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  • Luciana De Oliveira is Associate Professor at the Department of Social Communication and the Graduate Program in Soci... moreedit
The struggles of Indigenous peoples in Brazil accumulate, among many other deficits, the absence in the fields of hegemonic visibility. The case of the Kaiowa and Guarani peoples deserves special attention, not only because it is the... more
The struggles of Indigenous peoples in Brazil accumulate, among many other
deficits, the absence in the fields of hegemonic visibility. The case of the
Kaiowa and Guarani peoples deserves special attention, not only because it is
the second largest Indigenous population in Brazil, but also because it is
characterized as one of the most striking cases of necropolitical management
by the State and private agents, in which peace takes on the face of an endless
war. In the article, I present some of the creative ways of intermedial
affirmation of existence developed by the Indigenous people in their struggle
to retake their ancestral territory, as well as the attending fight for visibility,
with repercussions on the means and meanings of what it is to resist.
Resumo O artigo apresenta um diagnóstico e uma plataforma teórico-metodológica. O diagnóstico busca dar conta da apartada relação entre os estudos de comunicação e os saberes-fazeres de populações tradicionais no Brasil, sublinhando as... more
Resumo O artigo apresenta um diagnóstico e uma plataforma teórico-metodológica. O diagnóstico busca dar conta da apartada relação entre os estudos de comunicação e os saberes-fazeres de populações tradicionais no Brasil, sublinhando as mútuo-exclusivas relações entre Tradição e Modernidade, constituidoras do campo da comunicação social. Segue-se então um esforço de articulação entre duas matrizes filosóficas, decolonialidade e cosmopolítica, do qual emergem duas proposições articuladas como uma plataforma para pensar a comunicação intermundos: 1) a de fórum cosmopolítico que busca enfrentar a dicotomia Natureza X Cultura em face da aproximação etnográfica com outras formas de vida e suas pragmáticas; 2) a de diálogo interepistêmico, que, por via histórica de longa duração, reconhece as diferenças culturais e as formas remanescentes do colonialismo do ponto de vista epistemológico, enfrentando a dicotomia Sujeito X Objeto pela via da interculturalidade.
A pergunta “Quem fala?” desdobra-se numa reflexão apoiada na crítica decolonial, póscolonial e contra-colonial, apontando para as (im)possibilidades de uma comunicação intermundos. A primeira dimensão dessa comunicação considera o racismo... more
A pergunta “Quem fala?” desdobra-se numa reflexão apoiada na crítica decolonial, póscolonial
e contra-colonial, apontando para as (im)possibilidades de uma comunicação
intermundos. A primeira dimensão dessa comunicação considera o racismo intrínseco ao
colonialismo e à colonialidade como dispositivo silenciador, apontando para as enormes
distâncias que separam os mundos afropindorâmicos re-existentes dos mundos modernocoloniais.
A segunda considera as formas de comunicação plurais e multidimensionais dos
mundos afropindorâmicos implicados que tensionam os modelos cêntricos hegemônicos com
base numa perspectiva ex-cêntrica..
Resumo: O artigo reúne três vozes, duas do Povo Indígena Kaiowá e outra de uma professora universitária brasileira. As três vozes estão unidas por causa da guerra pela terra em Mato Grosso do Sul e têm se erguido juntas em projetos de... more
Resumo: O artigo reúne três vozes, duas do Povo Indígena Kaiowá e outra de uma professora universitária brasileira. As três vozes estão unidas por causa da guerra pela terra em Mato Grosso do Sul e têm se erguido juntas em projetos de extensão e pesquisa compartilhados, além da parceria em encontros de saberes na universidade desde 2012. Tanto os projetos de co-criação, sobretudo no campo de produção de imagens, quanto esse texto apontam para dois elementos importantes para a comunicação entre os mundos indígena e não-indígena: por um lado, a falta de protocolos para que esse encontro de mundos e de saberes aconteça traz à presença a urgência de sua criação; por outro lado, o desejo de que o encontro de saberes seja uma prática concreta de reparação da violência colonial epistêmica. Ambos elementos reiteram a possibilidade de que os nossos mundos convivam como as nossas palavras neste artigo.
