Rodrigo Cruz
Université libre de Bruxelles, Institut de Sociologie, Department Member
- Universidade Nova de Lisboa, Faculdade de Ciencias Sociais e Humanas, Department Memberadd
- Rodrigo Cruz is a PhD in Sociology (Universidade NOVA de Lisboa). He is a scientific collaborator at Ateliêr Genre(s)... moreRodrigo Cruz is a PhD in Sociology (Universidade NOVA de Lisboa). He is a scientific collaborator at Ateliêr Genre(s) et Sexualité(s) (Institut de Sociologie, Université Libre de Bruxelles, Belgium) and a consultant to civil society organizations working on LGBTIQ+ equality in Brazil and Europe. He is a founding member of the "Bajubá Collection", an archive dedicated to preserving the memory of the Brazilian LGBTQIA+ community. Research fields and interests: political sociology focuses on collective action, social movements (including right-wing movements); digital sociology, and gender and sexuality.edit
Research briefing with the main results of my doctoral thesis on right-wing LGBTIQ+ activism in Brazil.
Research Interests:
O artigo busca mapear a emergência de um ativismo gay à direita no Brasil nos últimos anos, particularmente a partir de 2013, quando se multiplicaram nas redes sociais iniciativas de ativismo online baseadas em uma identidade gay... more
O artigo busca mapear a emergência de um ativismo gay à direita no Brasil nos últimos anos, particularmente a partir de 2013, quando se multiplicaram nas redes sociais iniciativas de ativismo online baseadas em uma identidade gay orgulhosamente de direita. Em um primeiro momento, busca-se analisar as variáveis do ambiente político que favoreceram esse tipo de engajamento. Em seguida, a emergência deste “ator coletivo” é reconstituída em duas arenas (redes sociais online e meios de comunicação social), a partir de uma triangulação de dados empíricos (etnografia virtual, pesquisa documental na imprensa e entrevistas com ativistas). Ao final, são analisados os diferentes estilos de ativismo que parecem emergir deste processo, bem como alguns dos desafios que este fenômeno representa para a continuidade da luta pelos direitos LGBTQI+ no Brasil.
Research Interests:
The article seeks to map the emergence of right-wing gay activism in Brazil in recent years, particularly since 2013 when online activism initiatives based on a proudly right-wing gay identity started to spread on social media. Firstly,... more
The article seeks to map the emergence of right-wing gay activism in Brazil in recent years, particularly since 2013 when online activism initiatives based on a proudly right-wing gay identity started to spread on social media. Firstly, it seeks to identify the elements of the political environment that favoured this type of engagement. Then the emergence of this collective actor is analysed in two arenas (online social media and press) based on a triangulation of empirical data (virtual ethnography, documentary research in the press, and interviews with activists). Finally, the different styles of activism that appear to emerge from this process are analysed, thus identifying some challenges the phenomenon represents for the future of the LGBTQI+ struggle in Brazil.
Research Interests:
O artigo analisa a relação entre o movimento homossexual brasileiro e a política institucional no período da transição, focalizando as campanhas em defesa da causa homossexual lançadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de... more
O artigo analisa a relação entre o movimento homossexual brasileiro e a
política institucional no período da transição, focalizando as campanhas em defesa da causa homossexual lançadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 1982. O argumento é o de que o movimento homossexual, ao final do ciclo de protestos pela democratização, não entrou em descenso, mas se manteve mobilizado nas arenas partidária e eleitoral. O trânsito em direção à política institucional foi favorecido pelas oportunidades políticas abertas pelo processo de transição brasileiro: a Reforma Partidária de 1979, a renovação das esquerdas, a fundação do PT, as eleições de 1982 e a circulação de ativistas, tanto em redes transnacionais quanto entre o movimento social e os partidos políticos. Por fim, este trabalho defende que a experiência acumulada nas eleições de 1982 favoreceu a adoção, pelo movimento, de quadros interpretativos e repertórios de ação mais institucionalizados.
política institucional no período da transição, focalizando as campanhas em defesa da causa homossexual lançadas pelo Partido dos Trabalhadores (PT) nas eleições de 1982. O argumento é o de que o movimento homossexual, ao final do ciclo de protestos pela democratização, não entrou em descenso, mas se manteve mobilizado nas arenas partidária e eleitoral. O trânsito em direção à política institucional foi favorecido pelas oportunidades políticas abertas pelo processo de transição brasileiro: a Reforma Partidária de 1979, a renovação das esquerdas, a fundação do PT, as eleições de 1982 e a circulação de ativistas, tanto em redes transnacionais quanto entre o movimento social e os partidos políticos. Por fim, este trabalho defende que a experiência acumulada nas eleições de 1982 favoreceu a adoção, pelo movimento, de quadros interpretativos e repertórios de ação mais institucionalizados.
