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POR AMOR A GOMER Tenho medo de ir em direção onde minha alma dança onde meu espírito exulta lá onde as labaredas rugem onde o chão estremece e os raios caem. Tenho medo de ir em direção aos ventos assustadores da minha alma em euforia de riso incontido em meio a sua gritaria alegre. Tenho medo da minha alma bêbada sabe se lå de onde vem tudo isso e onde encontrou tão formidáveis vestidos e quem lhe colocou tornozeleiras com sinos e essas pulseiras multicolores. Tenho muito medo da minha alma quando corre como uma criança pelos corredores da imaginação. Welington José Ferreira https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/tive-tanto-medo Por Amor a Gomer Efésios 3.14-19 Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, 14 15 Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome, Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior; 16 Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando arraigados e fundados em amor, 17 Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade, 18 E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que sejais cheios de toda a plenitude de Deus. 19 https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/no-coracao-da-tempestade Gore Vidal em seu livro Criação retrata uma ficção histórica onde o protagonista faz certa peregrinação até a antiga capital de Babilônia, no dia das festas de Marduque, que legitimavam, de certo modo, ao trono do império sumério, seguindo as tradições de ascendência real originada em antigas divindades. No caso especifico, o parentesco divino não era orientado por uma filiação, outrosim, por um casamento... Contavam antiquíssimas lendas que a deusa Ishtar apaixonou-se por um homem e tornando-se humana desceu a terra, casando-se com aquele que seria o primeiro rei de uma linha de sucessão, que se perdia na aurora dos tempos. Do fruto dessa paixão insana, contrariando as ela as próprias leis divinas, tendo recebido a deusa, por tal rebeldia, dura punição, nasceriam os ritos de consagração real e as festas religiosas onde o primeiro rei (assim como os demais) seriam elevados, por fruto de um casamento sagrado, à condição de divindade. A deusa teria virado ‘consorte/amante/esposa’, assim como fora de Gilgamés e de Assubanipal, daquele cujos Zigurates encheriam a futura cidadela de 96 km2, Babilonia, uma das sete maravilhas do mundo da antiguidade: Marduque (Marduk), homemdeus e rei mitológico dos antigos sumérios/acádianos, divindade que legitimaria o trono babilônico. Mas, a romântica história estampada nos portões da cidade, emoldurada por formas totêmicas ou contida nas representações em forma de animal da Impulsiva Ishtar escondiam a depravação da religiosidade que abraçou ao sexo sagrado como sua máxima celebração. Os sumérios (os assírios) e os acádicos, ou caldeus, farão dessa ficção teológica, dessa construção mítica, a base de sua religiosidade. Is-tar lu-u i-ra-man-ni-ma Istar apaixonou-se por mim É este amor que a deusa nutre pelo seu favorito que justificará a sua eleição e a sua enfronização, legitimando assim a sua realeza. Na Epopéia de Gilgames, algumas passagens alusivas à condição física de Istar pressupõem a mesma construção retórica e ideológica. A deusa diz estar esgotada, os seus traços já não são recuperados pelo sono reparador, o rosto encontra-se abatido, sintomas do sacrifício que impõe a si própria em nome do seu amor por Gilgames Nos oráculos neo-assírios, onde Ishtar desempenha um papel fundamental na comunicação profética e assume na plenitude o seu lugar na religião assíria, encontramos igualmente a expressão desta dimensão mais física e feminina: “Vagueio pela estepe, pedindo pela tua vida. Atravesso continuamente rios e mares, cruzo incessantemente montanhas e montanhas. Atravesso constantemente todos os rios. Secas e chuvas consomem-me insistentemente e afetam a minha bela aparência. Estou exausta, o meu corpo está extenuado por tua causa” Expressão máxima deste estereótipo e da relação amorosa entre Ishtar e o seu favorito é o rito do casamento sagrado. Num hino que Assurbanípal dedica a Istar de Nínive, o poeta alude à chegada da deusa e ao júbilo que provoca entre os seus pares e, em seguida, descreve os momentos que antecedem o rito: O rei está vestido com roupas asseadas e colocou um fato magnífico. Assurbanípal chega, entre oferendas sagradas e puras. Vinho doce, digno de divindade, cerveja demasiado forte para reis! Para se dirigir à sua Casa Akitu, ela pôs os arreios no seu carro, demasiado imponente para reis. Ele concluiu as oferendas, ela dirigiu-se para o templo do seu desejo. O rito do casamento sagrado era celebrado anualmente, no início de cada ano, comemorando e renovando a realeza. A união entre a deusa e o seu favorito sustentava a legitimação do poder real. O livro de Oséias trata do tremendo amor divino o qual convoca ardentemente o povo escolhido à retornar a sua adoração. Como um casamento destruído pelo continuo adultério, a relação entre Israel e aquele que lhe amara e libertara da terra da escravidão do Egito, estava indo de mal a pior. Todas as leis divinas e todos os mandamentos eram desprezados, em especial ofendialhe o crescente envolvimento com práticas de idolatria das divindades sexuais da mesopotâmia, magoavam-no com a idolatria de deuses gerados a partir do culto dos mortos, espíritos familiares divinizados, e a pratica de oferendas, cânticos, sacrifícios e adoração às deusas da fertilidade, representadas pela internacional Isis dos egípcios, Astarte para os canaanitas, Inanna para as nações africanas, Ishtar para os mesopotâmicos. A senhora do céu, cuja irmã era a senhora da morte, a dona do Sheol, era presente e metamorfoseada em tantas formas que um dia um escritor romano a chamaria de a ‘deusa dos mil nomes’. Sua influencia se estendeu até a Europa e até mesmo Roma a tinha como deusa instituída em diversas regiões, seja na Itália ou na península ibérica, em especial na região que um dia seria chamada de Portugal, onde se encontram, até hoje, numerosos vestígios dessa adoração. Não contente em ser adorada pelo oriente, a deusa foi ‘evangelizada’’ e conduzida até as regiões da Mongólia, Coreia, China e Japão, onde foi suavizada pelo xintoísmo tornando-se a deusa da agricultura. Trocaram o amor divino pelos encantos da deusa do amor. O profeta Oséias então será comissionado com a mais impressionante e afetuosa missão profética de todos os tempos, sendo usado por Deus para transcender todos os padrões vigentes de amor