POR AMOR A GOMER
Tenho medo de ir em direção onde minha alma dança onde meu espírito exulta
lá onde as labaredas rugem onde o chão estremece e os raios caem. Tenho
medo de ir em direção aos ventos assustadores da minha alma em euforia de
riso incontido em meio a sua gritaria alegre. Tenho medo da minha alma
bêbada sabe se lå de onde vem tudo isso e onde encontrou tão formidáveis
vestidos e quem lhe colocou tornozeleiras com sinos e essas pulseiras
multicolores. Tenho muito medo da minha alma quando corre como uma
criança pelos corredores da imaginação.
Welington José Ferreira
https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/tive-tanto-medo
Por Amor a Gomer
Efésios 3.14-19
Por causa disto me ponho de joelhos perante o Pai de nosso Senhor Jesus
Cristo,
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Do qual toda a família nos céus e na terra toma o nome,
Para que, segundo as riquezas da sua glória, vos conceda que sejais
corroborados com poder pelo seu Espírito no homem interior;
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Para que Cristo habite pela fé nos vossos corações; a fim de, estando
arraigados e fundados em amor,
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Poderdes perfeitamente compreender, com todos os santos, qual seja a
largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade,
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E conhecer o amor de Cristo, que excede todo o entendimento, para que
sejais cheios de toda a plenitude de Deus.
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https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/no-coracao-da-tempestade
Gore Vidal em seu livro Criação retrata uma ficção histórica onde o
protagonista faz certa peregrinação até a antiga capital de Babilônia, no dia
das festas de Marduque, que legitimavam, de certo modo, ao trono do império
sumério, seguindo as tradições de ascendência real originada em antigas
divindades. No caso especifico, o parentesco divino não era orientado por uma
filiação, outrosim, por um casamento... Contavam antiquíssimas lendas que a
deusa Ishtar apaixonou-se por um homem e tornando-se humana desceu a
terra, casando-se com aquele que seria o primeiro rei de uma linha de
sucessão, que se perdia na aurora dos tempos. Do fruto dessa paixão insana,
contrariando as ela as próprias leis divinas, tendo recebido a deusa, por tal
rebeldia, dura punição, nasceriam os ritos de consagração real e as festas
religiosas onde o primeiro rei (assim como os demais) seriam elevados, por
fruto de um casamento sagrado, à condição de divindade. A deusa teria virado
‘consorte/amante/esposa’, assim como fora de Gilgamés e de Assubanipal,
daquele cujos Zigurates encheriam a futura cidadela de 96 km2, Babilonia, uma
das sete maravilhas do mundo da antiguidade: Marduque (Marduk), homemdeus e rei mitológico dos antigos sumérios/acádianos, divindade que legitimaria
o trono babilônico. Mas, a romântica história estampada nos portões da cidade,
emoldurada por formas totêmicas ou contida nas representações em forma de
animal da Impulsiva Ishtar escondiam a depravação da religiosidade que
abraçou ao sexo sagrado como sua máxima celebração. Os sumérios (os
assírios) e os acádicos, ou caldeus, farão dessa ficção teológica, dessa
construção mítica, a base de sua religiosidade.
Is-tar lu-u i-ra-man-ni-ma
Istar apaixonou-se por mim
É este amor que a deusa nutre pelo seu favorito que justificará a sua eleição e
a sua enfronização, legitimando assim a sua realeza. Na Epopéia de Gilgames,
algumas passagens alusivas à condição física de Istar pressupõem a mesma
construção retórica e ideológica. A deusa diz estar esgotada, os seus traços já
não são recuperados pelo sono reparador, o rosto encontra-se abatido,
sintomas do sacrifício que impõe a si própria em nome do seu amor por
Gilgames
Nos oráculos neo-assírios, onde Ishtar desempenha um papel fundamental na
comunicação profética e assume na plenitude o seu lugar na religião assíria,
encontramos igualmente a expressão desta dimensão mais física e
feminina:
“Vagueio pela estepe, pedindo pela tua vida. Atravesso continuamente rios e
mares, cruzo incessantemente montanhas e montanhas. Atravesso
constantemente todos os rios. Secas e chuvas consomem-me insistentemente
e afetam a minha bela aparência. Estou exausta, o meu corpo está extenuado
por tua causa”
Expressão máxima deste estereótipo e da relação amorosa entre Ishtar e o seu
favorito é o rito do casamento sagrado. Num hino que Assurbanípal dedica a
Istar de Nínive, o poeta alude à chegada da deusa e ao júbilo que provoca
entre os seus pares e, em seguida, descreve os momentos que antecedem o
rito: O rei está vestido com roupas asseadas e colocou um fato magnífico.
Assurbanípal chega, entre oferendas sagradas e puras. Vinho doce, digno de
divindade, cerveja demasiado forte para reis! Para se dirigir à sua Casa Akitu,
ela pôs os arreios no seu carro, demasiado imponente para reis. Ele concluiu
as oferendas, ela dirigiu-se para o templo do seu desejo.
O rito do casamento sagrado era celebrado anualmente, no início de cada ano,
comemorando e renovando a realeza. A união entre a deusa e o seu favorito
sustentava a legitimação do poder real.
O livro de Oséias trata do tremendo amor divino o qual convoca ardentemente
o povo escolhido à retornar a sua adoração. Como um casamento destruído
pelo continuo adultério, a relação entre Israel e aquele que lhe amara e
libertara da terra da escravidão do Egito, estava indo de mal a pior. Todas as
leis divinas e todos os mandamentos eram desprezados, em especial ofendialhe o crescente envolvimento com práticas de idolatria das divindades sexuais
da mesopotâmia, magoavam-no com a idolatria de deuses gerados a partir do
culto dos mortos, espíritos familiares divinizados, e a pratica de oferendas,
cânticos, sacrifícios e adoração às deusas da fertilidade, representadas pela
internacional Isis dos egípcios, Astarte para os canaanitas, Inanna para as
nações africanas, Ishtar para os mesopotâmicos. A senhora do céu, cuja irmã
era a senhora da morte, a dona do Sheol, era presente e metamorfoseada em
tantas formas que um dia um escritor romano a chamaria de a ‘deusa dos mil
nomes’. Sua influencia se estendeu até a Europa e até mesmo Roma a tinha
como deusa instituída em diversas regiões, seja na Itália ou na península
ibérica, em especial na região que um dia seria chamada de Portugal, onde se
encontram, até hoje, numerosos vestígios dessa adoração. Não contente em
ser adorada pelo oriente, a deusa foi ‘evangelizada’’ e conduzida até as regiões
da Mongólia, Coreia, China e Japão, onde foi suavizada pelo xintoísmo
tornando-se a deusa da agricultura.
Trocaram o amor divino pelos encantos da deusa do amor. O profeta
Oséias então será comissionado com a mais impressionante e afetuosa missão
profética de todos os tempos, sendo usado por Deus para transcender todos
os padrões vigentes de amor humano, com atos proféticos inacreditavelmente
românticos, com uma missão de ‘quase’ impossível humanidade e cujo
desfecho seria, aos olhos de todos, ‘uma tragédia familiar anunciada’ desde o
início de sua comissão profética. Oséias viveu no território do reino de Israel de
dez tribos (também chamado de Efraim, por causa de sua tribo dominante). Ele
profetizou durante os reinados dos últimos sete governantes de Israel e dos
reis Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias, de Judá. (Oséias 1:1). Oséias profetizou
por pelo menos 59 anos. Embora o livro que leva seu nome tenha sido
concluído não muito depois de 745 a.C. O que o coloca seu ministério tendo
inicio cerca de 800 anos antes de Cristo.
