Raquel Varela
Raquel Varela é historiadora e professora auxiliar com agregação na Universidade Nova de Lisboa. É investigadora integrada no centro de investigação História, Territórios e Comunidades, Pólo na NOVA FCSH do Centro de Ecologia Funcional - Ciência para as Pessoas e o Planeta. Em fevereiro de 2021 realizou as suas provas de Provas de Agregação no ramo de História, com especialidade em História Contemporânea, na FCSH/Universidade Nova de Lisboa (aprovadas por unanimidade). Em 2020 recebeu o Prémio da Associação Ibero-Americana de Comunicação/Universidade de Oviedo, Espanha, pelo seu contributo para a história global do trabalho e dos movimentos sociais. Em 2020 foi a primeira distinguida com a bolsa de investigação Simone Veil, Project Europe-Universidade de Munique. Em 2021, foi visiting fellow no Instituto de Estudos Globais Europeus da Universidade de Basileia, Suiça. É honorary fellow do International Institute for Social History (Amsterdam). Foi entre 2011 e 2021 Group Leader (História Global do Trabalho e dos Conflitos Sociais) na FCSH-UNL e actualmnete co-coordena o Observatório para as Condições de Vida e Trabalho na FCSH/Nova4Globe. Em 2021 fundou o Social Data - Plataforma Digital de Ciências Sociais na FCSH/Nova4Globe, que coordena. Em 2013 e 2020 recebeu o Santander Prize for Internationalization of Scientific Production (UNL). Foi coordenadora (2011-2020) do Projeto Internacional de História Global do Trabalho In The Same Boat? Shipbuilding Industry ¿ a Global Labour History, a partir do ISSH Amsterdão/Países Baixos. Autora e coordenadora de dezenas de livros sobre história do trabalho, do Estado Social, de Portugal, da Europa, do movimento operário e história global. Vários dos livros estão traduzidos em alemão, francês e inglês. Publicou dezenas de artigos (mais de 60) em revistas com arbitragem científica, na área da história, sociologia, educação, economia, serviço social e ciência política indexados no ISI Thompson, CAPES Qualis A, Scopus, entre outros. Coordenou/na 17 projetos nacionais e internacionais. Orienta vários pós-doutoramentos, doutoramentos, mestrados e bolsas-sandwich. É membro do editorial board das revistas académicas Jornal of Labour and Society (Web of Science) e Workers of the World (IASSC) e deputy editor da revista Critique. Journal of Socialist Theory (Uni. Glasgow, Scopus 4). É fundadora da Rede de Estudos Globais do Trabalho (Nova Delhi/Índia). É membro convidado do Board of Trustees of the ITH-International Conference of Labour and Social History (Áustria), a mais antiga associação de estudos do trabalho na Europa. É membro do Karl Polanyi Centre for Global Social Studies e da European Network in Universal and Global History (ENIUGH). É membro do executive board da International Association Strikes and Social Conflicts. É editora convidada da secção de trabalho e movimentos sociais da editora britânica Pluto Press, Londres. Raquel Varela é há 7 anos comentadora residente do programa semanal de debate público O Último Apaga a Luz, no canal público de televisão RTP 3, participa semanalmente no programa de rádio Efeito Borboleta na Antena 1.
Address: FCSH-UNL Av de Berna, Lisboa
Address: FCSH-UNL Av de Berna, Lisboa
less
Uploads
Peer review articles by Raquel Varela
Palavras-chave: revolução; crise de 2008; pacto social; estabilidade social
Palavras-chave: Marx; Europa; história social; autodeterminação.
Palavras-chave: revolução; crise de 2008; pacto social; estabilidade social
Palavras-chave: Marx; Europa; história social; autodeterminação.
Um grupo de oficiais das Forças Armadas pegou em armas e depôs um regime há muito decadente.
Contra os vários apelos do MFA para que as pessoas ficassem em casa, tem início um processo que ficará conhecido como Revolução dos Cravos.
Siga todos os passos.