O artigo apresenta a experiência de co-criação de um livro bilíngue (em Guarani e Português), produzido em colaboração com o povo Kaiowá do território retomado de Guaiviry Yvy Pyte Ojere (Mato Grosso do Sul/Brasil) e... more
O artigo apresenta a experiência de co-criação de um livro bilíngue (em Guarani e Português), produzido em colaboração com o povo Kaiowá do território retomado de Guaiviry Yvy Pyte Ojere    (Mato    Grosso    do    Sul/Brasil)    e    suas    lideranças    espirituais    e    intelectuais. Metodologicamente,  vale-se  da  co-presença  em  longa  duração  via  etnografia  multissituada como estratégia afectiva e intersubjetiva que, ao mesmo tempo em que descreve a experiência de comunicação entre mundos ( e não a descrição de um mundo sob a óticade outro), opera como encontro de saberes. As relações entre oralidade e escrita, as escolhas editoriais bem como os  esforços  de  tradução  linguística  são  tomados  como  fóruns  cosmopolíticos  com  vistas  à produção  de  diálogos  interepistêmicos,  sublinhando  umgesto  de  descolonização  do  livro  a partir de sua apropriação contra-colonial
O artigo é uma reflexão em torno de experiências de ensino-aprendizagem calcadas em prática etnográfica multissituada (2012-ATUAL) que incluem os processos formativos de um projeto de ensino de graduação e se desdobra em dois níveis: 1)... more
O artigo é uma reflexão em torno de experiências de ensino-aprendizagem calcadas em prática etnográfica multissituada (2012-ATUAL) que incluem os processos formativos de um projeto de ensino de graduação e se desdobra em dois níveis: 1) um de caráter descritivo de algumas das práticas pedagógicas de um casal de xamãs Kaiowá em três cursos ditados por eles-dois por Valdomiro Flores em 2014 e 2016 e um por Tereza Amarília Flores em 2018 bem como em seu território originário, a retomada de Guaiviry Yvy Pyte Y Jere (município de Aral Moreira, Mato Grosso do Sul); 2) outro de caráter proposicional, sugere pensar o encontro de saberes como conduta nas práticas de comunicação intermundos para aprender a aprender sobre aliança.
A pergunta fundamental que é nossa guia nesse ensaio – desenhado sob a forma de uma conversa multitemporal – se apoia numa relação de aprendizado e num diálogo interepistêmico: como aprender e ensinar, em projetos de realização... more
A pergunta fundamental que é nossa guia nesse ensaio – desenhado sob
a forma de uma conversa multitemporal – se apoia numa relação de aprendizado e num diálogo interepistêmico: como aprender e ensinar, em projetos de realização cinematográfica, a densa paisagem filosófica e as variadas práticas mitopoéticas do povo Kaiowá? Circunscrevemos as possibilidades de resposta a essa pergunta a alguns processos ligados à implantação das oficinas de cinema do Programa de Extensão Imagem Canto Palavra no Território Guarani Kaiowá – e a uma experiência emblemática de tradução. Enfatizamos que a culminância dessa produção habita em vivas experiências relacionais que contribuíram para uma síntese primeira desse ensino-aprendizado: não se trata de produzir ações pedagógicas com cinema mas de um chamado a aprender a aprender a rezar.
