HELENE, Diana é professora de estudos urbanos no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Alagoas (FAU/UFAL); com graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP (2005); mestrado em Planejamento Urbano e Regional pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Estadual de São Paulo - USP (2009); doutorado em Planejamento Urbano e Regional no Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de janeiro - IPPUR-UFRJ (2015) com doutorado sanduíche na École des Hautes Études en Sciences Sociales - EHESS (Paris-França, 2013); pós-doutorado em estudos urbanos no Instituto de Geografia da Université du Québec à Montréal - UQAM (Canadá, 2016/2017); e pós-doutorado em Planejamento Urbano e Regional no IPPUR-UFRJ (2017/2018). Tem experiência no ensino e pesquisa dos seguintes temas: gênero, direito à cidade, planejamento urbano e regional, projeto urbano, história do urbanismo, informalidade urbana, habitação social e economia solidária. Na extensão universitária e na educação popular tem experiência em cooperativismo, autogestão, comunicação popular e comunitária, arte-educação, produção audiovisual e reforço escolar em cooperativas populares, comunidades e movimentos sociais. Ganhou o prêmio de melhor tese na área do Planejamento Urbano e Regional pelo Prêmio Capes de Tese - Edição 2016 (Helene, 2015).
Coordena dois projetos de pesquisa sob o tema da interseccionalidade: “A cidade como extensão da Casa: sistema de espaços livres e vida cotidiana” (PIBIC - FAU/UFAL) e “Tecnologias para outra forma de construção: a experiência construtiva das mulheres em movimentos populares“ (Carleton University, Canadá - FAU/Ufal).
Link pro lattes: http://lattes.cnpq.br/4396492936910065
Coordena dois projetos de pesquisa sob o tema da interseccionalidade: “A cidade como extensão da Casa: sistema de espaços livres e vida cotidiana” (PIBIC - FAU/UFAL) e “Tecnologias para outra forma de construção: a experiência construtiva das mulheres em movimentos populares“ (Carleton University, Canadá - FAU/Ufal).
Link pro lattes: http://lattes.cnpq.br/4396492936910065
less
InterestsView All (26)
Uploads
Papers by Diana Helene
O artigo examina como se desenham desigualdades marcadas por opressões de raça, gênero e classe nos arranjos espaciais das atividades reprodutivas e de cuidado nas casas projetadas pelos arquitetos (e arquitetas) modernistas. A partir da análise da emblemática "Casa de Vidro" de Lina Bo Bardi, e de outros projetos modernistas, o artigo mostra como a separação funcionalista entre espaços os "sociais" (coletivos e políticos) e os denominados espaços "de serviço" reflete e perpetua certas hierarquias sociais. Por meio de estudos de casos e análises históricas, o artigo ressalta como as cozinhas, lavanderias e quintais, tradicionalmente associadas à servidão na arquitetura das casas grandes, dos engenhos e latifúndios do passado escravista permaneceram como um símbolo de uma colonialidade velada que marca o modernismo brasileiro. A comunicação questiona o verdadeiro impacto do movimento modernista na quebra dos padrões tradicionais do espaço habitacional e como as estruturas de poder persistiram e foram reforçadas por meio da organização espacial das residências modernas.
PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura modernista. Gênero. Raça. Lina Bo Bardi.
ABSTRACT
This article examines how marked inequalities shaped by race, gender, and class oppressions are drawn in the spatial arrangements of reproductive and care activities in houses designed by modernist architects. Through the analysis of the emblematic "Glass House" by Lina Bo Bardi, and other modernist projects, the article demonstrates how the functionalist separation between "social" (collective and political) spaces and the so-called "service" spaces reflects and perpetuates certain social hierarchies. Through case studies and historical analyses, the article highlights how kitchens, laundries, and yards, traditionally associated with servitude in the architecture of colonial houses, sugar mills and plantations from the slave past, have remained as a symbol of a veiled coloniality that marks Brazilian modernism. The communication questions the true impact of the modernist movement in breaking traditional patterns of habitation space and how power structures persisted and were reinforced through the spatial organization of modern residences.
KEYWORDS: Modernist architecture. Gender. Race. Lina Bo Bardi.
