Skip to main content
  • HELENE, Diana é professora de estudos urbanos no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas ... moreedit
Partindo da premissa que a Arquitetura, o Urbanismo e o Paisagismo se estabelecem como uma forma privilegiada de normatização da relação entre ser humano e natureza nas cidades, o artigo propõe analisar as transformações empreendidas no... more
Partindo da premissa que a Arquitetura, o Urbanismo e o Paisagismo se estabelecem como uma forma privilegiada de normatização da relação entre ser humano e natureza nas cidades, o artigo propõe analisar as transformações empreendidas no processo brasileiro de urbanização (ou desruralização) da metade do século XIX ao início do século XX, com foco na cidade do Rio de Janeiro, então capital do país. Trata-se de analisar como a presença na cidade da natureza no geral e dos animais em particular foram classificados de diferentes maneiras: ora permitidos ora proibidos a partir da dicotomia rural e urbano e conforme os diferentes contextos socioambientais. A partir de referências documentais/iconográficas e de pesquisa bibliográfica em diálogo com os estudos sobre as relações humano-animais foi possível observar como as práticas e atividades que articulam a vida entre humanos e animais são atravessadas por fenômenos multifacetados, que, longe de serem uma resposta objetiva e racional aos problemas da cidade, caracterizam-se como formas de intervenção que atendem aos ideais modernizantes e civilizatórios conformadores das reformas urbanas.
Considerando que a arquitetura é uma linguagem que desenha na cidade as ideologias de uma cultura, este artigo se inspira em disputas conceituais e filosóficas pela linguagem que têm sido frutíferas nas áreas de antropologia linguística,... more
Considerando que a arquitetura é uma linguagem que desenha na cidade as ideologias de uma cultura, este artigo se inspira em disputas conceituais e filosóficas pela linguagem que têm sido frutíferas nas áreas de antropologia linguística, semiótica e linguística aplicada para questionar a metafísica referencial que jaz no conhecimento sobre arquitetura e urbanismo e que limita a possibilidade de uma criatividade arquitetônica múltipla, política e socialmente engajada. A partir da discussão de exemplos concretos de moradias não convencionais enseja-se a rejeição da normatização dos espaços privados e públicos, a fim de propor uma polissemia do significante casa. Ao discutir esses exemplos contra-hegemônicos, nos propomos a desconstruir a relação normativa da arquitetura com o corpo, o sujeito e a cidade. Entre as conclusões, é sugerido que a normatividade na arquitetura e no urbanismo não é inerente, mas um resultado de inculcação de desejos filosóficos de pureza, disciplinaridade, assertividade referencial e da família hétero-capitalista como modelo e tema orientador dos desejos e das relações sociais.

PALAVRAS-CHAVE: Casa. Metafísica referencial. Gênero. Decolonialidade. Família.
Este artigo apresenta uma sistematização, ou seja, um relato analítico, de um projeto de pesquisa-ação na área de gênero e design. A motivação política e teórica para desenvolver a pesquisa foi repensar o design a partir de uma... more
Este artigo apresenta uma sistematização, ou seja, um relato analítico, de um projeto de pesquisa-ação na área de gênero e design. A motivação política e teórica para desenvolver a pesquisa foi repensar o design a partir de uma perspectiva feminista por meio do resgate de técnicas ancestrais – sistematicamente apagadas pelas ordens coloniais e patriarcais, que historicamente excluem as mulheres, sobretudo aquelas racializadas, do trabalho tecnológico. Inicialmente, o projeto tinha como objetivo analisar o trabalho feminino no canteiro de obras (um espaço hegemonicamente masculinizado) e elaborar um manual que compilasse tecnologias desenvolvidas pelas mulheres nesses espaços. Foram partícipes do projeto, além da equipe de pesquisadoras, um quilombo, no Maranhão, construindo uma cozinha comunitária; um grupo de mulheres da periferia do Rio de Janeiro, trabalhando com redes comunitárias de apoio aos locais de produção coletiva, para enfrentar a pandemia; e um grupo de pescadoras, em Alagoas. A escolha metodológica por instrumentos participativos e da educação popular, inspirados pelo design participativo e pela teoria da sacola, de Le Guin (2021), foram conduzindo a um processo de ressignificação desses objetivos iniciais, das percepções compartilhadas que tínhamos sobre o que é tecnologia e sobre o que é um canteiro de obras, assim como a própria ideia do que é um manual, mudando significativamente o produto final elaborado. A PANA, ao mesmo tempo objeto e conteúdo, tecido de amarrar e manual, é um reflexo da influência das relações e práticas potencialmente transformadoras das mulheres engajadas no processo de investigação: uma relação corporalmente imbricada aos territórios que habitam.
RESUMO. Partimos aqui da premissa de que a urbanização é uma tecnologia. Iniciando o texto com um “causo” vivenciado no sertão da Paraíba, debatemos como as redes de infraestrutura urbana se constituem de técnicas que configuram a forma... more
RESUMO. Partimos aqui da premissa de que a urbanização é uma tecnologia. Iniciando o texto com um “causo” vivenciado no sertão da Paraíba, debatemos como as redes de infraestrutura urbana se constituem de técnicas que configuram a forma do ordenamento territorial como parte estruturante de um paradigma branco/colonial/moderno, cis-heteronormativo e capitalista, que conforma a urbanização. Investigamos, portanto, por meio de uma abordagem histórica e crítica, como tal morfologia, de forma estratégica, por meio do seu conteúdo técnico, prioriza algumas ações ao mesmo tempo em que dificulta a realização de outras, a saber: os encontros comunitários e a coletivização. A morfologia da casa capitalista - unifamiliar, monogâmica e heterossexual - enquanto tecnologia, também é explorada, sobretudo na maneira como estabelece mediações entre “fora” e “dentro”, público e privado/doméstico, coletivo e individual. Por fim, trazemos exemplos contra-hegemônicos que debatem essa forma de ordenamento territorial: a experiência dos projetos participativos de mutirões autogeridos e loteamentos habitacionais desenvolvidos por movimentos sociais de luta por moradia brasileiros, como exemplos de tecnologia/prática engajada. Sem perder de vista a superação das relações sistêmicas entre ordenamento territorial e capitalismo, finalizamos demarcando a importância de valorizar ensaios de mundo realizados nas margens que potencializam e permitem atividades coletivas/comunitárias, ao mesmo tempo em que congregam melhorias na vida daqueles/as oprimidos/as, de modo a possibilitar maior tempo de dedicação à auto-organização popular e ao fortalecimento de sua autoconsciência, tendo como horizonte a superação desse sistema.

Palavras chaves: Tecnologia; urbanização; movimentos de luta por moradia; colonialidade; gênero.


