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Nos últimos anos, a expressiva mobilização em torno de temas relacionados às questões de gênero, sexualidade e reprodução tem contribuído para reavivar o interesse dos cientistas sociais pelo estudo das direitas, das contramobilizações... more
Nos últimos anos, a expressiva mobilização em torno de temas relacionados às questões de gênero, sexualidade e reprodução tem contribuído para reavivar o interesse dos cientistas sociais pelo estudo das direitas, das contramobilizações (BANASZAK e ONDERCIN, 2010) e dos protestos morais (JASPER, 1997). Entre os muitos desafios teóricos e metodológicos desta agenda de pesquisa está a tarefa de identificar analiticamente a pluralidade de pautas e atores que compõem estas mobilizações. Embora parte da literatura tenha optado por falar em "mobilizações conservadoras" ou "movimentos conservadores", (por exemplo DIDES, 2013; MACHADO, 2017) o fenômeno quase sempre extrapola o campo conservador propriamente dito, mobilizando também setores liberais, intelectuais laicos e mesmo atores com trajetória política à esquerda. Tomando como exemplo o caso das mobilizações antiaborto e dos recentes protestos contra a chamada "ideologia de gênero" no Brasil, este artigo adota uma abordagem relacional para discutir os limites do uso da categoria "conservadorismo" para a análise das chamadas mobilizações e anti-gênero (KUHAR e PATERNOTTE, 2018). Embora a oposição aos direitos sexuais e reprodutivos constitua uma pauta de viés conservador, compreendemos que as mobilizações em torno de temas relacionados à sexualidade e reprodução têm aglutinado uma variedade mais ampla de atores sociais, movidos por interesses distintos e às vezes antagônicos. Sendo assim, sugerimos uma abordagem menos focada no agenciamento de categorias políticas consagradas e mais concentrada na análise do contexto político e nas dinâmicas de deslocamentos, alianças, sínteses e sobreposições que se estabelecem entre os atores ao longo do processo político.
O artigo investiga, por meio de matérias jornalísticas, entrevistas e artigos publicados ao longo das 55 edições da revista Sui Generis, os diversos significados políticos das Paradas do Orgulho no Brasil entre os anos de 1995 e 2000. A... more
O artigo investiga, por meio de matérias jornalísticas, entrevistas e artigos publicados ao longo das 55 edições da revista Sui Generis, os diversos significados políticos das Paradas do Orgulho no Brasil entre os anos de 1995 e 2000. A revista Sui Generis apresentava a cultura gay como nova forma de fazer política. Seu conteúdo buscava afirmar uma comunidade que produz cultura, que possui identidade, aliados, história e orgulho próprio. Na análise dos significados políticos das Paradas nas páginas da Sui Generis, alguns vocabulários políticos dão corpo a essa política comunitária gay dos anos 90: visibilidade, orgulho e multidão.
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RESUMO Este artigo pretende traçar um perfil dos freqüentadores dos chamados " Bailes da Saudade " , um tipo de festa cada vez mais popular na periferia de Belém, onde boleros, sambas-canção, merengues e temas de seresta são reproduzidos... more
RESUMO Este artigo pretende traçar um perfil dos freqüentadores dos chamados " Bailes da Saudade " , um tipo de festa cada vez mais popular na periferia de Belém, onde boleros, sambas-canção, merengues e temas de seresta são reproduzidos por aparelhagens sonoras. Em tempos de uma cultura profundamente midiática, na qual cabe aos meios de comunicação definir o que deve ser lembrado e o que deve ser esquecido, os bailes da saudade se constituem como um legítimo espaço de utilização da cultura enquanto modo de resistência ao império do hype e a memória hegemônica institucionalizada pela mídia, sem, no entanto, deixar de reproduzir a lógica de mercado capitalista.
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RESUMO Este artigo pretende mostrar como videoclipe é uma das expressões narrativas mais exemplares da pós-modernidade. Partindo do pressuposto de que as grandes narrativas da modernidade decaíram juntamente com o declínio da experiência,... more
RESUMO Este artigo pretende mostrar como videoclipe é uma das expressões narrativas mais exemplares da pós-modernidade. Partindo do pressuposto de que as grandes narrativas da modernidade decaíram juntamente com o declínio da experiência, propõe-se que novas formas de narrar ascenderam, já que toda atividade humana traz marcas de sua cultura e identidade, definidas em um determinado espaço-tempo. A pós-modernidade subverte a lógica narrativa bem definida da modernidade e, em seu lugar, instaura uma forma de narrar fragmentada, ao tornar patentes elementos como o pastiche e a hibridização cultural. O videoclipe, para Néstor Canclini, é o produto mais bem acabado das chamadas culturas híbridas e o que melhor representa a época contemporânea. Este artigo abordará o histórico e a linguagem dessa manifestação cultural, e a análise de cinco videoclipes, dirigidos pelo diretor francês Michel Gondry.
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