RESUMEN
Este artículo examina cómo se dibujan desigualdades marcadas por opresiones de raza, género y clase en los arreglos espaciales de las actividades reproductivas y de cuidado en las casas diseñadas por arquitectos modernistas. A través del análisis de la emblemática "Casa de Vidrio" de Lina Bo Bardi, y otros proyectos modernistas, el artículo muestra cómo la separación funcionalista entre espacios "sociales" (colectivos y políticos) y los denominados espacios "de servicio" refleja y perpetúa ciertas jerarquías sociales. Mediante estudios de casos y análisis históricos, el artículo destaca cómo las cocinas, lavanderías y patios, tradicionalmente asociados con la servidumbre en la arquitectura de casas coloniales, ingenios azucareros y fincas del pasado esclavista, han permanecido como un símbolo de una colonialidad velada que marca el modernismo brasileño. La comunicación cuestiona el verdadero impacto del movimiento modernista en romper los patrones tradicionales del espacio habitable y cómo las estructuras de poder persistieron y se reforzaron a través de la organización espacial de las residencias modernas.
PALABRAS-CLAVE: Arquitectura modernista. Género. Raza. Lina Bo Bardi.
PALAVRAS-CHAVE: Casa. Metafísica referencial. Gênero. Decolonialidade. Família.
Palavras chaves: Tecnologia; urbanização; movimentos de luta por moradia; colonialidade; gênero.
Un ensayo sobre la urbanización capitalista como tecnología: colonialidad, racialización y cisheteropatriarcado
RESUMEN. Partimos aquí de la premisa de que la urbanización es una tecnología. Comenzando con un "causo" vivido en el interior de Paraíba, se discute cómo las redes de infraestructura urbana están constituidas por técnicas que configuran la forma de planificación territorial como parte estructurante de un paradigma blanco/colonial/moderno, cis-heteronormativo y capitalista que configura la urbanización. Por lo tanto, investigamos, a través de un enfoque histórico y crítico, cómo esa morfología prioriza algunas acciones mientras obstaculiza otras, a saber, las reuniones comunitarias y la colectivización. También se explora aquí la morfología de la casa capitalista -unifamiliar, monógama y heterosexual- como tecnología, especialmente en el modo en que establece mediaciones entre "exterior" e "interior", público y privado/doméstico, colectivo e individual. Por último, traemos ejemplos contrahegemónicos que discuten esa forma de planificación territorial: la experiencia de proyectos participativos de esfuerzos conjuntos autogestionados y subdivisiones habitacionales desarrollados por movimientos sociales brasileños de lucha por la vivienda, como ejemplos de tecnología/práctica comprometida. Sin perder de vista la superación de las relaciones sistémicas entre el ordenamiento territorial y el capitalismo, concluimos resaltando la importancia de valorar los ensayos de mundo realizados en los márgenes que estructuran los espacios y que potencializan y permiten las actividades colectivas/comunitarias, a la vez que aportan mejoras en la vida de los más oprimidos. De esa manera se puede dedicar más tiempo a la autoorganización popular y al fortalecimiento de su autoconciencia, teniendo como horizonte la superación de ese sistema.
Palabras clave: Tecnología; urbanización; movimientos de lucha por la vivienda; colonialidad, Género.
An essay on the capitalist urbanization as technology: coloniality, racialization, and cisheteropatriarcate
ABSTRACT. We start here from the premise that urbanization is a technology. Beginning the text with a “tale” experienced in the backwoods of Paraíba, we discuss how the urban infrastructure networks are made up of techniques that configure the form of territorial planning as a structuring part of a white/colonial/modern, cis-heteronormative, and capitalist paradigm that shapes urbanization. We, therefore, investigate, through a historical and critical approach, how such morphology prioritizes some actions while hindering others, namely community meetings and the collectivization of care tasks. The morphology of the capitalist house - single-family, monogamous, and heterosexual - as a technology is also explored here, especially in the way it establishes mediations between “outside” and “inside,” public and private/domestic, collective and individual. Finally, we bring counter-hegemonic examples that discuss this form of territorial planning: the experience of participatory projects of self-managed mutirões (self-help housing cooperatives) and housing subdivisions developed by Brazilian social movements in the struggle for housing, as examples of engaged technology/practice. Without losing sight of the overcoming of thesystemic relationsbetween land use planning and capitalism, we conclude by highlighting the importance of valuing world trials carried out at the margins that structure spaces and that potentialize and allow collective/community activities while bringing about improvements in the lives of the most downtrodden. This way allows more time for cultivating popular self-organization and strengthening the vulnerables’ self-awareness, having as a horizon the overcoming of this system.
