Pedro Farias Mentor

Para Agostinho a Verdade suprema e a Felicidade eterna é Deus, para se conhecer e viver Nele são necessárias a Fé e a Razão. Ambas não podem trilhar caminhos diversos pois são complementares: enquanto a primeira estimula e promove a segunda, esta proporciona sustentáculos e clarifica na medida do possível a primeira (creio para entender e entendo para crer). Durante a adolescência, o filosofo sofreu influências do debate entorno do conceito de Verdade-se ela existe e como chegaríamos nela. Após sua conversão ao cristianismo Agostinho responde a dúvida cética por auto refutação, ora se duvido preciso pensar, se penso devo existir, se existo vivo e tenho certeza que penso, caso contrário seria absurdo duvidar. Pensar, existir e viver estão interligados de forma substancial no homem. A Verdade não se encontra nos objetos matérias pois eles são incapazes de produzirem conhecimentos por si mesmos. Embora os objetos possam agir sobre os sentidos é a alma que irá extrair de si mesma a representação daquele objeto (sensação). O corpo (sentidos exterior) é passível para que a alma (sentido interior) possa fazer um julgamento sobre o objeto. Por isso o julgamento erra, a sensação não. Porém, a sensação é apenas o primeiro degrau de conhecimento. Ao passo que os objetos são mutáveis e imperfeitos, a alma também o é, todavia possui critérios eternos e imutáveis. Para o Bispo, alma e corpo são indissociáveis e mudam de pessoa para pessoa por isso o homem é ser individual. É necessário concluir por tanto que acima da alma há um terceiro sentido totalmente imutável e superior, essa é Razão que se apresenta para todos de forma única. Através da Razão o sujeito percebe-se pensante, existente e vivo. Esse terceiro sentido apenas o homem tem. O ser humano na sua busca deve olhar para dentro de si, para o homem interior. Mas a razão não é a Verdade por excelência, é o olhar da alma das verdades eternas e imutáveis que são acessíveis por iluminação divina e são apresentes no homem interiormente por participação. Essas verdades são as Ideias – o Verbo de Deus que dão formas a todas as coisas. São arquétipos que participam da constituição de todo o que existe. A criação do mundo, é importante salientar, ocorre de forma simultaneamente, ou seja, Deus coloca os germes do que virá a ser todas as possibilidades ao longo do tempo (criação virtual em conjunto da material). Logo o mundo possui unidade, forma e harmonia.

O presente trabalho pretende apresentar minimamente o conceito-prática de representação política tentando demonstra a relação intrínseca com as categorias de sujeito, política, ontologia, cultura e sexualidade partindo do pensamento de Judith Butler em três textos: Sujeito do sexo/gênero/desejo, Tortura e a ética da fotografia: pensando com Sontag e a Introdução do livro A vida psíquica do poder.

O presente artigo pretende explicitar a necessidade e a possibilidade de falarmos de filosofias das sexualidades como um influxo importante na renovação dos cursos e dos debates em filosofia, principalmente em universidades públicas do Brasil. Para tanto, partiremos (I) das definições etimológicas e conceituais do termo “sexualidade”, (II) a relação entre o espaço acadêmico, estudos de sexualidade, a atividade filosófica e o papel do senso comum, (III) um interlúdio sobre as diferenças entre filosofia no, a partir, e do Brasil para que possamos pensar as especificidades nacionais, e finalmente (IV) uma introdução de alguns agentes brasileiros que contribuem incessantemente ao tema.

Resumo: O seguinte ensaio filosófico pretende introduzir uma aproximação entre o sinofuturismo e as filosofias chinesas do tempo sem a pretensão de apresentar uma conclusão da discussão. Para tanto, parto de um tema contemporâneo: as relações e tensões entre os termos ''Futurismo Asiático'', 'Sinofuturismo' e 'Tecno-Orientalismo' como forma de pensar o futuro desde a experiência chinesa. Em seguida voltamos para as análises feitas por algumas(uns) teóricas(os) a respeito de como o tempo é tratado no pensamento chinês e sua relação com os modelos temporais ocidentais.