humano, com atos proféticos inacreditavelmente românticos, com uma missão de ‘quase’ impossível humanidade e cujo desfecho seria, aos olhos de todos, ‘uma tragédia familiar anunciada’ desde o início de sua comissão profética. Oséias viveu no território do reino de Israel de dez tribos (também chamado de Efraim, por causa de sua tribo dominante). Ele profetizou durante os reinados dos últimos sete governantes de Israel e dos reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, de Judá. (Oséias 1:1). Oséias profetizou por pelo menos 59 anos. Embora o livro que leva seu nome tenha sido concluído não muito depois de 745 a.C. O que o coloca seu ministério tendo inicio cerca de 800 anos antes de Cristo. Cada pedaço do livro de Oseías vai nos revelar uma história de amor dentro de outra história de amor, em forma de cântico profético. As pistas estão espalhadas aqui e ali, ajudando a formar um quadro belíssimo. A prostituição sagrada era um ato de luxúria disfarçado e falsamente dignificado por doutrinas mágicas, míticas e religiosas que transformaram os templos antigos em fontes de comércio sexual lícito, legitimado pelo ‘sagrado’ das práticas dos cultos que reivindicavam para si a capacidade da união sexual com as românticas e sensuais deusas da antiguidade, onde as sacerdotisas, dizendo-se ‘tomadas/possuídas’, em transe, davam a entender, ao vasto e sempre crescente número de fiéis, a capacidade de homens se relacionarem com os deuses, numa dimensão em que ‘relacionamento’ e ‘íntimo’ se confundiam com o desejo sexual e cujos ritos que eram, no mínimo, muito vergonhosos. As moças e até meninos eram influenciados pelo sacerdócio mágico e introduzidos num mundo de devassidão ainda muito jovens. Os santuários viviam das ‘oferendas vivas’ de uma multidão de adolescentes. Em contrapartida enriqueciam ‘ministérios’, templos e sacerdócios. Até mesmo cidades inteiras eram sustentadas pelas práticas das antigas religiões de Canãa. Uma visão sobre as pinturas da’ senhora do céu’ a antiga deusa sexual dos egípcios, explicitamente pornografia em forma de iconografia egípcia. Do mesmo tipo de luxuria encontrada nas pinturas em Pompéia, em vasos gregos, em milhares de representações que atingem os cantos mais remotos do planeta terra, incluindo todo o continente africano, estados da Índia (Khajuhaho), Oceania, estepes do Cáucaso, alturas da Andes, o interior da China, os vales do reino de Joseon, antiga capital coreana, ou as montanhas do Tibet. O território que corresponde ao atual Iraque foi conhecido na Antiguidade com o nome de Mesopotâmia, termo grego que significa “entre rios”. Essa região foi palco dos primeiros processos de sedentarização de grupos humanos, cujas vivências históricas desencadeiam em grupos urbanos complexos desde meados do terceiro milênio antes da Era Comum (a.E.C.). Centro cultural do Oriente Próximo, a Mesopotâmia pode ser dividida em quatro regiões: Suméria (III milênio) e Babilônia (II e I milênio) ao sul, Acádia (III milênio) e Assíria (II e I milênio) ao norte, Elam a leste, e Síria a oeste. Daí decorre um dos epítetos muito usados pelos reis mesopotâmicos, o de Senhor das quatro regiões. Segundo o documento de Iddin-Dagan, Inanna, divindades sumeriana, repaginada em Ishitar, possuía uma estátua de culto que era ornada com joias e manto real. Era invocada pelos guerreiros como uma espécie de patrona dos exércitos, pois certo texto diz que “sem dúvida alguma os jovens valorosos (guerreiros) a invocavam”, pois Inanna era aquela que causava pavor durante a luta, aquela que fazia tremer o céu. Portanto todos a ela prestavam homenagem. Os homens, os deuses, animais, toda a natureza curvava-se diante da “pura Inanna”. As oferendas a Inanna eram as mais variadas. A ela se ofereciam incensos acesos nos terraços, em “lugares acolhedores” ou nos corredores das muralhas, colocados no alto para encher o céu com perfumes; ou se imolavam as melhores ovelhas, e se purificavam os altares para as oferendas onde se encontrava todo tipo de libações. Essa manifestação de agradecimento remonta novamente aos primórdios do culto, pois se oferecia em agradecimento pela abundância e em desejo de prosperidade. Ofertavam-se manteiga, frutas, cerveja de trigo, mel, vinho e flor de farinha, produtos da terra, dádivas da própria “deusa da vida”. A flor de farinha indica que os campos estavam em flor, que a colheita seria favorável, assim como os outros produtos indicavam prosperidade, fertilidade e fecundidade, tão caras ao homem mesopotâmico em sua vida material e uma demonstração de prosperidade que refletia na vida espiritual. Durante o festival havia licenciosidade sexual, orgias sagradas e profanas. Sendo a deusa do sexo, Inanna mostrava o caminho, ensinava os segredos do “abraço sagrado”. Ela purificava-se, banhava-se com sabão, untava o corpo com óleo perfumado e esperava ansiosa no leito. O rei chegava também ansioso por compartilhar o leito de Inanna e se unia a ela no “abraço sagrado”. Contudo, a união sexual promovida por Inanna não era apenas lânguida e voluptuosa, afinal ela era a “vaca selvagem”, a “doadora da vida”. O ato sexual foi também desejo ardente e insaciável, pois o arado abria caminho na terra virgem. Ela era a deusa que 120 homens não conseguiam saciar. Inanna governou o sexo em três modalidades principais: o sexo como reprodução (tanto como sobrevivência quanto como energia criadora); o sexo como prazer (sensual ou selvagem); e ainda o sexo como sagrado (como meio de conhecimento e encontro com o divino). Governou os homens e suas instituições sempre marcando seu território a partir de seu leito. Governou templos, grandiosos como o Eanna em Uruk, e estendeu seu culto a lugares mais distantes, como o Abgal em Umma, o Duranki em Nippur e o Edilmuna em Ur. Neles construiu seu lar, com servos que a alimentavam, sacerdotes que entoavam cantos, eunucos que prestavam serviços, sacerdotisas que oficiavam cerimônias diversas, com seus faustosos guarda-roupas, joias e tecidos dos mais diversos lugares, e fiéis que lhe traziam libações. (Simone Aparecida Dupla – Revista de história- O hierogamos de Inanna e Dumuzi: sexualidade, religião e política na Mesopotâmia) Israel deixou-se envolver, a medida que crescia como reino, cada vez mais no mundo religioso da antiguidade. Nos seus costumes, em suas práticas libidinosas e em sua luxúria. Um mundo de devassidão que escondia uma terrível e opressiva realidade. A verdadeira face dessa festa podre era a prostituição e a escravidão sexual. O Espírito de Deus por intermédio de seus profetas