Self-criticism as a confrontation with the coloniality of Brazilian Communicational Approaches La autocrítica como confrontación con la colonialidad de los enfoques comunicacionales brasileños
As lutas dos povos indígenas no Brasil acumulam, dentre tantos outros déficits, a ausência nos campos de visibilidade hegemônicos. O caso dos povos Kaiowá e Guarani merece especial atenção, não só por se tratar da segunda maior população... more
As lutas dos povos indígenas no Brasil acumulam, dentre tantos outros déficits, a ausência nos campos de visibilidade hegemônicos. O caso dos povos Kaiowá e Guarani merece especial atenção, não só por se tratar da segunda maior população indígena no Brasil, mas também por caracterizar-se como um dos casos mais flagrantes de violações de direitos. No artigo, apresento as principais características da gestão necropolítica do Estado e de agentes privados na manutenção desse contexto, bem como as criativas formas de afirmação da existência elaboradas pelos indígenas e sua luta por visibilidade.
Este artigo tem como objetivo discutir os entrecruzamentos entre o conceito de quase-acontecimento, a lógica do sacrifício e a constituição de disputas políticas no seio de uma cultura participativa. Toma como ponto de partida empírico o... more
Este artigo tem como objetivo discutir os entrecruzamentos entre o conceito de quase-acontecimento, a lógica do sacrifício e a constituição de disputas políticas no seio de uma cultura participativa. Toma como ponto de partida empírico o caso da visibilidade da luta pela terra conquistada pelos povos Guarani e Kaiowa em 2012, buscando identificar os mecanismos acionadores do debate público para uma análise sobre sua configuração e saldos políticos.
Etnografia, pesquisa multissituada e produção de conhecimento no campo da comunicação Ethnography, multi-sited research and production of knowledge in the field of communication Resumo A pesquisa em comunicação, por suas múltiplas... more
Etnografia, pesquisa multissituada e produção de conhecimento no campo da comunicação Ethnography, multi-sited research and production of knowledge in the field of communication Resumo A pesquisa em comunicação, por suas múltiplas possibilidades de interface, dispõe de diversas abordagens teórico-metodológicas. Esse artigo objetiva sugerir que a etnografia multissituada é um caminho promissor para alcançar objetos comunicacionais, sobretudo aqueles que envolvem relações com humanidades com as quais temos a falta de familiaridade suficiente para achá-las interessantes e cujas vozes e existências subalternizadas não reverberam nos circuitos midiáticos corporativos. O artigo objetiva ainda salientar como a etnografia e o diálogo com teorias antropológicas podem ser produtivos no campo da comunicação na medida em que permitem um descentramento da esfera marcadamente midiática (embora em relação a e em relação com ela) para alcançar as teorias dos sujeitos em comunicação, buscando um horizonte de simetria a partir do qual haja incidência das cosmologias nativas no próprio pensar comunicacional.
Neste artigo apresentamos o projeto de implantação de disciplinas regulares com mestres de saberes tradicionais e populares no ensino de graduação da UFMG. Buscamos em nosso percurso argumentativo retomar o histórico de protagonismo da... more
Neste artigo apresentamos o projeto de implantação de disciplinas regulares com mestres de saberes tradicionais e populares no ensino de graduação da UFMG. Buscamos em nosso percurso argumentativo retomar o histórico de protagonismo da UFMG na colaboração com mestres de saberes tradicionais em iniciativas que antecederam a esta, bem como situar a relação entre os saberes tradicionais e as questões do mundo contemporâneo e um breve quadro de sua inserção no mundo acadêmico a partir das experiências de outras universidades. Em seguida, apresentamos o projeto de Formação Transversal – Saberes Tradicionais que tem a diversidade como filosofia pedagógica central.