Keywords: Technology; urbanization; housing movement; coloniality; gender.
Este artigo visa apresentar possibilidades de viradas epistemológicas - ou viradas de mesa, nos termos de Ana Clara Ribeiro (2010) - à luz das teorias feministas, interseccionais e decoloniais, avaliadas segundo nossa experiência acadêmica, como indisciplina. Essa é a motivação estrutural que parte de uma observação e vivência sobretudo como professoras e pesquisadoras, a partir de perspectivas entendidas como indisciplina contra a ordem e normas na produção hegemônica do conhecimento. Discutimos a importância e potência das teorias feministas como possíveis viradas metodológicas, como instrumento encarnado na realidade social. Por isso, esse texto apresenta reflexões a partir basicamente de práticas de ensino, buscando compor formas de ensino-aprendizagem atentas ao que estudantes dialogicamente aprendem e nos ensinam, com vistas a refutar práticas de discriminação metódica do ensino ao exercício profissional, seja do ensino-pesquisa-extensão, seja de projeto e planejamento.
Abstract
This article aims to present possibilities of epistemological turnaround, in the terms of Ana Clara Ribeiro (2010) - taking into account feminist, intersectional and decolonial theories, evaluated according to our academic experience, as indiscipline. This is the structural motivation that starts from observation and experiences, above all as teachers and researchers, from perspectives understood as indiscipline against the order and norms in the hegemonic production of knowledge. We discuss the importance and the potential of feminist theories as possible methodological turnaround, as an instrument embodied in social reality. Therefore, this text presents reflections based on teaching practices, seeking to compose forms of teaching-learning that are attentive to what students dialogically learn and teach us, with a view to refuting practices of methodical discrimination from teaching to professional practice, whether from teaching- research-extension, whether of project and planning.
O texto anexo é o resumo expandido da apresentação do grupo de pesquisa no III Colóquio Lote e Quadra, Cidade e Território: espaços livres, redes ecológicas e o direito à paisagem; Inst. promotora/financiadora: EAU-UFF e Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas ligado à Escola de Belas Artes da UFRJ.
Abstract: The article intends to discuss how activities and hierarchies of daily life management are organized, and how these activities are reflected and distributed in the territory, from the overlapping of the dynamics imposed by pandemic restrictions. Considering the intersection between gender, race and class, this paper combines information related to the current urban conformation and lethality of Covid-19, where higher rates of contamination and mortality are observed in the urban peripheries. Thus, it reveals the establishment of Covid-19 sacrifice zones in Brazilian urban morphologyand a crisis in the management of care and life reproduction, in which women play a central role. In contrast, the current situation demonstrates the importance of the guidelines raised by the movements of struggle for housing and Urban Reform, as possible spaces to rethink the cities and popular organization. Keywords: Care; Covid-19; Gender; Class; Race.
Resumen: A partir de la dinámica de superposición impuesta por las restricciones de la pandemia, el artículo tiene por objeto examinar la forma en que se organizan las actividades y las jerarquías de la gestión de la vida cotidiana, y de que manera esas actividades se reflejan y se distribuyen en el territorio. Teniendo en cuenta la intersección entre género, raza y clase, el documento combina información relacionada con la actual conformación urbana y la letalidad de Covid-19, donde se observan mayores tasas de contaminación y mortalidad en las periferias urbanas. De esa manera, revela el establecimiento de zonas de sacrificio Covid-19 en la morfología urbana brasileña y una crisis en la gestión del cuidado y la reproducción de la vida, en la que las mujeres desempeñan un papel central. En contraste, la situación actual demuestra la importancia de las agendas planteadas por los movimientos de lucha por la vivienda y la Reforma Urbana, como posibles espacios para repensar las ciudades y la organización popular. Palabras Clave: Cuidado; Covid-19; Género; Clase; Raza.
