- Licenciado em Pedagogia. Mestre em Educação, Linguagem e Tecnologias pela Universidade Estadual de Goiás. Membro da rede Internacional de Escolas Criativas.edit
A questão das diferenças culturais tem sido foco de muitos estudos educacionais contemporâneos. Busca-se construir uma educação aberta às diferenças, pautada no respeito e na valorização da diversidade, o que exige repensar a formação... more
A questão das diferenças culturais tem sido foco de muitos estudos educacionais contemporâneos. Busca-se construir uma educação aberta às diferenças, pautada no respeito e na valorização da diversidade, o que exige repensar a formação inicial e continuada de professores. Assim, o objetivo deste estudo de caráter teórico (VILAÇA, 2010) é discutir a possibilidade de interculturalizar criticamente a formação de professores. Problematizamos as relações assimétricas produzidas pela colonialidade do poder (QUIJANO, 1992), entendendo as diferenças culturais como criações discursivas (SILVA, 2014) historicamente hierarquizadas em uma educação monocultural (VEIGA-NETO, 2003) que vem sendo fortemente questionada por outros sujeitos e outras pedagogias (ARROYO, 2012). A perspectiva de educação intercultural (CANDAU, 2016) emerge neste contexto propondo uma abertura radical às diferenças (WALSH, 2010), inclusive em estudos sobre a formação de professores (CANEN; XAVIER, 2005; MELO, 2014). Diante desta conjuntura, a proposição feita neste trabalho é que os cursos de licenciatura incluam em seus currículos epistemologias não-ocidentais a fim de interculturalizar radicalmente a formação de professores. Por fim, consideramos que esta proposta é um desafio que impulsiona a criação de outros modos de educar.
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Este artigo propõe um estudo teórico (VILAÇA, 2010) com o objetivo de articular educação das relações étnico-raciais, interculturalidade crítica e complexidade como pressupostos para repensar a docência e a educação escolar. A emergência... more
Este artigo propõe um estudo teórico (VILAÇA, 2010) com o objetivo de articular educação das relações étnico-raciais, interculturalidade crítica e complexidade como pressupostos para repensar a docência e a educação escolar. A emergência da questão das relações étnico-raciais na educação (BRASIL, 2004) tem levado a pensar em outros caminhos e referências. A interculturalidade crítica (WALSH, 2011) emerge então como perspectiva potente para romper as amarras da colonialidade e abrir a educação às diferenças. O pensar complexo (MORIN, 2015) pode ser articulado neste sentido com vistas a romper uma abertura paradigmática que valorize fundamentalmente a diversidade. Consideramos que a articulação destes referenciais pode auxiliar a reconfigurar a formação docente e à docência a fim de elaborar uma educação comprometida com o futuro solidário da humanidade (SUANNO, 2016).
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Este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, especialmente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza presentes em comércios do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de estereótipos negativos... more
Este artigo tem por finalidade discutir a representação da população negra, especialmente da mulher negra, em imagens de produtos de beleza presentes em comércios do nordeste goiano. Evidencia-se que a presença de estereótipos negativos nestas imagens dissemina um imaginário racista apresentado sob a forma de uma estética racista que camufla a exclusão e normaliza a inferiorização sofrida pelos(as) negros(as) na sociedade brasileira. A análise do material imagético aponta a desvalorização estética do negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento a serem alcançados por meio do uso dos produtos apresentados. O discurso midiático-publicitário dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída e atuante no cotidiano. Frente a esta discussão, sugere-se que o trabalho antirracismo, feito nos diversos espaços sociais, considere o uso de estratégias para uma " descolonização estética " que empodere os sujeitos negros por meio de sua valorização estética e protagonismo na construção de uma ética da diversidade.
