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Neste artigo analisamos as ideias defendidas pelo diretor da revista Diretrizes, Azevedo Amaral, a respeito da imigração e da presença dos chamados “quistos coloniais” no interior do país, comparando-as com as opiniões publicadas por... more
Neste artigo analisamos as ideias defendidas pelo diretor da revista Diretrizes, Azevedo Amaral, a respeito da imigração e da presença dos chamados “quistos coloniais” no interior do país, comparando-as com as opiniões publicadas por outros colaboradores do periódico, em particular seu sócio Samuel Wainer, entre os meses de abril e outubro de 1938. Pretendemos demonstrar que esses temas suscitaram divergências na redação, uma vez que Wainer e outros colaboradores assinaram textos com perspectivas antagônicas àquelas apresentadas por Amaral. Ao passo que este defendia uma política imigratória dirigida, fundamentada em preceitos eugenistas e cujo objetivo era branquear a população brasileira, além de recorrentemente avalizar decretos editados pelo governo federal sobre essas questões, Wainer e outros redatores, na contramão, manifestavam opiniões favoráveis a uma legislação imigratória menos restritiva, argumentando em prol da abertura irrestrita dos portos, sobretudo aos refugiados, e das comunidades de imigrantes e descendentes instaladas no país.
Em abril de 1938, o jornalista e pensador político Antônio José Azevedo do Amaral (1881-1942) fundou a revista Diretrizes. Entusiasta do Estado Novo e afamado nos meios intelectuais pela defesa de teses autoritárias e antiliberais, ele... more
Em abril de 1938, o jornalista e pensador político Antônio José Azevedo do Amaral (1881-1942) fundou a revista Diretrizes. Entusiasta do Estado Novo e afamado nos meios intelectuais pela defesa de teses autoritárias e antiliberais, ele ambicionava criar um espaço na imprensa alinhado ao regime varguista e à defesa de uma “democracia autoritária” de inspiração corporativista, afinada ao pensamento político exposto em seus livros. O intelectual convidou para a empreitada o jovem jornalista Samuel Wainer (1910-1980), que implementaria uma linha editorial “paralela” na publicação, com artigos críticos às medidas levadas a cabo pelo governo federal e engajados na luta antifascista e nacionalista. Nosso objetivo neste artigo é apresentar um sucinto balanço da literatura acadêmica sobre o pensamento político de Azevedo Amaral. Intentamos demonstrar como os escritos deste intelectual, publicados tanto em livros quanto na imprensa, suscitaram o interesse dos pesquisadores, resultando em estudos que analisaram diferentes características de sua obra.
Este artigo se propõe a investigar em que medida Oscar Wilde (1854-1900), um artista que transitava em meio à alta sociedade vitoriana e por ela era bem quisto, rompeu com os padrões e normas da moral burguesa a ponto de ser condenado... more
Este artigo se propõe a investigar em que medida Oscar Wilde (1854-1900), um artista que transitava em meio à alta sociedade vitoriana e por ela era bem quisto, rompeu com os padrões e normas da moral burguesa a ponto de ser condenado pelo crime de "flagrante indecência" no fim do século XIX. Argumentamos, a partir de noções apresentadas por pesquisadores como Norbert Elias, Michel Foucault e Ari Adut, a favor da hipótese de que a conduta transgressora de Wilde só se tornou inaceitável dentro do jogo social no qual o dramaturgo estava situado a partir do momento em que ele superestimou sua posição de prestígio nas redes de interdependência da alta sociedade vitoriana e decidiu instaurar um processo judicial contra um aristocrata, uma escolha que resultou num catastrófico escândalo público.
O artigo objetiva discutir, a partir de reflexões sobre História, Memória e Cinema, a construção da imagem de Oscar Wilde realizada por dois filmes contemporâneos entre si, porém de gêneros distintos: a cinebiografia ‘Wilde’ (1997) e o... more
O artigo objetiva discutir, a partir de reflexões sobre História, Memória e Cinema, a construção da imagem de Oscar Wilde realizada por dois filmes contemporâneos entre si, porém de gêneros distintos: a cinebiografia ‘Wilde’ (1997) e o drama musical ‘Velvet Goldmine’ (1998). Após debatermos sobre a popularidade dos filmes biográficos e o papel que pode ser assumido pelo historiador ao analisar este tipo de produção audiovisual, considerando os elementos intrínsecos à linguagem cinematográfica, desejamos responder a seguinte pergunta: quando comparada ao musical lançado em 1998, a cinebiografia ‘Wilde’ foi bem-sucedida na tentativa de revisitar a memória de Oscar Wilde e refletir sobre a importância deste escritor para a contemporaneidade?