Palavras-chave: habitação; gênero; moradia; mo- vimentos sociais; direito à cidade.
Difficulties in access to housing in Brazil, marked by the historical exclusion of the poor from the land and by their difficulties in accessing the labor market, encompass conditions that are even more dramatic when the person is a woman - and even worse conditions when the woman is black. In this scenario, the housing movements, composed mostly of women, establish themselves as a potentializing space for their empowerment and autonomy. This paper will address significant gains women have in their lives when they participate in these social movements, such as the restructuring of power hierarchies within the private space, safety against domestic violence, re-appropriation of the public/political space, among others.
Keywords: housing; genre; home; social movements; right to the city
O artigo examina como se desenham desigualdades marcadas por opressões de raça, gênero e classe nos arranjos espaciais das atividades reprodutivas e de cuidado nas casas projetadas pelos arquitetos (e arquitetas) modernistas. A partir da análise da emblemática "Casa de Vidro" de Lina Bo Bardi, e de outros projetos modernistas, o artigo mostra como a separação funcionalista entre espaços os "sociais" (coletivos e políticos) e os denominados espaços "de serviço" reflete e perpetua certas hierarquias sociais. Por meio de estudos de casos e análises históricas, o artigo ressalta como as cozinhas, lavanderias e quintais, tradicionalmente associadas à servidão na arquitetura das casas grandes, dos engenhos e latifúndios do passado escravista permaneceram como um símbolo de uma colonialidade velada que marca o modernismo brasileiro. A comunicação questiona o verdadeiro impacto do movimento modernista na quebra dos padrões tradicionais do espaço habitacional e como as estruturas de poder persistiram e foram reforçadas por meio da organização espacial das residências modernas.
PALAVRAS-CHAVE: Arquitetura modernista. Gênero. Raça. Lina Bo Bardi.
ABSTRACT
This article examines how marked inequalities shaped by race, gender, and class oppressions are drawn in the spatial arrangements of reproductive and care activities in houses designed by modernist architects. Through the analysis of the emblematic "Glass House" by Lina Bo Bardi, and other modernist projects, the article demonstrates how the functionalist separation between "social" (collective and political) spaces and the so-called "service" spaces reflects and perpetuates certain social hierarchies. Through case studies and historical analyses, the article highlights how kitchens, laundries, and yards, traditionally associated with servitude in the architecture of colonial houses, sugar mills and plantations from the slave past, have remained as a symbol of a veiled coloniality that marks Brazilian modernism. The communication questions the true impact of the modernist movement in breaking traditional patterns of habitation space and how power structures persisted and were reinforced through the spatial organization of modern residences.
KEYWORDS: Modernist architecture. Gender. Race. Lina Bo Bardi.
RESUMEN
Este artículo examina cómo se dibujan desigualdades marcadas por opresiones de raza, género y clase en los arreglos espaciales de las actividades reproductivas y de cuidado en las casas diseñadas por arquitectos modernistas. A través del análisis de la emblemática "Casa de Vidrio" de Lina Bo Bardi, y otros proyectos modernistas, el artículo muestra cómo la separación funcionalista entre espacios "sociales" (colectivos y políticos) y los denominados espacios "de servicio" refleja y perpetúa ciertas jerarquías sociales. Mediante estudios de casos y análisis históricos, el artículo destaca cómo las cocinas, lavanderías y patios, tradicionalmente asociados con la servidumbre en la arquitectura de casas coloniales, ingenios azucareros y fincas del pasado esclavista, han permanecido como un símbolo de una colonialidad velada que marca el modernismo brasileño. La comunicación cuestiona el verdadero impacto del movimiento modernista en romper los patrones tradicionales del espacio habitable y cómo las estructuras de poder persistieron y se reforzaron a través de la organización espacial de las residencias modernas.
PALABRAS-CLAVE: Arquitectura modernista. Género. Raza. Lina Bo Bardi.