Un ensayo sobre la urbanización capitalista como tecnología: colonialidad, racialización y cisheteropatriarcado

RESUMEN. Partimos aquí de la premisa de que la urbanización es una tecnología. Comenzando con un "causo" vivido en el interior de Paraíba, se discute cómo las redes de infraestructura urbana están constituidas por técnicas que configuran la forma de planificación territorial como parte estructurante de un paradigma blanco/colonial/moderno, cis-heteronormativo y capitalista que configura la urbanización. Por lo tanto, investigamos, a través de un enfoque histórico y crítico, cómo esa morfología prioriza algunas acciones mientras obstaculiza otras, a saber, las reuniones comunitarias y la colectivización. También se explora aquí la morfología de la casa capitalista -unifamiliar, monógama y heterosexual- como tecnología, especialmente en el modo en que establece mediaciones entre "exterior" e "interior", público y privado/doméstico, colectivo e individual. Por último, traemos ejemplos contrahegemónicos que discuten esa forma de planificación territorial: la experiencia de proyectos participativos de esfuerzos conjuntos autogestionados y subdivisiones habitacionales desarrollados  por movimientos sociales brasileños de lucha por la vivienda, como ejemplos de tecnología/práctica comprometida. Sin perder de vista la superación de las relaciones sistémicas entre el ordenamiento territorial y el capitalismo, concluimos resaltando la importancia de valorar los ensayos de mundo realizados en los márgenes que estructuran los espacios y que potencializan y permiten las actividades colectivas/comunitarias, a la vez que aportan mejoras en la vida de los más oprimidos. De esa manera se puede dedicar más tiempo a la autoorganización popular y al fortalecimiento de su autoconciencia, teniendo como horizonte la superación de ese sistema.

Palabras clave: Tecnología; urbanización; movimientos de lucha por la vivienda; colonialidad, Género.


An essay on the capitalist urbanization as technology: coloniality, racialization, and cisheteropatriarcate

ABSTRACT. We start here from the premise that urbanization is a technology. Beginning the text with a “tale” experienced in the backwoods of Paraíba, we discuss how the urban infrastructure networks are made up of techniques that configure the form of territorial planning as a structuring part of a white/colonial/modern, cis-heteronormative, and capitalist paradigm that shapes urbanization. We, therefore, investigate, through a historical and critical approach, how such morphology prioritizes some actions while hindering others, namely community meetings and the collectivization of care tasks. The morphology of the capitalist house - single-family, monogamous, and heterosexual - as a technology is also explored here, especially in the way it establishes mediations between “outside” and “inside,” public and private/domestic, collective and individual. Finally, we bring counter-hegemonic examples that discuss this form of territorial planning: the experience of participatory projects of self-managed mutirões (self-help housing cooperatives) and housing subdivisions developed by Brazilian social movements in the struggle for housing, as examples of engaged technology/practice. Without losing sight of the overcoming of thesystemic relationsbetween land use planning and capitalism, we conclude by highlighting the importance of valuing world trials carried out at the margins that structure spaces and that potentialize and allow collective/community activities while bringing about improvements in the lives of the most downtrodden. This way allows more time for cultivating popular self-organization and strengthening the vulnerables’ self-awareness, having as a horizon the overcoming of this system.

Keywords: Technology; urbanization;  housing movement; coloniality; gender.
Resumo Este artigo visa apresentar possibilidades de viradas epistemológicas - ou viradas de mesa, nos termos de Ana Clara Ribeiro (2010) - à luz das teorias feministas, interseccionais e decoloniais, avaliadas segundo nossa experiência... more
Resumo
Este artigo visa apresentar possibilidades de viradas epistemológicas - ou viradas de mesa, nos termos de Ana Clara Ribeiro (2010) - à luz das teorias feministas, interseccionais e decoloniais, avaliadas segundo nossa experiência acadêmica, como indisciplina. Essa é a motivação estrutural que parte de uma observação e vivência sobretudo como professoras e pesquisadoras, a partir de perspectivas entendidas como indisciplina contra a ordem e normas na produção hegemônica do conhecimento. Discutimos a importância e potência das teorias feministas como possíveis viradas metodológicas, como instrumento encarnado na realidade social. Por isso, esse texto apresenta reflexões a partir basicamente de práticas de ensino, buscando compor formas de ensino-aprendizagem atentas ao que estudantes dialogicamente aprendem e nos ensinam, com vistas a refutar práticas de discriminação metódica do ensino ao exercício profissional, seja do ensino-pesquisa-extensão, seja de projeto e planejamento. 

Abstract
This article aims to present possibilities of epistemological turnaround, in the terms of Ana Clara Ribeiro (2010) - taking into account feminist, intersectional and decolonial theories, evaluated according to our academic experience, as indiscipline. This is the structural motivation that starts from observation and experiences, above all as teachers and researchers, from perspectives understood as indiscipline against the order and norms in the hegemonic production of knowledge. We discuss the importance and the potential of feminist theories as possible methodological turnaround, as an instrument embodied in social reality. Therefore, this text presents reflections based on teaching practices, seeking to compose forms of teaching-learning that are attentive to what students dialogically learn and teach us, with a view to refuting practices of methodical discrimination from teaching to professional practice, whether from teaching- research-extension, whether of project and planning.
Editorial: Dossiê Território, Gênero e Interseccionalidades
O presente artigo, que provém de um trabalho final de graduação, tem como objetivo apresentar estratégias para readequação viária de perímetros urbanos de rodovias, a partir do estudo de caso do trecho da BR-104 situado no município de... more
O presente artigo, que provém de um trabalho final de graduação, tem como objetivo apresentar estratégias para readequação viária de perímetros urbanos de rodovias, a partir do estudo de caso do trecho da BR-104 situado no município de Rio Largo/AL, propondo uma configuração urbana que atenda não somente às necessidades de usuários de transporte motorizado, mas, principalmente, às de usuários de transporte ativo, majoritariamente utilizados pelos habitantes da região. Após a enchente de 2010, que devastou a parte baixa e central do município, cerca de 7.273 famílias se reestabeleceram em novos conjuntos habitacionais, além de, aproximadamente, 30 condomínios residenciais, implantados na área mais alta e plana do município, afastada do rio, às margens da rodovia. A ocupação ampliou gradativamente o número de ocorrências de trânsito como atropelamentos e colisões, alcançando as marcas de 10 óbitos e 62 feridos em 2013 no recorte de estudo, trecho que possui apenas 8,57 km (BRASIL, 2020b), evidenciando a necessidade de readequação da rodovia após a inauguração dos empreendimentos, buscando contemplar às necessidades da população que passaria a ocupar o seu entorno. Os procedimentos metodológicos utilizados foram a caracterização da área, a partir da elaboração cartográfica e cruzamento de dados socioeconômicos, urbanísticos e de trânsito; estudo de referenciais teóricos sobre cidades para pessoas (GEHL, 2015), urbanismo insurgente (MIRAFTAB, 2016), urbanismo feminista (COL·LECTIU PUNT 6, 2019; HARKOT, 2018) e mobilidade urbana (VASCONCELLOS, 2018; SPECK, 2017); e análise de legislações e manuais de trânsito, como o CTB (BRASIL, 2008) e manuais de projeto rodoviário do DNIT (BRASIL, 2010a). Concluiu-se que estratégias como a redução de largura das faixas de rolamento, redução da velocidade máxima permitida, ampliação de iluminação pública, manutenção da vegetação e implantação de infraestruturas como passeios públicos, ciclovias e travessias de pedestres sinalizadas podem ser aplicadas na área, atuando na redução dos principais conflitos entre os modos de locomoção e, consequentemente, das ocorrências de trânsito.
O texto "A cidade como extensão da casa: espaços livres e vida cotidiana em habitações de interesse social de Maceió" sintetiza o trabalho do Grupo de Pesquisa "A CIDADE COMO EXTENSÃO DA CASA: sistema de espaços livres e vida cotidiana",... more
O texto "A cidade como extensão da casa: espaços livres e vida cotidiana em habitações de interesse social de Maceió" sintetiza o trabalho do Grupo de Pesquisa "A CIDADE COMO EXTENSÃO DA CASA: sistema de espaços livres e vida cotidiana", que pretende pensar as relações entre o sistema de espaços livres e a vida cotidiana a partir dos conceitos interseccionais entre classe, raça, colonialidade, sexualidade e gênero, por meio da análise da relação entre espaços edificados e espaços livres em diferentes conjuntos de habitação social na cidade de Maceió, Alagoas. Integrantes: Diana Helene Ramos - Coordenador / Vicência Estrela Gomes da Silva - Integrante / Vanessa Dourado Bernardes - Integrante / Eduarda Feitosa Leite - Integrante / Ítalo André Ferreira da Silva - Integrante.