Cada pedaço do livro de Oseías vai nos revelar uma história de amor dentro
de outra história de amor, em forma de cântico profético. As pistas estão
espalhadas aqui e ali, ajudando a formar um quadro belíssimo.
A prostituição sagrada era um ato de luxúria disfarçado e falsamente
dignificado por doutrinas mágicas, míticas e religiosas que transformaram os
templos antigos em fontes de comércio sexual lícito, legitimado pelo ‘sagrado’
das práticas dos cultos que reivindicavam para si a capacidade da união sexual
com as românticas e sensuais deusas da antiguidade, onde as sacerdotisas,
dizendo-se ‘tomadas/possuídas’, em transe, davam a entender, ao vasto e
sempre crescente número de fiéis, a capacidade de homens se relacionarem
com os deuses, numa dimensão em que ‘relacionamento’ e ‘íntimo’ se
confundiam com o desejo sexual e cujos ritos que eram, no mínimo, muito
vergonhosos.
As moças e até meninos eram influenciados pelo sacerdócio mágico e
introduzidos num mundo de devassidão ainda muito jovens. Os santuários
viviam das ‘oferendas vivas’ de uma multidão de adolescentes.
Em
contrapartida enriqueciam ‘ministérios’, templos e sacerdócios. Até mesmo
cidades inteiras eram sustentadas pelas práticas das antigas religiões de
Canãa. Uma visão sobre as pinturas da’ senhora do céu’ a antiga deusa sexual
dos egípcios, explicitamente pornografia em forma de iconografia egípcia. Do
mesmo tipo de luxuria encontrada nas pinturas em Pompéia, em vasos gregos,
em milhares de representações que atingem os cantos mais remotos do
planeta terra, incluindo todo o continente africano, estados da Índia
(Khajuhaho), Oceania, estepes do Cáucaso, alturas da Andes, o interior da
China, os vales do reino de Joseon, antiga capital coreana, ou as montanhas
do Tibet.
O território que corresponde ao atual Iraque foi conhecido na Antiguidade com
o nome de Mesopotâmia, termo grego que significa “entre rios”. Essa região foi
palco dos primeiros processos de sedentarização de grupos humanos, cujas
vivências históricas desencadeiam em grupos urbanos complexos desde
meados do terceiro milênio antes da Era Comum (a.E.C.). Centro cultural do
Oriente Próximo, a Mesopotâmia pode ser dividida em quatro regiões: Suméria
(III milênio) e Babilônia (II e I milênio) ao sul, Acádia (III milênio) e Assíria (II e I
milênio) ao norte, Elam a leste, e Síria a oeste. Daí decorre um dos epítetos
muito usados pelos reis mesopotâmicos, o de Senhor das quatro regiões.
Segundo o documento de Iddin-Dagan, Inanna, divindades sumeriana,
repaginada em Ishitar, possuía uma estátua de culto que era ornada com
joias e manto real. Era invocada pelos guerreiros como uma espécie de
patrona dos exércitos, pois certo texto diz que “sem dúvida alguma os jovens
valorosos (guerreiros) a invocavam”, pois Inanna era aquela que causava pavor
durante a luta, aquela que fazia tremer o céu. Portanto todos a ela prestavam
homenagem. Os homens, os deuses, animais, toda a natureza curvava-se
diante
da
“pura
Inanna”.
As oferendas a Inanna eram as mais variadas. A ela se ofereciam incensos
acesos nos terraços, em “lugares acolhedores” ou nos corredores das
muralhas, colocados no alto para encher o céu com perfumes; ou se imolavam
as melhores ovelhas, e se purificavam os altares para as oferendas onde se
encontrava todo tipo de libações. Essa manifestação de agradecimento
remonta novamente aos primórdios do culto, pois se oferecia em
agradecimento pela abundância e em desejo de prosperidade. Ofertavam-se
manteiga, frutas, cerveja de trigo, mel, vinho e flor de farinha, produtos da terra,
dádivas da própria “deusa da vida”. A flor de farinha indica que os campos
estavam em flor, que a colheita seria favorável, assim como os outros produtos
indicavam prosperidade, fertilidade e fecundidade, tão caras ao homem
mesopotâmico em sua vida material e uma demonstração de prosperidade que
refletia na vida espiritual. Durante o festival havia licenciosidade sexual, orgias
sagradas e profanas. Sendo a deusa do sexo, Inanna mostrava o caminho,
ensinava os segredos do “abraço sagrado”.
Ela purificava-se, banhava-se com sabão, untava o corpo com óleo perfumado
e esperava ansiosa no leito. O rei chegava também ansioso por compartilhar o
leito de Inanna e se unia a ela no “abraço sagrado”. Contudo, a união sexual
promovida por Inanna não era apenas lânguida e voluptuosa, afinal ela era a
“vaca selvagem”, a “doadora da vida”. O ato sexual foi também desejo ardente
e insaciável, pois o arado abria caminho na terra virgem. Ela era a deusa que
120 homens não conseguiam saciar. Inanna governou o sexo em três
modalidades principais: o sexo como reprodução (tanto como sobrevivência
quanto como energia criadora); o sexo como prazer (sensual ou selvagem); e
ainda o sexo como sagrado (como meio de conhecimento e encontro com o
divino). Governou os homens e suas instituições sempre marcando seu
território a partir de seu leito. Governou templos, grandiosos como o Eanna em
Uruk, e estendeu seu culto a lugares mais distantes, como o Abgal em Umma,
o Duranki em Nippur e o Edilmuna em Ur. Neles construiu seu lar, com servos
que a alimentavam, sacerdotes que entoavam cantos, eunucos que prestavam
serviços, sacerdotisas que oficiavam cerimônias diversas, com seus faustosos
guarda-roupas, joias e tecidos dos mais diversos lugares, e fiéis que lhe
traziam libações. (Simone Aparecida Dupla – Revista de história- O hierogamos
de Inanna e Dumuzi: sexualidade, religião e política na Mesopotâmia)
Israel deixou-se envolver, a medida que crescia como reino, cada vez mais no
mundo religioso da antiguidade. Nos seus costumes, em suas práticas
libidinosas e em sua luxúria. Um mundo de devassidão que escondia uma
terrível e opressiva realidade. A verdadeira face dessa festa podre era a
prostituição e a escravidão sexual. O Espírito de Deus por intermédio de seus
profetas negou veementemente sua aceitação, sua conivência, sua inspiração
ou que tal uso da sexualidade humana pudesse trazer qualquer proveito.
