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  • Raquel Varela é historiadora e professora auxiliar com agregação na Universidade Nova de Lisboa. É investigadora inte... moreedit
A 25 de abril de 1974 um golpe de Estado levado a cabo pelo Movimento das For-ças Armadas (MFA) põe fim a 48 anos de ditadura do Estado Novo e inicia o pe-ríodo que ficaria conhecido como Revo-lução dos Cravos. O MFA granjeia de imediato... more
A 25 de abril de 1974 um golpe de Estado levado a cabo pelo Movimento das For-ças Armadas (MFA) põe fim a 48 anos de ditadura do Estado Novo e inicia o pe-ríodo que ficaria conhecido como Revo-lução dos Cravos. O MFA granjeia de imediato apoio popular e mais tarde um crescente prestígio político que o levará a ocupar um lugar de destaque na estabili-zação do Estado e na consolidação do regime democrático. Porém, sucumbirá na crise de governação imposta pela ten-são social da segunda metade de 1975. Neste artigo analisamos a ascensão e queda desse movimento de oficiais, a for-ma como ganhou apoio popular e as ra-zões explicativas do seu desmoronamen-to, um caso de estudo a nível mundial pela participação destacada que teve no derrube da mais longa ditadura militar da Europa Ocidental do século XX. Palavras-chave: militares; Movimento das Forças Armadas (MFA); Revolução dos Cravos.
THE PORTUGUESE REVOLUTION , the process popularly known as the “Carnation Revolution” that lasted from 25 April 1974 to 25 November 1975, took place against a backdrop of military humiliation in defeat by peasant guerilla movements in the... more
THE PORTUGUESE REVOLUTION , the process popularly known as the “Carnation Revolution” that lasted from 25 April 1974 to 25 November 1975, took place against a backdrop of military humiliation in defeat by peasant guerilla movements in the Portuguese colonies of Guinea-Bissau, Angola and Mozambique. However, an analysis of four distinct types of social conflicts – strikes; demonstrations; occupations of factories, other workplaces, and public services; and occupations of vacant houses – suggests that class struggle within Portugal was the essential dynamic of the Revolution. Revolution came to Portugal through an active workers’ movement against fascism within the context of a global economic crisis. Working people had decided it was time for democratic change.
O golpe militar de 25 de Abril de 1974 em Portugal determina a entrada em cena dos trabalhadores e sectores intermédios da sociedade. Há uma ligação histórica entre as conquistas dos direitos sociais e o desenvolvimento do controlo... more
O golpe militar de 25 de Abril de 1974 em Portugal determina a entrada em cena dos trabalhadores e sectores intermédios da sociedade. Há uma ligação histórica entre as conquistas dos direitos sociais e o desenvolvimento do controlo operário no processo revolucionário a partir de fevereiro de 1975. O Governo vai neste momento pôr em prática uma série de medidas sociais que visavam impedir a insurreição e que, grosso modo, vão constituir aquilo que se deter-minou chamar Estado social, isto é, a alocação de re-cursos para o trabalho através das funções sociais do Estado (educação, saúde, segurança social, lazer, desporto, transportes públicos subsidiados, rendas subsi-diadas etc.)., contra, aliás, as ordens da própria direcção militar que tinha posto fim à ditadura, o Movimento das Forças Armadas. A partir de março de 1975, com a generalização da constituição de comissões de trabalhadores e de moradores, o início da reforma agrária, e o questionamento da propriedade privada (processo que se dá por acção dos trabalhadores, muitas vezes em luta contra os despedimentos ou a descapitalização e abandono de empresas e não por estratégia da sua direcção política principal, o Partido Comunista Português), a revolução portuguesa sofre um salto qualitativo, transformando-se numa situação revolucionária de tipo 'soviético'. Palavras-chave revolução; estado social; Portugal.
A reforma agrária nos campos do sul de Portugal (1975): uma revolução na revolução Land reform in the fields of southern Portugal (1975): a revolution in the revolution La reforma agraria en los campos del sur de Portugal (1975): una... more
A reforma agrária nos campos do sul de Portugal (1975): uma revolução na revolução Land reform in the fields of southern Portugal (1975): a revolution in the revolution La reforma agraria en los campos del sur de Portugal (1975): una revolución en la revolución Resumo: Realizado a 25 de abril de 1974, depressa o golpe de Estado que derruba a ditadura origina um processo revolucionário no âmbito do qual, no sul de Portugal, a agudização da luta por melhores salários, condições de trabalho e garantia de emprego, entre assalariados rurais, com especial realce para os temporários, e os empresários agrícolas, dá lugar a um poderoso movimento de ocupações de terras, fato que torna realidade a reforma agrária, cujo enquadramento legal só vem a surgir na vigência dos IV e V Governos Provisórios liderados por Vasco Gonçalves, tendo Fernando Oliveira Baptista na pasta da Agricultura. Neste processo de ocupações de terras, que se desenrola ao longo do ano de 1975, definem-se três fases, as quais se caracterizam em articulação com o andamento da situação política do país e, por conseguinte, com a política agrária do Estado ao longo deste período. Utilizamos uma ampla gama de fontes, algumas inéditas como a documentção dos partidos políticos, as fontes dos sindicatos e comissões de trabalhadores, as disposições legais referentes ao processo e o arquivo de imagem da televisão pública RTP. Destacamos neste artigo duas conclusões principais a partir da investigação que levamos a cabo: 1) a reforma agrária é um processo que se inicia por ocupações espontâneas de terras e os partidos políticos irão responder a este processo tentando dirigi-lo; 2) a reforma agrária é determinada por um modelo assente em unidades coletivas de produção e na maximização do emprego.
Resumo Este ensaio coloca como hipótese que a regulação social realizada pelos Estados europeus entrou em colapso de forma irreversível depois da precipitação da crise econômica mundial em 2008. Fazemos uma breve introdução sobre a... more
Resumo Este ensaio coloca como hipótese que a regulação social realizada pelos Estados europeus entrou em colapso de forma irreversível depois da precipitação da crise econômica mundial em 2008. Fazemos uma breve introdução sobre a relação entre crises e revoluções a partir da perspectiva de economistas e historiadores, para depois debater a atual crise econômica e sua relação com o fim do pacto social.
Palavras-chave: revolução; crise de 2008; pacto social; estabilidade social
In the context of the Global Collaboratory on the History of Labour Relations, in this article, we relate the analysis of precarious work in Portugal to the state, in particular, as a direct participant functioning as both employer and... more
In the context of the Global Collaboratory on the History of Labour Relations, in this article, we relate the analysis of precarious work in Portugal to the state, in particular, as a direct participant functioning as both employer and mediator. In the second part, we present a short overview of the evolution of casualization in the context of employment and unemployment in contemporary Portugal (1974-2014). In the third section, we discuss state policies on labour relations, particularly in the context of the welfare state. Finally, we compare this present analysis with Swedish research done from the perspective of the state as a direct participant and mediator over the past four decades.
A revolução russa sucumbiu ao Termidor Estalinista, mas não se pode misturar a revolução – até 1927 – com a contra-revolução, daí então. Este artigo procura inserir a revolução russa no seu contexto histórico, no quadro do desenvolvimento... more
A revolução russa sucumbiu ao Termidor Estalinista, mas não se pode misturar a revolução – até 1927 – com a contra-revolução, daí então. Este artigo procura inserir a revolução russa no seu contexto histórico, no quadro do desenvolvimento desigual e combinado, entre o avanço do atraso russo em 1917 e a consolidação da social democracia alemã nos anos 20. O artigo inicia-se debatendo o impacto da I Guerra e da resistência a esta e seguidamente dialoga com a produção historiográfica realizada nas últimas duas décadas, com a abertura dos arquivos soviéticos. Argumentaremos aqui que estava tudo em aberto nos anos 20 da Europa do século XX, os germes da ditadura que se consolidou, a restauração do capitalismo que lhe seguiu, mas também a semente de uma sociedade igual e livre – e permanece hoje em aberto, ou seja, histórico.
