Skip to main content
  • Portuguese Language Teacher - Upper Years - at the Municipal Government of Petrópolis (2023-). Portuguese Language an... moreedit
Publicada em março de 1944, a antologia Poetas Novos de Portugal é um marco na bibliografia ativa de Fernando Pessoa, pois foi pela primeira vez que, no Brasil, o poeta português foi integrado em uma antologia. Neste artigo, pretendemos... more
Publicada em março de 1944, a antologia Poetas Novos de Portugal é um marco na bibliografia ativa de Fernando Pessoa, pois foi pela primeira vez que, no Brasil, o poeta português foi integrado em uma antologia. Neste artigo, pretendemos levantar uma discussão sobre o modo como a poeta e antologista Cecília Meireles organizou as peças poéticas do ortônimo e de seus heterônimos. Incluímos uma breve reflexão sobre a materialidade filológica dos poemas pessoanos, bem como os apontamentos do próprio Fernando Pessoa sobre a importância e a natureza das antologias
Fernando Pessoa (1888-1935) é um poeta plural. Reconhecemos este aspecto não apenas na sua constelação heteronímica – da qual Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares são os exemplos mais eloquentes. O autor de... more
Fernando Pessoa (1888-1935) é um poeta plural. Reconhecemos este aspecto não apenas na sua constelação heteronímica – da qual Alberto Caeiro, Álvaro de Campos, Ricardo Reis e Bernardo Soares são os  exemplos mais eloquentes. O autor de “Mensagem” é plural nos seus papeis e, principalmente, no legado editorial póstumo, responsável pela sua entrada no cânone ocidental e pelo maciço exercício crítico ao longo do século XX e início do XXI. Fruto do minicurso que ministramos no XXII Simpósio de Letras da Uema em 2023, este texto busca oferecer dados para um panorama da história editorial das obras de Fernando Pessoa: a publicação em vida das suas obras; a publicação póstuma pela editora Ática (Portugal) e Aguilar (Brasil); o Grupo de Trabalho para o Estudo do Espólio e Edição da Obra Completa de Fernando Pessoa da Imprensa Nacional-Casa da Moeda (1988); curadorias editorias recentes: Fernando Cabral Martins (Assírio & Alvim), Jerónimo Pizarro (Tinta-da-china) e Teresa Rita Lopes (Global editora). Com dois estudos de casos – a poesia de Álvaro de Campos e a obra Fausto –, acreditamos fornecer, do ponto de vista da Crítica Textual, a consciência da materialidade das obras de Fernando Pessoa a fim de que atuais e futuros pesquisadores se valham de subsídios para boas análises críticas, isto é, para não cair nos equívocos de atribuição autoral e nas lições/variantes mal estabelecidas.
ste breve texto, dedicamos a analisar a prosa de duas figuras heteronímicas. A primeira, bastante popular na crítica pessoanista, é Álvaro de Campos. A segunda, ainda pouco
estudada, é António Mora.
Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago, é um romance ambicioso: valendo-se dos enquadramentos do ensaio, do memorialismo, da (auto)biografia e das fissuras ficcionais, convida o leitor a experimentar conceitos emergentes e acompanhar... more
Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago, é um romance ambicioso: valendo-se dos enquadramentos do ensaio, do memorialismo, da (auto)biografia e das fissuras ficcionais, convida o leitor a experimentar conceitos emergentes e acompanhar suas ilustrações. Este artigo procura investigar as estratégias de composição do narrador intelectual, aproximando-as de algumas observações metodológicas de Walter Benjamin e do caráter laboratorial das obras de arte contemporâneas, segundo Reinaldo Laddaga.