O texto anexo é o resumo expandido da apresentação do grupo de pesquisa no  III Colóquio Lote e Quadra, Cidade e Território: espaços livres, redes ecológicas e o direito à paisagem; Inst. promotora/financiadora: EAU-UFF e Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas ligado à Escola de Belas Artes da UFRJ.
Resumo: O artigo pretende discutir como se organizam as atividades e hierarquias da gestão da vida cotidiana e como essas atividades se refletem e se distribuem no território, a partir da sobreposição da dinâmica imposta pelas restrições... more
Resumo: O artigo pretende discutir como se organizam as atividades e hierarquias da gestão da vida cotidiana e como essas atividades se refletem e se distribuem no território, a partir da sobreposição da dinâmica imposta pelas restrições da pandemia. Considerando-se a intersecção entre gênero, raça e classe, o trabalho combina informações relativas à conformação urbana atual e letalidade da Covid-19, em que se observam maiores taxas de contaminação e mortalidade nas periferias urbanas. Revela, dessa forma, o estabelecimento de zonas de sacrifício da Covid-19 na morfologia urbana brasileira e uma crise na gestão dos cuidados e da reprodução da vida, nas quais as mulheres têm um papel central. Em contrapartida, a situação atual demonstra a importância das pautas levantadas pelos movimentos de luta por moradia e Reforma Urbana, como espaços possíveis para repensar as cidades e a organização popular. Palavras Chave: Cuidado; Covid-19; Gênero; Classe; Raça.

Abstract: The article intends to discuss how activities and hierarchies of daily life management are organized, and how these activities are reflected and distributed in the territory, from the overlapping of the dynamics imposed by pandemic restrictions. Considering the intersection between gender, race and class, this paper combines information related to the current urban conformation and lethality of Covid-19, where higher rates of contamination and mortality are observed in the urban peripheries. Thus, it reveals the establishment of Covid-19 sacrifice zones in Brazilian urban morphologyand a crisis in the management of care and life reproduction, in which women play a central role. In contrast, the current situation demonstrates the importance of the guidelines raised by the movements of struggle for housing and Urban Reform, as possible spaces to rethink the cities and popular organization. Keywords: Care; Covid-19; Gender; Class; Race.

Resumen: A partir de la dinámica de superposición impuesta por las restricciones de la pandemia, el artículo tiene por objeto examinar la forma en que se organizan las actividades y las jerarquías de la gestión de la vida cotidiana, y de que manera esas actividades se reflejan y se distribuyen en el territorio. Teniendo en cuenta la intersección entre género, raza y clase, el documento combina información relacionada con la actual conformación urbana y la letalidad de Covid-19, donde se observan mayores tasas de contaminación y mortalidad en las periferias urbanas. De esa manera, revela el establecimiento de zonas de sacrificio Covid-19 en la morfología urbana brasileña y una crisis en la gestión del cuidado y la reproducción de la vida, en la que las mujeres desempeñan un papel central. En contraste, la situación actual demuestra la importancia de las agendas planteadas por los movimientos de lucha por la vivienda y la Reforma Urbana, como posibles espacios para repensar las ciudades y la organización popular. Palabras Clave: Cuidado; Covid-19; Género; Clase; Raza.
A partir de uma releitura feminista, é analisado como as dificuldades de acesso à moradia no Bra- sil, marcadas pela histórica exclusão da terra e do mercado de trabalho das camadas mais pobres, abarcam condições ainda mais dramáticas... more
A partir de uma releitura feminista, é analisado como as dificuldades de acesso à moradia no Bra- sil, marcadas pela histórica exclusão da terra e do mercado de trabalho das camadas mais pobres, abarcam condições ainda mais dramáticas quando se é mulher e piores ainda, quando se é mulher e negra. Por meio de narrativas femininas sobre suas histórias de vida dentro dos movimentos de mora- dia, demonstra-se de que maneira estes se estabe- lecem como um espaço potencializador para seu empoderamento e autonomia: da reestruturação das hierarquias de poder dentro do espaço priva- do e da segurança contra a violência doméstica à reapropriação do espaço público/político, engen- drando uma luta por direito à cidade marcada por segregações de classe, raça e gênero.

Palavras-chave: habitação; gênero; moradia; mo- vimentos sociais; direito à cidade.

Difficulties in access to housing in Brazil, marked by the historical exclusion of the poor from the land and by their difficulties in accessing the labor market, encompass conditions that are even more dramatic when the person is a woman - and even worse conditions when the woman is black. In this scenario, the housing movements, composed mostly of women, establish themselves as a potentializing space for their empowerment and autonomy. This paper will address significant gains women have in their lives when they participate in these social movements, such as the restructuring of power hierarchies within the private space, safety against domestic violence, re-appropriation of the public/political space, among others.