Neste artigo analisamos a composição da força de trabalho na Europa e sua evolução, centrando-nos na relação entre precariedade, desemprego e segurança social, desde a crise de 1970 aos nossos dias, com particular atenção para as mudanças... more
Neste artigo analisamos a composição da força de trabalho na Europa e sua evolução, centrando-nos na relação entre precariedade, desemprego e segurança social, desde a crise de 1970 aos nossos dias, com particular atenção para as mudanças ocorridas depois da crise de 1970, da crise 1981-1984 e da crise de 2008. Centrar-nos-emos na composição da força de trabalho interna e externa (migrações) bem como nos efeitos a curto e médio prazo dos programas sociais focalizados e seu impacto na restruturação da força de trabalho, que veio colocar em causa o pacto social erguido na Europa do Norte e centro no pós guerra e na Europa do sul depois da revolução portuguesa e da transição espanhola nos anos 70 do século XX. As fontes deste trabalho são quantitativas (estatísticas da Comissão Europeia, análise de balanços sociais de empresa, Eurostat e INE) e qualitativas (pesquisa da evolução das políticas sindicais, entrevistas, entre outras). Palavras-chave: Seguridade Social. Desemprego. Precariedade. Relações Laborais. Europa.
Com muita frequência é possível encontrar análises sobre a história europeia do séc. XX que não passam de justificações ideológicas do tempo presente, seja a partir de pressupostos a orbitar Washington ou premissas irradiadas desde... more
Com muita frequência é possível encontrar análises sobre a história europeia do séc. XX que não passam de justificações ideológicas do tempo presente, seja a partir de pressupostos a orbitar Washington ou premissas irradiadas desde Moscou, isso para não mencionar as teses pós-modernas ou neoconservadoras. Argumentamos nesse artigo que, para retomar a iniciativa e a luta pela autodeterminação dos trabalhadores e povos europeus, é preciso, também, uma nova escrita da história eu-ropeia recente. Nada disso é possível sem levar em conta a tradição inte-lectual e o movimento político que tem lugar a partir do legado de Karl Marx.
Palavras-chave: Marx; Europa; história social; autodeterminação.
O presente artigo analisa a evolução histórica do Estado Social em Portugal e da Seguridade Social e sua relação com as políticas so- ciais de emprego/desemprego involuntário desde o nascimento do Estado Social na Revolução dos... more
O presente artigo analisa a evolução histórica do Estado Social em Portugal e da Seguridade Social e sua relação com as políticas so- ciais de emprego/desemprego involuntário desde o nascimento do Estado Social na Revolução dos Cravos até aos nossos dias, com a generalização dos programas assistenciais focalizados, que revertem o caráter de universalidade do Estado Social. Argumentamos aqui que o desemprego tem sido custeado essencialmente pelos traba- lhadores através do fundo de seguridade social.
Há 50 anos, em Maio de Junho de 1968, teve lugar a maior greve geral da história da Europa. Esta representa um marco na história da Europa e do Mundo. Na Europa, trata-se de uma revolução num país capitalista avançado, que une... more
Há 50 anos, em Maio de Junho de 1968, teve lugar a maior greve geral da história da Europa. Esta representa um marco na história da Europa e do Mundo. Na Europa, trata-se de uma revolução num país capitalista avançado, que une trabalho manual a intelectual e, pela primeira vez desde a Guerra, coloca em causa a hegemonia dos partidos pró URSS na direcção da classe trabalhadora. No mundo, o Maio de 68 representa uma época histórica marcada pelo protagonismo de lutas sociais que colocaram os "de baixo" no epicentro do processo histórico: Berkeley, Londres, México, Praga, Turim e Paris. Neste artigo olhamos os acontecimentos nas cidades europeias, e como eles marcaram uma época no século XX.
In this article the author examines anti-colonial movements. She observes that among the movement leaders who were victorious, internationalism was uncommon. In countries where the bourgeois nationalist movement was stronger, independence... more
In this article the author examines anti-colonial movements. She observes that among the movement leaders who were victorious, internationalism was uncommon. In countries where the bourgeois nationalist movement was stronger, independence did not rely as much on arms; in countries where the communist current was dominant, armed force was frequently used. The article identifies a strong contribution of the United States to decolonization. In the global inter-imperialist system, it was harmful to U.S. trade that countries like Great Britain and France maintained colonies and access to territories and natural resources inaccessible to North Americans. Today, we face a market in which the productive chains of the center countries depend on raw material from the periphery (as well as cheap or forced labor). These are profoundly unequal exchanges or, in a word, neocolonialism.
In the first part of this essay we argued that a Marxist policy of trade unionism cannot defend free circulation as a state policy for itself; nor racism, xenophobia or the closure of national borders. It has to defend free movement of... more
In the first part of this essay we argued that a Marxist policy of trade unionism cannot defend free circulation as a state policy for itself; nor racism, xenophobia or the closure of national borders. It has to defend free movement of workers from the point of view of international solidarity, carried out in concrete struggles. Higher paid workers and richer countries, if they want to save themselves from social dumping, must, together with the poorest workers, promote common forms of struggle to prevent competition between them. In this second final part we want to present what we think it should be a true path for the internationalist labour movement. We are not making a case out of overthrowing capitalist state or even surpassing commodity form in social relations, but we are just presenting actually existent social struggles on present times that lead to another direction. Let us observe how a simple example of current working-class movement can explain that making history is more then words. ‘In the begining was action’, as Rosa Luxemburg said.
In this article we discuss the historical formation of Portuguese capitalism in the period from XXIX to XX (proletarianisation, economic concentration), focusing on the analysis of the historical project of ‘national development’ of the... more
In this article we discuss the historical formation of Portuguese capitalism in the period from XXIX to XX (proletarianisation, economic concentration), focusing on the analysis of the historical project of ‘national development’ of the opposition as a failed project. We have analysed the evolution of political regimes, from the Bonapartist dictatorship of Salazar to the current restrictive representative democracy, and its relationship with the disciplining of the workforce in Portugal and the territories of the former colonies.
This article both describes and theorises the origins and course of the Portuguese revolution of 1974. It argues that it was intimately related to the anti-colonial revolution in the Portuguese African colonies of Guinea–Bissau, Angola... more
This article both describes and theorises the origins and course of the Portuguese revolution of 1974. It argues that it was intimately related to the anti-colonial revolution in the Portuguese African colonies of Guinea–Bissau, Angola and Mozambique both because the Portuguese Imperial structure that constituted a unity that once undermined in the colonies was rocked in the metropolis, and because of the military experience of a 13 year war. The primitive accumulation in the colonies required a dictatorial regime in the heartlands of the empire. The super-exploitation of the colonies needed the Salazar regime in Portugal itself. The latter slowly provided access to the basic elements of a contemporary existence but saw to it that working class and opposition organisations like unions were avoided or incorporated. When the revolution broke out on 25 April 1974, the moderating role of the unions was correspondingly absent. The article describes the unfolding of the revolution itself and shows the importance of control from below with workers’ commissions, and other forms of workers control, as well as the conjuncture of the global capitalist turning point with the defeat of the regular army in the colonies. It describes the course of the revolutionary years to the point of counter-revolution, bringing in the radical reforms in agriculture and industry.