Resumo: O trabalho que apresentamos ensaia e persegue, na poesia de Álvaro de Campos, a concepção de que a linguagem artística, como antítese da sociedade (ADORNO, 1988), formaliza um campo de conhecimento metafisicamente poético e... more
Resumo: O trabalho que apresentamos ensaia e persegue, na poesia de Álvaro de Campos, a concepção de que a linguagem artística, como antítese da sociedade (ADORNO, 1988), formaliza um campo de conhecimento metafisicamente poético e estabelece uma rivalidade epistemológica com outras instâncias de conhecimento, a saber, oriundas da tradicional sistematização filosófica. As nossas percepções giram em torno da ideia de que a poesia do heterônimo pessoano citado é o receptáculo de uma herança artística que atualiza a arte como um campo de batalha. Nesse sentido, ela faria a manutenção de tons e moldes poético-especulativos do que chamamos “estar-aí-belicoso”, outrora fundamental na Ilíada. Para a compreensão desse modus operandi, solicitamos, além de uma postura crítica de Walter Benjamin e de Theodor Adorno, as reflexões estéticas de
um Fernando Pessoa teorético (1985). Walter Benjamin, em Origem do drama trágico alemão (2013), crê que as obras de arte são produtoras de sua própria crítica e, desta forma, o enfrentamento entre obras de arte
estabelece um continuum de formas. Suas investigações são, teoricamente, entendidas por Fernando Pessoa, quando, em Ideias estéticas (1986), pensa em todos os poemas com um quê de Homero e indica que a despersonalização não é novidade em literatura; e, de forma empírica, executadas pelo programa poético de Álvaro de Campos. Theodor Adorno, por sua vez, cogita, em Teoria estética (1988), a obra de arte como indigência de sua inflexão conceitual. Logo, o elemento que lhe
particulariza – o dinamismo de sua universalidade – revela-se pelo antagonismo entre obras. Apostando nesta aproximação radical entre as modalidades poéticas contingenciadas, historicamente, à modernidade e à antiguidade, objetivamos, pois, contemplar como se configura traços do pensamento negativo ilíaco no diálogo com a poesia de Álvaro de Campos e com a forma de resistência à secularização do gesto monadológico quando a literatura tomba no painel do Conhecimento.

https://tamanhapoesia.wordpress.com/

volume 7 | número 14 | jul.-dez./2022

Territórios do Poema
(...) um ano antes de sua publicação, já circulava uma versão de “Riquet à la Houppe” encaixada no enredo do romance Inès de Cordoue (1696), de Catherine Bernard (1663-1712). No entendimento da pesquisadora da Universidade de Sorbonne... more
(...)  um ano antes de sua publicação, já circulava uma versão de “Riquet à la Houppe” encaixada no enredo do romance Inès de Cordoue (1696), de Catherine Bernard (1663-1712). No entendimento da pesquisadora da Universidade de Sorbonne Monique Vincent (1995), a versão de Catherine é considerada como o desenvolvimento do merveilleux noir, ao passo que a de Perrault é denominada merveilleux blanc, ou seja, as duas versões de “Riquet à la Houppe” revelariam interpretações antinômicas da história. A primeira, pessimista, próxima de um lado trágico; a segunda, otimista, uma fina comédia em suspenso, próxima da felicidade comportada pelo refinamento intelectual das relações sociais e pelo refinamento cultural extremo, figurado pela arte da conversação.

ISBN 978-65-5683-050-6
Resumo: Neste artigo, dedicamo-nos a analisar alguns fenômenos ortográficos, fonéticos, morfológicos e sintáticos da fase arcaica da Língua Portuguesa, localizáveis em dois excertos do Terceiro Livro de Linhagens (c.1344), de Pedro... more
Resumo: Neste artigo, dedicamo-nos a analisar alguns fenômenos ortográficos, fonéticos, morfológicos e sintáticos da fase arcaica da Língua Portuguesa, localizáveis em dois excertos do Terceiro Livro de Linhagens (c.1344), de Pedro Afonso, conde de Barcelos. Nossa proposta é verificar, a partir de estudos da História da Língua Portuguesa (SPINA, 2008; SILVA, 2010; SAID ALI, 1964; MATOS E SILVA, 2001; HENRIQUES, 2019), da História da Literatura Portuguesa (TAVANI, LANCIANI, 1993; LOPES, SARAIVA, 1996; DIAS, 1998) e da Historiografia Portuguesa dedicada ao século trecentista português (SARAIVA, 2001; OLIVEIRA MARQUES, 1987; MORENO, 1995; MATTOSO, 1983), em que medida os fenômenos elencados respondem, enquanto expedientes histórico-linguísticos, à dinâmica sociocultural de Portugal na época em que o Terceiro Livro de Linhagens foi produzido.  Entendemos que esse primordial texto é um relevante testemunho do Portugal Medieval e que se destina não somente a dar um panorama do estado inicial da Língua Portuguesa (fase arcaica), como apresenta função sociocomunicativa pertinente para o grupo social em que está associado o seu autor.