Porque a motivação era falsa, e o propósito do casamento ridicularizado a cada
culto, as moças eram usadas como prostitutas, humilhadas, carregavam o
nome de ‘sagradas’ e no seu interior a destruição de seus sonhos, seus ideais
e sua história pessoal. Há uma maldade dissimulada no tratamento
benevolente ou na parcimônia com que muitos historiadores, estudiosos e
simpatizantes com o ocultismo e com o mágico tratam a devassidão e a
exploração sexual mantida em nome da religião. O Espírito de Deus não
tratará de nenhum modo tais práticas com olhar ‘amoroso’, ele as condenará
veementemente pela boca dos seus profetas, ele as abominará de tal modo
que até o salário de um prostituto ou de uma prostituta cultual seria
considerado como uma abominação se trazido como oferta diante dele. Porque
o preço de tal salário era a vida, a agonia, a doença, o destrato, o abandono, a
angustia e a perda da inocência nas mãos de todo tipo de pessoas que as
usaria como objetos para satisfação dos mais vis desejos. A estimada ‘honra’
que ‘lhes era concedida’ por serem sacerdotes e sacerdotisas, papisas ou
oficiais dos templos antigos, era dolosa mentira, aos olhos de Deus.
Os pais israelitas por centenas de anos concordaram com a prostituição de
suas filhas e meninos nas festividades da mesopotâmia e de Canaã.
Incentivavam as esposas e noras a participarem dos eventos e até a se
tornarem parte da prostituição profana e da sagrada. Prostíbulos de diversas
naturezas se multiplicaram com a permissão sacerdotal, real e legal. O Espírito
de Deus vê a destruição que os assírios trarão sobre dez das doze tribos de
Israel, em virtude da terrível corrupção e declínio espiritual da nação. A cada
capítulo do livro de Oséias vai se revelando um cotidiano de suborno,
homicídios premeditados, mentira, usura e desonestidade generalizada, a
adoração de ídolos familiares em cada casa, e a participação efetiva das
famílias de milhares em práticas de superstição e prostituição. O adultério se
torna algo tão comum quanto a violência. Em determinado instante do livro
saberemos que um grupo de sacerdotes se tornou em um bando de
salteadores e assassinos, que armam emboscadas no caminho de uma grande
cidade. O excesso de vinho das festas adoece e enlouquece os nobres,
desvirtua a muitos. A prostituta da antiguidade começava cedo. Ainda
adolescente era conduzida aos prostíbulos, era compensada se tivesse grande
beleza alcançando status e então seria de ‘uso exclusivo’ por nobres,
comerciantes ou pessoas de classes abastadas, equivalentes as ‘meninas de
programa’ ou prostitutas de luxo de nossa sociedade moderna. Também nos
templos de Inanna, Astarte ou Ishtar teriam uma rápida ascensão a classe das
‘sacerdotisas’, porque trariam grande lucro para o sacerdócio local, tendo em
vista que as ‘oferendas’ eram das mais variadas, que incluíam os melhores
frutos da terra, vinho, lãs, roupas, produtos variados, jóias e valores de vulto.
As deusas eram esplendidamente decoradas, adornadas com jóias
verdadeiras, eram, figurativamente falando, ‘ricas’ e ostentavam essa riqueza
ganha pelas mãos ou atos das moças dos templos. A prostituta da antiguidade
era perita na arte da diversão do publico. Elas deveriam entreter os convidados,
de diversos modos por isso eram capacitadas com musica, com dança, com o
canto. A prostituta profana, que não pertencia aos templos possuía vestes e
marcas especiais, distinguia-se pelo seu andar, pelo modo com que balançava
os quadris e fazia soar os seus braceletes e sinetes amarrados em suas saias,
seus passos eram musicais ao extremo. As do templo ainda possuíam o
conhecimento de liturgias, cânticos religiosos de louvor e adoração, cujas letras
eram poesias inspiradas. Canções de amor que contavam histórias de
sedução. Os ambientes eram preparados com óleos e perfumes aromáticos, as
moças perfumadas e enfeitadas para representar as deusas a quem serviam.
Os cânticos sagrados eram evocativos e cheios de sensualidade:
Inana trouxe as medidas sagradas
Ela trouxe o colocar da roupa no chão
Ela trouxe encanto
Ela trouxe a arte de ser mulher
Ela trouxe a perfeita execução dos ritos
Ela trouxe os tambores tigli e lili
Ela trouxe os tamborins sagrados
Elas deveriam demonstrar alegria, riso, sensualidade e beleza. Isaías fala-nos
que elas tinham costume de cantar e tocar harpa ao redor das cidades, numa
visão referente e Tiro. Ela cantavam, dançavam e tocavam esplendidamente
instrumentos. Vivenciavam o equivalente a escolas preparatórias que as
ensinavam a arte de entreter e seduzir, seja pela instrução de meretrizes mais
experientes, eunucos ou sacerdotisas.
Quando Oséias é chamado para profetizar a Israel O Espírito proporá uma das
coisas mais extraordinárias que já realizou na terra.
Assim que Yahweh começou a falar por intermédio de Oseias, ele lhe ordenou:
“Vai e toma uma mulher que se entrega à prostituição; os filhos que vos
nascerem serão os filhos da infidelidade, porquanto toda a nação é culpada do
mais vergonhoso adultério: afastar-se de Yahweh e apegar-se à idolatria!”
3 Então ele obedeceu, foi e se casou com Gô’-mer bat Divláim, Gômer filha de
Diblaim; ela engravidou e deu à luz a um filho de Oseias.
Case-se com uma prostituta.
E pelo contexto do livro, não é uma prostituta qualquer. Gomer é uma prostituta
sagrada. Na verdade GOMER TRANSITAVA NOS DOIS MUNDOS DA
PROSTITUIÇÃO DA ANTIGUIDADE. A uma delas, por convenção
denominamos de ‘profana’ ou secular. Uma mulher virgem era o idealizado
como esposa por todos os israelitas. Uma vez prostituida a mulher da
antiguidade sabia que jamais seria tida como ‘digna’ de tornar-se esposa
legitima, fosse de natural ou de um estrangeiro.
As filhas que eram trransformadas em prostitutas sabiam que já não poderiam
se casar. Uma prostituta ‘comum’ era normalmente de uma família pobre, ela
muitas vezes fora VENDIDA pelo seus pais para ocupar aquela posição, como
temos paralelo na cultura de estados de grande pobreza indianos. A prostituta
era sempre considerada como uma ‘mulher pública’. Ela tinha amantes, e
normalmente não manteria os laços familiares. Era considerado indigno a
relação com a família de onde saira, seriam cortados os laços familiares pela
vergonha dos seus parentes que não queriam ser vistos com ela, sendo
rechaçada do convívio com a família, num caminho sem retorno.
O estado de declínio espiritual vigente conduziu as famílias de Israel ao não
rompimento completo dos laços familiares, que traduzia um paradoxo cultural.
O nome do pai de Gomer, Diblain é citado por Oséias, o que seria incomum em
todas as outras épocas da história israelita. Porque prostitutas não eram
listadas em genealogias, não participavam da herança paterna, elas se
tornavam pessoas ‘sem-familia’. Porém, são os pais que estão ‘dando’ suas
meninas aos templos, e a sociedade de sua época está tendo como ‘comum’ o
que milhares estão fazendo. Por detrás da nomeação do pai de Gomer há o
espectro da responsabilidade que será trazida a tona nos capítulos posteriores.