Como formas de vida, experienciadas na fronteira com o regime de visibilidade Ocidental-moderno e violentamente extermi-nadas por ele, realizam mediações comunicacionais afins às suas cosmologias como forma de afirmação política? Uma... more
Como formas de vida, experienciadas na fronteira com o regime de visibilidade Ocidental-moderno e violentamente extermi-nadas por ele, realizam mediações comunicacionais afins às suas cosmologias como forma de afirmação política? Uma semente – conta de lágrima ou mboy em língua guarani –, usada nos rosários trançados sobre os corpos negros nos Reinados (expressão religio-sa de matriz africana) e nos jeasaha sobre os corpos dos rezadores Kaiowá (em experiências xamânicas desse povo indígena), é meio de comunicação com antepassados, entidades sagradas e elemen-tos que nos-sa filosofia chama de naturais. O artigo tem por objetivo presentificar, via experiências etnográficas, processos de comuni-cação multidimensionais e o sentido de meio em agenciamentos contracoloniais que fazem pensar sobre o tempo, o território e o relacional no campo da Comunicação.
O artigo objetiva repensar o conceito antropocêntrico de sociabilidade em interface com o de comunicabilidade, tendo como eixos analíticos: a) os eventos empíricos ligados ao Antropoceno, que colocam em xeque a dicotomia natureza-... more
O artigo objetiva repensar o conceito antropocêntrico de sociabilidade em interface com o de comunicabilidade, tendo como eixos analíticos: a) os eventos empíricos ligados ao Antropoceno, que colocam em xeque a dicotomia natureza- cultura; b) o debate em torno das Humanidades Ambientais, que destacam as formas de sociação multimodais entre humanos e não humanos e levam a um conceito de humanidade mais próximo de epistemes indígenas e do pensamento crítico-ecológico contemporâneo Ocidental. Diante de relações comunicacionais interontológicas, propomos pensar a noção de convivências – como modalidades de sociação que não depuram as posições modernas
de humano e não humano – bem como a ideia de uma comunicabilidade ecológica que opera por contato e contágio
No artigo buscamos delinear o dispositivo de colonialidade da memória obviando a relação entre genocídio indígena e a campanha publicitária "Agro: indústria-riqueza do Brasil", a partir do caso do povo Kaiowá (MS/Brasil). Buscamos... more
No artigo buscamos delinear o dispositivo de colonialidade da memória obviando a relação entre genocídio indígena e a campanha publicitária "Agro: indústria-riqueza do Brasil", a partir do caso do povo Kaiowá (MS/Brasil). Buscamos caracterizar tal arranjo discursivo a partir do gesto metodológico que soma análise de conteúdo e pesquisa etno-histórica a partir de: 1) dados históricos de violação de direitos dos Guarani e Kaiowá no Relatório Figueiredo e dados atuais produzidos acerca de mortes violentas bem como seus enquadramentos e reverberações midiáticas; 2) a propaganda do chamado "novo rural brasileiro" e recordes produtivos do agronegócio. O objetivo é mostrar que tal dispositivo não é parte de um passado distante mas que reatualiza memórias nas mídias como forma contemporânea da colonialidade do poder.
NA ALDEIA, NA MÍDIA, NA RUA: reflexões sobre a resistência Kaiowa e Guarani em diálogo com o contexto de golpe político no Brasil e com o campo hegemônico da comunicação AT THE VILLAGE, AT THE MEDIA, AT THE STREET: reflections on Kaiowa... more
NA ALDEIA, NA MÍDIA, NA RUA: reflexões sobre a resistência Kaiowa e Guarani em diálogo com o contexto de golpe político no Brasil e com o campo hegemônico da comunicação AT THE VILLAGE, AT THE MEDIA, AT THE STREET: reflections on Kaiowa and Guarani indigenous people resistance in dialogue with the context of political coup in Brazil and with the hegemonic field of communication
O artigo contrapõe imagens contra-coloniais da Amazônia a partir do documentário Guardiões da Floresta, realizado por jovens da TI Caru no Maranhão.