Palavras-chave: Português arcaico; História da Língua Portuguesa; Terceiro Livro de Linhagens; conde de Barcelos
A história editorial da obra de Fernando Pessoa (1888-1935) por vezes desconsiderou a potencialidade crítica e reflexiva dos seus escritos sobre estética. Nesse breve estudo, levantamos hipóteses para explicar os motivos dessa desatenção,... more
A história editorial da obra de Fernando Pessoa (1888-1935) por vezes desconsiderou a potencialidade crítica e reflexiva dos seus escritos sobre estética. Nesse breve estudo, levantamos hipóteses para explicar os motivos dessa desatenção, percorrendo as considerações dos principais críticos pessoanistas. Estudamos, ainda, o que nos diz uma seleção de textos em prosa voltados para questões estéticas e atribuídos ao poeta português e aos seus heterônimos Álvaro de Campos e António Mora. Concluímos com um momentâneo balanço dos escritos estéticos pessoanos em face do tempo histórico em que o poeta português produz seus apontamentos.
RESUMO: Álvaro de Campos é, no plano dramático do heteronimismo pessoano, a figura cujo pensamento mais se aproxima das reflexões artísticas do próprio Fernando Pessoa. Ambos, junto com outro heterônimo – António Mora – assinam textos em... more
RESUMO: Álvaro de Campos é, no plano dramático do heteronimismo pessoano, a figura cujo pensamento mais se aproxima das reflexões artísticas do próprio Fernando Pessoa. Ambos, junto com outro heterônimo – António Mora – assinam textos em prosa que procuram definir a natureza de diversas manifestações artísticas: Literatura, Artes Plásticas e, sobretudo, Música. Tais escritos são coligidos, desde a primeira metade do século XX, pela crítica literária pessoanista, em suas diversas variantes: Páginas de Doutrina Estética (1946), Páginas de Estética e de Teoria e Crítica Literárias (1973), Ideias Estéticas (1974), Estética, Teoria e História da Literatura (1986). Tratam-se de textos que, numa segunda instância, preocupam-se em responder questões em torno da essência das Artes, do mesmo modo como fazem a poesia ortônima e a poesia heterônima de Campos. Solicitamos, nessa comunicação, as ideias estéticas de Campos-Pessoa-Mora, o pensamento de Walter Benjamin (2011, 2013) e os juízos de Theodor Adorno (2008) para examinar como a “Ode Marcial”, de Álvaro de Campos pode se configurar, numa primeira instância, como proposição teórica sobre o lugar da Música no seu próprio paradigma poético, cumprindo, desta maneira, a compreensão benjaminiana-adorniana de que obras de arte da modernidade são artefatos crítico-reflexivos e responsivos à própria arte.
PALAVRAS-CHAVE: Álvaro de Campos. Estética. Poética. Música. Crítica de Arte.

ISBN: 978-65-89821-09-0
Resumo: Discutimos, nesse texto, como Goethe, através de sua Ifigênia em Táuris (1787), captura as questões sobre vingança e hamartía presentes na tragédia homônima de Eurípides (c.414 AEC). Analisamos, em princípio, a peça do... more
Resumo: Discutimos, nesse texto, como Goethe, através de sua Ifigênia em Táuris (1787), captura as questões sobre vingança e hamartía presentes na tragédia homônima de Eurípides (c.414 AEC). Analisamos, em princípio, a peça do tragediógrafo grego à luz das suas preocupações históricas, de seu lugar que ocupa na totalidade da obra de Eurípides e das negociações míticas e mitográficas. Em seguida, dedicamo-nos ao drama de Goethe para buscar compreender como o escritor alemão sequestra as inquirições e resoluções de Eurípides, desmantelando-as sob o signo da vingança e da hamartía, palavra grega que significa falta ou erro recepcionado pelo herói trágico. Concluímos nossa discussão sustentando a ideia de que a obra de Goethe a que nos dedicamos instaura sua vingança e hamartía a partir das não determinações, das “manchas” e do esboroamento das palavras. Seu pacto com Eurípides é fantasmal.