negou veementemente sua aceitação, sua conivência, sua inspiração ou que tal uso da sexualidade humana pudesse trazer qualquer proveito. Porque a motivação era falsa, e o propósito do casamento ridicularizado a cada culto, as moças eram usadas como prostitutas, humilhadas, carregavam o nome de ‘sagradas’ e no seu interior a destruição de seus sonhos, seus ideais e sua história pessoal. Há uma maldade dissimulada no tratamento benevolente ou na parcimônia com que muitos historiadores, estudiosos e simpatizantes com o ocultismo e com o mágico tratam a devassidão e a exploração sexual mantida em nome da religião. O Espírito de Deus não tratará de nenhum modo tais práticas com olhar ‘amoroso’, ele as condenará veementemente pela boca dos seus profetas, ele as abominará de tal modo que até o salário de um prostituto ou de uma prostituta cultual seria considerado como uma abominação se trazido como oferta diante dele. Porque o preço de tal salário era a vida, a agonia, a doença, o destrato, o abandono, a angustia e a perda da inocência nas mãos de todo tipo de pessoas que as usaria como objetos para satisfação dos mais vis desejos. A estimada ‘honra’ que ‘lhes era concedida’ por serem sacerdotes e sacerdotisas, papisas ou oficiais dos templos antigos, era dolosa mentira, aos olhos de Deus. Os pais israelitas por centenas de anos concordaram com a prostituição de suas filhas e meninos nas festividades da mesopotâmia e de Canaã. Incentivavam as esposas e noras a participarem dos eventos e até a se tornarem parte da prostituição profana e da sagrada. Prostíbulos de diversas naturezas se multiplicaram com a permissão sacerdotal, real e legal. O Espírito de Deus vê a destruição que os assírios trarão sobre dez das doze tribos de Israel, em virtude da terrível corrupção e declínio espiritual da nação. A cada capítulo do livro de Oséias vai se revelando um cotidiano de suborno, homicídios premeditados, mentira, usura e desonestidade generalizada, a adoração de ídolos familiares em cada casa, e a participação efetiva das famílias de milhares em práticas de superstição e prostituição. O adultério se torna algo tão comum quanto a violência. Em determinado instante do livro saberemos que um grupo de sacerdotes se tornou em um bando de salteadores e assassinos, que armam emboscadas no caminho de uma grande cidade. O excesso de vinho das festas adoece e enlouquece os nobres, desvirtua a muitos. A prostituta da antiguidade começava cedo. Ainda adolescente era conduzida aos prostíbulos, era compensada se tivesse grande beleza alcançando status e então seria de ‘uso exclusivo’ por nobres, comerciantes ou pessoas de classes abastadas, equivalentes as ‘meninas de programa’ ou prostitutas de luxo de nossa sociedade moderna. Também nos templos de Inanna, Astarte ou Ishtar teriam uma rápida ascensão a classe das ‘sacerdotisas’, porque trariam grande lucro para o sacerdócio local, tendo em vista que as ‘oferendas’ eram das mais variadas, que incluíam os melhores frutos da terra, vinho, lãs, roupas, produtos variados, jóias e valores de vulto. As deusas eram esplendidamente decoradas, adornadas com jóias verdadeiras, eram, figurativamente falando, ‘ricas’ e ostentavam essa riqueza ganha pelas mãos ou atos das moças dos templos. A prostituta da antiguidade era perita na arte da diversão do publico. Elas deveriam entreter os convidados, de diversos modos por isso eram capacitadas com musica, com dança, com o canto. A prostituta profana, que não pertencia aos templos possuía vestes e marcas especiais, distinguia-se pelo seu andar, pelo modo com que balançava os quadris e fazia soar os seus braceletes e sinetes amarrados em suas saias, seus passos eram musicais ao extremo. As do templo ainda possuíam o conhecimento de liturgias, cânticos religiosos de louvor e adoração, cujas letras eram poesias inspiradas. Canções de amor que contavam histórias de sedução. Os ambientes eram preparados com óleos e perfumes aromáticos, as moças perfumadas e enfeitadas para representar as deusas a quem serviam. Os cânticos sagrados eram evocativos e cheios de sensualidade: Inana trouxe as medidas sagradas Ela trouxe o colocar da roupa no chão Ela trouxe encanto Ela trouxe a arte de ser mulher Ela trouxe a perfeita execução dos ritos Ela trouxe os tambores tigli e lili Ela trouxe os tamborins sagrados Elas deveriam demonstrar alegria, riso, sensualidade e beleza. Isaías fala-nos que elas tinham costume de cantar e tocar harpa ao redor das cidades, numa visão referente e Tiro. Ela cantavam, dançavam e tocavam esplendidamente instrumentos. Vivenciavam o equivalente a escolas preparatórias que as ensinavam a arte de entreter e seduzir, seja pela instrução de meretrizes mais experientes, eunucos ou sacerdotisas. Quando Oséias é chamado para profetizar a Israel O Espírito proporá uma das coisas mais extraordinárias que já realizou na terra. Assim que Yahweh começou a falar por intermédio de Oseias, ele lhe ordenou: “Vai e toma uma mulher que se entrega à prostituição; os filhos que vos nascerem serão os filhos da infidelidade, porquanto toda a nação é culpada do mais vergonhoso adultério: afastar-se de Yahweh e apegar-se à idolatria!” 3 Então ele obedeceu, foi e se casou com Gô’-mer bat Divláim, Gômer filha de Diblaim; ela engravidou e deu à luz a um filho de Oseias. Case-se com uma prostituta. E pelo contexto do livro, não é uma prostituta qualquer. Gomer é uma prostituta sagrada. Na verdade GOMER TRANSITAVA NOS DOIS MUNDOS DA PROSTITUIÇÃO DA ANTIGUIDADE. A uma delas, por convenção denominamos de ‘profana’ ou secular. Uma mulher virgem era o idealizado como esposa por todos os israelitas. Uma vez prostituida a mulher da antiguidade sabia que jamais seria tida como ‘digna’ de tornar-se esposa legitima, fosse de natural ou de um estrangeiro. As filhas que eram trransformadas em prostitutas sabiam que já não poderiam se casar. Uma prostituta ‘comum’ era normalmente de uma família pobre, ela muitas vezes fora VENDIDA pelo seus pais para ocupar aquela posição, como temos paralelo na cultura de estados de grande pobreza indianos. A prostituta era sempre considerada como uma ‘mulher pública’. Ela tinha amantes, e normalmente não manteria os laços familiares. Era considerado indigno a relação com a família de onde saira, seriam cortados os laços familiares pela vergonha dos seus parentes que não queriam ser vistos com ela, sendo rechaçada do convívio com a família, num caminho sem retorno. O estado de declínio espiritual vigente conduziu as famílias de Israel ao não rompimento completo