórico transpostos per bemolle, por diversos compositores. O escopo deste trabalho não permitiu abarcar estudos de transmissão de fontes primárias contendo as obras aqui selecionadas, tal que este expediente será efetuado em uma futura ‘parte 2’, visando estreitar possíveis influências desta técnica entre tais compositores.
Palavras-chave: motto silábico; hexacordes; Josquin; Palestrina; modos.

Ut Josquin Palestrina? Part 1. The melodic conversion of the syllabic motto ‘ut sol’ by hexachords in motets with or without transposition per bemolle

During a recent investigation that culminated in the published chapter “Structural relationships between text and music in imitative processes in the four-voice motet” (Nogueira; M., Pereira, F.; Iafelice, C., 2021), it was observed the unusual occurrence of “ut sol” syllables along the final part of Palestrina's motet “Isti sunt”. The musical notes derived from these syllables generated melodic relations of ascending perfect fifth, starting in g or c, in a systematic way, revealing a possible text-melody interrelation via hexachord encoding. In the present work, such relationships are explored in pieces selected by prospecting for the occurrence of the syllabic motto “ut sol”, revealing Palestrina's predilection for this resource, possibly introduced by Josquin Desprez in one of his motets “Illibata dei virgo nutrix ” or “Virgo prudentissima”. Also unusual was the finding of “ut sol” relations in “re la” hexachord positions, demonstrating flexibility for adaptation to the doric/hypodoric modes transposed per bemolle, by several composers. The scope of this work did not allow to include studies of transmission of primary sources containing the works selected here, such that this expedient will be carried out in a future ‘part 2’, aiming to narrow down possible influences of this technique among such composers.

Renaissance tablatures for plucked strings such as lute and vihuela form a vast repertoire of pieces whose transmission ranges from 'single' to multiple, and which can serve both for performance, research and modern critical editions. On the other hand, researchers who are not used to this type of notation may find it difficult to use, even when performing on other instruments. In this article, a rudimentary method for cross-reading this repertoire on the keyboard is presented, based on the distinction between diatonic or chromatic nature for numerical tablatures for keyboard or strings, respectively, aiming at a broader application of this repertoire in research and performance.

In the present work, a systematic cadential analysis is
carried out on Josquin’s psalm motet “Miserere mei, Deus”. A varied
typology for cadences is discussed, including the deduction of
melodic clausulae for the components of Burmeister’s clausula
octophona, allowing its application in the analysis of plagal
cadences. Considering the motto of this motet as a key piece to
understand its overall design, a series of analytical approaches were
undertaken to determine cadential patterns that could reinforce
results previously obtained by Patrick Macey, working mainly with
motivic analysis over the same motet. So, it was possible to confirm
not only Macey’s thematic subgroupings, but too the applicability of
new developed tools for this kind of analysis.

In the late 14th and early 15th centuries, an important tradition on musical borrowing was consolidated in Europe, becoming a key element in the development of compositional processes. In this work, a Binchois' chanson is compared with tenors in Isaac's works by means of cadential analysis, indicating a faithful relation between cadence patterns in the beginning and ending of each tenor fragment in a mass and a motet paraphrased from the chanson. A new terminology, the "Variant" cadence, is suggested for cadential analysis purposes.

The secular Latin motet, developed from everyday themes in the 15th-century, assumed a humanistic bias from the 16th-century onwards, disseminated mainly by Conrad Celtis in northern Europe, based on lyrical works of Greek and Roman authors, arranged according to metric standards that do not fit the conventional metrics of polyphony. Composers such as Senfl and Hofhaimer represent the apogee of this writing, which especially contemplated Horace’s Epodes; other texts, such as Virgil’s Aeneid verses, would also be arranged in the typical models of the sacred motet, but probably under the influence of Isaac’s metrical arrangements at the end of the 15th-century; one of these texts, “Dulces exuviae”, under goes no less than eighteen arrangements throughout the 16th-century. Analysis of these arrangements points to a greater commitment to
the Dactil hexameter when the texture tends to homophony.