DOI: https://doi.org/10.47295/mren.v10i3.3201
Resumo apresentado ao I Seminário do Curso de Letras do IFSP - Pirituba, realizado entre os dias 15 e 16 de janeiro de 2021 em formato online.
Resumo da apresentação realizada na 25ª SEMIC (Semana de Iniciação Científica) do evento 27ª Uerj sem muros (2016).
Resumo da apresentação realizada na 24ª SEMIC (Semana de Iniciação Científica) do evento 26ª Uerj sem muros (2015)
Resumo da apresentação realizada na 23ª SEMIC (Semana de Iniciação Científica) do evento 25ª Uerj sem muros (2014)
Caderno de Resumos - 1o Congresso Internacional do PPGLEV-UFRJ, 2020. Resumo apresentado ao 1o Congresso Internacional do PPGLEV-UFRJ - Vozes e escritas nos diferentes espaços da Língua Portuguesa, realizado entre os dias 16 e 18 de... more
Caderno de Resumos - 1o Congresso Internacional do PPGLEV-UFRJ, 2020.

Resumo apresentado ao 1o Congresso Internacional do PPGLEV-UFRJ - Vozes e escritas nos diferentes espaços da Língua Portuguesa, realizado entre os dias 16 e 18 de novembro de 2020. http://congressoppglev.letras.ufrj.br/
Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português da primeira metade do século XX, em suas "Ideias Estéticas" (1946, 1974, 1986) confirma as vinculações interartísticas fundamentadas na tradição. A proposição não é ingênua: o poeta português... more
Fernando Pessoa (1888-1935), poeta português da primeira metade do século XX, em suas "Ideias Estéticas" (1946, 1974, 1986) confirma as vinculações interartísticas fundamentadas na tradição. A proposição não é ingênua: o poeta português entende que a despersonalização, ou seja, a constelação heteronímica, não é, em suas mãos, novidade para a Literatura, uma vez que são as epopeias homéricas as substanciais matrizes de uma radical aposta na pluralidade alegórica de temperamentos tornados entes. Se o gesto de Fernando Pessoa ele-mesmo é herança da poesia feita na Antiguidade Clássica, nesta comunicação arrisca-se a pensar na ideia de que a obra heteronímica-em especial a de Álvaro de Campos-portanto, procura dar, em novos formatos, as mesmas respostas artísticas que já se esboçaram na poesia homérica. A orientação metodológica parte, em primeiro lugar, de que as obras artísticas reúnem-se num continuum de formas; em segundo lugar, de que a obra de arte irradia insumos para realização de sua própria crítica (Benjamin, 2013, 2018); em terceiro lugar, de que o teor espiritual da crítica da arte é estabelecer, de maneira sui generis, uma antítese com a e na sociedade (Adorno, 2008). Nesse caminho procuramos experimentar uma enérgica aproximação entre alguns trechos da Ilíada e da obra de Álvaro de Campos, mostrando que este heterônimo dá atenção a dilemas não resolvidos no âmbito da guerra cantada.

Palavras-chave: Álvaro de Campos; Ilíada; Fernando Pessoa; Teoria Crítica.