dos laços familiares, que traduzia um paradoxo cultural. O nome do pai de Gomer, Diblain é citado por Oséias, o que seria incomum em todas as outras épocas da história israelita. Porque prostitutas não eram listadas em genealogias, não participavam da herança paterna, elas se tornavam pessoas ‘sem-familia’. Porém, são os pais que estão ‘dando’ suas meninas aos templos, e a sociedade de sua época está tendo como ‘comum’ o que milhares estão fazendo. Por detrás da nomeação do pai de Gomer há o espectro da responsabilidade que será trazida a tona nos capítulos posteriores. Ele era culpado daquilo que sua filha veio a se tornar. Oséias vai até um prostíbulo de luxo ou até o templo de Ishtar, porque as praticas se confundiam nessa época tamanha a licenciosidade. A maioria, se não todas as prostitutas, eram religiosas praticando ritos de consagração e veneração a Baal e a baalins, a deuses familiares, as árvores sagradas e as deusas da prosperidade. Porque tais divindades não RECRIMINARIAM sua conduta ou sua devassidão. Pelo contrário. Todos permitiam, os deuses da antiguidade só se importavam com as próprias oferendas, e seus próprios ritos. Servir a Baal só exigia pagar-lhe tributos, oferecer dádivas, independente do caminho pessoal trilhado. Creio que o Espírito de Deus que levantou a Oséias como profeta o conduziu até um santuário da deusa do amor, para uma prostituta cultual, que vivia em contínuos rituais de sexo sagrado, que participava da adoração plena em festivais ‘sagrados’ regados a vinho e sexo, para desta história traduzir um amor de outro mundo. O profeta segundo a palavra divina escolherá a Gomer que representa em tudo que faz, em tudo o que veste, em cada canção de adoração, a própria deusa Ishtar. E Oséias a convidará a moça que a cada ano participava da festa de ‘casamento dos deuses’ e que o representava com seu próprio corpo as ‘nupcias’ entre a deusa e um ser humano, para participar de algo que lhe seria negado para toda sua vida: Seu próprio casamento. O profeta fazia-lhe um convite impossível e inacreditável aos olhos da comunidade. Casar-se com uma prostituta. Preciso falar sobre a suposta beleza de Gomer. Quanto mais bela era a prostituta da antiguidade, mas ‘honrada’ com presentes ela seria, mais ‘poder’ de dispor o corpo e escolher com quem gostaria de passar a noite ou ter relações, ela teria. Essa é a visão que as imagens (iconografia) de vasos gregos retratando Simphosiuns da antiguidade nos transmite. Até hoje tal preceito é uma realidade cultural, o ‘domínio’ ou o ‘valor’ da prostituição está atrelada a juventude e aos padrões de beleza física. Está presente na ‘reclamação’ de Efraim a ‘beleza’ escondida de Gomer, pelos bens que ela recebia. Incluindo Figueiras e até mesmo uma VINHA. Pois a mãe deles se prostituiu; aquela que os concebeu agiu com torpeza e vergonha. Porque alegou: ‘Irei atrás dos meus amantes, que me dão lekhem, alimento: pão, água; e também lã, linho, azeite e bebidas’. Devastarei as suas videiras e figueiras, que, segundo alegação dela, foi pagamento recebido de seus amantes; eis que farei de todas elas um só grande matagal, e os animais silvestres as devorarão com avidez. Mas a beleza exterior de Gomer escondia dentro dela um processo de devassidão inquebrantável. A proposta de casamento é irrecusável, ela traria honra, lhe daria um nome, lhe concederia o benefício da herança e filhos que poderiam ser legitimados. Gomer, mesmo sem qualquer amor por Oséias aceita se casar com ele. Até este instante cremos que Oseías o faz contristado, lutando consigo mesmo, enojado, só por obrigação em cumprimento da ordem divina. Ledo engano. Na medida que o Espírito Santo for ‘tecendo’ sua profecia tremendamente humana, nos dará pistas a respeito da escolha proposital de Oséias e o porque ele foi capaz de suportar as coisas que ainda acontecerão em seu casamento no decorrer do livro. 1 Quando Israel era menino, eu o amei muito, e do Egito chamei o meu filho. 2 Todavia, quanto mais Eu chamava meu povo, como quem chama seu filho, mais essa gente se afastava da minha pessoa. Eles ofereceram sacrifícios aos baalins e queimaram incenso diante de imagens de ídolos esculpidos. 3 Contudo, Eu ensinei Efraim a andar; Eu o carreguei no colo; mas eles não entendiam que era a minha pessoa quem os curava e zelava por eles. 4 Eu os conduzi com laços de bondade humana e grande amor; fui Eu quem lhes tirou o jugo pesado do pescoço, e me inclinei para alimentálos. O Espírito de Deus amava e declara que fora apaixonado por Israel desde sua meninice, desde a antiguidade. Seu amor era anterior a da ‘sedução’ de outros deuses. Seu amor era verdadeiro, profundo, permanente. Por detrás do amor do Espírito nós repensamos a vocação de Oséias. De algum modo ele conheceu Gomer no passado. Ele a viu crescer, ele a ajudou a andar e talvez até mesmo a carregou no colo. Podemos imaginar a tristeza ao saber que ela fora encaminhada pelas mãos de Diblaim ou com seu consentimento até a realidade da prostituição. Os israelitas encaminharam suas esposas e filhas num caminho sem retorno, retirando a dignidade delas diante de suas famílias, impedindo-as do serviço e oferendas do santuário e expondo-as a humilhação publica na comunidade. Oséias fora enviado a um santuário sexual para resgatar a dignidade de uma mulher, trazendo do mundo da prostituição para a posição de esposa e também de mãe. Gomer aceita o casamento, aceita a ‘nova’ vida conjugal e até mesmo engravida de Oséias. Porém, não abandona sua vida de prostituição. Mesmo grávida, podemos deduzir do contexto do livro, ela não apartou de si seus amantes. Tendo em vista que o Espírito sabia que ela continuaria a exercer seu ofício como prostituta, seus filhos seriam ainda considerados filhos de prostituição, apesar de um pai ter assumido sua filiação. A primeira criança que nasce é chamada de Jeezrel, um menino que simbolizava um passado de violência que deu origem a dinastia real e um futuro de guerra contra os assírios, que tinham Inanna, a deusa-mãe a quem Gomer servia. Gomer teve ainda uma filha e um menino. A menina foi chamada de Lo-Ruama e o menino de Lo-Ami. Desmerecida e Não é meu povo. Os seus nomes simbolizavam a rejeição de Israel. Mas, não seriam seus nomes permanentes. Por alguns anos assim foram nomeados, até que o Espírito ordenas que seus nomes sejam mudados. Nomes de crianças eram permanentes e muitas vezes concedidos antes que nascessem. Não havia a mudança de nomes a não ser se crianças entrassem em cativeiro e tornadas servas ou escravas recebessem novos