Ele era culpado daquilo que sua filha veio a se tornar.
Oséias vai até um prostíbulo de luxo ou até o templo de Ishtar, porque as
praticas se confundiam nessa época tamanha a licenciosidade. A maioria,
se não todas as prostitutas, eram religiosas praticando ritos de consagração e
veneração a Baal e a baalins, a deuses familiares, as árvores sagradas e as
deusas da prosperidade. Porque tais divindades não RECRIMINARIAM sua
conduta ou sua devassidão. Pelo contrário. Todos permitiam, os deuses da
antiguidade só se importavam com as próprias oferendas, e seus próprios ritos.
Servir a Baal só exigia pagar-lhe tributos, oferecer dádivas, independente do
caminho pessoal trilhado.
Creio que o Espírito de Deus que levantou a Oséias como profeta o conduziu
até um santuário da deusa do amor, para uma prostituta cultual, que vivia em
contínuos rituais de sexo sagrado, que participava da adoração plena em
festivais ‘sagrados’ regados a vinho e sexo, para desta história traduzir um
amor de outro mundo. O profeta segundo a palavra divina escolherá a Gomer
que representa em tudo que faz, em tudo o que veste, em cada canção de
adoração, a própria deusa Ishtar. E Oséias a convidará a moça que a cada ano
participava da festa de ‘casamento dos deuses’ e que o representava com seu
próprio corpo as ‘nupcias’ entre a deusa e um ser humano, para participar de
algo que lhe seria negado para toda sua vida:
Seu próprio casamento.
O profeta fazia-lhe um convite impossível e inacreditável aos olhos da
comunidade. Casar-se com uma prostituta. Preciso falar sobre a suposta
beleza de Gomer. Quanto mais bela era a prostituta da antiguidade, mas
‘honrada’ com presentes ela seria, mais ‘poder’ de dispor o corpo e escolher
com quem gostaria de passar a noite ou ter relações, ela teria. Essa é a visão
que as imagens (iconografia) de vasos gregos retratando Simphosiuns da
antiguidade nos transmite. Até hoje tal preceito é uma realidade cultural, o
‘domínio’ ou o ‘valor’ da prostituição está atrelada a juventude e aos padrões de
beleza física. Está presente na ‘reclamação’ de Efraim a ‘beleza’ escondida de
Gomer, pelos bens que ela recebia. Incluindo Figueiras e até mesmo uma
VINHA.
Pois a mãe deles se prostituiu; aquela que os concebeu agiu com torpeza e
vergonha. Porque alegou: ‘Irei atrás dos meus amantes, que me dão lekhem,
alimento: pão, água; e também lã, linho, azeite e bebidas’.
Devastarei as suas videiras e figueiras, que, segundo alegação dela, foi
pagamento recebido de seus amantes; eis que farei de todas elas um só
grande matagal, e os animais silvestres as devorarão com avidez.
Mas a beleza exterior de Gomer escondia dentro dela um processo de
devassidão inquebrantável.
A proposta de casamento é irrecusável, ela traria honra, lhe daria um nome, lhe
concederia o benefício da herança e filhos que poderiam ser legitimados.
Gomer, mesmo sem qualquer amor por Oséias aceita se casar com ele. Até
este instante cremos que Oseías o faz contristado, lutando consigo mesmo,
enojado, só por obrigação em cumprimento da ordem divina. Ledo engano. Na
medida que o Espírito Santo for ‘tecendo’ sua profecia tremendamente
humana, nos dará pistas a respeito da escolha proposital de Oséias e o porque
ele foi capaz de suportar as coisas que ainda acontecerão em seu casamento
no decorrer do livro.
1 Quando Israel era menino, eu o amei muito, e do Egito chamei o meu filho.
2 Todavia, quanto mais Eu chamava meu povo, como quem chama seu filho,
mais essa gente se afastava da minha pessoa. Eles ofereceram sacrifícios aos
baalins e queimaram incenso diante de imagens de ídolos esculpidos.
3 Contudo, Eu ensinei Efraim a andar; Eu o carreguei no colo; mas eles
não entendiam que era a minha pessoa quem os curava e zelava por eles.
4 Eu os conduzi com laços de bondade humana e grande amor; fui Eu
quem lhes tirou o jugo pesado do pescoço, e me inclinei para alimentálos.
O Espírito de Deus amava e declara que fora apaixonado por Israel desde sua
meninice, desde a antiguidade. Seu amor era anterior a da ‘sedução’ de outros
deuses. Seu amor era verdadeiro, profundo, permanente.
Por detrás do amor do Espírito nós repensamos a vocação de Oséias. De
algum modo ele conheceu Gomer no passado. Ele a viu crescer, ele a ajudou a
andar e talvez até mesmo a carregou no colo.
Podemos imaginar a tristeza ao saber que ela fora encaminhada pelas mãos de
Diblaim ou com seu consentimento até a realidade da prostituição.
Os israelitas encaminharam suas esposas e filhas num caminho sem retorno,
retirando a dignidade delas diante de suas famílias, impedindo-as do serviço e
oferendas do santuário e expondo-as a humilhação publica na comunidade.
Oséias fora enviado a um santuário sexual para resgatar a dignidade de uma
mulher, trazendo do mundo da prostituição para a posição de esposa e também
de mãe. Gomer aceita o casamento, aceita a ‘nova’ vida conjugal e até mesmo
engravida de Oséias. Porém, não abandona sua vida de prostituição. Mesmo
grávida, podemos deduzir do contexto do livro, ela não apartou de si seus
amantes. Tendo em vista que o Espírito sabia que ela continuaria a exercer seu
ofício como prostituta, seus filhos seriam ainda considerados filhos de
prostituição, apesar de um pai ter assumido sua filiação. A primeira criança
que nasce é chamada de Jeezrel, um menino que simbolizava um passado de
violência que deu origem a dinastia real e um futuro de guerra contra os
assírios, que tinham Inanna, a deusa-mãe a quem Gomer servia. Gomer teve
ainda uma filha e um menino. A menina foi chamada de Lo-Ruama e o menino
de Lo-Ami. Desmerecida e Não é meu povo. Os seus nomes simbolizavam a
rejeição de Israel. Mas, não seriam seus nomes permanentes. Por alguns anos
assim foram nomeados, até que o Espírito ordenas que seus nomes sejam
mudados. Nomes de crianças eram permanentes e muitas vezes concedidos
antes que nascessem. Não havia a mudança de nomes a não ser se crianças
entrassem em cativeiro e tornadas servas ou escravas recebessem novos
nomes dados pelos governantes ou oficiais das prefeituras ou governos
instaurados. A mudança do nome de uma pessoa era algo raríssimo.
LoRuama é chamada de Ruama, a partícula “Lo” é equivalente a ‘não’ em
português. A menina agora se chamava “Agraciada”. E o menino “Ami”. Meu
povo.