o artigo objetiva compreender os discursos sobre a participação e visibilidade do povo indígena Munduruku na contestação da construção da Usina Hidroelétrica de Belo Monte, a partir de três acontecimentos (FRANÇA, 2012;... more
o artigo objetiva compreender os discursos sobre a participação e visibilidade do povo  indígena  Munduruku  na  contestação  da  construção  da  Usina  Hidroelétrica  de  Belo Monte,  a  partir  de  três  acontecimentos  (FRANÇA,  2012;  QUERÉ,  2005;  2012):  a  ocupação dos  canteiros  de  obras,  numa  ação  conjunta  com  outros  povos  indígenas,  trabalhadores  e grupos  indigenistas  e  ambientalistas,  que  culminou  em  sua  paralisação  por  vários  dias (maio/2013); uma ocupação da Funai em Brasília (junho/2013); e a presença de pesquisadores da  Eletrobrás  em  Jacareanga,  região  habitada  pelos  Mundurukus  (junho/2013).  São importantes  nessa  reflexão  as  noções  de  organizações  públicas  como  agentes  sociais  e, portanto,  disseminadores  de  discursos,  e  a  noção  de  polifonia  da  filosofia  da  linguagem  de Bakhtin (2012).
Onde e como cineastas negros e negras têm fabricado a diferença do ponto de vista da linguagem: no filme como engenho de criação e no cinema como máquina de circulação entre mundos? Em que pontos esse processo de produção cinematográfica... more
Onde e como cineastas negros e negras têm fabricado a diferença do ponto de vista da linguagem: no filme como engenho de criação e no cinema como máquina de circulação entre mundos? Em que pontos esse processo de produção cinematográfica negra afronta o racismo no Brasil ou como cinemas negros fazem resistência ao racismo construindo uma experiência outra do corpo negro? Para tanto, analisamos, sob a forma de ensaio, dois curta-metragens de ficção “Alma no Olho (Zózimo Bulbul, 11”, 1974) e Kbela (Yasmin Thainá, 22”, 2015) utilizando uma metodologia de traços e aproximações com intelectuais negros e negras a partir da experiência com as imagens e dados dos processos fílmicos.
Neste artigo, discutimos algumas tensões entre modulações discursivas antirracistas em contextos organizacionais em face a episódios de racismo e ações individuais de trabalhadores e trabalhadoras para denunciá-los e repará-los... more
Neste artigo, discutimos algumas tensões entre modulações discursivas antirracistas em contextos organizacionais em face
a episódios de racismo e ações individuais de trabalhadores e trabalhadoras para denunciá-los e repará-los judicialmente.
Metodologicamente, analisamos sete casos que tiveram visibilidade midiática a partir de busca no acervo da Folha de S.Paulo
entre 2000 e 2021, nos quais verificamos operações discursivas das categorias consciência ocidental do negro (racismo) e
consciência negra do negro (autodefinição), de acordo com o conceito de razão negra.
A experiência contra-colonizadora das comunidades quilombolas é lócus privilegiado, tanto para aprender sensivelmente uma política da resistência quanto para buscar incidências vivas dessas formas de vida nos fazeres da Comunicação. O... more
A experiência contra-colonizadora das comunidades quilombolas é lócus privilegiado, tanto para aprender sensivelmente uma política da resistência quanto para buscar incidências vivas dessas formas de vida nos fazeres da Comunicação. O artigo apresenta nossa experiência no quilombo Manzo NGunzo Kaiango (Belo Horizonte-MG) na qual buscamos o diálogo inovador entre práticas estratégicas empregadas no campo das Relações Públicas e dinâmicas comunicacionais próprias dessa comunidade. Desenvolvemos o mapeamento de públicos de Manzo, observando como a apropriação das técnicas de mapeamento tensionou ritmos e métodos clássicos das RPs, caracterizando um encontro de saberes.
Ensaio visual em homenagem à mestra Sebastiana de Oxóssi.