nomes dados pelos governantes ou oficiais das prefeituras ou governos instaurados. A mudança do nome de uma pessoa era algo raríssimo. LoRuama é chamada de Ruama, a partícula “Lo” é equivalente a ‘não’ em português. A menina agora se chamava “Agraciada”. E o menino “Ami”. Meu povo. Os dias e passam, e a conduta de Gomer não melhora. Ela continua saindo de casa do humilde Oséias. Ele não possui muitas posses. Veremos adiante. Ele lhe deu um nome, uma família, mas não possuía nem de longe a riqueza dos que visitavam os templos ou os bordéis e se utilizavam dos serviços de prostitutas de luxo ou das sacerdotisas dos templos, presenteando-as com ricas oferendas. Gomer continuava a praticar uma vida dupla. Esposa e mãe, prostituta e devassa. Todos os apelos de Oséias foram em vão. O Espírito de Deus ordena que seus filhos que cresceram a repreendam. Ainda são crianças, mas já tem idade bastante para compreender que sua mãe não podia abandoná-los para continuar a fazer o que fazia. A mãe Gomer por ser uma mulher hábil em várias artes deveria ser muito admirada pelas crianças. Ela sabia dançar, ainda tinha vestes esplendidas da época dos santuários, ainda tocava instrumentos e deveria cantar muito bem. Mas, a vida de mãe e esposa não podiam COMPLETÁ-lA apesar de seu nome, GOMER significar COMPLETA, PLENA. Ela sentia falta de seus amantes, da vida libidinosa e sobretudo dos bens, dos inúmeros bens e riquezas que sua vida de devassidão lhe proporcionava. Então ela deixa sua casa, abandona as crianças, abandona Oséias e tenta voltar para sua vida anterior. Decide voltar a viver dedicada ao antigo ofício, imaginando que poderia encontrar lugar onde havia saído. Porém os anos passaram. Gomer já não era mais a adolescente que era cortejada por todos, desejada como premio pela multidão de homens. Era somente uma outra prostituta, considerada ‘velha’ para exercer a antiga profissão. Já não daria mais lucros aos templos de Ishtar, já não seria tão desejada ou vistosa nas danças e nas festividades. E dividida entre dois mundos, saudosa dos filhos, já não representava tão bem seu papel de pessoa feliz. A transformação vai levando ela a uma situação em que se torna dependente de um proxeneta, vulgarmente conhecido como gigolô. Ou de uma meretriz, a dona de um bordel. As meninas eram normalmente ‘vendidas’ para esses locais e tinham uma ‘divida’ não solicitada que somada as taxas de vestuário, alimentação e habitação as fazia escravas eternas de sua condição. Gomer tornou-se uma prostituta comum, presa a uma vida de escravidão sexual, após ter desonrado o marido e abandonado três filhos. E um esposo que amava. Ela abandonou o sonho de cada uma e de todas as mulheres que um dia foram escravas de um bordel. O sonho de uma família em troca do luxo mentiroso, da vaidade supérflua, da promessa enganosa e dos elogios de quem jamais a considerou mais do que uma outra prostituta qualquer. Os dias passam monótonos e tristes, sem esperança, abraçando um destino doloroso e solitário. Mas, ela é uma profecia viva, e nela Deus possui um propósito de amor magnífico. Ao saber da situação da antiga esposa de Oséias, seus ‘’amigos” da comunidade onde viviam decidem ir até o bordel onde ela se encontrava. Gomer ainda é jovem, ainda é uma mulher bonita. Não possui o padrão exigido nas esferas de nobreza, mas não ainda está muito acima da expectativa e dos recursos de um judeu comum, ou assalariado daquela época. E eles sem nenhum pudor, muitos dos que participaram dos eventos e das atividades da vida de casal de Gomer e Óséias, agora a usam como prostituta. Alguns por vingança, outros por despeito. Alguns por compaixão. Dentre eles, alguém o faz porque também gostava dela. E continua a visita-la no prostíbulo várias vezes. Mas, não a livra de sua situação. Oséias 3.1 Então Yahweh me ordenou: “Vai outra vez até tua mulher e a trata-a com amor, ainda que ela seja amada por outro e viva em adultério. Ama a tua esposa como Yahweh ama o povo de Israel, apesar de eles cultuarem a outros deuses e de amarem os bolos sagrados de uvas passas! A história se espalha em toda a comunidade. No Brasil temos vários termos de zombaria para esse tipo de situação. Assim como em muitos lugares do mundo, o marido traído é também vitima da humilhação dos amigos, parentes e até estranhos. História se espalhara e a barreira social aumentara ainda mais. Mas, o Espírito sabia quem tinha escolhido. Conhecia o coração do homem que separara para o ministério. Que tinha o coração semelhante ao dele. O Senhor ordena a Oséias, para que vá e faça o impossível pela segunda vez. E a resposta de Oséias é também imediata. Moisés reclamou de sua chamada, Isaías diria que não era digno, Elias reclamaria de Jezabel, Eliseu colocaria uma condição para ser chamado, Isaías diria não possuir a dignidade e Jeremias diria que ainda era uma criança quando Deus ordenou que fizessem o que tinham que fazer. Oséias não diz uma única palavra e parte resoluto como um dragão em direção a sua esposa, a que amava desesperadamente. O milagre acontece. Gomer está assentada na porta do estabelecimento a espera de mais um cliente, aguardando a chegada de um estranho qualquer. Mas não é um estranho que chega a ela. Não é um desconhecido. É alguém que a carregou no colo quando ainda era uma menina. Era alguém que a amava desde que nasceu. Era alguém que a buscaria até no inferno se tivesse condições. Não sabemos como foi o encontro. Oséias vai até a dona do bordel e oferece tudo que tinha, dentro de suas limitadas condições. Oséias pagou 15 peças de prata (se foram siclos, US$ 33), e um ômer e meio (330 l) de cevada para comprar de volta a adúltera Gômer como esposa (Os 1:3; 3:1, 2), preço que alguns comentadores consideram ser equivalente ao preço de um escravo, 30 siclos de prata (US$ 66). (Êx 21:32) A ‘oferta do ciúme’ que a Lei exigia no caso de um homem suspeitar infidelidade sexual da parte da sua esposa era um décimo de um efa (2,2 l) de farinha de cevada. (Núm 5:14, 15) Um terreno caro numa cidade valia cerca de 400 peças... Cem peças um lugar para realizar um acampamento. Por 20 peças de prata uma pessoa era vendida a mercadores de escravos que a negociavam para obter mais 10 peças, vendendo-a por cerca de 30. Cem peças de prata era o preço pela difamação de uma virgem, e cinquenta o preço a ser pago aos pais se um homem tivesse relações forçadas com uma mulher, que teria que toma-la como esposa para o resto de sua vida. Na época do cerco de Jerusalém uma propriedade extremamente desvalorizada foi comprada por Jeremias por 17 peças de prata. Gênesis 23 “Ouça-me, meu senhor: aquele pedaço de terra vale quatrocentas 15 peças de prata, mas o que significa isso entre mim e você? Sepulte a sua mulher”. 