O presente artigo tem como objetivo demonstrar que a imigração, tema que divide a sociedade Europeia, está relacionada com um fator objetivo - o valor da massa salarial e a segurança no emprego. As políticas migratórias do lado dos... more
O presente artigo tem como objetivo demonstrar que a imigração, tema que divide a sociedade Europeia, está relacionada com um fator objetivo - o valor da massa salarial e a segurança no emprego. As políticas migratórias do lado dos Estados europeus têm respondido prioritariamente à gestão da força de trabalho e não em primeiro lugar – nem principalmente - a causas humanitárias ou de inspiração multicultural. As políticas de incentivo à imigração para reverter a escassez de força de trabalho, para a Europa ser “competitiva” no quadro da concorrência globalizada, longe de responder a chamada “crise demográfica”, constitui a grande “válvula de escape” do modo de acumulação capitalista hoje. Com essas políticas há uma queda real do salário dos trabalhadores, inserindo a concorrência massiva – de dois lados: deslocalização de fábricas e empresas da Europa para fora; deslocalização de trabalhadores da periferia para o centro ou da semi-periferia. Este contexto, embora tenha criado concorrência entre trabalhadores rebaixando o salário de todos à escala mundial, pode ter criado também o seu contrário - o internacionalismo e a solidariedade, como observado na greve protagonizada pelos portuários de Portugal, em contestação às relações laborais precárias.
O desemprego nos EUA e na Europa só foi revertido em 1938-1941, quando teve início a militarização da sociedade e se transformaram desempregados em soldados, no começo da II Guerra Mundial. Não foram as medidas keynesianas que reverteram... more
O desemprego nos EUA e na Europa só foi revertido em 1938-1941, quando teve início a militarização da sociedade e se transformaram desempregados em soldados, no começo da II Guerra Mundial. Não foram as medidas keynesianas que reverteram a crise de 1929, mas a proletarização massiva de largos setores camponeses – com a coletivização forçada na URSS ou o colapso bancário dos pequenos camponeses nos EUA, retratados em As vinhas da ira (STEINBECK, 2016) – e, mais tarde, a destruição da propriedade a uma escala inédita na história da humanidade. Foi o apocalipse da II Guerra Mundial, com os seus, os nossos, 80 milhões de mortos. Foi a maior derrota da humanidade. Neste artigo, olhamos para os principais acontecimentos da II Guerra Mundial e da Resistência a esta, recordando que os campos de concentração nazi eram campos de trabalho forçado. O trabalho forçado, à escala de milhões entre 1939 e 1945, em centenas de campos e subcampos, inseridos na cadeia produtiva de algumas das maiores empresas da indústria alemã, esteve no centro do projeto do Estado nazi
Among the dominant theses of the neoliberal period, exacerbated by the crisis of 2008, is that the European Union would be the builder of the European Social State. In fact, the consolidation of the European Union implied the destruction... more
Among the dominant theses of the neoliberal period, exacerbated by the crisis of 2008, is that the European Union would be the builder of the European Social State. In fact, the consolidation of the European Union implied the destruction of the Welfare State. The European Social State was born robust in 1945–1947, ten years before the European Coal and Steel Community (later European Economic Community and the European Union). The EU was consolidated only in the 1980s, after several crises and periods of instability. At the time the EU was brought together, the Social State had begun to enter a crisis, albeit a gradual one. The EU will play a decisive role, through the European Social Fund and the Community Directives, in replacing the Social State (universal policies based on progressive taxation) by Social Assistance (policies focused on the unemployed and the poor based on the transfer of workers’ income of average sectors for poor workers).
The idea of Nazism as an act of madness is closely linked to the revisionism of the 1950s, to the social pact, which sought to dissociate it from the crisis of capitalism, from the explicit support of the German bourgeoisie to the Nazi... more
The idea of Nazism as an act of madness is closely linked to the revisionism of the 1950s, to the social pact, which sought to dissociate it from the crisis of capitalism, from the explicit support of the German bourgeoisie to the Nazi expansionist project – and the inability of both the West and the USSR to prevent the war. Nazism resulted from the militant support of the German industrial and financial sector to this Nazi project; the absence of support by the USSR and social democracy for the revolutionary projects of the 1930s; and the inaction, if not active complicity, of social democracy and its alliances with semi-Bonapartist powers before Hitler’s rise to power.
Productive restructuring after the 1970s brought new challenges in the field of Marxism and workers' organizations. The relocation of part of the productive sector, on the one hand; and migration, on the other hand, have increased global... more
Productive restructuring after the 1970s brought new challenges in the field of Marxism and workers' organizations. The relocation of part of the productive sector, on the one hand; and migration, on the other hand, have increased global competition among the workforce. In this article we argue - in the first part that a Marxist policy of trade unionism cannot defend free circulation as a State policy; nor xenophobia and the closure of borders. It has to defend free movement of workers from the point of view of international solidarity carried out in concrete struggles. Higher paid workers and richer countries, if they want to save themselves from social dumping, must, together with the poorest workers, promote common forms of struggle to prevent competition between them.
Resumo: O Estado Social europeu nasce robusto em 1945-1947, dez anos antes da CECA (depois CEE e UE). A União Europeia sedimenta-se só nos anos 80, depois de várias crises. Quando se consolida a União Europeia, o Estado Social começara já... more
Resumo: O Estado Social europeu nasce robusto em 1945-1947, dez anos antes da CECA (depois CEE e UE). A União Europeia sedimenta-se só nos anos 80, depois de várias crises. Quando se consolida a União Europeia, o Estado Social começara já a entrar em crise, embora paulatina, é esse o argumento central deste artigo. A UE vai ter um papel determinante, através do fundo social europeu e das directivas comunitárias, em substituir o Estado Social (políticas universais com base em taxação progressiva) pela Assistência Social (políticas focalizadas nos desempregados e pobres com base em transferência de renda de trabalhadores de sectores médios para trabalhadores pobres).
Workers' control is one of the most interesting but least studied phenomena of Portugal's revolutionary period. That is obviously a paradox because the existence of workers' control is one of the criteria for defining a period as being... more
Workers' control is one of the most interesting but least studied phenomena of Portugal's revolutionary period. That is obviously a paradox because the existence of workers' control is one of the criteria for defining a period as being revolutionary—as we will argue. In this article, we analyze the theoretical questions around the concept of “workers control,” the difference with the processes of self‐management; empirical cases of companies under workers' control in 1975 in Portugal. From these we analyze the relation between workers, state and revolution, with emphasis on the dual power.
On the 25th April 1974, a coup destroyed the ranks of Portugal’s fascist Estado Novo government as the Portuguese people flooded the streets of Lisbon, placing red carnations in the barrels of guns and demanding a ‘land for those who work... more
On the 25th April 1974, a coup destroyed the ranks of Portugal’s fascist Estado Novo government as the Portuguese people flooded the streets of Lisbon, placing red carnations in the barrels of guns and demanding a ‘land for those who work in it’.