Empreendidas aqui análises que aproximam o conto A Abóbada, de Alexandre Herculano, do conceito de ruína, proposto pela teoria do conhecimento segundo os românticos, explicitada em estudos de Walter Benjamin. Verificamos, no fenômeno... more
Empreendidas aqui análises que aproximam o conto A Abóbada, de Alexandre Herculano, do conceito de ruína, proposto pela teoria do conhecimento segundo os românticos, explicitada em estudos de Walter Benjamin. Verificamos, no fenômeno literário, o estabelecimento de uma educação artística - típica do movimento romântico, sintetizada no gênero em questão -, cujo mote trata de uma construção arquitetônica histórica, o Mosteiro da Batalha. As figuras empíricas apresentadas em A Abóbada legitimam o discurso que contamina a obra: alegorias criadas com o objetivo de constatar que, naquele momento histórico (vitória na Batalha de Aljubarrota), os portugueses erraram: símbolo de glória nacional, O Mosteiro de Santa Maria da Vitória, no entanto, iniciado por um legítimo português, Afonso Domingues, teria como mestre arquiteto um estrangeiro, mestre Ouguet. A presença estrangeira torna-se assinatura do erro e índice para o arruinamento. Tecemos, como acabamento, considerações sobre o tema face a um gênero de características similares, o épico, crendo na lucidez espontânea da questão ruína.
Palavras-chave: ruína; A Abóbada; romantismo.
Resumo apresentado ao XI Seminário das Alunas e dos Alunos do Programa de Pós-Graduação em Letras da UERJ, realizado entre os dias 20 e 22 de outubro em formato online. https://sapuerj2020.wixsite.com/sapuerj2020
RESUMO Graciliano Ramos consegue conciliar os projetos estético e ideológico em seu romance -peculiaridade que o distingue de outros romancistas de 30. O escritor tam-bém se enquadra num rol de autores-dos anos 30 e 70 do século XX-que se... more
RESUMO Graciliano Ramos consegue conciliar os projetos estético e ideológico em seu romance -peculiaridade que o distingue de outros romancistas de 30. O escritor tam-bém se enquadra num rol de autores-dos anos 30 e 70 do século XX-que se consci-entizam sobre o fazer literário durante a narrativa. Ao estudar o romance Angústia (1936) e a autobiografia Infância (1945), ambos do escritor alagoano, percebemos se-melhanças que permitem um cotejo entre as obras. Há vários pontos em comum entre a infância do protagonista Luís da Silva, de Angústia, e a do menino de Infância. Além disso, nota-se que muitos dos personagens do romance aparecerão mais tarde na au-tobiografia do autor. No entanto, Angústia não é um romance autobiográfico. Apesar de sugerir um certo número de operadores de identificação entre a vida do protago-nista Luís da Silva e a do autor, há mais índices de ficcionalidade na obra, os quais nos possibilitam estudá-la como uma obra de ficção que possui alguns traços autobiográfi-cos. Os mesmos paratextos que permitem reconhecer a provável identidade dinâmica entre autor e personagem também autorizam a compreensão e a identificação dos numerosos índices de ficcionalidade que fazem de Luís da Silva-ainda que a mais completa "projeção pessoal" de Graciliano Ramos no plano da arte-um personagem ficcional. Tendo como suporte os escritos de Philippe Gasparini, Antonio Candido, Silviano Santiago, Wander Melo Miranda, João Luiz Lafetá, Otto Maria Carpeaux e Flora Süssekind, o presente trabalho pretende apresentar algumas abordagens críti-cas do romance Angústia de maneira a destacar suas peculiaridades em face dos romances de 30 e também verificar as estratégias de ficcionalização, no romance Angús-tia, dos personagens que aparecerão mais tarde na autobiografia de Graciliano Ra-mos, Infância. Palavras-chave: Índices de ficcionalidade. Fragmentação. Infância. Graciliano Ramos.
Resumo: Abordamos, neste artigo, o manuseio do capital literário acumulado por Eduardo Marciano, protagonista do romance O encontro marcado (1956), de Fernando Sabino. Valemo-nos dos estudos de Pascale Casanova, presentes na obra A... more
Resumo: Abordamos, neste artigo, o manuseio do capital literário acumulado por Eduardo Marciano, protagonista do romance O encontro marcado (1956), de Fernando Sabino. Valemo-nos dos estudos de Pascale Casanova, presentes na obra A república mundial das letras (2002), acerca dos usos e dos efeitos pertinentes ao capital simbólico. Como prática de pensamento explícito sobre os trabalhos com arte, Eduardo Marciano responsabiliza-se por executar uma espécie de crítica que atina para a importância de uma herança literária. Recorremos à Teoria Estética (2015), de Theodor Adorno, e a alguns escritos de Walter Benjamin (2012), quando esclarecem o aspecto fundador e revigorante da crítica de arte no próprio objeto artístico. Palavras-chave: O encontro marcado; Fernando Sabino; Capital literário; Crítica literária.