Em 1937, Getúlio Vargas deu o golpe de estado que instaurou o Estado Novo. No ano seguinte, foi fundada a revista Diretrizes. Ela teve uma vida relativamente curta, ao todo, seis anos. Em 1944 o periódico foi fechado pela censura do... more
Em 1937, Getúlio Vargas deu o golpe de estado que instaurou o Estado Novo. No ano seguinte, foi fundada a revista Diretrizes. Ela teve uma vida relativamente curta, ao todo, seis anos.  Em 1944 o periódico foi fechado pela censura do regime político que acabaria no ano seguinte. No mercado editorial durante o Estado Novo, o periódico constituiu importante fonte histórica para estudo e compreensão do período. Num primeiro momento, a revista foi mensal, e dois anos depois, passou a ser uma publicação semanal. Durante seus mais de 200 números, o hebdomadário conseguiu independência dos demais jornais e revistas do país, buscando liberdade de expressão e uma linguagem reflexiva em seus textos pertinentes.O objetivo deste presente artigo é apresentar a revista Diretrizes e estuda-la a partir dos diversos assuntos abordados por Braga em suas crônicas mensais e a relação destes textos com o contexto político-social não apenas nacional como também internacional. Para a realização deste trabalho foram utilizados essencialmente os exemplares de Diretrizes do período em questão.
Fundada por Antônio José de Azevedo Amaral, a revista Diretrizes foi publicada durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, surgindo em 1938 e sobrevivendo até 1944. Durante seus dois primeiros anos o periódico foi mensal e, a partir de... more
Fundada por Antônio José de Azevedo Amaral, a revista Diretrizes foi publicada durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, surgindo em 1938 e sobrevivendo até 1944. Durante seus dois primeiros anos o periódico foi mensal e, a partir de então, se tornou semanal. Com o subtítulo Política, Economia e Cultura, Diretrizes tinha por essência pensar o Brasil em seus mais diversos aspectos apresentando um caráter nacionalista e progressista crítico aos governos de extrema direita que dominavam a Europa no período. Em meio a tantos autores importantes presentes na revista, destaca-se neste capítulo o cronista Rubem Braga, cujas crônicas foram publicadas no periódico entre abril de 1938 e outubro de 1939 na seção intitulada O homem da rua. O objetivo desta pesquisa é analisar a revista Diretrizes a partir do estudo dos diversos assuntos abordados por Braga em suas crônicas mensais e a relação destes textos com o contexto político-social não apenas nacional como também internacional. Para a realização deste trabalho foram utilizados essencialmente os exemplares de Diretrizes do período em questão.
Fundada por Antônio José de Azevedo Amaral, a revista Diretrizes foi publicada durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, surgindo em 1938 e sobrevivendo até 1944. Ao assumir periodicidade semanal, o hebdomadário passou a ter um corpo... more
Fundada por Antônio José de Azevedo Amaral, a revista Diretrizes foi publicada durante o Estado Novo de Getúlio Vargas, surgindo em 1938 e sobrevivendo até 1944. Ao assumir periodicidade semanal, o hebdomadário passou a ter um corpo efetivo de mais de cinquenta colaboradores, incluindo o jornalista Joel Silveira. Durante sua participação no periódico, Silveira publicou mais de doze entrevistas
com intelectuais renomados, e muitas delas foram o destaque de capa de suas respectivas edições. Analisaremos aqui sete destas matérias, concentradas entre os anos de 1942 e 1943, nas quais pretendemos constatar o posicionamento crítico do jornalista e da revista frente aos regimes fascistas e a neutralidade brasileira na Segunda Guerra Mundial.