This became the Carnation Revolution - an international coalition of working class and social movements, which also incited struggles for independence in Portugal’s African colonies, the rebellion of the young military captains in the national armed forces and the uprising of Portugal’s long-oppressed working classes. It was through the organising power of these diverse movements that a popular-front government was instituted and Portugal withdrew from its overseas colonies.

Cutting against the grain of mainstream accounts, Raquel Cardeira Varela explores the role of trade unions, artists and women in the revolution, providing a rich account of the challenges faced and the victories gained through revolutionary means.
Research Interests:
Current article present the Round Table called “The history of labor relationships in the Portuguese-speaking world (19th – 21st centuries)” comprising 6 articles which quantify, analyze and investigate labor relationships in Portugal and... more
Current article present the Round Table called “The history of labor relationships in the Portuguese-speaking world (19th – 21st centuries)” comprising 6 articles which quantify, analyze and investigate labor relationships in Portugal and in Portuguese-speaking countries. The Round Table underscores how work and labor relationships were modified and adapted themselves to social, economical and political evolution in Portugal and in the Portuguese-speaking world during the last two centuries.
Terminou no dia 25 de abril de 1974 a ditadura do Estado Novo. Um grupo de oficiais das Forças Armadas pegou em armas e depôs um regime há muito decadente. Contra os vários apelos do MFA para que as pessoas ficassem em casa, tem início... more
Terminou no dia 25 de abril de 1974 a ditadura do Estado Novo.
Um grupo de oficiais das Forças Armadas pegou em armas e depôs um regime há muito decadente.
Contra os vários apelos do MFA para que as pessoas ficassem em casa, tem início um processo que ficará conhecido como Revolução dos Cravos.
Siga todos os passos.
O livro “Trabalho, Educação e Conflitos Sociais: diálogos Brasil e Portugal” é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Trabalho, Educação e Sociedade (GPTES), vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (INCIS) da Universidade Federal de... more
O livro “Trabalho, Educação e Conflitos Sociais: diálogos Brasil e Portugal” é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa Trabalho, Educação e Sociedade (GPTES), vinculado ao Instituto de Ciências Sociais (INCIS) da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Brasil e do Grupo de Pesquisa História Global do Trabalho e dos Conflitos Sociais, do Instituto de História Contemporânea (IHC) da Universidade Nova de Lisboa (UNL), Portugal. A obra reúne textos resultantes de projetos de pesquisas, trabalhos e discussões entre os especialistas envolvidos sobre as inter-relações entre trabalho, educação e conflitos sociais no âmbito das intensas transformações histórico-sociais do capitalismo contemporâneo no Brasil e em Portugal. Estruturado a partir do Seminário Trabalho, Educação e Conflitos Sociais, realizado em 2014 no IHC/UNL e no âmbito do Acordo de Cooperação Científica entre a UNL/IHC e o INCIS/PPGED/UFU.Organizada em três partes, a obra analisa inicialmente um panorama das transformações do Capitalismo e do Estado numa perspectiva histórica no Brasil e em Portugal. Em seguida são abordadas as transformações nas relações entre Trabalho e Educação em estudos setoriais, buscando-se caracterizar seus contornos particulares no sentido de melhor compreender o amplo processo de precarização e adoecimento a que está sendo submetida a classe trabalhadora no Brasil e em Portugal. Por último, são problematizados os conflitos sociais e a construção de resistências advindos da relação histórica e contraditória entre trabalho e capital, cingida por sua vez, pelas relações de gênero e raça. O conjunto de reflexões presentes no livro é de interesse para pesquisadores, estudantes acadêmicos e todos aqueles interessados no aprofundamento do debate crítico acerca das relações históricas entre trabalho e educação no contexto da reestruturação produtiva do capital.
Este é um livro de história e de reflexão. De reflexão sobre os desafios que os estivadores enfrentam, como a precariedade e a automação. E de história porque é através da história secular da indústria portuária, da luta dos estivadores e... more
Este é um livro de história e de reflexão. De reflexão sobre os desafios que os estivadores enfrentam, como a precariedade e a automação. E de história porque é através da história secular da indústria portuária, da luta dos estivadores e dos desafios que enfrentaram que se descobrem lições sobre como agir no presente e preparar o futuro. Fala-se, obviamente, de Portugal. Das lutas, mas também das condições em que os estivadores exercem o seu trabalho e das implicações que estas têm para a sua saúde.