Keywords: housing; genre; home; social movements; right to the city
A partir de uma historia (um “causo”) vivida e reinventada pela autora - a saber: um passeio à região do Lajedo Velho, no sertão da Paraíba - se desenrola um debate sobre o impacto da inserção de tecnologias no território. Por meio das... more
A partir de uma historia (um “causo”) vivida e reinventada pela autora - a saber: um passeio à região do Lajedo Velho, no sertão da Paraíba - se desenrola um debate sobre o impacto da inserção de tecnologias no território. Por meio das questões colocadas pelo geógrafo Mílton Santos acerca dos desdobramentos que envolvem a adoção de meios técnicos-científicos- informacionais, busca-se indagar em que medida o conforto do acesso à água encanada adquirido por uma comunidade carente implica uma série de contradições sobre a maneira como as tecnologias são concebidas, valoradas e assimiladas. Palavras-chave: Paraíba, Tecnologia, Território.
A queima de uma boneca da filósofa Judith Butler em um ato de repúdio contra a “ideologia de gênero”. O assassinato por crime de ódio de uma militante prostituta em Campinas. O lançamento da versão brasileira do livro “Calibã e a Bruxa:... more
A queima de uma boneca da filósofa Judith Butler em um ato de repúdio contra a “ideologia de gênero”. O assassinato por crime de ódio de uma militante prostituta em Campinas. O lançamento da versão brasileira do livro “Calibã e a Bruxa: mulheres, corpo e acumulação primitiva”. Três fatos acontecidos no segundo semestre de 2017 que se articulam e nos fazem ver relações entre a demonização das mulheres, sua subjugação a certo espaço da cidade e uma cruzada conservadora com o objetivo de brecar a conquista de direitos; tendo como pano de fundo o uso de símbolos construídos na formação do capitalismo e do patriarcado durante a acumulação primitiva.
À partir de l’histoire et des représentations du quartier de prostitution Jardim Itatinga et des mobilisations de l’association des prostituées Mulheres Guerreiras, cet article montre comment s’organisent les différents territoires de... more
À partir de l’histoire et des représentations du quartier de prostitution Jardim Itatinga et des mobilisations de l’association des prostituées Mulheres Guerreiras, cet article montre comment s’organisent les différents territoires de prostitution de Campinas dans l’État de São Paulo au Brésil. Les déambulations des prostituées, leurs territorialités, les différents rôles qu’elles endossent ainsi que leurs postures corporelles sont autant de révélateurs d’une organisation urbaine genrée où s’inscrivent la stigmatisation vécue par les travailleuses du sexe et les valeurs morales que ces activités suscitent. Cet article met en lumière le rejet en périphérie des activités liées à la prostitution qui se retrouve ainsi ségréguée, au regard des relations complexes entre ce quartier, le centre-ville et la ville dans son ensemble.
O movimento social das prostitutas no Brasil tem pautado uma série de temas e debates fundamentais para se (re)pensar gênero e feminismo, sobretudo nas questões relacionadas ao uso da cidade pelas mulheres. A partir do estudo de caso da... more
O movimento social das prostitutas no Brasil tem pautado uma série de temas e debates fundamentais para se (re)pensar gênero e feminismo, sobretudo nas questões relacionadas ao uso da cidade pelas mulheres. A partir do estudo de caso da organização de prostitutas na cidade de Campinas “Associação Mulheres Guerreiras”, apresento nesta comunicação oral os resultados da tese de doutorado “‘Preta, pobre e puta’: a segregação urbana da prostituição em Campinas: Jardim Itatinga”, defendida em 2015 na Instituto de Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro – IPPUR-UFRJ, ganhadora do Prêmio Capes de tese em planejamento urbano e regional. Neste trabalho analiso como este movimento social singular pauta a questão da igualdade feminina no contexto das lutas por direito à cidade e gênero, revisitando e reconstruíndo formas de militar dentro do feminismo. A partir da observação da forma de atuação e manifestação caracterísitica desse movimento organizado, que utiliza, sobretudo, o corpo como plataforma de “profanação” do espaço público - objetivando gerar visibilidade e desconstruir paradigmas relacionados aos direitos sexuais - este movimento atua na desconstrução do “estigma de Puta” (Pheterson, 1986), uma poderosa estrutura de controle sobre todas as mulheres, sobretudo o controle acerca da maneira delas circularem e se apropriarem das cidades.
Dans les années 1980, lors de la résurgence démocratique des mouvements sociaux au Brésil après la fin de la dictature militaire naît un mouvement de femmes à la fois controverse et puissant : le mouvement social des travailleuses du... more
Dans les années 1980, lors de la résurgence démocratique des mouvements sociaux au Brésil après la fin de la dictature militaire naît un mouvement de femmes à la fois controverse et puissant : le mouvement social des travailleuses du sexe. Après la première rencontre nationale des prostituées en 1987, à laquelle participent environ soixante-dix prostituées provenant de onze provinces du pays, des associations des travailleuses du sexe sont fondées un peu partout au Brésil. Il s'agit d'un mouvement qui revendique la fin des violences, des préjugés et de la stigmatisation subis par les femmes qui travaillent en vendant du sexe, le dévoilement et une plus grande visibilité de leur métier et la reconnaissance de ces activités comme un travail. Mais surtout, le mouvement des travailleuses du sexe revendique leur place dans la société brésilienne contemporaine. Aujourd'hui, il doit faire face au Brésil au fondamentalisme religieux alors que certains parlementaires réunis au sein du « Front parlementaire évangélique », proposent d'abolir tous les droits acquis jusqu'à maintenant, notamment la reconnaissance par le Ministère du Travail et de l'Emploi du métier de « professionnel du sexe ». Parmi les actuelles attaques aux droits des prostituées on trouve également des propositions de lois proposant l'incrimination de la prostitution.
Este artigo é fruto de meu estágio doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, CAPES/PSDE), em 2013. Na França uma lei de 2003, conhecida como Lei Sarkosy, criminaliza a prostituta de rua. Antes dessa lei já era... more
Este artigo é fruto de meu estágio doutoral na École des Hautes Études en Sciences Sociales (Paris, CAPES/PSDE), em 2013. Na França uma lei de 2003, conhecida como Lei Sarkosy, criminaliza a prostituta de rua. Antes dessa lei já era proibido abordar clientes em locais públicos de forma ativa e, a partir de então, tornou-se também proibido demonstrar intenção de oferecimento de serviços sexuais. Além dessa lei, o governo francês tem, a cada dia, arrefecido suas políticas abolicionistas em relação à prostituição. No período de meu estágio acompanhei o debate em torno da proposição de uma nova lei pelo partido socialista, com apoio de grupos feministas franceses: a penalização dos clientes de prostitutas. As controvérsias que pude observar em torno dessa questão são muitas. Na França, o debate abolicionista da prostituição versus a sua legalização/regulamentação causa grande polêmica. A maior disputa ocorre entre o movimento feminista francês, majoritariamente de caráter abolicionista, que conta atualmente com influentes dirigentes no governo do país e o movimento social das prostitutas francesas, que a cada dia tem se fortalecido de maneira a se proteger das medidas atuais do poder público. Para melhor compreender essa disputa o artigo busca suas origens, na maneira que a prostituição se distribuí na cidade de Paris, passando pela Revolução Francesa, pela época das Maisons
Closes, pela cruzada abolicionista e pela criação do movimento organizado das prostitutas na França.
Palavras chaves: Prostituição, Feminismo, Segregação Urbana
The district of Jardim Itatinga, at the city of Campinas (São Paulo / Brazil), was created by the public power in the 60s during the military dictatorship, aiming to concentrate in the same area all activities related to prostitution, in... more
The district of Jardim Itatinga, at the city of Campinas (São Paulo / Brazil), was created by the public power in the 60s during the military dictatorship, aiming to concentrate in the same area all activities related to prostitution, in order to isolate it from the rest of the city. Over time the district has grown and been urbanized, and today is considered the biggest confined prostitution urban zone in Latin America. Among the nearly 2 thousand prostitutes
in the "zona" (the colloquial name for “red light districts” in portuguese), most of them are migrants, coming from around 400 different cities, being less than 5% from Campinas. Thus, the district is constituted as a locality of reference and hosting: establishes itself as a receiver territory for migraters females in search of having better means for life. The choice to work in a house at Jardim Itatinga is due to several factors. The main reason is that segregated from the "normal" city, supported by and hidden in the specialized houses, they can keep secret about their work from their family and acquaintances. The "zona" has an organized system to sustain the profession: houses, beauty salons, shops, exchange of experiences, as well as its local structure all dedicated to the same activity. The prostitution is such a prominent activity in the district that the exceptions, to mark this
difference, have signs on their doors written "family home". Moreover, the Jardim Itatinga is part of a network of information exchange among prostitutes, who circulate between different areas of prostitution in the cities, in search of the best and most profitable places to work. From the analysis of the characteristics of this district of segregation and confinement, but also of hosting and protection, the article arises intersections between gender and territory, from discussing the specifics of female migration network and geographical displacement as the possibility of adopting another identity / sexuality. Would be the "zona" a place to practice another urbanity, opposite the city of family and wife?
As Slut Walks começaram no ano de 2011 em Toronto, Canadá, e se espalharam rapidamente. Em função da internet a notícia da realização da primeira marcha correu o mundo, fazendo mais de 200 cidades a reproduzirem poucas semanas depois. No... more
As Slut Walks começaram no ano de 2011 em Toronto, Canadá, e se espalharam rapidamente. Em função da internet a notícia da realização da primeira marcha correu o mundo, fazendo mais de 200 cidades a reproduzirem poucas semanas depois. No Brasil, ganharam o nome de “Marcha das Vadias” e aconteceram em cerca de 30 cidades diferentes. Segundo Jessica Valenti os protestos se espalharam de forma viral e tornaram-se, em poucos meses, “the most successful feminist action of the past 20 years”.