Como extensão de um trabalho anterior, a análise de inflexões ficta e recta em Magnum haereditatis mysterium de Willaert foi realizada com base em convenções de clausulae cadenciais, causa necessitatis e causa pulchritudines sobre publicações de época em manuscritos e impressos editados em livros de parte e de côro e em tablatura, além de uma edição moderna por Zenck. Tanto a natureza das ocorrências de inflexões ficta e recta bem como as discrepâncias de atribuição entre a tablatura de Gintzler e a edição de Zenck foram esclarecidas, porém em oposição à idéia geral de que tablaturas sejam fontes seguras para a interpretação por deductio, uma vez observados hexacordes molle e durum concomitantes no exemplar estudado.

O histórico da recepção de Magnum haereditatis mysterium a partir de fontes primárias do cantochão é traçado em direção às publicações de época dos motetos homônimos arranjados por Willaert. A análise do cantochão mostra que suas fontes podem seguir duas correntes, uma com o modo hipodórico transposto e outra sem a transposição. Estas fontes foram comparadas, paralelamente ao Liber usualis, aos correspondentes canti firmi de edições dos motetos de Willaert a quatro ou a cinco vozes, visando uma compreensão maior do padrão de variação entre fragmentos correspondentes dos motetos. Para este propósito, foi realizada a análise melódica e silábica do texto, de acordo com as regras de colocação silábica de Lanfranco e Stocker. Finalmente, a comparação de um manuscrito deste moteto, anterior à suas publicações é realizada, junto a uma discussão sobre cultura de impressão que sugere o envolvimento de intérpretes, compositores, editores e teóricos neste processo.

Enquanto instrumentos renascentistas de múltiplas cordas, pinçadas por plectros pela ação de um teclado, Clavisimbalum e Clavicytherium assemelham-se ao Saltério e ao Dulcimer. A construção do Clavisimbalum é detalhadaunicamente por Zwolle em 1440, com teclas paralelas às cordas dispostas em uma caixa com forma de asa única, e o Clavicytherium é retratado somente por Virdung, com teclas ortogonais às cordas dispostas em uma caixa de forma semitrapezoidal e orientada na vertical, como em pianos de armário. Tanto o Clavisimbalum como o Clavicytherium são espécies de cítaras (Zithers) compostas, como os próprios nomes evidenciam, pela adição de um teclado (clavis) a um ‘simbalum’ ou a um ‘cytherium’, termos possivelmente oriundos de cymbalum (do grego kymbalon, instrumento ‘percutido’, remetendo a um dos mecanismos de Zwolle) e do próprio zither (do grego kithara, instrumento com cordas ao longo do corpo de ressonância), mas que tecnicamente se assemelham ao Micanon e ao Qanun em suas formas mais comuns, e que podem resultar da divisão longitudinal dos saltérios de asa dupla ou trapezoidal.

Instrumentos renascentistas de cordas múltiplas percutidas se distinguem pela ação da tecla como martelo ou tangente. Ao final do século XV, o tratado "Liber proportionum musicalium" de Arnaut deZwolle apresenta plantas detalhadas para a construção de quatro instrumentos de teclado: dulce melos, clavicórdio, clavisymbalum e órgão. Nesses estágios de experimentação, a ideia de mecanizar instrumentos já existentes - como harpas, saltérios, dulcimers e monocórdios - pela incorporação de um teclado baseava-se no princípio original de produção sonora do instrumento, ou seja, por plectros (como em alaúdes e saltérios), martelos (no em dulcimers e sinos) e tangentes (como no monocórdio). Neste artigo, são discutidos dois tipos de duloce melos e dois tipos de clavicórdios.

Tratados do período testemunham a ocorrência de teclados acoplados a instrumentos de diversas categorias, refletindo mudanças no pensamento filosófico, científico e tecnologia. A exemplo, Virdung (Alemanha, início do séc. XVI) retrata instrumentos de cordas ou foles com teclado (Virginal, Clavicordium, Claviciterium, Clavicimbalum, Lyra, Orgel, Positive, Portative, Regal), em contraste com a classificação moderna de Hornbostel-Sachs, onde a família das Cítaras abrange instrumentos como monocórdio, dulcimer e saltério, além de instrumentos com teclado como clavicórdio, cravo e piano, devido às cordas se estenderem ao longo de uma caixa de ressonância. Instrumentos de cordas múltiplas como o Saltério de asa única e o Dulcimer revelam-se precursores dos instrumentos de teclas e cordas, o primeiro por sua estrutura semelhante à do cravo e o segundo pelo mecanismo de percussão, similar ao do clavicórdio, na medida em que outros instrumentos mediados por teclas, como o Autoharp e o Carrilhão portátil, derivam da adiçã do mecanismo de teclas a precursores como o Zither e o próprio Carrilhão.