Mas as histórias aqui contadas abrangem quase todos os continentes, da Europa às Américas do Norte e do Sul, África e Austrália. A longa luta de 28 meses dos estivadores de Liverpool entre 1995 e 1998 é aqui abordada ao pormenor. Saldou-se por uma derrota, mas das lições tiradas dessa derrota saiu um dos grandes trunfos dos estivadores de todo o mundo: a criação do International Dockworkers Council - IDC, o sindicato internacional dos estivadores.

Em Portugal, o panorama do sindicalismo tradicional é desolador. Os sindicatos que continuam a agir como se o pacto social nascido no pós-guerra não tivesse entrado em rutura nos anos 80 estão em retrocesso: acumulam derrotas e a percentagem de sindicalizados caiu para menos de 20%. O SEAL - Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística faz a diferença. Aqui abordam-se os porquês dessa diferença.
«O objeto deste trabalho foi a apreciação do impacte da tendência de privatização da saúde e do enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre a qualidade e os custos da prestação de saúde em Portugal e as condições laborais na... more
«O objeto deste trabalho foi a apreciação do impacte da tendência de privatização da saúde e do enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre a qualidade e os custos da prestação de saúde em Portugal e as condições laborais na carreira médica. O livro centra-se na evolução histórica da relação entre força de trabalho e saúde no Portugal contemporâneo, assim como nas alterações no mercado de trabalho desde 1974 até hoje»