Uma das características mais interessante das Slut Walks é que tanto sua organização, quanto sua reprodução acontece de forma descentralizada, com a internet como meio de propagação, organização e repercussão. Muitos protestos contemporâneos têm base na popularização das recentes tecnologias de informação e comunicação: a internet aliada a aparelhos celulares multi-funções, máquinas fotográficas e filmadoras, tem construído uma gama de conteúdos digitais que estão em constante troca, contraposição e retroalimentação em redes sociais, blogs, etc. Por essa razão, esse artigo se utiliza dos discursos construídos pelos participantes e ativistas das marchas por meio da internet, bem como sua reverberação neste meio, na reivindicação de uma nova relação entre o corpo da mulher e a cidade.


As lutas de libertação das mulheres tem historicamente o caráter da escala do corpo: do controle de fertilidade às políticas de aborto, punições às violências sexuais e outras invasões ao corpo da mulher sem consentimento, maneiras de se vestir, mutilação/alterações corporais marcadas pelo gênero, chegando aos lugares que o corpo da mulher pode acessar na escala urbana, saindo do âmbito “doméstico”, para as ruas.
The city of Campinas, state of São Paulo, Brazil, has a few peculiar aspects on its urbanization, due to the overlapping of historical processes that gave origin to the urban relations in the city. The construction of the railroad in the... more
The city of Campinas, state of São Paulo, Brazil, has a few peculiar aspects on its urbanization, due to the overlapping of historical processes that gave origin to the urban relations in the city. The construction of the railroad in the end of the XIX century, the industrialization, the peripherization and the creation of new road axes and junctions after 1960, became factors that constituted vectors of appreciation and depreciation of the urban land. Along these circulation routes and due to them, large blocks of informal occupation got aggregated, as well as private condominiums, commercial clusters and many urban voids between them. Willing to understand this model of urbanization, three vectors were highlighted as examples that characterizes the social and spatial division of Campinas, separating the valued territories from the devalued ones across the city: the Vila Industrial neighborhood (Industrial Village), that constitutes the first historical limit between the center and the periphery (1870); red light district Jardim Itatinga (the biggest one in latin America - 1967); and the wealthy urban enclaves in the north or the city, which the greatest exponent lies on the Parque Dom Pedro Shopping Mall (2002).
The hypothesis, as the title suggests, is that Campinas has an urban segregation that was planned, as can be seen by the role played by the city administration in the development of these three vectors, among others. These processes of historical demarcation of the urban spatiality directly influenced on the appreciation/depreciation of the urban land. The organization of the urban network has been established over the contraposition between the valorized side and the depreciated one: the north being the area where the elites reaffirms their space with the creation of equipments of leisure and consumption, as the Parque Dom Pedro; and the south, after years of development, being still referenced as the place for poverty, dirty and oblivion, as the Vila Industrial and Jardim Itatinga.
This paper is based on tree researches about the city of Campinas: an already finished graduation research about Parque Dom Pedro (MARINO, F.), a master research about Vila Industrial (ANDREOTTI, B.) and a pHD research about Jardim Itatinga (HELENE, D.), these two last in process of writing.
A partir das características peculiares da história da urbanização de Campinas (São Paulo - Brasil) o artigo levanta questões acerca das práticas de planejamento urbano e suas contradições. A cidade de Campinas se caracteriza por uma... more
A partir das características peculiares da história da urbanização de Campinas (São Paulo - Brasil) o artigo levanta questões acerca das práticas de planejamento urbano e suas contradições. A cidade de Campinas se caracteriza por uma formação territorial
corporativa e fragmentada, além de se constituir como um entroncamento nodal de vias de circulação rodoferroviárias. A implantação da ferrovia no final do século XIX, a industrialização, a periferização e a abertura dos novos eixos e entroncamentos
rodoviários são fatores que consolidaram vetores específicos de valorização e desvalorização do solo urbano. É em função e ao longo destas vias de circulação que se agregam grandes blocos dispersos de ocupações informais, condomínios fechados e conglomerados comerciais, permeados por grandes vazios urbanos. O estabelecimento do eixo dos trilhos como limite para o centro norteou as políticas públicas e os agentes privados na instalação das atividades “puras” e “impuras” no tecido da cidade. Este limite foi reforçado ao longo do século XX com a abertura das rodovias que cortam o território campineiro, marcando seu modo de expansão urbana. Propondo compreender essa urbanização, foram destacados como exemplares três marcos urbanos que caracterizam a divisão sócio espacial de Campinas em momentos distintos de sua história, separando as partes valorizadas e desvalorizadas do território campineiro: a Vila Industrial, que se
colocou historicamente como um primeiro limite entre centro e periferia (1870); a zona de prostituição periférica Jardim Itatinga (1967), criada durante a primeira grande expansão
(e fragmentação) da cidade a terrenos distantes da cidade urbanizada; e a consolidação desse tipo de urbanização periférica, com a criação de enclaves urbanos elitizados na
região norte da cidade, um grande número de condomínios fechados e conglomerados comerciais de alta classe, cujo maior expoente é o Parque Dom Pedro Shopping (2002).
Las luchas por la liberación de la mujer históricamente han tenido la escala del cuerpo: desde políticas de control de la fertilidad al aborto, la forma de vestir y el lugar en el que el cuerpo puede acceder en las ciudades: saliendo de... more
Las luchas por la liberación de la mujer históricamente han tenido la escala del cuerpo: desde políticas de control de la fertilidad al aborto, la forma de vestir y el lugar en el que el cuerpo puede
acceder en las ciudades: saliendo de la "casa" a la calle, que es el espacio de poder y dominio masculino. En las ciudades, un conjunto de representaciones y creencias en relación al cuerpo
femenino ha obligado a las mujeres a cubrirse, salvaguardarse y vigilarse, o sufrir las consecuencias. Las Marchas de las Putas (Slut Walks) empezaron en 2010 en Canadá. Durante una charla de seguridad en un campus universitário en Toronto, un oficial de policía dijo que las mujeres deberían dejar de vestirse como putas en las calles para evitar violaciones. Frente a esta declaración, las
mujeres de la ciudad realizaron la primera "Slut Walk", con el fin de dejar claro que la violación es siempre culpa del agresor, y no de la manera de vestirse o comportarse, ni tampoco de los lugares
que las mujeres frecuentan en la ciudad. Luego, la marcha se replicó rápidamente en miles de ciudades, sobretodo con las redes cibernéticas, para su divulgación y organización hasta su repercusión en la sociedad. La propuesta del texto es explorar este conflicto - cuerpo femenino y ciudad - que resultó en la manera explosiva de como estas marchas se alastraron por el mundo, mediante una investigación vía Internet y con las mujeres
organizadoras de la marcha en São Paulo e Campinas (Brasil)."
Este trabalho reúne um estudo acerca da criação do bairro de prostituição Jardim Itatinga, na periferia da cidade de Campinas, interior de São Paulo. O bairro foi criado estrategicamente nos anos 60 pelo poder público, com objetivo de... more
Este trabalho reúne um estudo acerca da criação do bairro de prostituição Jardim Itatinga, na periferia da cidade de Campinas, interior de São Paulo. O bairro foi criado estrategicamente nos anos 60 pelo poder público, com objetivo de concentrar todas as atividades ligadas a prostituição da cidade, garantindo seu zoneamento fora do espaço urbano consolidado. Atualmente, o bairro é considerado a maior zona urbana de prostituição da América Latina. Além da atividade nas ruas e calçadas existem dezenas de boates, casas de show erótico, pequenos motéis, bares e prostíbulos onde trabalham mulheres e travestis. Dados do Centro de Saúde do Jardim Itatinga indicam que cerca de 2 mil profissionais do sexo trabalham no local. Nesta comunicação parto da hipótese que a criação do Jardim Itatinga - enquanto reorganização e isolamento da prostituição do espaço público, produzindo um território confinado, controlado e segregado – configura o reflexo de uma ordem moral e disciplinadora. Para análise será utilizada a bibliografia acerca da criação desse bairro, junto com relatos contados por prostitutas, que acumulei no meu trabalho na Associação de Profissionais do Sexo de Campinas (Ass. Mulheres Guerreiras) de 2006 a 2009.
"Esse artigo pretende levantar dados sobre a criação da zona de prostituição Jardim Itatinga, na periferia da cidade de Campinas, interior de São Paulo. O interesse por essa história acontece em função de uma peculiaridade do bairro: o... more
"Esse artigo pretende levantar dados sobre a criação da zona de prostituição Jardim Itatinga, na periferia da cidade de Campinas, interior de São Paulo. O interesse por essa história acontece em função de uma peculiaridade do bairro: o Jardim Itatinga foi criado estrategicamente nos anos 60 pelo poder público, com objetivo de concentrar numa área periférica, todas as atividades ligadas a prostituição da cidade, garantindo seu zoneamento fora do espaço urbano consolidado. Ou seja, sua criação foi diferente da
maioria das zonas de meretrício que, por diversas razões, concentram “naturalmente” a atividade: o confinamento violento da prostituição no Jardim Itatinga foi planejado. Portanto, parto do pressuposto que a invenção do Jardim Itatinga - enquanto reflexo de uma ordem moral e disciplinadora – exemplifica a atuação planejada da organização urbana na produção de territórios confinados, estigmatizados e marginais."