16 Abraão concordou com Efrom e pesou-lhe o valor por ele estipulado diante dos hititas: quatrocentas peças de prata, de acordo com o peso corrente entre os mercadores. Gênesis 37 Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus 28 irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos ismaelitas, que o levaram para o Egito. Deuteronômio 22 Aplicarão a ele a multa de cem peças de prata, que serão dadas ao pai 19 da moça, pois aquele homem prejudicou a reputação de uma virgem israelita. E ele não poderá divorciar-se dela enquanto viver. 29 ele pagará ao pai da moça cinqüenta peças de prata e terá que casarse com a moça, pois a violentou. Jamais poderá divorciar-se dela. Jeremias 32 Assim, comprei do meu primo Hanameel a propriedade que ele possuía 9 em Anatote. Pesei a prata e lhe paguei dezessete peças de prata. A moça pela qual um dia ofereceram uma vinha, valia agora menos que um escravo a ser negociado numa feira e menos que um terreno numa cidade sitiada. Mas, era tudo que Oséias possuía. E sua oferta foi aceita. Porém havia um preço ainda maior a ser pago por Gomer. O Espírito disse que ele precisava se afastar dela. 3 E lhe prometi: Eis que tu esperarás por mim por um longo tempo. Durante todo esse período não te entregues à prostituição; nem pertenças a nenhum outro homem; Eu também te aguardarei para vivermos juntos. Ainda haviam anos de profecias a serem entregues. E Gomer necessitava ser tratada. Tratada por Deus. Oséias parte prometendo que voltaria um dia. Mas, longa será sua jornada. Muito longa. A saudade aperta o coração de Gomer até que em desespero ela vai em procura de Oséias. Mas, por mais que o busque não consegue encontrá lo. 6 Eles partirão desesperadamente, com seus rebanhos e suas manadas, em busca de Yahweh, mas não o encontrarão; pois ele se afastou deles. É a representação profética da consequência da apostasia de Israel. Não sabemos se foram três, cinco, sete ou 12 anos que GOMER esperou. Quando voltou para o mundo de prostituição ela já tinha alguns cabelos brancos que agora eram numerosas na sua cabeça. 9 Estrangeiros de toda parte sugam a sua força, mas ele nem sequer nota. Seus cabelos vão branqueando, como cinza espalhada sobre a cabeça, mas ela nem repara nesse sinal. Mas a moça suportou. E Oséias cumpriria sua promessa. Por muitos anos a moça cantava sua canção para Jeezrel, Ruama e Ami, que agora eram três adolescentes. Então Oséias entrou pelas portas de sua casa, no tempo devido, de onde continuaria a exercer por muitos anos ainda seu extenso ministério profético de quase 60 anos. A Gomer que se prostituira já não existe mais. Só uma esposa e uma mãe dedicada. Só uma mulher que agora jamais teria outros amantes. Que jamais pertenceria a mais ninguém. Para que se cumprisse a profecia: 14 “Apesar de tudo, decidi trazê-la para mim; eis que vou levá-la para o deserto e lá, a sós, falarei ao seu coração. 15 Ali Eu lhe restituirei as suas vinhas e transformarei o vale de Acor, Problemas, numa porta de esperança. Ali ela haverá de conversar comigo como nos dias da sua tenra idade, como no dia em que deixou o Egito. 16 Naquele dia”, assegura Yahweh, “Tu me chamarás ‘meu marido’, e não mais dirás ‘Baal, meu senhor’! 17 Eis que Eu mesmo tirarei dos teus lábios os nomes dos baalins; seus nomes não serão mais invocados. 18 Naquele dia firmarei um pacto com todos os animais silvestres, com as aves do céu e com os animais que rastejam pelo chão! Arco, espada e tudo que diz respeito à guerra, eu os abolirei da face da terra, a fim de que todas as pessoas tenham o direito de viver em paz. 19 Então Eu me casarei contigo por toda a eternidade; Eu te tornarei minha esposa em verdade e justiça, com amor e compaixão. E Óséias viveu o sonho que o Espírito de Deus deseja um dia viver com a humanidade, representada na pessoa de Israel e Efraim. O que não aconteria com Efraim. Como uma mulher adultera que jamais desistirá de seus amantes espirituais, Israel trará devastação e calamidades tremendas sobre si mesma. Por causa da devassidão que a levou para a desonestidade e a todo tipo de traição, incluindo escravidão e assassínio, o juízo, na verdade consequência do demasiado amor ás trevas ocorreria de modo doloroso. 16 O povo de Shômrown, Samaria carregará sua culpa, porquanto se rebelou contra o seu Deus; tombarão todos ao fio da espada; seus filhinhos serão partidos em pedaços e suas mulheres grávidas serão abertas ao meio!” Oséias pode guardar ao menos uma dessas moças. A prostituta de Ishitar foi chamada pelo Espírito para ser esposa de um profeta, para inveja eterna da ‘deusa’ que se entregou por amor de um Marduk semvergonha que a deixou no mundo da morte e da escuridão para ter o direito de reinar sobre a terra da Mesopotâmia. E Gomer abraçou a Jeezrel, à Agraciada e a Meu povo, com seu marido Oséias, cujo nome significa Salvação. E finalmente se cumpriu o significado de seu próprio nome. Porque somente agora, ela finalmente... ...alcançou a Plenitude. https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/better POR AMOR A GOMER “Tenho medo de ir em direção onde minha alma dança onde meu espírito exulta lá onde as labaredas rugem onde o chão estremece e os raios caem. Tenho medo de ir em direção aos ventos assustadores da minha alma em euforia de riso incontido em meio a sua gritaria alegre. Tenho medo da minha alma bêbada sabe se lå de onde vem tudo isso e onde encontrou tão formidáveis vestidos e quem lhe colocou tornozeleiras com sinos e essas pulseiras multicolores. tenho muito medo da minha alma quando corre como uma criança pelos corredores da imaginação.” https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/haja-luz Welington José Ferreira ADENDOS Trechos do livro de Oseías Assim que Yahweh começou a falar por intermédio de Oseias, ele lhe ordenou: “Vai e toma uma mulher que se entrega à prostituição; os filhos que vos nascerem serão os filhos da infidelidade, porquanto toda a nação é culpada do mais vergonhoso adultério: afastar-se de Yahweh e apegar-se à idolatria!” 3 Então ele obedeceu, foi e se casou com Gô’-mer bat Divláim, Gômer filha de Diblaim; ela engravidou e deu à luz a um filho de Oseias. Em seguida Yahweh ordenou a Oseias, cujo nome significa Salvação: “Põe em teu filho o nome de Yizre’el, Jezreel, Deus Espalha a nação; porquanto em pouco tempo castigarei a dinastia de Jeú por causa do massacre ocorrido em Jezreel, e darei fim ao reino do Norte, isto é, Israel. 