Os dias e passam, e a conduta de Gomer não melhora. Ela continua saindo de
casa do humilde Oséias. Ele não possui muitas posses. Veremos adiante. Ele
lhe deu um nome, uma família, mas não possuía nem de longe a riqueza dos
que visitavam os templos ou os bordéis e se utilizavam dos serviços de
prostitutas de luxo ou das sacerdotisas dos templos, presenteando-as com
ricas oferendas. Gomer continuava a praticar uma vida dupla. Esposa e mãe,
prostituta e devassa. Todos os apelos de Oséias foram em vão. O Espírito de
Deus ordena que seus filhos que cresceram a repreendam. Ainda são crianças,
mas já tem idade bastante para compreender que sua mãe não podia
abandoná-los para continuar a fazer o que fazia.
A mãe Gomer por ser uma mulher hábil em várias artes deveria ser muito
admirada pelas crianças. Ela sabia dançar, ainda tinha vestes esplendidas da
época dos santuários, ainda tocava instrumentos e deveria cantar muito bem.
Mas, a vida de mãe e esposa não podiam COMPLETÁ-lA apesar de seu nome,
GOMER significar COMPLETA, PLENA. Ela sentia falta de seus amantes, da
vida libidinosa e sobretudo dos bens, dos inúmeros bens e riquezas que sua
vida de devassidão lhe proporcionava. Então ela deixa sua casa, abandona as
crianças, abandona Oséias e tenta voltar para sua vida anterior. Decide voltar a
viver dedicada ao antigo ofício, imaginando que poderia encontrar lugar onde
havia saído. Porém os anos passaram. Gomer já não era mais a adolescente
que era cortejada por todos, desejada como premio pela multidão de homens.
Era somente uma outra prostituta, considerada ‘velha’ para exercer a antiga
profissão. Já não daria mais lucros aos templos de Ishtar, já não seria tão
desejada ou vistosa nas danças e nas festividades. E dividida entre dois
mundos, saudosa dos filhos, já não representava tão bem seu papel de pessoa
feliz. A transformação vai levando ela a uma situação em que se torna
dependente de um proxeneta, vulgarmente conhecido como gigolô. Ou de uma
meretriz, a dona de um bordel. As meninas eram normalmente ‘vendidas’ para
esses locais e tinham uma ‘divida’ não solicitada que somada as taxas de
vestuário, alimentação e habitação as fazia escravas eternas de sua condição.
Gomer tornou-se uma prostituta comum, presa a uma vida de escravidão
sexual, após ter desonrado o marido e abandonado três filhos. E um esposo
que amava. Ela abandonou o sonho de cada uma e de todas as mulheres que
um dia foram escravas de um bordel. O sonho de uma família em troca do luxo
mentiroso, da vaidade supérflua, da promessa enganosa e dos elogios de
quem jamais a considerou mais do que uma outra prostituta qualquer. Os dias
passam monótonos e tristes, sem esperança, abraçando um destino doloroso e
solitário.
Mas, ela é uma profecia viva, e nela Deus possui um propósito de amor
magnífico.
Ao saber da situação da antiga esposa de Oséias, seus ‘’amigos” da
comunidade onde viviam decidem ir até o bordel onde ela se encontrava.
Gomer ainda é jovem, ainda é uma mulher bonita. Não possui o padrão exigido
nas esferas de nobreza, mas não ainda está muito acima da expectativa e dos
recursos de um judeu comum, ou assalariado daquela época. E eles sem
nenhum pudor, muitos dos que participaram dos eventos e das atividades da
vida de casal de Gomer e Óséias, agora a usam como prostituta. Alguns por
vingança, outros por despeito. Alguns por compaixão. Dentre eles, alguém o
faz porque também gostava dela.
E continua a visita-la no prostíbulo várias vezes. Mas, não a livra de sua
situação.
Oséias 3.1 Então Yahweh me ordenou: “Vai outra vez até tua mulher e a trata-a
com amor, ainda que ela seja amada por outro e viva em adultério. Ama a tua
esposa como Yahweh ama o povo de Israel, apesar de eles cultuarem a outros
deuses e de amarem os bolos sagrados de uvas passas!
A história se espalha em toda a comunidade. No Brasil temos vários termos de
zombaria para esse tipo de situação. Assim como em muitos lugares do
mundo, o marido traído é também vitima da humilhação dos amigos, parentes e
até estranhos. História se espalhara e a barreira social aumentara ainda mais.
Mas, o Espírito sabia quem tinha escolhido. Conhecia o coração do homem que
separara para o ministério. Que tinha o coração semelhante ao dele. O Senhor
ordena a Oséias, para que vá e faça o impossível pela segunda vez.
E a resposta de Oséias é também imediata. Moisés reclamou de sua chamada,
Isaías diria que não era digno, Elias reclamaria de Jezabel, Eliseu colocaria
uma condição para ser chamado, Isaías diria não possuir a dignidade e
Jeremias diria que ainda era uma criança quando Deus ordenou que fizessem
o que tinham que fazer.
Oséias não diz uma única palavra e parte resoluto como um dragão em direção
a sua esposa, a que amava desesperadamente.
O milagre acontece. Gomer está assentada na porta do estabelecimento a
espera de mais um cliente, aguardando a chegada de um estranho qualquer.
Mas não é um estranho que chega a ela. Não é um desconhecido. É alguém
que a carregou no colo quando ainda era uma menina. Era alguém que a
amava desde que nasceu. Era alguém que a buscaria até no inferno se tivesse
condições.
Não sabemos como foi o encontro. Oséias vai até a dona do bordel e oferece
tudo que tinha, dentro de suas limitadas condições.
Oséias pagou 15 peças de prata (se foram siclos, US$ 33), e um ômer e meio
(330 l) de cevada para comprar de volta a adúltera Gômer como esposa (Os
1:3; 3:1, 2), preço que alguns comentadores consideram ser equivalente ao
preço de um escravo, 30 siclos de prata (US$ 66). (Êx 21:32) A ‘oferta do
ciúme’ que a Lei exigia no caso de um homem suspeitar infidelidade sexual da
parte da sua esposa era um décimo de um efa (2,2 l) de farinha de cevada.
(Núm 5:14, 15)
Um terreno caro numa cidade valia cerca de 400 peças... Cem peças um lugar
para realizar um acampamento. Por 20 peças de prata uma pessoa era vendida
a mercadores de escravos que a negociavam para obter mais 10 peças,
vendendo-a por cerca de 30. Cem peças de prata era o preço pela difamação
de uma virgem, e cinquenta o preço a ser pago aos pais se um homem tivesse
relações forçadas com uma mulher, que teria que toma-la como esposa para o
resto de sua vida. Na época do cerco de Jerusalém uma propriedade
extremamente desvalorizada foi comprada por Jeremias por 17 peças de prata.
Gênesis 23
“Ouça-me, meu senhor: aquele pedaço de terra vale quatrocentas
15 peças de prata, mas o que significa isso entre mim e você? Sepulte a
sua mulher”.
16
Abraão concordou com Efrom e pesou-lhe o valor por ele estipulado
diante dos hititas: quatrocentas peças de prata, de acordo com o peso
corrente entre os mercadores.
Gênesis 37
Quando os mercadores ismaelitas de Midiã se aproximaram, seus
28 irmãos tiraram José do poço e o venderam por vinte peças de prata aos
ismaelitas, que o levaram para o Egito.
