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Capítulo da história da saúde pública no extremo norte do Brasil: Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Boa Vista, Estado de Roraima. MSc. Claudia Helena Campos Nascimento Professora Assistente I do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Roraima (UFRR), das disciplinas da linha de Teoria e História da Arte, Arquitetura e Urbanismo. Mestre em Arquitetura e Urbanismo (Patrimônio, restauro e tecnologia); possui especialização em Artes Visuais e Semiótica. Graduada em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Federal do Pará (2001), cursou Especialização em História Social da Amazônia e Licenciatura em Artes Visuais (interrompidos) pela Universidade Federal do Pará. Foi Técnica em Gestão Cultural da Secretaria de Estado de Cultura do Pará, onde trabalhou por 6 anos, tendo sido lotada no Museu da Imagem e do Som (MIS-PA), no Arquivo Público do Estado do Pará (APEP) por um ano desenvolvendo atividades de pesquisa iconográfica e por três anos no Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural. Anteriormente esteve à frente das Divisões de Estudos e Pesquisas do Departamento de Patrimônio Histórico, de Museografia e Coordenação da Galeria Municipal de Arte da Fundação Cultural do Município de Belém, onde trabalhou por 11 anos. Tem experiência nas áreas de Patrimônio Cultural, Artes e Museologia. e-mail: claudia.nascimento@ufrr.br MSc. Paulina Onofre Ramalho Professora Assistente do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal de Roraima, possui graduação em Licenciatura Plena em História pela Universidade Federal de Roraima (2006) e Mestrado em Preservação do Patrimônio Cultural pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Foi bolsista do Programa de Especialização em Patrimônio (PEP) pelo IPHAN, sendo lotada na Superintendência do IPHAN em Roraima. Foi professora substituta do Departamento de História da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Exerce a docência nas linhas de Teoria e História da Arquitetura, do Urbanismo e História da Arte. Tem experiência na área de História, com ênfase em Memória, atuando principalmente nos seguintes temas: História e Historiografia de Roraima, Patrimônio Histórico e Memória. e-mail:paulina.ramalho@ufrr.br Esp. Alyene Andrade da Silva Camapum Guedes Arquiteta e Urbanista, possui ainda graduação em Biomedicina pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás (2001). Especialista em Processamento e Controle de Qualidade de Carne, Leite e Ovos. Atualmente é analista técnico de laboratório na Secretaria Municipal de Saúde de Roraima e gerente do Hemocentro de Roraima, tendo sido gerente de Qualidade e Biossegurança no Laboratório Central do Estado de Roraima. e-mail: alycamapum@yahoo.com.br A história da saúde pública no atual estado de Roraima, extremo norte do Brasil, ainda não foi contada, o que podemos atribuir à sua história recente. Assim sendo, desde seus primórdios de ocupação pela coroa portuguesa, com a construção do Forte São Joaquim no século XVIII, os serviços públicos foram centralizados em estruturas que não tinham essa função como princípio. A ocupação, primeiramente militar, passa a ter objetivo colonizador, contudo apenas no século XIX consolida-se a ocupação civil onde hoje é a cidade de Boa Vista, a partir da fazenda do capitão Inácio Lopes de Magalhães, e outras fazendas ao longo da bacia hidrográfica do rio Branco, consolidando a pecuária extensiva. Em 1924, Hamilton Rice (1875-1956) apresenta em seus registros de viagem um pequeno núcleo urbano composto por três ruas paralelas ao rio Branco e três perpendiculares. O escritor Evelyn Waugh. (1903-1966) destaca como relevância arquitetônica os bens pertencentes à Igreja Católica, especialmente a Matriz na pequena Vila de Boa Vista e a Prelazia, em 1932. Incipiente ainda em 1909, Boa Vista recebe os monges beneditinos que se propõem a desenvolver a cidade a partir da presença da Igreja. A atual Prelazia é importante na história da saúde local, visto que fora construído para o atendimento médico, contudo o prédio, espaçoso e belo, nunca teve esse uso, sendo sede da prelazia, recepção e moradia de religiosos, desde 1929. Contudo esses mesmos religiosos, na década de 1920, se propõem à construção de uma pequena casa que serviria como centro de atendimento médico, ao lado da escola, também administrada por estes. De pequena edificação, vai passando por remodelações, aumentada e convenientemente instalada, até que se torna por longos anos, o único hospital em toda Roraima, sendo dirigido pelas monjas da Ordem de São Bento oriundas da congregação de Tutzing, Alemanha, até 1948. Em 1948 a Santa Sé confiou a cura pastoral da Prelazia de Roraima ao Instituto Missões Consolata, de Turim, Itália. Dom José Nepote Fus, conhecido como responsável pela construção do Hospital Nossa Senhora de Fátima, entre 1952-1965, promove a ampliação e modernização do centro médico, fazendo frente às crescentes necessidades de atendimento médico da população. O edifício adquire sua forma definitiva entre os anos de 1955 e 1960, com centro cirúrgico, enfermaria das mulheres e muitos apartamentos para doentes. A partir de 1960 procurou-se conservar e modernizar o prédio, introduzindo a enfermaria dos homens e a melhoria dos equipamentos. O hospital entra em crise financeira; Dom Aldo Mongiano (Bispo Emérito, entre 1968 e 1975) busca ajuda financeira das instâncias públicas, sem grande sucesso, garantindo apenas a sobrevivência do hospital. Com a construção do primeiro hospital público, o Hospital Coronel Mota, o antigo hospital das irmãs, conhecido como Hospital Nossa Senhora de Fátima é fechado por falta de aporte financeiro, somado aos interesses da Diocese em utilizar o edifício para cursos, retiros e treinamentos. Desta forma a edificação passa por longos anos de abandono. Reconhecido por seu valor patrimonial para a cidade, a edificação foi demolida em janeiro de 2015. PALAVRAS-CHAVE: Roraima/Brasil; Amazônia; Hospital Nossa Senhora de Fátima; Igreja