À emergência dessas visibilidades dos habitantes originários daqui somam-se, no artigo de Luciana de Oliveira, os habitantes de lá: daquele continente africano que não só complementa com uma peça de quebra cabeça perfeita nossa terras... more
À emergência dessas visibilidades dos habitantes originários daqui somam-se, no artigo de Luciana de Oliveira, os habitantes de lá: daquele continente africano que não só complementa com uma peça de quebra cabeça perfeita nossa terras sul-americanas, senão que também complementa sociológica
e antropologicamente as culturas populares do Brasil profundo. A exposição Che Cherera de Paulo Nazareth, apresentada no Galpão da Galeria Mendes Wood em São Paulo este ano permite à curadora, fazedeira de despachos e afro-indígena descendente Luciana de Oliveira manter uma lúcida conversa
com a Luciana de Oliveira professora do curso de Comunicação Social da UFMG na leitura detalhada dos múltiplos caminhos que, na obra de Paulo, evidenciam e propiciam essa aproximação entre o afro e o indígena. A arte contemporânea revela ali todo o seu potencial como lugar onde essas trocas
podem fazer in-surgir outros relatos, outras sensibilidades, outras epistemes e outras temporalidades.
Resumo Adolescentes que caíram na malha do sistema socioeducativo e nossa pesquisa cocriam neste ensaio formulações que falam de uma recusa e uma negociação, categorias elaboradas por nós na visionagem de cinco filmes: de um lado, O clube... more
Resumo Adolescentes que caíram na malha do sistema socioeducativo e nossa pesquisa cocriam neste ensaio formulações que falam de uma recusa e uma negociação, categorias elaboradas por nós na visionagem de cinco filmes: de um lado, O clube dos cinco (1985) e Filme de rua (2017), sugeridos pelo nosso estudo; de outro, Ônibus 174 (2002), Cidade de Deus (2002) e Mac e Devin vão para a escola (2012), sugeridos pelos adolescentes. Considerando esses encontros, este trabalho atenta para a necessidade de reflexão e ação educativa e cultural permanentes nas medidas de prestação de serviço à comunidade e de liberdade assistida. Frente ao que declara o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (SINASE), esses avanços devem ser ferramentas que colaborem com a composição da sua 2 a diretriz pedagógica, que se traduz aqui como um projeto pedagógico mais atento às inquietações desses adolescentes e afinado com uma cultura cinematográfica interessada nas suas existências. Palavras-chave: Cinem...
Resumo: Inspirando-se nos enlaces entre cinema e educação, este artigo considera o saber da experiência de adolescentes socioeducandos no ensino do documentário no Brasil. Esse saber foi e é ensaiado pela esfera intelectual e é... more
Resumo: Inspirando-se nos enlaces entre cinema e educação, este artigo considera o saber da experiência de adolescentes socioeducandos no ensino do documentário no Brasil. Esse saber foi e é ensaiado pela esfera intelectual e é viabilizado pela co-criação entre pesquisadores e adolescentes a partir da visionagem de filmes como Da janela do meu quarto (2004), A clave dos pregões (2015) e Filme de rua (2017). Palavras-chave: saberes; documentário; sistema socioeducativo. Resumen: Inspirándose en los vínculos entre cine y educación, este artículo consi-dera el saber de la experiencia de adolescentes socioeducandos en la enseñanza del documental en Brasil. Este saber ha sido y es ensayado por la esfera intelectual y se viabiliza gracias a la cocreación entre investigadores y adolescentes a partir del visio-nado de películas como Da Janela do meu quarto (2004), A clave dos pregões (2015) y Filme de rua (2017). Palabras clave: saberes; documental; sistema socioeducativo. Abstract: Inspired by the relationship between cinema and education, this article considers the knowledge of the experience of adolescents in the socio-educational system in Brazil concerning the teaching of documentary filmmaking. This knowledge was and is rehearsed by the intellectual sphere and is made possible by the co-creation between researchers and adolescents through the viewing of films like Da janela do meu quarto (2004), A clave dos pregões (2015) and Filme de rua (2017).