Essencial no desenvolvimento da música na Idade Média, a transmissão da teoria grega por Boécio delimitou o universo da “musica recta” e o layout do teclado com B bemol. O desenvolvimento do teclado na Idade Média acompanha a evolução do órgão até o fim do século 14.  Já no século 15, o layout do teclado é complementado pela adição de outras teclas elevadas para além do B bemol, correspondendo às notas cromáticas sustenizadas F, C, G e D. Contudo, é importante frisar que a nota B bemol não era, à época, considerada nota cromática, contrariando a lógica atual das teclas “elevadas” . De fato, teclas “elevadas” encerram bemóis e sustenidos, mas a nota B bemol se diferencia das demais por ser de outra natureza, oriunda da musica recta, sendo todas as outras consideradas de natureza ficta. A razão, contudo, para a inclusão do B bemol entre as notas diatônicas está na origem do sistema diatônico, baseado no “sistema perfeito imutável” (“systema teleion ametabolon”), híbrido dos sistemas perfeitos maior e menor da Antiguidade Clássica.

De forma geral, órgãos da Idade Média não possuiriam notas cromáticas, com exceção ao Si bemol. Quase todo o entendimento que se tem sobre órgãos medievais é especulado a partir de iconografia de época, abundante na forma de ilustrações em álbuns de natureza distinta como bíblias, códices e saltérios. Porém, tal configuração no órgão mais antigo conhecido, o de Noorlanda, é cromática, o que somente se esclarece frente dois conceitos fundamentais para se compreender a teoria
da época: os de “musica recta” e “musica ficta”. No caso de órgãos portativos em iconografia, apenas o sistema “recta” constitui o teclado, assim como o rol inferior do Órgão de Norrlanda, enquanto que o rol superior nesse órgão é ocupado por notas do sistema “ficta”.

O órgão é certamente o mais antigo entre os instrumentos de teclado, representado extensivamente em iconografia pictórica, gemas, mosaicos, moedas e relevos, e sua existência remonta à antiguidade clássica, quando um engenheiro grego chamado Ctesibius (que viveu na Alexandria, no século III a.C.) teria construído pela primeira vez um 'Hydraulis'. O presente trabalho aponta para a possível genealogia do Hydraulis, seu mecanismo de funcionamento, e instrumentos similares da época.

The organ is certainly the oldest among the keyboard instruments, depicted extensively in pictorial iconography, gems, mosaics, coins and reliefs, and its existence dates back to classical antiquity, when a Greek engineer named Ctesibius (who lived in Alexandria in the third century BC) would have built a Hydraulis for the first time. The present work points to the possible genealogy of Hydraulis, its mechanism of operation, and similar instruments of the time.

Este artigo dá uma visão dos tipos de instrumentos de teclado que se desenvolveram desde a Antiguidade até o período Barroco, dando início a uma série de artigos a serem publicados na "Revista Teclas e Afins" (Brasil), no intuito de revisitar cada um destes instrumentos, com base em importantes publicações na área acadêmica.

This article gives an overview for types of keyboard instruments developed since the antiquity to the Baroque era, starting a series of articles to be published on "Revista Teclas e Afins" (Brazil), in order to revisit each one of these instruments with basis on important academic area publications.