As áreas centrais das aglomerações urbanas contemporâneas são peças-chave para análise e compreensão dos inúmeros conflitos sociais constituintes da sociedade capitalista atual. O centro da cidade de São Paulo, apesar de dotado de uma... more
As áreas centrais das aglomerações urbanas contemporâneas são peças-chave para análise e compreensão dos inúmeros conflitos sociais constituintes da sociedade capitalista atual. O centro da cidade de São Paulo, apesar de dotado de uma complexa rede de infra-estrutura e serviços, encontra-se subutilizado, perfurado por uma infinidade de vazios. São milhares de imóveis desocupados na área central da cidade. As classes sociais menos favorecidas ocupam as ruínas desses edifícios abandonados numa operação de reconquista do espaço urbano do qual são constantemente excluídas, num processo de reivindicação da cidade. No entanto, a propriedade permanece protegida pelo Estado, e seus ocupantes são despejados através de ações de reintegração de posse. A observação de todos esses deslocamentos de forças demonstra, segundo Arantes Neto, uma série de territórios interpenetrados em confronto, que constituem no espaço urbano uma Guerra dos Lugares1. A partir desse conceito, pretende-se compreender como os espaços urbanos residuais centrais são gerados, quem os ocupa, de que forma são ocupados, e como acontece sua posterior desarticulação. Para o desenvolvimento da pesquisa foi delimitado como recorte analítico quatro ocupações de edifícios abandonados localizadas no bairro da Luz, centro da cidade de São Paulo: Ed. Plínio Ramos, Ed. Prestes Maia, Ed. Paula Souza e Ed. São Vito.
Este artigo faz uma reflexão sobre os problemas das políticas públicas face as emergentes necessidades da população, a partir de um relato de experiência. Situada a intensificação do processo de urbanização no Brasil e as especificidades... more
Este artigo faz uma reflexão sobre os problemas das políticas públicas face as emergentes necessidades da população, a partir de um relato de experiência. Situada a intensificação do processo de urbanização no Brasil e as especificidades de uma metrópole interiorana – Campinas – observa-se como a carência de políticas públicas urbanas e habitacionais e a presente ação do capital imobiliário trazem características marcantes para a conformação de uma cidade. Em respostas a estes e a outros fatos, um movimento social de luta por moradia (MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) auxiliada por um coletivo de arquitetos e urbanistas e outras entidades, promove uma ação de ocupação de uma gleba vazia de 78 mil metros quadrados na região sudeste da cidade de Campinas, que chega a reunir cerca de 3.000 pessoas buscando melhores condições de moradia e acesso urbano . Por meio do relato desse processo, o artigo pretende compreender as questões de conflito que sofrem as metrópoles contemporâneas.
O texto consiste em uma análise comparada entre os processo históricos que levaram a construção de um bairro periférico exclusivo para o meretrício, o “Jardim Itatinga”, e o estudo etnográfico das profissionais do sexo que ainda trabalham... more
O texto consiste em uma análise comparada entre os processo históricos que levaram a construção de um bairro periférico exclusivo para o meretrício, o “Jardim Itatinga”, e o estudo etnográfico das profissionais do sexo que ainda trabalham na área central da cidade, de maneira a estabelecer as diferentes sensações de segregação e confinamento sofridas pelas prostitutas nestes espaços. De que forma as alternativas de permanência que são construídas nesses territórios se dirigem a regras na relação entre corpo e cidade, bem como que representações e negociações se estabelecem no espaço urbano de maneira que essas prostitutas não sejam discriminadas, segregadas e expulsas. A comparação entre as mulheres que trabalham no centro e as mulheres confinadas no Jardim Itatinga tenta compreender como o espaço da cidade e as relações que nele se estabelecem podem refletir na constituição da identidade.
O artigo busca entender as relações estabelecidas entre as ocupações de prédios abandonados nas áreas centrais da cidade de São Paulo e a rua, baseado em anotações de campo “áudio-visuais”. Ao observar detalhadamente as gravações... more
O artigo busca entender as relações estabelecidas entre as ocupações de prédios abandonados nas áreas centrais da cidade de São Paulo e a rua, baseado em anotações de campo “áudio-visuais”. Ao observar detalhadamente as gravações realizadas ao longo de diversos meses de acompanhamento dessas ocupações se observou uma grande relação entre os prédios ocupados e seu entorno, principalmente no uso dos espaços limítrofes entre a rua e os edifícios. No encontro do espaço privado das casas e a rua, se constituem diversas mediações entre o público e o intimo estabelecendo espaços limiares aonde pode-se observar diversas relações sociais entre as ocupações e a cidade.
"A análise parte dos processo históricos de construção do bairro de meretrício “Jardim Itatinga”, para o confronto com o estudo etnográfico das profissionais do sexo que trabalham em outra área, no centro da cidade, de maneira a... more
"A análise parte dos processo históricos de construção do bairro de meretrício “Jardim Itatinga”, para o confronto com o estudo etnográfico das profissionais do sexo que trabalham em outra área, no centro da cidade, de maneira a estabelecer as diferentes sensações de segregação e confinamento sofridas pelas prostitutas no espaço urbano. Quais as alternativas de permanência são construídas nesses territórios, bem como que representações e negociações se estabelecem na cidade para poderem realizar seu oficio e não serem discriminadas, segregadas e expulsas. A comparação entre as prostitutas do centro e as prostitutas confinadas no Jardim Itatinga tenta
compreender as implicações que as diversas maneiras de se habitar a cidade podem refletir na constituição da identidade."
A vida pasteurizada, o consumo depressivo, o tédio culpado da falta de tempo, a fartura e a carência devorando-se uma a outra. Será possível qualquer outra resposta, será possível a arquitetura? A tentativa proposta consiste, para tanto,... more
A vida pasteurizada, o consumo depressivo, o tédio culpado da falta de tempo, a fartura e a carência devorando-se uma a outra. Será possível qualquer outra resposta, será possível a arquitetura? A tentativa proposta consiste, para tanto, realizar uma estratégia potencializadora, dando subsídios arquitetônicos para um processo social existente, através da criação de uma arquitetura-tática. A idéia é a apropriação de espaços residuais da máquina imobiliária, estruturas urbanas com potencialidade inerte: os esqueletos das construções inacabadas. E o devir “morar” como preenchimento escolhido para estruturação. A habitação como microcosmo de desmaterialização da exclusão urbana.
A intervenção é conceitual, um tipo de reforma, reciclagem e
readequação de uma estrutura urbana desacordada. Porém despertando para uma outra possibilidade de arquitetura: uma ação simbólica de degeneração do aparelho, um tipo de antropofagia urbana através da metareciclagem : ingerindo o bolorento e cuspindo o desconhecido. O inutilizado dá margem para uma nova, para uma outra, para o transbordamento do inusitado.
Uma batalha na Rua Plínio Ramos, centro de São Paulo, foi notícia nos jornais e telejornais do país do dia 15/08/2005. As 79 famílias que ocupavam há 2 anos e 7 meses o edifício abandonado Plinio Ramos, receberam ordem de despejo e foram... more
Uma batalha na Rua Plínio Ramos, centro de São Paulo, foi notícia nos jornais e telejornais do país do dia 15/08/2005. As 79 famílias que ocupavam há 2 anos e 7 meses o edifício abandonado Plinio Ramos, receberam ordem de despejo e foram expulsas da ocupação pela força tática da polícia militar. A ação violenta dos policiais transformou a rua em um campo de guerra, e esse tumulto foi exposto e televisionado em diversos meios de informação. Sobre a fachada do prédio, faixas com mensagens de protesto faziam pano de fundo das reportagens televisivas. Coladas no edifício antes da desocupação e já esperando essa possível exposição, tentava-se divulgar a injustiça contra os moradores que habitavam o edifício, abandonado há mais de 7 anos.
The History and representation of Jardim Itatinga red light district appoint to how is the organization of different prostitution territories in the city of Campinas, state of São Paulo, Brazil. The “Zona” was planned by the public... more
The History and representation of Jardim Itatinga red light district appoint to how is the organization of different prostitution territories in the city of Campinas, state of São Paulo, Brazil. The “Zona” was planned by the public authorities in the 60’s and since then has become the area of prostitution in the city. This segregation policy has resulted in the persecution of prostitutes, that, despite of that, continue working outside the area. Among the prostitute’s protection and permanence strategies, the most expressive is the foundation of the Association Mulheres Guerreiras, located in downtown Campinas. The thesis examines the tensions, conflicts, tactics and strategies face the interventions of urban planning by a social group historically stigmatized, and with a strong presence in central urban areas. Are objects of attention in this thesis the prostitutes’ circulation in different locations of prostitution in Campinas, their strategies for the establishment of “places” of permanence in spaces not officially planned for their presence, their networks and connections with other “deviant” peers and, most of all, their tactics of resistance to the expulsion and struggle for recognition. It seeks to understand how the particular dispute that focuses on prostitution it’s structured in the political and physical spaces of the cities. Finally, it intends to display a gendered urban organization justified sometimes by sanitarian, economic or moral discourses, and whose history registers a constant tension between the official urban planning and the city’s inhabitants, with their claims to exist inside it.