Mas as histórias aqui contadas abrangem quase todos os continentes, da Europa às Américas do Norte e do Sul, África e Austrália. A longa luta de 28 meses dos estivadores de Liverpool entre 1995 e 1998 é aqui abordada ao pormenor. Saldou-se por uma derrota, mas das lições tiradas dessa derrota saiu um dos grandes trunfos dos estivadores de todo o mundo: a criação do International Dockworkers Council - IDC, o sindicato internacional dos estivadores.
Em Portugal, o panorama do sindicalismo tradicional é desolador. Os sindicatos que continuam a agir como se o pacto social nascido no pós-guerra não tivesse entrado em rutura nos anos 80 estão em retrocesso: acumulam derrotas e a percentagem de sindicalizados caiu para menos de 20%. O SEAL - Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística faz a diferença. Aqui abordam-se os porquês dessa diferença.
«O trabalho agora publicado em livro, (...) é, assim, um contributo muito importante para preencher este vazio sentido e uma ferramenta histórica para honrar personalidades como Miller Guerra, Albino Aroso, Mário Mendes, António Galhordas e Jorge da Silva Horta, entre outros, que abriram terreno para um caminho de sucesso, entretanto continuado e densificado por tantos outros médicos mais ou menos anónimos.»
25 de Abril de 1974, em Santo Tirso, como no restante país, teve um significativo e irreversível impacto. Apesar da primazia da Rádio e da Televisão na divulgação das notícias a nível nacional, a imprensa escrita foi o meio de comunicação que, localmente, melhor refletiu a transcendência dos factos e a euforia dos acontecimentos. Os jornais locais anunciavam "Uma Junta de Salvação Nacional, presidida pelo General António de Spínola, tomou conta do Governo do País" e Triunfante, o Movimento das Forças Armadas.» [Joaquim Barbosa Ferreira Couto (Presidente da Câmara Municipal de Santo Tirso)]
Breve História da Europa -Da Grande Guerra aos nossos dias é um ensaio histórico sobre os principais acontecimentos que marcaram o continente entre 1917 e 2017, num olhar aguçado sobre as dinâmicas sociais de um século. Do militarismo imperialista à Revolução Russa, da crise de 1929 à Segunda Guerra Mundial, do fim do pacto social à crise da União Europeia, passando pelas descrições empolgantes do Maio de 68 e da Primavera de Praga, Raquel Varela coloca o trabalho e as suas relações políticas e sociais no centro das grandes mudanças que ocorreram nos últimos 100 anos.
Este é um livro que levanta questões provocadoras e nos dá respostas sérias e rigorosas.
Terá sido o apocalipse da Segunda Guerra Mundial - o episódio mais brutal da história da Humanidade, com a perda de 80 milhões de pessoas - a resposta de uma classe suicidária à crise de 1929? E o século XX, que começou (ainda que não oficialmente) em 1917, terá terminado em 1989 com a queda do Muro de Berlim, ou em 2008, com o fim do pacto social europeu?
La révolution des Œillets commence par un putsch d’officiers qui, las de la guerre coloniale qu’ils savent perdue, font le choix de renverser la dictature. S’attendent-ils alors à ce que le peuple prenne autant au sérieux la promesse d’une liberté nouvelle ? Pendant dix-neuf mois, il prend en main ses propres affaires : travail, logement, relations entre les genres, culture. La situation finit par être « normalisée » par l’établissement d’une démocratie parlementaire ; mais entre avril 1974 et novembre 1975, le peuple semble en plusieurs occasions proche de renverser l’ordre capitaliste.
Em Sines, ao contrário do que aconteceu na maioria do País, as comissões de moradores mantiveram-se ativas muito para além dos anos da Revolução dos Cravos, não como um poder popular alternativo, mas com um caráter complementar da atividade da autarquia.
A revolução portuguesa foi marcada pelo protagonismo político de um forte movimento operário e social que atingiu todos os setores da sociedade, em particular o movimento operário, e caracterizou-se por conflitos sociais muito radicalizados entre os estudantes, o moderno setor laboral dos serviços, o setor informal, uma ampla participação das mulheres e dos setores intermédios e de base das forças armadas.