Deuteronômio 22
Aplicarão a ele a multa de cem peças de prata, que serão dadas ao pai
19 da moça, pois aquele homem prejudicou a reputação de uma virgem
israelita. E ele não poderá divorciar-se dela enquanto viver.
29
ele pagará ao pai da moça cinqüenta peças de prata e terá que casarse com a moça, pois a violentou. Jamais poderá divorciar-se dela.
Jeremias 32
Assim, comprei do meu primo Hanameel a propriedade que ele possuía
9
em Anatote. Pesei a prata e lhe paguei dezessete peças de prata.
A moça pela qual um dia ofereceram uma vinha, valia agora menos que
um escravo a ser negociado numa feira e menos que um terreno numa
cidade sitiada.
Mas, era tudo que Oséias possuía. E sua oferta foi aceita.
Porém havia um preço ainda maior a ser pago por Gomer. O Espírito disse que
ele precisava se afastar dela.
3 E lhe prometi: Eis que tu esperarás por mim por um longo tempo.
Durante todo esse período não te entregues à prostituição; nem
pertenças a nenhum outro homem; Eu também te aguardarei para
vivermos juntos.
Ainda haviam anos de profecias a serem entregues. E Gomer necessitava ser
tratada. Tratada por Deus.
Oséias parte prometendo que voltaria um dia. Mas, longa será sua jornada.
Muito longa. A saudade aperta o coração de Gomer até que em desespero ela
vai em procura de Oséias. Mas, por mais que o busque não consegue encontrá
lo.
6 Eles partirão desesperadamente, com seus rebanhos e suas manadas, em
busca de Yahweh, mas não o encontrarão; pois ele se afastou deles.
É a representação profética da consequência da apostasia de Israel.
Não sabemos se foram três, cinco, sete ou 12 anos que GOMER esperou.
Quando voltou para o mundo de prostituição ela já tinha alguns cabelos
brancos que agora eram numerosas na sua cabeça.
9 Estrangeiros de toda parte sugam a sua força, mas ele nem sequer nota.
Seus cabelos vão branqueando, como cinza espalhada sobre a cabeça,
mas ela nem repara nesse sinal.
Mas a moça suportou. E Oséias cumpriria sua promessa. Por muitos anos a
moça cantava sua canção para Jeezrel, Ruama e Ami, que agora eram três
adolescentes. Então Oséias entrou pelas portas de sua casa, no tempo devido,
de onde continuaria a exercer por muitos anos ainda seu extenso ministério
profético de quase 60 anos.
A Gomer que se prostituira já não existe mais. Só uma esposa e uma mãe
dedicada. Só uma mulher que agora jamais teria outros amantes. Que jamais
pertenceria a mais ninguém. Para que se cumprisse a profecia:
14 “Apesar de tudo, decidi trazê-la para mim; eis que vou levá-la para o deserto
e lá, a sós, falarei ao seu coração.
15 Ali Eu lhe restituirei as suas vinhas e transformarei o vale de Acor,
Problemas, numa porta de esperança. Ali ela haverá de conversar comigo
como nos dias da sua tenra idade, como no dia em que deixou o Egito.
16 Naquele dia”, assegura Yahweh, “Tu me chamarás ‘meu marido’, e não mais
dirás ‘Baal, meu senhor’!
17 Eis que Eu mesmo tirarei dos teus lábios os nomes dos baalins; seus nomes
não serão mais invocados.
18 Naquele dia firmarei um pacto com todos os animais silvestres, com as aves
do céu e com os animais que rastejam pelo chão! Arco, espada e tudo que diz
respeito à guerra, eu os abolirei da face da terra, a fim de que todas as pessoas
tenham o direito de viver em paz.
19 Então Eu me casarei contigo por toda a eternidade; Eu te tornarei minha
esposa em verdade e justiça, com amor e compaixão.
E Óséias viveu o sonho que o Espírito de Deus deseja um dia viver com a
humanidade, representada na pessoa de Israel e Efraim. O que não aconteria
com Efraim. Como uma mulher adultera que jamais desistirá de seus amantes
espirituais, Israel trará devastação e calamidades tremendas sobre si mesma.
Por causa da devassidão que a levou para a desonestidade e a todo tipo de
traição, incluindo escravidão e assassínio, o juízo, na verdade consequência do
demasiado amor ás trevas ocorreria de modo doloroso.
16 O povo de Shômrown, Samaria carregará sua culpa, porquanto se rebelou
contra o seu Deus; tombarão todos ao fio da espada; seus filhinhos serão
partidos em pedaços e suas mulheres grávidas serão abertas ao meio!”
Oséias pode guardar ao menos uma dessas moças.
A prostituta de Ishitar foi chamada pelo Espírito para ser esposa de um profeta,
para inveja eterna da ‘deusa’ que se entregou por amor de um Marduk semvergonha que a deixou no mundo da morte e da escuridão para ter o direito de
reinar sobre a terra da Mesopotâmia.
E Gomer abraçou a Jeezrel, à Agraciada e a Meu povo, com seu marido
Oséias, cujo nome significa Salvação.
E finalmente se cumpriu o significado de seu próprio nome.
Porque somente agora, ela finalmente...
...alcançou a Plenitude.
https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/better
POR AMOR A GOMER
“Tenho medo de ir em direção onde minha alma dança onde meu espírito
exulta lá onde as labaredas rugem onde o chão estremece e os raios caem.
Tenho medo de ir em direção aos ventos assustadores da minha alma em
euforia de riso incontido em meio a sua gritaria alegre. Tenho medo da minha
alma bêbada sabe se lå de onde vem tudo isso e onde encontrou tão
formidáveis vestidos e quem lhe colocou tornozeleiras com sinos e essas
pulseiras multicolores. tenho muito medo da minha alma quando corre como
uma criança pelos corredores da imaginação.”
https://soundcloud.com/cantares-de-salom-o/haja-luz
Welington José Ferreira
ADENDOS
Trechos do livro de Oseías
Assim que Yahweh começou a falar por intermédio de Oseias, ele lhe ordenou:
“Vai e toma uma mulher que se entrega à prostituição; os filhos que vos
nascerem serão os filhos da infidelidade, porquanto toda a nação é culpada do
mais vergonhoso adultério: afastar-se de Yahweh e apegar-se à idolatria!”
3 Então ele obedeceu, foi e se casou com Gô’-mer bat Divláim, Gômer filha de
Diblaim; ela engravidou e deu à luz a um filho de Oseias.
Em seguida Yahweh ordenou a Oseias, cujo nome significa Salvação: “Põe em
teu filho o nome de Yizre’el, Jezreel, Deus Espalha a nação; porquanto em
pouco tempo castigarei a dinastia de Jeú por causa do massacre ocorrido em
Jezreel, e darei fim ao reino do Norte, isto é, Israel.
6 Gômer, cujo nome significa Completa, engravidou novamente e teve uma
filha. E o SENHOR ordenou a Oseias: “Dá a menina o nome de Lo-Ruama,
Não-Amada, pois não mais demonstrarei compaixão e favor para com Israel a
ponto de lhe conceder perdão.
8 Depois de haver desmamado sua filha Lo-Ruama, Gômer teve um outro filho
Então Yahweh ordenou: “Dê-lhe o nome de Lo-Ami, Não-Meu-Povo, porquanto
não sois meu povo, tampouco sou vosso Deus.