«O trabalho agora publicado em livro, (...) é, assim, um contributo muito importante para preencher este vazio sentido e uma ferramenta histórica para honrar personalidades como Miller Guerra, Albino Aroso, Mário Mendes, António Galhordas e Jorge da Silva Horta, entre outros, que abriram terreno para um caminho de sucesso, entretanto continuado e densificado por tantos outros médicos mais ou menos anónimos.»
«Com a publicação desta obra - História do Povo de Santo Tirso na Revolução Portuguesa de 1974-75 -, na passagem do quadragésimo quinto aniversário da Revolução de Abril, assinalamos os princípios fundamentais da democracia e da... more
«Com a publicação desta obra - História do Povo de Santo Tirso na Revolução Portuguesa de 1974-75 -, na passagem do quadragésimo quinto aniversário da Revolução de Abril, assinalamos os princípios fundamentais da democracia e da liberdade, e resgatamos para a consciência coletiva uma valiosa informação histórica que, uma vez partilhada, consolida a identidade e fortalece os laços de integridade e solidariedade que constituem os valores matriciais da comunidade tirsense.
25 de Abril de 1974, em Santo Tirso, como no restante país, teve um significativo e irreversível impacto. Apesar da primazia da Rádio e da Televisão na divulgação das notícias a nível nacional, a imprensa escrita foi o meio de comunicação que, localmente, melhor refletiu a transcendência dos factos e a euforia dos acontecimentos. Os jornais locais anunciavam "Uma Junta de Salvação Nacional, presidida pelo General António de Spínola, tomou conta do Governo do País" e Triunfante, o Movimento das Forças Armadas.» [Joaquim Barbosa Ferreira Couto (Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso)]
Desta vez centrado sobretudo no papel das comissões de moradores – só em Oeiras havia 80 comissões. Esta foto tem uma história – o Sr Miranda está a derrubar a parede para ampliar a escola da Outurela/Portela, que servia o Alto dos... more
Desta vez centrado sobretudo no papel das comissões de moradores – só em Oeiras havia 80 comissões. Esta foto tem uma história – o Sr Miranda está a derrubar a parede para ampliar a escola da Outurela/Portela, que servia o Alto dos Barronhos, em 1974 um bairro de lata a 10 km de Lisboa onde havia cólera e (vários) relatos de crianças que acordavam com orelhas roídas por ratos. Para ir à escola em linda a velha atravessavam a auto estrada A5. Como a CMO não dava então resposta os moradores decidiram construir a escolha. A parede foi derrubada em 1975 Setembro. A 2 de Novembro as crianças já estavam sentadas a aprender a ler.
SINOPSE Breve História da Europa -Da Grande Guerra aos nossos dias é um ensaio histórico sobre os principais acontecimentos que marcaram o continente entre 1917 e 2017, num olhar aguçado sobre as dinâmicas sociais de um século. Do... more
SINOPSE
Breve História da Europa -Da Grande Guerra aos nossos dias é um ensaio histórico sobre os principais acontecimentos que marcaram o continente entre 1917 e 2017, num olhar aguçado sobre as dinâmicas sociais de um século. Do militarismo imperialista à Revolução Russa, da crise de 1929 à Segunda Guerra Mundial, do fim do pacto social à crise da União Europeia, passando pelas descrições empolgantes do Maio de 68 e da Primavera de Praga, Raquel Varela coloca o trabalho e as suas relações políticas e sociais no centro das grandes mudanças que ocorreram nos últimos 100 anos.