Resumo No artigo apresentamos um experimento de pesquisa empírica que coloca em relação cinema e educação no contexto de adolescentes que, de diferentes formas, estão no sistema socioeducativo brasileiro. A partir de uma visada... more
Resumo No artigo apresentamos um experimento de pesquisa empírica que coloca em relação cinema e educação no contexto de adolescentes que, de diferentes formas, estão no sistema socioeducativo brasileiro. A partir de uma visada construtivista da política como lócus do dissensual e da invenção da igualdade bem como da reivindicação ao direito da imagem de povos e pessoas subalternizados, a pesquisa buscou constituir um espaço dialógico em torno da exibição de filmes não-convencionais, avessos às formas mais codificadas da cultura massiva. Em face disso, interrogamos de que modo o aparato sensível do cinema pode abrir espaço dialógico para a expressão de si dos adolescentes - a transformação do silêncio em linguagem - imaginando que modos de subjetivação e interação mais abertos e autônomos são premissas de suma importância para a experiência democrática. Palavras-chave: Cinema; Educação; Sistema Socioeducativo; Democracia. Abstract In the article, we present an empirical research experiment that puts in relation cinema and education in the context of adolescents who, in different ways, are in the Brazilian socio-educational system. From a constructivist view of politics as the locus of dissent and the invention of equality as well as the claim to the right of the image of subaltern peoples and persons, the research sought to establish a dialogical space around the exhibition of unconventional films, averse to huge codified forms of mass culture. In the face of it, we ask how the sensitive artifact of cinema can open dialogic space for adolescents' self-expression-the transformation of silence into language-imagining
O objetivo principal deste artigo é criar uma conexão de natureza teórico-conceitualentre as teorias da comunicação que se baseiam no modelo interacional e algumas teorias contemporâneas do... more
O  objetivo  principal  deste  artigo  é  criar  uma  conexão  de natureza  teórico-conceitualentre  as  teorias  da  comunicação que  se  baseiam  no  modelo  interacional  e  algumas  teorias contemporâneas  do  discurso,  a  fim  de  adensar  a  visão  de contexto  tão  cara  à  abordagem  interacional.  Partindo  da sociabilidade,  tal  como  a  define  Georg  Simmel,  buscamosrediscutir como os conceitos de cultura e de poder perpassam a composição    da    vida    social    com    suas    ordens    discursivas. Encontramos  no  conceito  de  definição  de  situação  de  William Thomas  e  sua  inserção  das  disputas  de  poder  nas  dinâmicas micro-interacionaisa  passagem  para  o  campo  do  discurso. Considerando,  a  um  só  tempo,  a  interação  comunicacional  e  as linhas de força dos discursos, construímos o aporte para pensar como    as    práticas    culturais    configuram    a    sociabilidade  contemporânea.Palavras-chaveComunicação. Discurso. Cultura. Poder. Sociabilidade. 1 IntroduçãoNeste  artigo  buscamos  repensar  o  conceito  de  sociabilidade,  a  partir  do  percurso metodológico  explicitado  a  seguir.  O  primeiro  passo  foi  retomar  o  conceito  supracitado frente ao pensamento de Georg Simmel (1983, 1986, 1998), especialmente no que concerne a  sua  relação  com  as  definições  de  cultura  e  de  poder,  o  que  diz  respeito  às  marcas  das linhas  de  força  e  aos  campos  institucionais  por  vezes  diluídos  ou  pouco  enfatizados  nos
A imagem de organizações públicas e o sentido de... Resumo: Nesse artigo discutiremos o papel do humor como recurso na construção de discursos sociais sobre as organizações públicas no que se refere à sua imagem bem como a formação de... more
A imagem de organizações públicas e o sentido de... Resumo: Nesse artigo discutiremos o papel do humor como recurso na construção de discursos sociais sobre as organizações públicas no que se refere à sua imagem bem como a formação de visões sobre o que é público a partir da análise de um conjunto de charges que satirizam a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Para tanto, buscamos subsídios no realismo grotesco bem como na discussão sobre o papel do riso na mediação de relações de poder assimétricas.