10Apesar de tudo os israelitas ainda serão como a areia da praia, que não se
pode medir nem contar. No lugar onde se dizia a eles: ‘Não sois meu povo’,
eles passarão a ser chamados ‘Filhos do Deus vivo’
Dizei a vossos irmãos: ‘Ami, Meu-Povo’; e a vossas irmãs: ‘Ruama, MinhasAmadas’.
2Repreendei vossa mãe, repreendei; porquanto ela não é minha esposa e eu
não sou seu marido. Que ela afaste a marca da infidelidade da face e os
adultérios de entre os seus seios;
Pois a mãe deles se prostituiu; aquela que os concebeu agiu com torpeza e
vergonha. Porque alegou: ‘Irei atrás dos meus amantes, que me dão lekhem,
alimento: pão, água; e também lã, linho, azeite e bebidas’.
Ela correrá atrás dos seus amantes, mas não os alcançará; procurará por eles,
mas não os achará. Então refletirá: ‘Irei e tornarei para o meu primeiro marido,
porquanto eu estava bem melhor antes do que agora!’
8Todavia ela não quis reconhecer que fui Eu quem lhe propiciou o trigo, o vinho
e o azeite, e lhe multipliquei a prata e o ouro, que eles usaram no culto a Baal.
Por esse motivo recolherei todo o meu trigo e o levarei assim que amadurecer,
e o meu vinho quando ficar pronto. Tomarei dela a minha lã e o meu linho, os
mesmos que serviram para tecer e cobrir a sua nudez.
Agora, pois, descobrirei a sua lascívia diante dos olhos dos seus amantes; e
ninguém terá o poder de livrá-la das minhas mãos.
Farei cessar todo o seu contentamento: suas festas de Lua Nova, os seus
shabbãths, sábados, e todas as suas festas fixas solenes
Devastarei as suas videiras e figueiras, que, segundo alegação dela, foi
pagamento recebido de seus amantes; eis que farei de todas elas um só
grande matagal, e os animais silvestres as devorarão com avidez.
Eu a punirei pelos dias e dias em que queimava incenso aos baalins; e se
enfeitava com seus anéis e jóias, e corria atrás dos seus amantes,
desprezando-me!” afirma Yahweh, o SENHOR.
14 “Apesar de tudo, decidi trazê-la para mim; eis que vou levá-la para o deserto
e lá, a sós, falarei ao seu coração.
15 Ali Eu lhe restituirei as suas vinhas e transformarei o vale de Acor,
Problemas, numa porta de esperança. Ali ela haverá de conversar comigo
como nos dias da sua tenra idade, como no dia em que deixou o Egito.
16 Naquele dia”, assegura Yahweh, “Tu me chamarás ‘meu marido’, e não mais
dirás ‘Baal, meu senhor’!
17 Eis que Eu mesmo tirarei dos teus lábios os nomes dos baalins; seus nomes
não serão mais invocados.
18 Naquele dia firmarei um pacto com todos os animais silvestres, com as aves
do céu e com os animais que rastejam pelo chão! Arco, espada e tudo que diz
respeito à guerra, eu os abolirei da face da terra, a fim de que todas as pessoas
tenham o direito de viver em paz.
19 Então Eu me casarei contigo por toda a eternidade; Eu te tornarei minha
esposa em verdade e justiça, com amor e compaixão.
20 Eu me casarei contigo em fidelidade, e reconhecerás o SENHOR.
21“Naquele dia Eu te atenderei” garante Yahweh. “Responderei aos céus, e
eles atenderão à terra;
22 e a terra responderá aos cereais, às videiras e ao azeite, e estes atenderão
a Jezreel, Deus Semeia.
23 Eu os semearei na terra para minha própria pessoa e terei misericórdia de
quem denominei Lo-Ruama, Não-Amada. E afirmarei àquele chamado NãoMeu-Povo; Sim, tu és meu povo! E ele responderá: ‘Sim Elohim, tu és o meu
Deus!’”
1 Então Yahweh me ordenou: “Vai outra vez até tua mulher e a trata-a com
amor, ainda que ela seja amada por outro e viva em adultério. Ama a tua
esposa como Yahweh ama o povo de Israel, apesar de eles cultuarem a outros
deuses e de amarem os bolos sagrados de uvas passas!
2 Por este motivo eu comprei para mim aquela mulher pelo equivalente a
quinze peças de prata e um ômer e meio de cevada, isto é, oitenta gramas de
prata e um barril e meio de cevada.
3 E lhe prometi: Eis que tu esperarás por mim por um longo tempo. Durante
todo esse período não te entregues à prostituição; nem pertenças a nenhum
outro homem; Eu também te aguardarei para vivermos juntos.
4 Pois os israelitas ficarão muito tempo absolutamente solitários: sem rei, sem
príncipe, sem sacrifício e suas coluna sagradas ao deus Baal, sem efód, o
colete sacerdotal e também sem os terafins, os ídolos do lar.
5Contudo, passados esses dias, o povo de Israel retornará e se empenhará em
buscar a Yahweh Elohim, e ao descendente de Davi, seu rei. E, nos últimos
dias, eles correrão aflitos e tremendo atrás de Yahweh e das suas bênçãos!
11 à prostituição, ao vinho velho e ao novo, estragando o discernimento e o
bom senso do meu povo.
12 Eis que o meu povo tem consultado ídolos de madeira, e de um pedaço de
pau acreditam que recebem respostas. Ora, um espírito de prostituição os
seduz; e eles, prostituindo-se, se afastam e abandonam o seu Elohim, Deus.
13 Oferecem sacrifícios nos altos dos montes e queimam incenso nas colinas,
debaixo de árvores frondosas como o carvalho, o álamo e o terebinto, pois a
sombra que elas proporcionam é aconchegante. E assim as vossas filhas se
tornam prostitutas e vossas noras cometem adultério.
14 No entanto, não castigarei vossas filhas por se prostituírem, nem vossas
noras por adulterarem, porque os próprios homens se encontram com as
meretrizes nos templos pagãos e participam dos sacrifícios oferecidos pelas
prostitutas culturais a seus deuses! Ora, um povo sem bom senso e sabedoria
corre para atirar-se à ruína e destruição.
15 Ó Israel, ainda que escolhas adulterar, não faças com que Judá também
venha a ser culpada; não venhais a Gilgal e não subais a Bete-Áven, Casa da
Impiedade. E não dizeis: ‘juro pelo Nome de Yahweh!’
18Mesmo quando acabam as bebidas, eles continuam atolados em sua
devassidão; seus governantes amam profundamente as atitudes vergonhosas
3Conheço bem a Efraim, e Israel não pode se esquivar da minha pessoa;
porquanto agora te afundaste na prostituição, ó Efraim, e Israel se corrompeu
completamente!
4As suas atitudes e praticas diárias não lhes permitem voltar para o seu Deus,
porque um espírito de prostituição está dirigindo o coração deles; não
reconhecem mais Yahweh, o SENHOR.
6Eles partirão desesperadamente, com seus rebanhos e suas manadas, em
busca de Yahweh, mas não o encontrarão; pois ele se afastou deles.