6 Gômer, cujo nome significa Completa, engravidou novamente e teve uma filha. E o SENHOR ordenou a Oseias: “Dá a menina o nome de Lo-Ruama, Não-Amada, pois não mais demonstrarei compaixão e favor para com Israel a ponto de lhe conceder perdão. 8 Depois de haver desmamado sua filha Lo-Ruama, Gômer teve um outro filho Então Yahweh ordenou: “Dê-lhe o nome de Lo-Ami, Não-Meu-Povo, porquanto não sois meu povo, tampouco sou vosso Deus. 10Apesar de tudo os israelitas ainda serão como a areia da praia, que não se pode medir nem contar. No lugar onde se dizia a eles: ‘Não sois meu povo’, eles passarão a ser chamados ‘Filhos do Deus vivo’ Dizei a vossos irmãos: ‘Ami, Meu-Povo’; e a vossas irmãs: ‘Ruama, MinhasAmadas’. 2Repreendei vossa mãe, repreendei; porquanto ela não é minha esposa e eu não sou seu marido. Que ela afaste a marca da infidelidade da face e os adultérios de entre os seus seios; Pois a mãe deles se prostituiu; aquela que os concebeu agiu com torpeza e vergonha. Porque alegou: ‘Irei atrás dos meus amantes, que me dão lekhem, alimento: pão, água; e também lã, linho, azeite e bebidas’. Ela correrá atrás dos seus amantes, mas não os alcançará; procurará por eles, mas não os achará. Então refletirá: ‘Irei e tornarei para o meu primeiro marido, porquanto eu estava bem melhor antes do que agora!’ 8Todavia ela não quis reconhecer que fui Eu quem lhe propiciou o trigo, o vinho e o azeite, e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram no culto a Baal. Por esse motivo recolherei todo o meu trigo e o levarei assim que amadurecer, e o meu vinho quando ficar pronto. Tomarei dela a minha lã e o meu linho, os mesmos que serviram para tecer e cobrir a sua nudez. Agora, pois, descobrirei a sua lascívia diante dos olhos dos seus amantes; e ninguém terá o poder de livrá-la das minhas mãos. Farei cessar todo o seu contentamento: suas festas de Lua Nova, os seus shabbãths, sábados, e todas as suas festas fixas solenes Devastarei as suas videiras e figueiras, que, segundo alegação dela, foi pagamento recebido de seus amantes; eis que farei de todas elas um só grande matagal, e os animais silvestres as devorarão com avidez. Eu a punirei pelos dias e dias em que queimava incenso aos baalins; e se enfeitava com seus anéis e jóias, e corria atrás dos seus amantes, desprezando-me!” afirma Yahweh, o SENHOR. 14 “Apesar de tudo, decidi trazê-la para mim; eis que vou levá-la para o deserto e lá, a sós, falarei ao seu coração. 15 Ali Eu lhe restituirei as suas vinhas e transformarei o vale de Acor, Problemas, numa porta de esperança. Ali ela haverá de conversar comigo como nos dias da sua tenra idade, como no dia em que deixou o Egito. 16 Naquele dia”, assegura Yahweh, “Tu me chamarás ‘meu marido’, e não mais dirás ‘Baal, meu senhor’! 17 Eis que Eu mesmo tirarei dos teus lábios os nomes dos baalins; seus nomes não serão mais invocados. 18 Naquele dia firmarei um pacto com todos os animais silvestres, com as aves do céu e com os animais que rastejam pelo chão! Arco, espada e tudo que diz respeito à guerra, eu os abolirei da face da terra, a fim de que todas as pessoas tenham o direito de viver em paz. 19 Então Eu me casarei contigo por toda a eternidade; Eu te tornarei minha esposa em verdade e justiça, com amor e compaixão. 20 Eu me casarei contigo em fidelidade, e reconhecerás o SENHOR. 21“Naquele dia Eu te atenderei” garante Yahweh. “Responderei aos céus, e eles atenderão à terra; 22 e a terra responderá aos cereais, às videiras e ao azeite, e estes atenderão a Jezreel, Deus Semeia. 23 Eu os semearei na terra para minha própria pessoa e terei misericórdia de quem denominei Lo-Ruama, Não-Amada. E afirmarei àquele chamado NãoMeu-Povo; Sim, tu és meu povo! E ele responderá: ‘Sim Elohim, tu és o meu Deus!’” 1 Então Yahweh me ordenou: “Vai outra vez até tua mulher e a trata-a com amor, ainda que ela seja amada por outro e viva em adultério. Ama a tua esposa como Yahweh ama o povo de Israel, apesar de eles cultuarem a outros deuses e de amarem os bolos sagrados de uvas passas! 2 Por este motivo eu comprei para mim aquela mulher pelo equivalente a quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada, isto é, oitenta gramas de prata e um barril e meio de cevada. 3 E lhe prometi: Eis que tu esperarás por mim por um longo tempo. Durante todo esse período não te entregues à prostituição; nem pertenças a nenhum outro homem; Eu também te aguardarei para vivermos juntos. 4 Pois os israelitas ficarão muito tempo absolutamente solitários: sem rei, sem príncipe, sem sacrifício e suas coluna sagradas ao deus Baal, sem efód, o colete sacerdotal e também sem os terafins, os ídolos do lar. 5Contudo, passados esses dias, o povo de Israel retornará e se empenhará em buscar a Yahweh Elohim, e ao descendente de Davi, seu rei. E, nos últimos dias, eles correrão aflitos e tremendo atrás de Yahweh e das suas bênçãos! 11 à prostituição, ao vinho velho e ao novo, estragando o discernimento e o bom senso do meu povo. 12 Eis que o meu povo tem consultado ídolos de madeira, e de um pedaço de pau acreditam que recebem respostas. Ora, um espírito de prostituição os seduz; e eles, prostituindo-se, se afastam e abandonam o seu Elohim, Deus. 13 Oferecem sacrifícios nos altos dos montes e queimam incenso nas colinas, debaixo de árvores frondosas como o carvalho, o álamo e o terebinto, pois a sombra que elas proporcionam é aconchegante. E assim as vossas filhas se tornam prostitutas e vossas noras cometem adultério. 14 No entanto, não castigarei vossas filhas por se prostituírem, nem vossas noras por adulterarem, porque os próprios homens se encontram com as meretrizes nos templos pagãos e participam dos sacrifícios oferecidos pelas prostitutas culturais a seus deuses! Ora, um povo sem bom senso e sabedoria corre para atirar-se à ruína e destruição. 15 Ó Israel, ainda que escolhas adulterar, não faças com que Judá também venha a ser culpada; não venhais a Gilgal e não subais a Bete-Áven, Casa da Impiedade. E não dizeis: ‘juro pelo Nome de Yahweh!’ 18Mesmo quando acabam as bebidas, eles continuam atolados em sua devassidão; seus governantes amam profundamente as atitudes vergonhosas 3Conheço bem a Efraim, e Israel não pode se esquivar da minha pessoa; porquanto agora te afundaste na prostituição, ó Efraim, e Israel se corrompeu completamente! 4As suas atitudes e praticas diárias não lhes permitem voltar para o seu Deus, porque um espírito de prostituição está dirigindo o coração deles; não reconhecem mais Yahweh, o SENHOR. 