Resumo: Objetivamos analisar o romance Mil rosas roubadas (2014), do escritor Silviano Santiago a partir de estudos de Leonor Arfuch (2010), de Jacques Derrida (2014) e de Martin Heidegger (2010) para verificar uma tendência contemporânea... more
Resumo: Objetivamos analisar o romance Mil rosas roubadas (2014), do escritor Silviano Santiago a partir de estudos de Leonor Arfuch (2010), de Jacques Derrida (2014) e de Martin Heidegger (2010) para verificar uma tendência contemporânea na literatura brasileira: a inserção de personagens intelectuais aparentemente pondo em prática a diluição das fronteiras ficcionais, pré-estabelecidas, outrora, pela hierarquização da história literária, implodindo-as, contudo, no momento atual, por meio do (re) exame do estatuto narrativo no próprio espaço romanesco e através da experimentação de possibilidades do contar no (ainda) objeto romance. Palavras-chave: Mil rosas roubadas; Silviano Santiago; Bioescritas; Crítica literária.
Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago, é um romance ambicioso: valendo-se dos enquadramentos do ensaio, do memorialismo, da (auto) biografia e das fissuras ficcionais, convida o leitor a experimentar conceitos emergentes e acompanhar... more
Mil rosas roubadas, de Silviano Santiago, é um romance ambicioso: valendo-se dos enquadramentos do ensaio, do memorialismo, da (auto) biografia e das fissuras ficcionais, convida o leitor a experimentar conceitos emergentes e acompanhar suas ilustrações. Este artigo procura investigar as estratégias de composição do narrador intelectual, aproximando-as de algumas observações metodológicas de Walter Benjamin e do caráter laboratorial das obras de arte contemporâneas, segundo Reinaldo Laddaga.
Cada vez mais, as cartas fazem parte de uma memória da escrita, inserem-se numa espécie de "museu das grafias", já que poucas pessoas ainda mantêm o costume de escrever cartas. Para alguns, as missivas são exóticas, estranhas, "coisas de... more
Cada vez mais, as cartas fazem parte de uma memória da escrita, inserem-se numa espécie de "museu das grafias", já que poucas pessoas ainda mantêm o costume de escrever cartas. Para alguns, as missivas são exóticas, estranhas, "coisas de antigamente". Até pode ser, mas afirmo que as mesmas possuem a sua força, o seu enigma, a sua atração de um dos mais antigos gêneros da escrita. O que dizem as cartas? As respostas são várias, mas algumas podem ser encontradas em alguns dos textos dessa coletânea, fruto da bela iniciativa da Estação Leitura que incentiva a escrita de uma carta a algum autor marcante de nossa literatura. Felizmente, o Brasil tem grandes epistológrafos - alguns tímidos na escrita missivista, como Lúcio Cardoso, mas outros que sofreram de "gigantismo epistolar", como Mário de Andrade.

Leandro Garcia - Doutor em Estudos Literários
Pablo Picasso tinha obsessão pela figura do Minotauro. Com ela, pode acentuar o grau de humanidade pelo seu radical negativo: a desumanidade. Fez dessa obsessão uma coleção. O modo em galeria está sugerido nesses cinquenta poemas, que... more
Pablo Picasso tinha obsessão pela figura do Minotauro. Com ela, pode acentuar o grau de humanidade pelo seu radical negativo: a desumanidade. Fez dessa obsessão uma coleção. O modo em galeria está sugerido nesses cinquenta poemas, que deslindam outras obsessões, outros radicalismos, tanto no campo da arte, indissociável da vida.