4E o SENHOR responde: “Que vos farei, ó Efraim? Que vos farei, ó Judá?
Porque o vosso amor é como a neblina da manhã, como o orvalho que
rapidamente se evapora.
6Afinal, o que desejo é o vosso amor, e não sacrifícios; entendimento quanto à
pessoa de Elohim, Deus, mais que ofertas e holocaustos
7Porém, na cidade de ‘Adâm, Adão, à exemplo da humanidade, eles
quebraram a Aliança, e me foram infiéis.
9Assim como os assaltantes ficam de emboscada à espera de uma pessoa
para roubar, deste mesmo modo espreitam os bandos de sacerdotes; eles
assassinam na estrada de Siquém, a cidade de refúgio, além de se entregarem
à pratica de outros crimes hediondos.
10 Sim, eis que vejo uma infração terrível na terra de Israel. Ali Efraim se
prostitui, e Israel está totalmente contaminado!
2 Mas eles não atinam para o fato de que Eu me recordo de todas as suas más
atitudes. Seus pecados os envolvem, e Eu os observo atentamente, sem parar.
3 Eis que são hábeis em fazer a alegria dos governantes com suas
malignidades, e divertem os líderes, com as suas mentiras.
9 Estrangeiros de toda parte sugam a sua força, mas ele nem sequer nota.
Seus cabelos vão branqueando, como cinza espalhada sobre a cabeça,
mas ela nem repara nesse sinal.
11 Ora, Efraim é como uma pomba facilmente persuadida e enganada por
causa da sua falta de sabedoria; ora apela ao Egito, ora volta-se para a Assíria.
8 Israel foi consumido; agora está entre as nações como um vaso a que
ninguém dá valor.
9 Porquanto subiram à Assíria como um jumento selvagem que vagueia
solitário, ainda estão livres, mas Efraim vendeu-se para os seus amantes.
1 Não te alegres, ó Israel, não regozijes, como os povos pagãos; pois te
prostituíste, desprezando o teu Deus; amaste a paga de prostituição em cada
eira de trigo.
1 Quando Israel era menino, eu o amei muito, e do Egito chamei o meu filho.
2 Todavia, quanto mais Eu chamava meu povo, como quem chama seu filho,
mais essa gente se afastava da minha pessoa. Eles ofereceram sacrifícios aos
baalins e queimaram incenso diante de imagens de ídolos esculpidos.
3 Contudo, Eu ensinei Efraim a andar; Eu o carreguei no colo; mas eles não
entendiam que era a minha pessoa quem os curava e zelava por eles.
4 Eu os conduzi com laços de bondade humana e grande amor; fui Eu quem
lhes tirou o jugo pesado do pescoço, e me inclinei para alimentá-los.
8 Contudo, como posso te abandonar e entregar-se nas mãos de outros, ó
Israel? Como deixaria de te proteger ou te trataria como tratei Admá? Como
agiria contigo do mesmo modo como lidei com Zeboim? Eis que o meu coração
está comovido, toda a minha compaixão está desperta e voltada para ti!
16 O povo de Shômrown, Samaria carregará sua culpa, porquanto se rebelou
contra o seu Deus; tombarão todos ao fio da espada; seus filhinhos serão
partidos em pedaços e suas mulheres grávidas serão abertas ao meio!”
4 “Eis que Eu curarei a sua infidelidade e os amarei de todo o meu coração;
porque a minha ira já se retirou de sobre eles.
A prostituição de Israel e a quebra da aliança “conjugal” com Deus, aliadas as
ameaças da ofensiva assíria, levaram Oséias a profetizar. Ele deve ter
começado seu ministério pouco depois da morte do rei Jeroboão II (753 a.C.).
Sua missão no Reino do Norte, provavelmente terminou quando Salmaneser V
da Assíria invadiu Israel, saqueou Samaria e deportou mais de 27 mil israelitas
para a Mesopotâmia (722 a.C.; conf. 2Rs 17.1-34). É provável que a
mensagem de Oséias tenha sido escrita entre a data em que o rei Menaém
pagou tributo a Tiglate-Pileser III da Assíria em 739 a.C. (5.13; 8.9; 12.1) e a
queda de Samaria em 722 a.C., já que Oséias não menciona este
acontecimento. Se Oséias está fazendo alusão ao conflito siro-eframita de 735-
734 a.C., nas passagens de 5.8 a 6.6, isso pode ajudar a especificar a data da
composição do livro.
O reinado de Jeroboão II é considerado, muitas vezes como a era de ouro do
Reino do Norte. A base para o renascimento político e econômico da nação foi
lançada pelo pai de Jeroboão, Jeoás. Antes Jeoás havia liderado três
campanhas militares bem-sucedidas contra os sírios ou arameus (2Rs 13.25),
libertando Israel da vergonha e opressão do domínio estrangeiro.
Jeroboão II deu continuidade à política de expansão militar, quase
restabelecendo todos os limites territoriais de Israel no sentido Leste e Norte da
era de Davi e Salomão (2Rs 14.25,28). A perícia militar e a estabilidade
econômica produzidas sob a liderança capaz de Jeroboão deram origem à
classe de comerciantes ricos em Israel. A riqueza da monarquia de Jeroboão
era demonstrada pelo esplendor arquitetônico, luxo e fartura agrícola.
Mas, a prosperidade econômica e a segurança política que a nação
experimentou durante o reinado de Jeroboão II (793-753 a.C.), foram seguidas
de um período de caos político e social e de declínio religioso sob os seis reis
seguintes que reinaram por um período total de vinte e cinco anos (2Rs 15.8 –
17.41). Quatro desses reis foram assassinados por aqueles que usurparam
seus tronos (Zacarias, Salum, Pecaías e Peca); o rei Oséias tornou-se
prisioneiro político (2Rs 17.3-4); apenas Menaém foi sucedido por seu filho
(2Rs 15.23).
A Assíria expandia-se em direção a oeste, e Menaém aceitou essa potencia
mundial como seu senhor feudal pagando-lhe tributo (2Rs 15.19,20), mas
pouco depois em 733 a.C., Israel foi desmembrado pela Assíria por causa da
intriga de Peca, que usurpou o trono de Israel assassinando Pecaías, filho e
sucessor de Menaém. Somente os territórios de Efraim e de Manasses
ocidental sobraram para o rei de Israel. Depois por causa da deslealdade do rei
Oséias (sucessor de Peca), Samaria foi conquistada, e seu habitantes exilados
em 722-721, causando assim o fim do Reino do Norte.
A polêmica contra o sincretismo religioso também difunde-se pelo livro (2.2-13;
4.10-19; 5.4; 9.1-10). Repetidas vezes Oséias aponta para o pecado do Reino
do Norte de tentar unir a adoração ao Senhor Deus com a religião Cananéia e
sua deificação do sexo e da natureza. Oséias retrata o relacionamento entre
Deus e seu povo. Em outras figuras Deus é comparado com a traça e com a
podridão (5.12), com a chuva serôdia (6.3), com um leão (5.14; 11.10; 13.7-8),
com um leopardo (13.7), com uma ursa (13.8) e com um cipreste (14.8).
E algo mais...
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