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O objetivo do presente trabalho é discutir o caráter intercultural e transdisciplinar de práticas contra hegemônicas tecidas em rede no Espaço Cultural Vila Esperança e na Escola Pluricultural Odé Kayodê, na Cidade de Goiás e centrados em... more
O objetivo do presente trabalho é discutir o caráter intercultural e transdisciplinar de práticas contra hegemônicas tecidas em rede no Espaço Cultural Vila Esperança e na Escola Pluricultural Odé Kayodê, na Cidade de Goiás e centrados em valorizar as culturas indígenas e afro-brasileiras. Discutimos redes educativas (ALVES, 2012), complexidade (MORIN, 2002), transdisciplinaridade (MORAES, 2015) e interculturalidade (CANDAU, 2012) para enxergar os cotidianos de modo plural e sensível. Consideramos provisoriamente que as práticas citadas revelam aspectos de interculturalidade e transdisciplinaridade na tessitura de redes educativas. Também notamos que este contexto auxilia a pensar as diferenças culturais como potência criativa para práticas educativas e para a formação humana integral.
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Este artigo discute a configuração da educação escolar no Brasil, com foco na exclusão histórica do negro das salas de aula, no protagonismo negro para o acesso à educação formal e nas diretrizes para a educação das relações... more
Este artigo discute a configuração da educação escolar no Brasil, com foco na exclusão histórica do negro das salas de aula, no protagonismo negro para o acesso à educação formal e nas diretrizes para a educação das relações étnico-raciais. A proposta não é uma narração histórica descritiva, mas a problematização da exclusão racial, tendo como eixo central a constatação de que a escola na forma como existiu e ainda persiste funciona intencionalmente para excluir a diversidade. Aponta-se, assim, para a necessidade de uma descolonização epistemológica, alinhada a paradigmas educacionais emergentes, que levem à reinvenção do sistema escolar.
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O presente artigo aponta a necessidade da descolonização e reinvenção escolar, tendo a filosofia africana ubuntu enquanto referencial fértil e potente para uma escola que tenha a diversidade enquanto base, meio e fim educacional. Esta... more
O presente artigo aponta a necessidade da descolonização e reinvenção escolar, tendo a filosofia africana ubuntu enquanto referencial fértil e potente para uma escola que tenha a diversidade enquanto base, meio e fim educacional. Esta necessidade urge a partir da exploração bibliográfica e do questionamento da escola, indicando que o pensamento ocidental moderno é excludente e forjado para a manutenção das várias dimensões de hierarquia características do poder colonialista ainda atuante, inclusive na escolarização.
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A formação necessária para o cidadão do século XXI envolve o uso das novas ferramentas tecnológicas num paradigma da complexidade, para o crescimento individual e a transformação social. Entretanto, a escola parece ter dificuldades para... more
A formação necessária para o cidadão do século XXI envolve o uso das novas ferramentas tecnológicas num paradigma da complexidade, para o crescimento individual e a transformação social. Entretanto, a escola parece ter dificuldades para inserir-se neste processo. Este artigo busca discutir a mediação pedagógica com o uso das novas tecnologias, utilizando-se de revisão de literatura e de uma pesquisa realizada com docentes de turmas de quarto ano em escolas públicas do sudeste tocantinense e do nordeste goiano. Considera-se que é preciso atualizar o pensamento sobre a educação e sua relação com a complexidade do mundo, para utilizar as novas tecnologias num processo maior de mudanças nos modos de ensinar e aprender. O foco deve ser a mudança de postura do professor e a transformação da escola para que o educando tenha centralidade no processo educativo.
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Resumo: O mundo encontra-se enredado pela colonialidade do poder enquanto estrutura mental há pelo menos 500 anos. Este trabalho se insere neste cenário com a intenção de apresentar estereótipos de negros encontrados em imagens de uma... more
Resumo: O mundo encontra-se enredado pela colonialidade do poder enquanto estrutura mental há pelo menos 500 anos. Este trabalho se insere neste cenário com a intenção de apresentar estereótipos de negros encontrados em imagens de uma pesquisa realizada no nordeste do estado de Goiás. A rede midiático-publicitária em geral, por meio de estereótipos, transforma discursivamente diferenças em défice. Trata-se da reiteração da colonialidade do poder que influencia o imaginário social, podendo levar a atitudes discriminatórias. Para enfrentar este contexto, consideramos potente agir por meio de práticas educativas pautadas na perspectiva decolonial.