Neste artigo discutiremos o papel do humor como modo de resistência nas organizações, visitando e sistematizando uma ampla literatura recente que vem sendo produzida sobre o assunto no âmbito da vertente crítica dos estudos... more
Neste artigo discutiremos o papel do humor como modo de resistência nas organizações, visitando e sistematizando uma ampla literatura recente que vem sendo produzida sobre o assunto no âmbito da vertente crítica
dos estudos organizacionais. Nosso objetivo é contribuir para a consolidação de um campo de pesquisas no Brasil que se mostra extremamente profícuo ao apontar para o papel ativo das forças em conflito tanto no sentido da formação da opinião quanto na conformação das interações sociais nos contextos organizacionais e suas consequências para as configurações culturais e dinâmicas processuais aí ancoradas. O conflito, enxergado em seu papel constituidor de relações – e não relegado ao papel disruptivo numa visada funcional ou estrutural de matiz clássico – representa uma importante chave interpretativa sobre as tensões público-privado na contemporaneidade.
Este artigo apresenta o movimento em torno da difusão de discursos e práticas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) no Brasil a partir do estudo de caso do Instituto Ethos e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo... more
Este artigo apresenta o movimento em torno da difusão de discursos e práticas de Responsabilidade Social Empresarial (RSE) no Brasil a partir do estudo de caso do Instituto Ethos e da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Partindo do suposto de que tal movimento diz respeito a uma atuação no espaço público, o objetivo é discutir as razões pelas quais o tema RSE encontrou amplo êxito em nosso país. Uma hipótese explicativa, levantada em pesquisa empírica, é a de que se estabeleceu uma disputa entre certos segmentos das elites empresariais brasileiras, observável no debate público do tema na mídia e discursos institucionais das entidades empresariais.
O livro reúne e sistematiza parte dos conhecimentos e do vasto patrimônio imaterial do povo indígena Kaiowá a partir de um amplo repertório de cantos-rezas (ñembo’e puku, guahu e kotyhu), narrativas míticas, reflexões filosóficas e... more
O livro reúne e sistematiza parte dos conhecimentos e do vasto patrimônio imaterial do povo indígena Kaiowá a partir de um amplo repertório de cantos-rezas (ñembo’e puku, guahu e kotyhu), narrativas míticas, reflexões filosóficas e testemunhos históricos do casal de xamãs Valdomiro Flores e Tereza Amarília Flores, ativados cotidianamente na retomada de Guaiviry Yvy Pyte Y Jere/Mato Grosso do Sul/Brasil, reunidos em acervos etnográficos e ações de comunicação compartilhadas com a pesquisadora Luciana de Oliveira.
Livro-objeto com obras de Paulo Nazareth e curadoria/concepção visual-gráfica de Luciana de Oliveira, busca tematizar a pesquisa biográfica e familiar em torno das relações com os mundos indígenas por meio de obras que fazem pensar sobre... more
Livro-objeto com obras de Paulo Nazareth e curadoria/concepção visual-gráfica de Luciana de Oliveira, busca tematizar a pesquisa biográfica e familiar em torno das relações com os mundos indígenas por meio de obras que fazem pensar sobre as escolhas do artista afro-borun.
A partir de trabalhos colaborativos com intelectuais indígenas e quilombolas, a professora Luciana de Oliveira vem experimentando a desconstrução da comunicação enquanto processo moderno-colonial e testemunhando/construindo... more
A partir de trabalhos colaborativos com intelectuais indígenas e quilombolas, a professora Luciana de Oliveira vem experimentando a desconstrução da comunicação enquanto processo moderno-colonial e testemunhando/construindo co-criativamente formas inventivas de compartilhamento entre mundos a partir de mediações tecnológicas e de linguagem como o cinema, as mídias digitais e as artes visuais