Esta comunicação sinaliza, com o conceito de “otobiografia”, a escrita de si, presente na obra Mil rosas roubadas (2014), do romancista Silviano Santiago, como gesto de escuta e de ressonância. Ao entender como este tipo de literatura... more
Esta comunicação sinaliza, com o conceito de “otobiografia”, a escrita de si, presente na obra Mil rosas roubadas (2014), do romancista Silviano Santiago, como gesto de escuta e de ressonância. Ao entender como este tipo de literatura inscreve-se em ato performático, Reinaldo Laddaga contribui para a discussão que fazemos ao indicar que uma das práticas no campo atual da arte é o esforço para demonstrar quais operações de produção de sentido servem à postura observadora alinhada com o experimentalismo. Em Mil rosas roubadas, Silviano Santiago parece utilizar-se da retórica das escritas de si para “formar uma ideia da pessoa e do pensamento do autor” (LADDAGA, 2010) e para (re) afirmar aquilo que Laddaga chama de autoria complexa, isto é, o resultado de colaborações, reconhecidas ou não, por outros campos artísticos.
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa do Instituto de Língua Portuguesa do Liceu Literário Português (CELP-ILP) como requisito parcial à obtenção do grau de Pós-graduado (especialista) em Língua... more
Monografia apresentada ao Curso de Especialização em Língua Portuguesa do Instituto de Língua Portuguesa do Liceu Literário Português (CELP-ILP) como requisito parcial à obtenção do grau de Pós-graduado (especialista) em Língua Portuguesa. Orientador: Prof. Dr. Flávio de Aguiar Barbosa.

Objetivamos, neste trabalho monográfico, elencar, em sete cantigas de amigo do trovador do século XIII João Garcia de Guilhade fenômenos gramaticais e lexicais que, estilisticamente, contribuem, de maneira original, para que o trovador galego-português trace uma imagem negativa de si, na esteira da autorreferenciação. Oferecemos, em princípio, um breve panorama do lugar científico e cultural das cantigas medievais galego-portuguesas e da produção de João Garcia de Guilhade,
com base nos estudos de Lanciani e Tavani (1993), Brea (1993), Ferreiro e Lopes (2011), Ferrari (1993), Nobling (2007), Vasconcelos (1990) e Oliveira (1993). Em seguida, detalhamos o estatuto material do corpus selecionado e damos notícia do ambiente histórico de João Garcia de Guilhade, com base no que discutem Oliveira Marques (2016), Saraiva (2001) e Rucquoi (1995). Discutimos também as diferentes classificações, nos estudos de gramática histórica, para o status da língua portuguesa representado pelos testemunhos literários de Guilhade. Solicitamos, portanto, as palavras de Serafim da Silva Neto (1970), José Leite de Vasconcelos (1911), Manoel Said Ali (2001), Ismael de Lima Coutinho (1976), Joaquim Mattoso Câmara Júnior (1979), Paul Teyssier (1997), Rosa Virgínia Mattos e Silva (1979, 2013), Ana Paula Banza e Maria Filomena Gonçalves (2018) e Claudio Cezar Henriques (2019). Descrevemos, por fim, os tais fenômenos, verificando em que medida Guilhade segue as convenções linguísticas coetâneas ou se faz uso do galego-português de forma estilisticamente original. Notamos que nas sete cantigas apresentadas examinas o trovador João Garcia de Guilhade se coloca como principal assunto das vozes femininas das cantigas de amigo. A autorreferenciação gramatical se dá por meio de pronomes pessoais do caso reto e do caso oblíquo, de pronomes possessivos e de pronomes demonstrativos. A autorreferenciação lexical acontece por meio de substantivos comuns, próprios e adjetivos. Nas cantigas, vemos que a voz feminina está decidida em apontar os variados defeitos do seu amigo. Nesse caso, não vemos uma donzela saudosa do seu amado, mas sim uma amiga que se recusa a relacionar-se com um rapaz que tem um caráter maledicente.

Palavras-chave: História da Língua Portuguesa; Cantigas medievais galego-portuguesas; João Garcia de Guilhade; Autorreferenciação; Léxico; Pronomes.