Key Words: Urban Segregation; Prostitution; Gender; Jardim Itatinga; Campinas/SP.

Resumo (em português):

A história e as representações acerca do bairro de prostituição Jardim Itatinga demostram como se organizam diferentes territórios prostitucionais na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. A “Zona” foi planejada pelo poder público, na década de 1960, e, desde então, tornou-se o lugar da prostituição na cidade. Essa política de segregação resultou na perseguição das prostitutas que, contudo, persistem trabalhando fora dali. Entre suas estratégias de proteção e permanência, a mais expressiva é a fundação da Associação Mulheres Guerreiras, localizada no centro da cidade. A tese examina, portanto, as tensões, os conflitos, as táticas e as estratégias de um grupo social historicamente estigmatizado e com forte presença em áreas urbanas centrais, face às intervenções do planejamento urbano. Sua circulação nos diferentes locais de prostituição em Campinas, suas estratégias para o estabelecimento de “pontos” de permanência em espaços não planejados oficialmente para sua presença, suas redes e articulações com outros pares “desviantes” e, principalmente, suas táticas de resistência à expulsão e luta por reconhecimento são objetos de atenção. Busca-se compreender como se estrutura, nos espaços físicos e políticos da cidade essa disputa particular – marcada por recortes de classe, de raça e especialmente de gênero – que tem a prostituição como foco de interesse. Pretende-se, por fim, possibilitar o vislumbramento de uma organização urbana generificada que se justifica em discursos ora sanitários, ora econômicos, ora morais e cuja história registra a constante tensão entre o planejamento urbano oficial e os habitantes da cidade, com suas reivindicações pelo direito a nela existirem.