Este é um livro que levanta questões provocadoras e nos dá respostas sérias e rigorosas.
Terá sido o apocalipse da Segunda Guerra Mundial - o episódio mais brutal da história da Humanidade, com a perda de 80 milhões de pessoas - a resposta de uma classe suicidária à crise de 1929? E o século XX, que começou (ainda que não oficialmente) em 1917, terá terminado em 1989 com a queda do Muro de Berlim, ou em 2008, com o fim do pacto social europeu?
« C’est une surprise pour le monde entier de voir que ce pays que les caricatures présentent comme peuplé de petites mamies tristes et moustachues, vêtues de noir et édentées, est désormais un pays où les pauvres occupent l’ancienne... more
« C’est une surprise pour le monde entier de voir que ce pays que les caricatures présentent comme peuplé de petites mamies tristes et moustachues, vêtues de noir et édentées, est désormais un pays où les pauvres occupent l’ancienne maison de maître dans tel quartier de Porto, de Lisbonne ou de Setùbal, afin d’y installer une crèche où les menuisiers fabriquent les lits, où l’électricien installe l’électricité, ce que les militaires viennent cautionner après coup en déclarant presque toujours : “C’est très bien.” »

La révolution des Œillets commence par un putsch d’officiers qui, las de la guerre coloniale qu’ils savent perdue, font le choix de renverser la dictature. S’attendent-ils alors à ce que le peuple prenne autant au sérieux la promesse d’une liberté nouvelle ? Pendant dix-neuf mois, il prend en main ses propres affaires : travail, logement, relations entre les genres, culture. La situation finit par être « normalisée » par l’établissement d’une démocratie parlementaire ; mais entre avril 1974 et novembre 1975, le peuple semble en plusieurs occasions proche de renverser l’ordre capitaliste.
A história da Revolução dos Cravos em Sines é marcada pelo conflito entre o Gabinete da Área de Sines, criado em 19 de junho de 1971, que iria trazer desenvolvimento e progresso a toda a região, mas três anos depois, criara apenas um... more
A história da Revolução dos Cravos em Sines é marcada pelo conflito entre o Gabinete da Área de Sines, criado em 19 de junho de 1971, que iria trazer desenvolvimento e progresso a toda a região, mas três anos depois, criara apenas um monstro responsável por expropriações de pequenos proprietários, pela estagnação das obras de construção civil, pela inexistência de esgotos, por danos provocados nos edifícios pelos rebentamentos na pedreira, por falta de habitação e danos à atividade piscatória, e a população que começa a organizar-se formando, logo após o 25 de Abril de 1974, a Comissão de Redenção do Povo de Sines, e depois a Assembleia Popular do Concelho de Sines (em janeiro de 1975) e as comissões de moradores de diversos bairros.

Em Sines, ao contrário do que aconteceu na maioria do País, as comissões de moradores mantiveram-se ativas muito para além dos anos da Revolução dos Cravos, não como um poder popular alternativo, mas com um caráter complementar da atividade da autarquia.
«No dia 25 de Abril de 1974 um golpe levado a cabo pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em discórdia com a guerra colonial que durava há treze anos, pôs fim a uma ditadura de 48 anos - que começara por ser militar, depois fora... more
«No dia 25 de Abril de 1974 um golpe levado a cabo pelo Movimento das Forças Armadas (MFA), em discórdia com a guerra colonial que durava há treze anos, pôs fim a uma ditadura de 48 anos - que começara por ser militar, depois fora dirigida por Salazar e, finalmente, após 1968, por Marcelo Caetano.

A revolução portuguesa foi marcada pelo protagonismo político de um forte movimento operário e social que atingiu todos os setores da sociedade, em particular o movimento operário, e caracterizou-se por conflitos sociais muito radicalizados entre os estudantes, o moderno setor laboral dos serviços, o setor informal, uma ampla participação das mulheres e dos setores intermédios e de base das forças armadas.

De imediato, e contra o apelo dos militares que dirigiram o golpe - que insistiam pela rádio para as pessoas ficarem em casa -, milhares de pessoas saíram e lutaram, sobretudo em Lisboa e no Porto, mas não só. A conflitualidade social em Portugal em 1974-75 teve amplitude nacional, tendo chegado a diversas áreas do País, incluindo o concelho de Loulé. Esta é a história que pretendemos contar, a história do povo de Loulé no biénio revolucionário de 1974-1975.»
Um encontro inesperado: uma historiadora social, do trabalho, dos movimentos sociais, da revolução Portuguesa, e o pai da psicanálise em Portugal, o psiquiatra António Coimbra de Matos, escrevem a 4 mãos um livro sobre o medo, ou, melhor... more
Um encontro inesperado: uma historiadora social, do trabalho, dos movimentos sociais, da revolução Portuguesa, e o pai da psicanálise em Portugal, o psiquiatra António Coimbra de Matos, escrevem a 4 mãos um livro sobre o medo, ou, melhor dizendo, sobre como vencer o medo, social e individual.

Como reconstruir uma sociedade participativa sem que o coletivo esmague o individuo, como ser livre sem ser individualista. Do nosso bairro à história do país, das nossas relações afetivas ao que queremos para o futuro.

Um livro que se lê sem parar, como uma longa conversa entre dois espíritos inconformados, dois sonhadores realistas que acreditam no futuro de Portugal.
"O terreno das transformações históricas é sempre um campo de disputas que estão, por um longo período, mais ou menos dissimuladas, até que explodem de maneira vulcânica. As placas tectónicas da vida económica e social estão ocultas sob o... more
"O terreno das transformações históricas é sempre um campo de disputas que estão, por um longo período, mais ou menos dissimuladas, até que explodem de maneira vulcânica. As placas tectónicas da vida económica e social estão ocultas sob o edifício de uma ordem política que parece estável, mas movem-se. Estes deslocamentos ora permitem o sucesso de reformas, pela via de conquistas/concessões, ora impõem o recurso à mobilização revolucionária. Enganam-se aqueles que, inspirados por interesses ocultos, ou motivados por teorias paranóicas, denunciam as revoluções como responsáveis pela contrar¬revolução, quando o que a história ensina é o contrário." [Os autores]
Este livro é um ensaio sobre as prováveis saídas de desenvolvimento ou regressão social que se colocam ao país. Para organizar a sociedade e dar bem-estar a todos não é aceitável sabotar a produção, pagar para os agricultores não... more
Este livro é um ensaio sobre as prováveis saídas de desenvolvimento ou regressão social que se colocam ao país.