PALAVRAS-CHAVE: Casa. Metafísica referencial. Gênero. Decolonialidade. Família.
Palavras chaves: Tecnologia; urbanização; movimentos de luta por moradia; colonialidade; gênero.
Un ensayo sobre la urbanización capitalista como tecnología: colonialidad, racialización y cisheteropatriarcado
RESUMEN. Partimos aquí de la premisa de que la urbanización es una tecnología. Comenzando con un "causo" vivido en el interior de Paraíba, se discute cómo las redes de infraestructura urbana están constituidas por técnicas que configuran la forma de planificación territorial como parte estructurante de un paradigma blanco/colonial/moderno, cis-heteronormativo y capitalista que configura la urbanización. Por lo tanto, investigamos, a través de un enfoque histórico y crítico, cómo esa morfología prioriza algunas acciones mientras obstaculiza otras, a saber, las reuniones comunitarias y la colectivización. También se explora aquí la morfología de la casa capitalista -unifamiliar, monógama y heterosexual- como tecnología, especialmente en el modo en que establece mediaciones entre "exterior" e "interior", público y privado/doméstico, colectivo e individual. Por último, traemos ejemplos contrahegemónicos que discuten esa forma de planificación territorial: la experiencia de proyectos participativos de esfuerzos conjuntos autogestionados y subdivisiones habitacionales desarrollados por movimientos sociales brasileños de lucha por la vivienda, como ejemplos de tecnología/práctica comprometida. Sin perder de vista la superación de las relaciones sistémicas entre el ordenamiento territorial y el capitalismo, concluimos resaltando la importancia de valorar los ensayos de mundo realizados en los márgenes que estructuran los espacios y que potencializan y permiten las actividades colectivas/comunitarias, a la vez que aportan mejoras en la vida de los más oprimidos. De esa manera se puede dedicar más tiempo a la autoorganización popular y al fortalecimiento de su autoconciencia, teniendo como horizonte la superación de ese sistema.
Palabras clave: Tecnología; urbanización; movimientos de lucha por la vivienda; colonialidad, Género.
An essay on the capitalist urbanization as technology: coloniality, racialization, and cisheteropatriarcate
ABSTRACT. We start here from the premise that urbanization is a technology. Beginning the text with a “tale” experienced in the backwoods of Paraíba, we discuss how the urban infrastructure networks are made up of techniques that configure the form of territorial planning as a structuring part of a white/colonial/modern, cis-heteronormative, and capitalist paradigm that shapes urbanization. We, therefore, investigate, through a historical and critical approach, how such morphology prioritizes some actions while hindering others, namely community meetings and the collectivization of care tasks. The morphology of the capitalist house - single-family, monogamous, and heterosexual - as a technology is also explored here, especially in the way it establishes mediations between “outside” and “inside,” public and private/domestic, collective and individual. Finally, we bring counter-hegemonic examples that discuss this form of territorial planning: the experience of participatory projects of self-managed mutirões (self-help housing cooperatives) and housing subdivisions developed by Brazilian social movements in the struggle for housing, as examples of engaged technology/practice. Without losing sight of the overcoming of thesystemic relationsbetween land use planning and capitalism, we conclude by highlighting the importance of valuing world trials carried out at the margins that structure spaces and that potentialize and allow collective/community activities while bringing about improvements in the lives of the most downtrodden. This way allows more time for cultivating popular self-organization and strengthening the vulnerables’ self-awareness, having as a horizon the overcoming of this system.
Keywords: Technology; urbanization; housing movement; coloniality; gender.
Este artigo visa apresentar possibilidades de viradas epistemológicas - ou viradas de mesa, nos termos de Ana Clara Ribeiro (2010) - à luz das teorias feministas, interseccionais e decoloniais, avaliadas segundo nossa experiência acadêmica, como indisciplina. Essa é a motivação estrutural que parte de uma observação e vivência sobretudo como professoras e pesquisadoras, a partir de perspectivas entendidas como indisciplina contra a ordem e normas na produção hegemônica do conhecimento. Discutimos a importância e potência das teorias feministas como possíveis viradas metodológicas, como instrumento encarnado na realidade social. Por isso, esse texto apresenta reflexões a partir basicamente de práticas de ensino, buscando compor formas de ensino-aprendizagem atentas ao que estudantes dialogicamente aprendem e nos ensinam, com vistas a refutar práticas de discriminação metódica do ensino ao exercício profissional, seja do ensino-pesquisa-extensão, seja de projeto e planejamento.