6Eles partirão desesperadamente, com seus rebanhos e suas manadas, em busca de Yahweh, mas não o encontrarão; pois ele se afastou deles. 4E o SENHOR responde: “Que vos farei, ó Efraim? Que vos farei, ó Judá? Porque o vosso amor é como a neblina da manhã, como o orvalho que rapidamente se evapora. 6Afinal, o que desejo é o vosso amor, e não sacrifícios; entendimento quanto à pessoa de Elohim, Deus, mais que ofertas e holocaustos 7Porém, na cidade de ‘Adâm, Adão, à exemplo da humanidade, eles quebraram a Aliança, e me foram infiéis. 9Assim como os assaltantes ficam de emboscada à espera de uma pessoa para roubar, deste mesmo modo espreitam os bandos de sacerdotes; eles assassinam na estrada de Siquém, a cidade de refúgio, além de se entregarem à pratica de outros crimes hediondos. 10 Sim, eis que vejo uma infração terrível na terra de Israel. Ali Efraim se prostitui, e Israel está totalmente contaminado! 2 Mas eles não atinam para o fato de que Eu me recordo de todas as suas más atitudes. Seus pecados os envolvem, e Eu os observo atentamente, sem parar. 3 Eis que são hábeis em fazer a alegria dos governantes com suas malignidades, e divertem os líderes, com as suas mentiras. 9 Estrangeiros de toda parte sugam a sua força, mas ele nem sequer nota. Seus cabelos vão branqueando, como cinza espalhada sobre a cabeça, mas ela nem repara nesse sinal. 11 Ora, Efraim é como uma pomba facilmente persuadida e enganada por causa da sua falta de sabedoria; ora apela ao Egito, ora volta-se para a Assíria. 8 Israel foi consumido; agora está entre as nações como um vaso a que ninguém dá valor. 9 Porquanto subiram à Assíria como um jumento selvagem que vagueia solitário, ainda estão livres, mas Efraim vendeu-se para os seus amantes. 1 Não te alegres, ó Israel, não regozijes, como os povos pagãos; pois te prostituíste, desprezando o teu Deus; amaste a paga de prostituição em cada eira de trigo. 1 Quando Israel era menino, eu o amei muito, e do Egito chamei o meu filho. 2 Todavia, quanto mais Eu chamava meu povo, como quem chama seu filho, mais essa gente se afastava da minha pessoa. Eles ofereceram sacrifícios aos baalins e queimaram incenso diante de imagens de ídolos esculpidos. 3 Contudo, Eu ensinei Efraim a andar; Eu o carreguei no colo; mas eles não entendiam que era a minha pessoa quem os curava e zelava por eles. 4 Eu os conduzi com laços de bondade humana e grande amor; fui Eu quem lhes tirou o jugo pesado do pescoço, e me inclinei para alimentá-los. 8 Contudo, como posso te abandonar e entregar-se nas mãos de outros, ó Israel? Como deixaria de te proteger ou te trataria como tratei Admá? Como agiria contigo do mesmo modo como lidei com Zeboim? Eis que o meu coração está comovido, toda a minha compaixão está desperta e voltada para ti! 16 O povo de Shômrown, Samaria carregará sua culpa, porquanto se rebelou contra o seu Deus; tombarão todos ao fio da espada; seus filhinhos serão partidos em pedaços e suas mulheres grávidas serão abertas ao meio!” 4 “Eis que Eu curarei a sua infidelidade e os amarei de todo o meu coração; porque a minha ira já se retirou de sobre eles. A prostituição de Israel e a quebra da aliança “conjugal” com Deus, aliadas as ameaças da ofensiva assíria, levaram Oséias a profetizar. Ele deve ter começado seu ministério pouco depois da morte do rei Jeroboão II (753 a.C.). Sua missão no Reino do Norte, provavelmente terminou quando Salmaneser V da Assíria invadiu Israel, saqueou Samaria e deportou mais de 27 mil israelitas para a Mesopotâmia (722 a.C.; conf. 2Rs 17.1-34). É provável que a mensagem de Oséias tenha sido escrita entre a data em que o rei Menaém pagou tributo a Tiglate-Pileser III da Assíria em 739 a.C. (5.13; 8.9; 12.1) e a queda de Samaria em 722 a.C., já que Oséias não menciona este acontecimento. Se Oséias está fazendo alusão ao conflito siro-eframita de 735- 734 a.C., nas passagens de 5.8 a 6.6, isso pode ajudar a especificar a data da composição do livro. O reinado de Jeroboão II é considerado, muitas vezes como a era de ouro do Reino do Norte. A base para o renascimento político e econômico da nação foi lançada pelo pai de Jeroboão, Jeoás. Antes Jeoás havia liderado três campanhas militares bem-sucedidas contra os sírios ou arameus (2Rs 13.25), libertando Israel da vergonha e opressão do domínio estrangeiro. Jeroboão II deu continuidade à política de expansão militar, quase restabelecendo todos os limites territoriais de Israel no sentido Leste e Norte da era de Davi e Salomão (2Rs 14.25,28). A perícia militar e a estabilidade econômica produzidas sob a liderança capaz de Jeroboão deram origem à classe de comerciantes ricos em Israel. A riqueza da monarquia de Jeroboão era demonstrada pelo esplendor arquitetônico, luxo e fartura agrícola. Mas, a prosperidade econômica e a segurança política que a nação experimentou durante o reinado de Jeroboão II (793-753 a.C.), foram seguidas de um período de caos político e social e de declínio religioso sob os seis reis seguintes que reinaram por um período total de vinte e cinco anos (2Rs 15.8 – 17.41). Quatro desses reis foram assassinados por aqueles que usurparam seus tronos (Zacarias, Salum, Pecaías e Peca); o rei Oséias tornou-se prisioneiro político (2Rs 17.3-4); apenas Menaém foi sucedido por seu filho (2Rs 15.23). A Assíria expandia-se em direção a oeste, e Menaém aceitou essa potencia mundial como seu senhor feudal pagando-lhe tributo (2Rs 15.19,20), mas pouco depois em 733 a.C., Israel foi desmembrado pela Assíria por causa da intriga de Peca, que usurpou o trono de Israel assassinando Pecaías, filho e sucessor de Menaém. Somente os territórios de Efraim e de Manasses ocidental sobraram para o rei de Israel. Depois por causa da deslealdade do rei Oséias (sucessor de Peca), Samaria foi conquistada, e seu habitantes exilados em 722-721, causando assim o fim do Reino do Norte. A polêmica contra o sincretismo religioso também difunde-se pelo livro (2.2-13; 4.10-19; 5.4; 9.1-10). Repetidas vezes Oséias aponta para o pecado do Reino do Norte de tentar unir a adoração ao Senhor Deus com a religião Cananéia e sua deificação do sexo e da natureza. Oséias retrata o relacionamento entre Deus e seu povo. Em outras figuras Deus é comparado com a traça e com a podridão (5.12), com a chuva serôdia (6.3), com um leão (5.14; 11.10; 13.7-8), com um leopardo (13.7), com uma ursa (13.8) e com um cipreste (14.8). E algo mais... https://drive.google.com/folderview?id=0By1iKlamoOu6fkE2NzNfS2FjWjd6THV ZUWZjNWNXLUtya3REWFF3S0hxdmQ1ZjZkVU95V0k&usp=sharing