The goal of this work was the study of structural aspects in polyphonic pieces by Adrian Willaert, aiming to identify a possible relationship between his vocal and instrumental works, namely the moteto and ricercare genres. Among the various structural aspects that served as a basis for comparison, cadence was chosen as a measurable and predominant common element, by patterns of occurrence and typology associated with a relatively well-established classification by Bernhard Meier. Some unusual cadential species were identified in Willaert’s pieces, specially the melodic clausula cantizans fuggita, which however could not be attributed to the composer without an investigation on its possible occurrence in works by influential composers such as Josquin. This observation implied in the study of primary sources previous to Willaert, in order to identify, on the one hand, aspects that corroborated the development of the instrumental music from vocal models during the fifteenth- and sixteenth-centuries and, on the other hand, possible influences related to the use of these unusual cadential species. An expanded cadential plan model was developed as the pieces were being analyzed, including a method of motivic analysis that prompted the scope examination of this converging analytical method in a piece by Clemens non Papa, a contemporary but unrelated composer to Willaert’s circle. As a consequence of this research, it was possible to identify a cadential structure nominated ‘staggered cadence’ as an ultimate means of potential articulation, besides some structural groupings in coupling with the basic cadential pattern cantizans-tenorizans, here nominated as ‘C/T-cadence’.

Resumo do painel: Os trabalhos submetidos para este painel correspondem a propostas teorico analiticas voltadas a musica polifonica e imitativa dos seculos XIV ao XVI, consideradas em sua especificidade textural. Os autores, um livre docente, um doutorando e um mestrando, pertencem a um mesmo grupo de pesquisa, devidamente cadastrado junto ao CNPq. O painel tem por objetivo apresentar propostas embasadas teoricamente que fundamentem ferramentas analiticas aplicaveis ao repertorio em foco, especialmente o relativo as formas instrumentais. Para tanto, os trabalhos combinam textos recentes com tratados antigos e seus comentaristas atuais para desenvolver conceitos e um universo terminologico especifico. Resumo do artigo 1 - Agrupamentos sonoros plenos: uma ferramenta analitica para oestudo das formas instrumentais da polifonia imitativa do seculo XVI. O conceito de agrupamento sonoro pleno objetiva criar ferramenta analiticaaplicavel a composicao instrumental polifonica imitativa do se...

Abstract: “Magnum haereditatis mysterium” a quattro is one of Willaert’s few motets featuring a migrating cantus firmus . By means of a converging strategy involving motivic and cadencial analysis, we found that some words or expressions are intensified by imitative treatment of motives. Two passages of the text are highlighted: templum dei factus est uterus nesciens virum and non est pollutus ex ea carnem assumens , the latter revealing a higher imitative density and constituting the dramatic core of the motet. “Venit vox de coelo” of Clemens non Papa on the passage of the Bible referring to Saul’s conversion don’t has a cantus firmus , but features a complex imitative polyphonic fabric. One example is particularly eloquent: that which announces the dramatic section, “Shaul, Shaul, why do you persecute me? It is hard for you to kick against the goads” by means of a semi-perfect cadence with a double cantizans - tenorizans parallel-third movement, in a contrasting remodeling of the ...

A partir de uma experiencia pratica dos autores com o repertorio madrigalistico da renascenca, traca-se um panorama historico a fim de uma maior compreensao teorica desta musica com o intuito de se aproximar de uma interpretacao historicamente informada e ao mesmo tempo contemporânea. As diminuicoes escritas a partir de madrigais originais e suas possibilidades interpretativas, bem como as complexidades e duvidas enfrentadas por quem se dedica a esta pratica, sao o foco deste artigo.

Como extensão de um trabalho anterior, a análise de inflexões ficta e recta em Magnum haereditatis mysterium de Willaert foi realizada com base em convenções de clausulae cadenciais, causa necessitatis e causa pulchritudines sobre publicações de época em manuscritos e impressos editados em livros de parte e de côro e em tablatura, além de uma edição moderna por Zenck. Tanto a natureza das ocorrências de inflexões ficta e recta bem como as discrepâncias de atribuição entre a tablatura de Gintzler e a edição de Zenck foram esclarecidas, porém em oposição à idéia geral de que tablaturas sejam fontes seguras para a interpretação por deductio, uma vez observados hexacordes molle e durum concomitantes no exemplar estudado.

O presente trabalho concentra-se no detalhamento de nomenclaturas e operações matemáticas correntes no século XVI, visando sua desambiguação frente conceituações atuais, além do esclarecimento de sua aplicação por Zarlino para o cálculo de relações intervalares, oferecendo subsídio para uma leitura contextualizada de princípios matemáticos no Le istitutioni harmoniche.