Abstract
This article aims to present possibilities of epistemological turnaround, in the terms of Ana Clara Ribeiro (2010) - taking into account feminist, intersectional and decolonial theories, evaluated according to our academic experience, as indiscipline. This is the structural motivation that starts from observation and experiences, above all as teachers and researchers, from perspectives understood as indiscipline against the order and norms in the hegemonic production of knowledge. We discuss the importance and the potential of feminist theories as possible methodological turnaround, as an instrument embodied in social reality. Therefore, this text presents reflections based on teaching practices, seeking to compose forms of teaching-learning that are attentive to what students dialogically learn and teach us, with a view to refuting practices of methodical discrimination from teaching to professional practice, whether from teaching- research-extension, whether of project and planning.
O texto anexo é o resumo expandido da apresentação do grupo de pesquisa no III Colóquio Lote e Quadra, Cidade e Território: espaços livres, redes ecológicas e o direito à paisagem; Inst. promotora/financiadora: EAU-UFF e Grupo de Pesquisas Paisagens Híbridas ligado à Escola de Belas Artes da UFRJ.
Abstract: The article intends to discuss how activities and hierarchies of daily life management are organized, and how these activities are reflected and distributed in the territory, from the overlapping of the dynamics imposed by pandemic restrictions. Considering the intersection between gender, race and class, this paper combines information related to the current urban conformation and lethality of Covid-19, where higher rates of contamination and mortality are observed in the urban peripheries. Thus, it reveals the establishment of Covid-19 sacrifice zones in Brazilian urban morphologyand a crisis in the management of care and life reproduction, in which women play a central role. In contrast, the current situation demonstrates the importance of the guidelines raised by the movements of struggle for housing and Urban Reform, as possible spaces to rethink the cities and popular organization. Keywords: Care; Covid-19; Gender; Class; Race.
Resumen: A partir de la dinámica de superposición impuesta por las restricciones de la pandemia, el artículo tiene por objeto examinar la forma en que se organizan las actividades y las jerarquías de la gestión de la vida cotidiana, y de que manera esas actividades se reflejan y se distribuyen en el territorio. Teniendo en cuenta la intersección entre género, raza y clase, el documento combina información relacionada con la actual conformación urbana y la letalidad de Covid-19, donde se observan mayores tasas de contaminación y mortalidad en las periferias urbanas. De esa manera, revela el establecimiento de zonas de sacrificio Covid-19 en la morfología urbana brasileña y una crisis en la gestión del cuidado y la reproducción de la vida, en la que las mujeres desempeñan un papel central. En contraste, la situación actual demuestra la importancia de las agendas planteadas por los movimientos de lucha por la vivienda y la Reforma Urbana, como posibles espacios para repensar las ciudades y la organización popular. Palabras Clave: Cuidado; Covid-19; Género; Clase; Raza.
Palavras-chave: habitação; gênero; moradia; mo- vimentos sociais; direito à cidade.
Difficulties in access to housing in Brazil, marked by the historical exclusion of the poor from the land and by their difficulties in accessing the labor market, encompass conditions that are even more dramatic when the person is a woman - and even worse conditions when the woman is black. In this scenario, the housing movements, composed mostly of women, establish themselves as a potentializing space for their empowerment and autonomy. This paper will address significant gains women have in their lives when they participate in these social movements, such as the restructuring of power hierarchies within the private space, safety against domestic violence, re-appropriation of the public/political space, among others.
Keywords: housing; genre; home; social movements; right to the city
Key Words: Urban Segregation; Prostitution; Gender; Jardim Itatinga; Campinas/SP.