Para organizar a sociedade e dar bem-estar a todos não é aceitável sabotar a produção, pagar para os agricultores não produzirem, encerrar fábricas e empresas, destruir capacidade produtiva, colocar 47% da população na miséria e deter o desenvolvimento da ciência e da técnica, como tem sido feito. Já não somos o país atrasado de Salazar. Somos uma sociedade urbanizada, escolarizada, que não vê a emigração como uma fatalidade, nem viver em níveis mínimos de subsistência como um destino traçado.

Temos de ter a coragem de recusar o senso comum, de não ceder ao pensamento mágico. Uma sociedade que não identifica os pontos nevrálgicos dos seus dramas, porque teme as conclusões, não conseguirá sair do retrocesso histórico e está a adiar - e a agigantar - conflitos inevitáveis. Creio que há soluções, e é este o eixo do presente ensaio, que garantem uma produção racional de bens e serviços, o pleno emprego, o Estado social e o acesso ao lazer para todos. Mas todas as soluções têm problemas. E não se resolvem problemas escamoteando-os, ou omitindo-os, para não incomodar o senso comum, esse enorme balão cheio de nada.

Sabemos que o mundo muda. Mesmo que a Terra pareça estar parada, ela move-se. Mas o mundo não muda sozinho para melhor. O aprofundamento da democracia é hoje um desígnio central da civilização, e exige mais intervenção da sociedade, recuperação do controlo da população sobre a rés publica, em vez de se limitar a um cheque em branco passado num ato eleitoral de quatro em quatro anos. Há anos que a coisa pública é gerida por quem a quer destruir e reerguê-la vai exigir de todos nós um nível inédito de participação política, científica, pública e coletiva.
SINOPSE A luta política assume nas sociedades contemporâneas, em condições de calendário eleitoral estável, essencialmente, a forma da luta entre os partidos. Quando uma revolução se coloca em movimento, no entanto, tudo pode ser... more
SINOPSE
A luta política assume nas sociedades contemporâneas, em condições de calendário eleitoral estável, essencialmente, a forma da luta entre os partidos. Quando uma revolução se coloca em movimento, no entanto, tudo pode ser subvertido, porque milhões de pessoas inativas ou até desinteressadas despertam para a luta social. Este livro apresenta-nos uma rigorosa investigação sobre a revolução portuguesa que ambiciona dar voz aos que não tiveram voz. Nos livros de história eles são, não poucas vezes, invisíveis. Mas são os rostos comoventes destas grandes massas populares que oferecem sentido àquelas maravilhosas fotografias da revolução portuguesa. Anónimos, os seus retratos nas manifestações dizem-nos tudo o que precisamos de saber sobre a esperança e a frustração, a fúria e o medo, o entusiasmo e a ilusão, e tudo aquilo que oferece grandeza à vida e não cabe em palavras. Foram eles que fizeram a revolução. Nas páginas deste livro bate um coração que tem respeito e admiração por essa gente
«O objeto deste trabalho foi a apreciação do impacte da tendência de privatização da saúde e do enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre a qualidade e os custos da prestação de saúde em Portugal e as condições laborais na... more
«O objeto deste trabalho foi a apreciação do impacte da tendência de privatização da saúde e do enfraquecimento do Serviço Nacional de Saúde (SNS) sobre a qualidade e os custos da prestação de saúde em Portugal e as condições laborais na carreira médica. O livro centra-se na evolução histórica da relação entre força de trabalho e saúde no Portugal contemporâneo, assim como nas alterações no mercado de trabalho desde 1974 até hoje»

«O trabalho agora publicado em livro, (...) é, assim, um contributo muito importante para preencher este vazio sentido e uma ferramenta histórica para honrar personalidades como Miller Guerra, Albino Aroso, Mário Mendes, António Galhordas e Jorge da Silva Horta, entre outros, que abriram terreno para um caminho de sucesso, entretanto continuado e densificado por tantos outros médicos mais ou menos anónimos.»
Coord: Marcelo Badaró Mattos, Filipa Ribeiro da Silva, Paulo Teodoro de Matos, Raquel Varela, Sónia Ferreira
Research Interests:
A partir de um extenso trabalho de pesquisa, a autora relata e demarca o papel que o Partido Comunista Português na revolução de Abril de 1974 e nos momentos que a sucederam. Aliando o rigor científico - o texto parte da sua tese,... more
A partir de um extenso trabalho de pesquisa, a autora relata e demarca o papel que o Partido Comunista Português na revolução de Abril de 1974 e nos momentos que a sucederam. Aliando o rigor científico - o texto parte da sua tese, coordenada pelo historiador António Costa Pinto e pelo politólogo Carlos Taibo, professor da Universidade Autónoma de Madrid e colunista, entre outros, do El País e da rádio Cadena Ser - ao texto para o grande público, a autora oferece um documento de enorme importância para a compreensão de um dos momentos ainda mais discutidos da História recente de Portugal