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O objetivo do presente artigo é evidenciar a necessidade de estratégias para a positivação da imagem do negro desde a Educação Infantil. Para tanto, faz-se contextualização e problematização teórico-prática de um projeto em educação das... more
O objetivo do presente artigo é evidenciar a necessidade de estratégias para a positivação da imagem do negro desde a Educação Infantil. Para tanto, faz-se contextualização e problematização teórico-prática de um projeto em educação das relações étnico-raciais realizada pelo autor no nordeste goiano durante o período de Estágio Supervisionado no ano de 2014. Na análise desta experiência destacam-se potenciais e dificuldades, levando a repensar a educação escolar para que o trabalho com esta questão tenha centralidade no ato educativo e alinhe-se a uma pedagogia complexa e antirracista nesta região e na sociedade brasileira.
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Este artigo discute a representação do negro em imagens presentes nos comércios do nordeste goiano. Tem por objetivo evidenciar que tais imagens pertencem e convergem com uma ampla rede midiático-publicitária ao reforçarem a ideia de... more
Este artigo discute a representação do negro em imagens presentes nos comércios do nordeste goiano. Tem por objetivo evidenciar que tais imagens pertencem e convergem com uma ampla rede midiático-publicitária ao reforçarem a ideia de inferioridade do negro e contribuírem para que o racismo mantenha-se como filtro de aceitação social no capitalismo-consumismo atual. Os dados utilizados para tanto foram obtidos em etapa exploratória de uma pesquisa apoiada pelo Programa de Bolsas de Iniciação Científica da Universidade Estadual de Goiás (PBIC/UEG – 2013/14) e analisados no cruzamento com referenciais teóricos. Os resultados reiteram o caráter racista da sociedade capitalista, que sustenta por meios imagéticos, estereótipos construídos historicamente. Para superar este problema é preciso que diversas frentes atuem para desconstruir ideias errôneas e para valorizar a imagem do negro.
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A educação escolar no modo que se organiza convencionalmente tem sido fortemente questionada na contemporaneidade quanto a sua relevância. Destaca-se a necessidade de repensar a escolarização, o que inclui a valorização de experiências... more
A educação escolar no modo que se organiza convencionalmente tem sido fortemente questionada na contemporaneidade quanto a sua relevância. Destaca-se a necessidade de repensar a escolarização, o que inclui a valorização de experiências alternativas que tem crescido no contexto brasileiro recente. Além disto, emerge a compreensão de que os horizontes de mudança na educação precisam se dar de modo mais profundo e sólido, a partir de uma transição paradigmática. Neste cenário, o estudo teórico aqui apresentado tem como objetivo discutir a emergência da Rede Internacional de Escolas Criativas – RIEC a partir dos referenciais da complexidade e da transdisciplinaridade. Entendemos que não basta mudar a superficialidade das práticas educacionais, mas é preciso refundar suas bases por meio de uma abertura paradigmática. Assim, apresentamos a complexidade e a transdisciplinaridade e sua influência em estudos educacionais, colocando novas pautas e indicadores potentes para repensar a escola de modo que seja humanizada, tecnológica, inovadora, ecológica, criativa, flexível, centrada no desenvolvimento integral do estudante e da sociedade. Neste sentido, discutimos como a RIEC vem empreendendo esta tarefa ao reconhecer e potencializar práticas e escolas criativas na perspectiva do pensar transcomplexo. Mencionamos o Instrumento para Valorar o Desenvolvimento Criativo de Instituições Educativas – VADECRIE como possibilidade de orientação na identificação e construção de uma educação distinta da que é atualmente hegemônica. Por fim, consideramos que a RIEC e o VADECRIE não podem ser tomados de forma superficial e classificatória, mas como propostas de repensar a educação em modos plurais de constituição e não na definição de um modelo único de escola como superior.