Palavras-chave: Segregação Urbana. Prostituição. Gênero. Jardim Itatinga. Campinas- sp.
Pendant la fin de la dictature militaire du Brésil, les mouvements sociaux pour la réforme urbaine se sont multipliés et ont conduit une lutte historique pour la transformation de l'espace urbain, notamment dans la plus grande ville... more
Pendant la fin de la dictature militaire du Brésil, les mouvements sociaux pour la réforme urbaine se sont multipliés et ont conduit une lutte historique pour la transformation de l'espace urbain, notamment dans la plus grande ville brésilienne, São Paulo. Dans ce contexte, les mobilisations pour le droit au logement, où il y a un nombre remarquable de femmes, se caractérisent par des revendications pour le droit à un logement de qualité, bien situé dans l'espace urbain et avec sécurité d'occupation, demandes intrinsèquement liées aux questions de genre.
Au-delà de l'association du genre féminin à l'espace domestique, d'autres facteurs mobilisent les femmes en tant que principaux défenseurs du droit au logement. Circonscrites à la position de celles qui s'occupent quotidiennement des enfants et des autres, l'espace de la maison gagne beaucoup plus d'importance que pour le genre masculin. En outre, pour les femmes, le logement n'est pas seulement un abri, mais un espace essentiel de protection. La question de la propriété, voire de la garantie d'occupation, est fondamentale, non seulement pour réparer les inégalités historiques et structurelles entre hommes et femmes, mais aussi pour garantir la protection contre la violence urbaine et domestique.
Cette communication vise à discuter des questions liées à la présence des femmes dans les mobilisations pour le droit au logement dans la ville de São Paulo: comment leur participation dans ces mouvements sociaux contribue à leur empowerment politique, économique et sociale, et comment cela se reflète dans la planification des politiques publiques liées au logement.
The participative project "Technologies for other ways of constructing: The constructive experience of women in popular movements" is based at the Faculty of Architecture, Urbanism and Design at the Federal University of Alagoas... more
The participative project "Technologies for other ways of constructing: The constructive experience of women in popular movements" is based at the Faculty of Architecture, Urbanism and Design at the Federal University of Alagoas (FAU/Ufal), in Brazil, and was funded by the International Development Research - Carleton University, Canada - as part of the Gendered Design in STEAM (science, technology, engineering, the arts and math) program in low-and-middle-income countries (LMIC), from 2020 to 2022.

Authors:
FAU/Ufal: Diana Helene, Eva Rolim, Flávia Araújo, Bruna Oliveira e Mayara Silva.
Batuque (empresa júnior de design da FAU/Ufal):
Alanna Barros, Beatriz Ramos, Fernanda Rodrigues, Luiza Amorim, Victor Lobo.
CTEC/Ufal: Jessica Lima.
NIDES/UFRJ: Amanda Azevedo
UFABC: Bruna Vasconcellos
FAU/USP: Kaya Lazarini
Porto de Pedras, AL: Gedilza Holanda da Silva Mendonça (Preta) e Jovina Ferreira Lopes.
Quilombo Santa Rosa dos Pretos, MA: Josiclea (Zica) Pires da Silva e Josiane Pires da Silva.
Serra da Misericórdia, RJ: Sandra Regina da Silva, Vanessa Geraldino Gomes e Ana Paula Santos.
A PANA é uma tecnologia bolsa, recipiente, participante, reprodutora. Ela é uma tecnologia mãe, feminista, ancestral e por isso acolhe diferentes usos e sentidos. A PANA foi feita de mulheres para outras mulheres. A PANA, é fruto de uma... more
A PANA é uma tecnologia bolsa, recipiente, participante, reprodutora. Ela é uma tecnologia mãe, feminista, ancestral e por isso acolhe diferentes usos e sentidos. A PANA foi feita de mulheres para outras mulheres. A PANA, é fruto de uma parceria entre mulheres de três comunidades: o Quilombo Santa Rosa dos Pretos, no Maranhão, construindo uma cozinha comunitária; um grupo de mulheres da Serra da Misericórdia, periferia da cidade do Rio de Janeiro, trabalhando em redes comunitárias para enfrentar a pandemia de COVID-19; e um grupo de pescadoras lutando por sua comunidade tradicional em contraposição ao avanço do turismo em Porto de Pedras, Alagoas; juntas a professoras e estudantes de graduação e pós graduação da UFAL, UFABC, UFRJ e da USP.
The proposal of this research was to rethink the construction site in self-built constructions through participatory processes of architectural design and construction, alongside with people engaged in popular groups and social movements... more
The proposal of this research was to rethink the construction site in self-built constructions through participatory processes of architectural design and construction, alongside with people engaged in popular groups and social movements composed mostly by women (about 80 %). The designs would be created with these women, in order to deconstruct the barriers created by sexual division of labor, especially in constructive activities, which are primarily performed by men. The political and theoretical motivation to develop this project was to rethink construction sites from a female perspective, as well as to rescue ancestral construction techniques that have been systematically erased by colonial and patriarchal orders which historically exclude women from technological labor. For that, the project was developed in three different territories and realities of Brazil, Latin America: a quilombo, in Maranhão, which was building a communitary kitchen; a group of women in the periphery of Rio de Janeiro, working with communitary networks to support collective production sites in order to face the pandemics; and a group of fisherwomen, in Alagoas. For that, based on a participatory design methodology (SANDER, 2014) and inspired by the “carrier bag theory” (LE GUIN, 2019), a feminist technological tool was collectively elaborated, containing instructions on the ancestral technologies that have been central to the territories where these women inhabit: the pana. A fabric of 1.40x1.40 m that serves both as an object (which can be used as a form of carrying or tying things in daily work) and as a manual (in its print are described the technologies developed by women in their territories which were mapped by the project). In this report we present detailed information on the different stages of the project’s development, as well as its main outcomes and outputs.
É com muita alegria que compartilhamos o lançamento online do nosso e-book "O papel da arquitetura e urbanismo diante do Covid-19: construindo conhecimento". O livro pode ser baixado gratuitamente no site da editora EDUFAL:... more
É com muita alegria que compartilhamos o lançamento online do nosso e-book "O papel da arquitetura e urbanismo diante do Covid-19: construindo conhecimento". O livro pode ser baixado gratuitamente no site da editora EDUFAL: http://edufal.com.br/.../o-papel-da-arquitetura-e.../. A publicação é uma sistematização de variadas mesas de debate que organizamos durante o período de isolamento da pandemia, com divers@s convidad@s que realizaram artigos depois dos nossos encontros virtuais como Zaida Muxi,  Raquel Rolnik, Paulo Tavares, Gabriela Leandro Gaia e Regina Dulce.

Agradecemos imensamente a parceria e dedicação de tod@s autor@s e parceir@s para a construção dessa obra coletiva, que vai ficar como registro de uma fase difícil e cheia de incertezas, mas também marcada por muita colaboração e vontade de estar junt@os, mesmo distantes, na tentativa de pensar a Arquitetura e Urbanismo a partir de outras perspectivas ❤

Aproveitamos o momento para fazer uma singela mulheragem a Profa. Vilma Villarouco, que infelizmente partiu antes do lançamento do livro, mais uma vítima de Covid-19. Que uma parte da sua importante produção como pesquisadora da área seja perpetuada com essa publicação, viva de alguma forma entre nós.

Muito obrigada!!!

Diana Helene, Juliana Oliveira  e Manuella Marianna Andrade
Comissão organizadora