De imediato, e contra o apelo dos militares que dirigiram o golpe - que insistiam pela rádio para as pessoas ficarem em casa -, milhares de pessoas saíram e lutaram, sobretudo em Lisboa e no Porto, mas não só. A conflitualidade social em Portugal em 1974-75 teve amplitude nacional, tendo chegado a diversas áreas do País, incluindo o concelho de Loulé. Esta é a história que pretendemos contar, a história do povo de Loulé no biénio revolucionário de 1974-1975.»
Como reconstruir uma sociedade participativa sem que o coletivo esmague o individuo, como ser livre sem ser individualista. Do nosso bairro à história do país, das nossas relações afetivas ao que queremos para o futuro.
Um livro que se lê sem parar, como uma longa conversa entre dois espíritos inconformados, dois sonhadores realistas que acreditam no futuro de Portugal.
Para organizar a sociedade e dar bem-estar a todos não é aceitável sabotar a produção, pagar para os agricultores não produzirem, encerrar fábricas e empresas, destruir capacidade produtiva, colocar 47% da população na miséria e deter o desenvolvimento da ciência e da técnica, como tem sido feito. Já não somos o país atrasado de Salazar. Somos uma sociedade urbanizada, escolarizada, que não vê a emigração como uma fatalidade, nem viver em níveis mínimos de subsistência como um destino traçado.
Temos de ter a coragem de recusar o senso comum, de não ceder ao pensamento mágico. Uma sociedade que não identifica os pontos nevrálgicos dos seus dramas, porque teme as conclusões, não conseguirá sair do retrocesso histórico e está a adiar - e a agigantar - conflitos inevitáveis. Creio que há soluções, e é este o eixo do presente ensaio, que garantem uma produção racional de bens e serviços, o pleno emprego, o Estado social e o acesso ao lazer para todos. Mas todas as soluções têm problemas. E não se resolvem problemas escamoteando-os, ou omitindo-os, para não incomodar o senso comum, esse enorme balão cheio de nada.
Sabemos que o mundo muda. Mesmo que a Terra pareça estar parada, ela move-se. Mas o mundo não muda sozinho para melhor. O aprofundamento da democracia é hoje um desígnio central da civilização, e exige mais intervenção da sociedade, recuperação do controlo da população sobre a rés publica, em vez de se limitar a um cheque em branco passado num ato eleitoral de quatro em quatro anos. Há anos que a coisa pública é gerida por quem a quer destruir e reerguê-la vai exigir de todos nós um nível inédito de participação política, científica, pública e coletiva.
A luta política assume nas sociedades contemporâneas, em condições de calendário eleitoral estável, essencialmente, a forma da luta entre os partidos. Quando uma revolução se coloca em movimento, no entanto, tudo pode ser subvertido, porque milhões de pessoas inativas ou até desinteressadas despertam para a luta social. Este livro apresenta-nos uma rigorosa investigação sobre a revolução portuguesa que ambiciona dar voz aos que não tiveram voz. Nos livros de história eles são, não poucas vezes, invisíveis. Mas são os rostos comoventes destas grandes massas populares que oferecem sentido àquelas maravilhosas fotografias da revolução portuguesa. Anónimos, os seus retratos nas manifestações dizem-nos tudo o que precisamos de saber sobre a esperança e a frustração, a fúria e o medo, o entusiasmo e a ilusão, e tudo aquilo que oferece grandeza à vida e não cabe em palavras. Foram eles que fizeram a revolução. Nas páginas deste livro bate um coração que tem respeito e admiração por essa gente
«O trabalho agora publicado em livro, (...) é, assim, um contributo muito importante para preencher este vazio sentido e uma ferramenta histórica para honrar personalidades como Miller Guerra, Albino Aroso, Mário Mendes, António Galhordas e Jorge da Silva Horta, entre outros, que abriram terreno para um caminho de sucesso, entretanto continuado e densificado por tantos outros médicos mais ou menos anónimos.»