Resumo (em português):
A história e as representações acerca do bairro de prostituição Jardim Itatinga demostram como se organizam diferentes territórios prostitucionais na cidade de Campinas, Estado de São Paulo, Brasil. A “Zona” foi planejada pelo poder público, na década de 1960, e, desde então, tornou-se o lugar da prostituição na cidade. Essa política de segregação resultou na perseguição das prostitutas que, contudo, persistem trabalhando fora dali. Entre suas estratégias de proteção e permanência, a mais expressiva é a fundação da Associação Mulheres Guerreiras, localizada no centro da cidade. A tese examina, portanto, as tensões, os conflitos, as táticas e as estratégias de um grupo social historicamente estigmatizado e com forte presença em áreas urbanas centrais, face às intervenções do planejamento urbano. Sua circulação nos diferentes locais de prostituição em Campinas, suas estratégias para o estabelecimento de “pontos” de permanência em espaços não planejados oficialmente para sua presença, suas redes e articulações com outros pares “desviantes” e, principalmente, suas táticas de resistência à expulsão e luta por reconhecimento são objetos de atenção. Busca-se compreender como se estrutura, nos espaços físicos e políticos da cidade essa disputa particular – marcada por recortes de classe, de raça e especialmente de gênero – que tem a prostituição como foco de interesse. Pretende-se, por fim, possibilitar o vislumbramento de uma organização urbana generificada que se justifica em discursos ora sanitários, ora econômicos, ora morais e cuja história registra a constante tensão entre o planejamento urbano oficial e os habitantes da cidade, com suas reivindicações pelo direito a nela existirem.
Palavras-chave: Segregação Urbana. Prostituição. Gênero. Jardim Itatinga. Campinas- sp.
Au-delà de l'association du genre féminin à l'espace domestique, d'autres facteurs mobilisent les femmes en tant que principaux défenseurs du droit au logement. Circonscrites à la position de celles qui s'occupent quotidiennement des enfants et des autres, l'espace de la maison gagne beaucoup plus d'importance que pour le genre masculin. En outre, pour les femmes, le logement n'est pas seulement un abri, mais un espace essentiel de protection. La question de la propriété, voire de la garantie d'occupation, est fondamentale, non seulement pour réparer les inégalités historiques et structurelles entre hommes et femmes, mais aussi pour garantir la protection contre la violence urbaine et domestique.
Cette communication vise à discuter des questions liées à la présence des femmes dans les mobilisations pour le droit au logement dans la ville de São Paulo: comment leur participation dans ces mouvements sociaux contribue à leur empowerment politique, économique et sociale, et comment cela se reflète dans la planification des politiques publiques liées au logement.
Authors:
FAU/Ufal: Diana Helene, Eva Rolim, Flávia Araújo, Bruna Oliveira e Mayara Silva.
Batuque (empresa júnior de design da FAU/Ufal):
Alanna Barros, Beatriz Ramos, Fernanda Rodrigues, Luiza Amorim, Victor Lobo.
CTEC/Ufal: Jessica Lima.
NIDES/UFRJ: Amanda Azevedo
UFABC: Bruna Vasconcellos
FAU/USP: Kaya Lazarini
Porto de Pedras, AL: Gedilza Holanda da Silva Mendonça (Preta) e Jovina Ferreira Lopes.
Quilombo Santa Rosa dos Pretos, MA: Josiclea (Zica) Pires da Silva e Josiane Pires da Silva.
Serra da Misericórdia, RJ: Sandra Regina da Silva, Vanessa Geraldino Gomes e Ana Paula Santos.
Agradecemos imensamente a parceria e dedicação de tod@s autor@s e parceir@s para a construção dessa obra coletiva, que vai ficar como registro de uma fase difícil e cheia de incertezas, mas também marcada por muita colaboração e vontade de estar junt@os, mesmo distantes, na tentativa de pensar a Arquitetura e Urbanismo a partir de outras perspectivas ❤
Aproveitamos o momento para fazer uma singela mulheragem a Profa. Vilma Villarouco, que infelizmente partiu antes do lançamento do livro, mais uma vítima de Covid-19. Que uma parte da sua importante produção como pesquisadora da área seja perpetuada com essa publicação, viva de alguma forma entre nós.
Muito obrigada!!!
Diana Helene, Juliana Oliveira e Manuella Marianna Andrade
Comissão organizadora