Research Interests:
Esta tese busca compreender o processo de constituição pública dos ativismos LGBTQIA+ à direita no Brasil entre os anos de 2013 e 2020. Indo ao encontro das essencializações comuns ao debate público, que tendem a tomar estes ativistas... more
Esta tese busca compreender o processo de constituição pública dos ativismos LGBTQIA+ à direita no Brasil entre os anos de 2013 e 2020. Indo ao encontro das essencializações comuns ao debate público, que tendem a tomar estes ativistas como portadores de uma “falsa consciência” de si mesmos, optei por uma abordagem compreensiva preocupada em reconstituir os pontos de vista dos atores. Teoricamente orientado pela Sociologia da ação coletiva e dos movimentos sociais, em especial pela abordagem do Confronto Político, em articulação com uma Sociologia de tradição disposicionalista e com teorias e conceitos dos estudos de gênero e sexualidade, adotei uma perspectiva multinível com o objetivo de: identificar as variáveis do ambiente político e cultural que ofereceram incentivos a estas mobilizações (nível macro); examinar as dinâmicas relacionais que atravessam a ação coletiva (offline) e conectiva (online) dos atores e seus agrupamentos, com ênfase nas formas de organização, ação e produção de sentido (nível meso); e analisar as contribuições de ordem biográfica (na forma de disposições individuais, valores e crenças incorporadas ao longo de suas trajetórias) que são mobilizadas para dar forma e sentido a estes ativismos (nível micro). Para atingir estes objetivos, recorri a uma triangulação de dados empíricos produzidos a partir de uma pesquisa documental nos meios de comunicação social, imersão etnográfica online e entrevistas compreensivas com 18 ativistas (homens cis e trans auto identificados como homossexuais, bissexuais e assexuais) associados a diferentes grupos políticos à direita e residentes em diferentes regiões do Brasil. Os resultados sugerem que o contexto de oportunidades políticas e culturais aberto pela crise dos governos do Partido dos Trabalhadores, o ciclo de protestos de junho de 2013 e a campanha pelo impeachment de Dilma Rousseff em 2015/2016 provocou deslocamentos relevantes no campo do confronto político. Este cenário favoreceu o recrutamento de novas gerações de ativistas por parte de antigas e novas organizações liberais e conservadoras, criando um ambiente permeável à circulação de novas ideias e comportamentos que ofereceu estímulos à ruptura do armário político. Estes ativistas encontraram-se uns aos outros nos espaços de socialização política à direita na internet (fanpages, canais, grupos privados de discussão), formando agrupamentos específicos para pessoas LGBTQIA+ e dando forma a dois estilos de ativismo distintos, mas com algum grau de semelhança: um de cariz liberal e outro de feição conservadora. Do ponto de vista das trajetórias individuais, o engajamento político à direita permitiu que os atores pudessem: tentar compatibilizar as várias identidades (ex.: “gay”, “católico”, “negro”, “conservador”, “patriota”) e papeis sociais (ex.: “filho”, “marido”, “fiel” e “trabalhador”), acumulados ao longo dos seus percursos de vida; expressar a rejeição às esquerdas e aos movimentos e espaços de sociabilidade LGBTQIA+; criar uma autoimagem positiva e ressignificar e negociar suas identidades sexuais nos meios sociais considerados significativos para as suas existências, nomeadamente a família, a igreja e os espaços de ativismo.
Research Interests:
O artigo investiga, por meio de matérias jornalísticas, entrevistas e artigos publicados ao longo das 55 edições da revista Sui Generis, os diversos significados políticos das Paradas do Orgulho no Brasil entre os anos de 1995 e 2000. A... more
O artigo investiga, por meio de matérias jornalísticas, entrevistas e artigos publicados ao longo das 55 edições da revista Sui Generis, os diversos significados políticos das Paradas do Orgulho no Brasil entre os anos de 1995 e 2000. A revista Sui Generis apresentava a cultura gay como nova forma de fazer política. Seu conteúdo buscava afirmar uma comunidade que produz cultura, que possui identidade, aliados, história e orgulho próprio. Na análise dos significados políticos das Paradas nas páginas da Sui Generis, alguns vocabulários políticos dão corpo a essa política comunitária gay dos anos 90: visibilidade, orgulho e multidão.
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A partir de uma perspectiva geopolítica, o texto propõe uma reflexão acerca do lugar dos corpos das pessoas LGBTQIA+ nos discursos imperialistas, fundamentalistas e conservadores contemporâneos, problematizando algumas questões centrais... more
A partir de uma perspectiva geopolítica, o texto propõe uma reflexão acerca do lugar dos corpos das pessoas LGBTQIA+ nos discursos imperialistas, fundamentalistas e conservadores contemporâneos, problematizando algumas questões centrais como os processos de institucionalização dos movimentos, o reconhecimento de direitos por parte dos Estados nacionais e as tendências identitárias assimilacionistas.
Research Interests:
O capítulo aborda as primeiras incursões do movimento homossexual brasileiro e seus aliados na arena eleitoral durante as eleições de 1982, a primeira após o fim do sistema bipartidário que deu sustentação ao regime militar (1964-1985).