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O propósito de humanizar e emancipar por meio da educação escolar, no contexto brasileiro, se contrapõe à histórica desvalorização da diversidade cultural e étnico-racial do país. Na escolarização em geral considera-se o " diferente "... more
O propósito de humanizar e emancipar por meio da educação escolar, no contexto brasileiro, se contrapõe à histórica desvalorização da diversidade cultural e étnico-racial do país. Na escolarização em geral considera-se o " diferente " como " inferior " , perpetuando assimetrias de poder. Diante disto, este trabalho tem como objetivo evidenciar a possibilidade de articulação entre a perspectiva de interculturalidade crítica e o paradigma da complexidade na construção de uma educação fundamentalmente aberta às diferenças culturais, incluindo a diversidade étnico-racial. Para tanto, realizamos uma breve revisão da literatura pertinente publicada desde o início do século XXI, indicando relações a serem posteriormente mais aprofundadas. É recrudescente a pressão de movimentos sociais, políticas públicas e diretrizes curriculares para que a escola reconheça, respeite, valorize e promova a diversidade em seus diversos sentidos. A proposta de educação das relações étnico-raciais emerge neste contexto com a intenção de reeducar o contato historicamente negativo entre sujeitos e grupos de diferente pertencimento étnico-racial, especialmente negros, indígenas e brancos. Daí a necessidade de novas referências, novos caminhos e novas pedagogias que fujam ao paradigma newtoniano-cartesiano da modernidade ocidental, incorporem a diversidade como valor positivo e trabalhem contra a discriminação. Neste sentido, argumenta-se que a perspectiva de interculturalidade crítica afirma, responde e amplia ao desafio colocado pela proposta de educação das relações étnico-raciais por problematizar as relações entre as culturas e representar uma lógica outra para a educação, uma radical abertura às diferenças culturais como condição constitutiva e não aditiva da humanidade, da sociedade e de suas instituições. Mas para construir uma educação intercultural que aceita as diferenças como riqueza é necessária uma mudança de paradigma científico, a ultrapassar a ciência excludente da modernidade. Propõe-se, portanto, a reflexão sobre a educação escolar desde a ótica do paradigma da complexidade em seu caráter de basilar abertura à diversidade étnico-racial e cultural humana complementar e enriquecedora de uma unidade fundamental e planetária. Por fim considera-se que, sem a pretensão de esgotar a discussão, a revisão literária indica que a articulação de interculturalidade crítica e paradigma da complexidade é uma possibilidade de afirmar, ampliar e aprofundar a reeducação das relações étnico-raciais no sentido de construir uma educação escolar aberta às diferenças culturais em todas as suas dimensões e matizes.
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O presente texto discute um dos aspectos da pesquisa sobre “A invisibilidade do negro nos produtos culturais e a formação de um imaginário social racista”. O objetivo é evidenciar a desvalorização estética do negro nas imagens de produtos... more
O presente texto discute um dos aspectos da pesquisa sobre “A invisibilidade do negro nos produtos culturais e a formação de um imaginário social racista”. O objetivo é evidenciar a desvalorização estética do negro nas imagens de produtos de beleza e argumentar que isto atinge também seu valor enquanto sujeito. Para tanto serão analisadas, em abordagem qualitativa, imagens de produtos de beleza obtidas em pesquisa de campo em comércios do nordeste goiano. Os resultados apontam a desvalorização estética do negro, especialmente da mulher negra, e a idealização da beleza e do branqueamento alcançados por meio do uso dos produtos. Isto atrela-se ao cenário social mais amplo, em que as características estéticas do sujeito configuram-se historicamente como marcas de discriminação e opressão. Desta forma, o discurso imagético dos produtos de beleza rememora e legitima a prática de uma ética racista construída e atuante no cotidiano. Frente a esta discussão sugere-se que o trabalho antirracismo, feito nos diversos espaços sociais, considere o uso de estratégias para sensibilização da sociedade e empoderamento dos sujeitos negros por meio da valorização estética dos mesmos.
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Publicação integrante do e-book "DIDÁTICA, ESCOLA E POLÍTICA: nenhum direito a menos" lançado com trabalhos apresentados no VII EDIPE em Goiânia.
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Este texto tem por objetivo apresentar a filosofia africana ubuntu como perspectiva potente na construção de uma educação aberta à diversidade em suas bases, meios e fins. Para isto, apresentamos na primeira parte do texto uma discussão... more
Este texto tem por objetivo apresentar a filosofia africana ubuntu como perspectiva potente na construção de uma educação aberta à diversidade em suas bases, meios e fins. Para isto, apresentamos na primeira parte do texto uma discussão sobre a colonialidade do poder e o pensamento moderno abissal como pilares de sustentação da escola hegemônica ocidental e pontuamos a necessidade de reinvenção profunda da escola diante da diversidade. Em seguida, apresentamos a filosofia africana ubuntu como possibilidade nesta direção. Por fim, imaginamos cenários e deixamos questões para continuar o debate aqui iniciado.