O seguinte ensaio é uma tentativa de pen-sar os conceitos de precariedade e enquadramento, como desenvolvidos pela filósofa estadunidense Judith Butler, aplicados à ideia de amor. Partimos da forma como a heterossexualidade, enquanto um regime político, é capaz de determinar as condições e os mecanismos de reconhecimento e inteligibi-lidade do amor sob os ditames de sua lógica biná-ria para pensar como ele é socialmente moldado e tensionado. O filme taiwanês Seu Nome Gravado em Mim e seu contexto serão usados como forma de apresentar essas ideias numa linguagem mais con-creta. Finalizamos com um aceno para a possibilida-de do amor assombroso oferecer outros caminhos que aqueles estreitados pelo amor hetero.

O presente ensaio teve como intento evidenciar a relação entre subjetividade e o contexto ci-tadino a partir dos chamados corpos desviantes ou queer. Nosso ponto de partida foi o entendimento da arquitetura como tecnologia de gênero. Ao longo do percurso notamos que tanto as pessoas ocupam a cidade quanto a cidade ocupa os corpos, isto é, os projetos de habitação e circulação estão atados a uma lógica de vigilância, organização e higienização social que visam a permissão ou não de determina-dos corpos e subjetividades na cidade e nos seus espaços. Nesse contexto, o queer surge não apenas como aquele a ser retirado ou mesmo morto, mas como uma outra possibilidade de habitar, imaginar e construir uma cidade.

Resumo: O intuito desse trabalho é fazer uma explanação não exaustiva do conceito de "Biopolítica" partindo de sua origem no pensamento foucaultiano, passando em algumas reformulações do termo nas pesquisas de Agamben e Esposito. Para tanto, o trajeto escolhido partirá das definições gerais presentes em uma seleção circunscrita de dicionários "comuns" a respeito do termo, seguida da relevância dos estudos de Foucault, especialmente na fase intermediária e final de sua vida, sobre disciplina, governamentalidade, uso dos corpos e o exórdio da ideia de "Biopolítica", posteriormente a crítica de Agamben ao filósofo francês e sua contribuição fundamentalmente no projeto Homo Sacer seguidamente da exposição de Esposito de sobre imunidade e comunidade.

Resumo O presente trabalho pretende tensionar os trabalhos de Monique Wittig, Christine Delphy, Adrienne Rich, Georges Bataille e Paul B. Preciado a partir do lugar onde o corpo está inserido na economia capitalista. A nossa hipótese é a de que Economia Restrita do capital (termo batailliano) passa pela reprodução social, a divisão sexual do trabalho e a heteronormatividade na forma de interstícios visando a organização a níveis macro e micro corporal os sujeitos que compõem sua maquinaria regulando desejos, ocupações de espaços, comportamentos e ações. Palavras-chave: Aceleracionismo. Economia. Farmacopornografia. Pós-heterocisnormatividade. Abstract The present work intends to tension the works of Monique Wittig, Christine Delphy, Adrienne Rich, Georges Bataille and Paul B. Preciado from the place where the body is inserted in the capitalist economy. Our hypothesis is that Restricted Economy of capital (Bataillian term) goes through social reproduction, the sexual division of labor and heteronormativity in the form of interstices aiming at the organization at macro and micro body levels the subjects that make up their machinery regulating desires, occupations of spaces, behaviors and actions.

O seguinte ensaio tem como objetivo estimular
minimamente uma reflexão da obra de Virginia
Woolf enquanto uma produção possível de leitura
filosófica a partir da forma escrita ‘ensaio’ e a
forma como a autora liga experimentalismo com
a temática da vida. O percurso escolhido foi: (I)
apresentar a forma “ensaio” como a privilegiada
para se aproximar criação e reflexão, (II) a
relevância da escrita de biografias como acesso
ao passado e liberdade imaginativa e (III) a escrita
experimental como forma de dar conta de formas e
experiências de vidas diversas.

RESUMO: O presente trabalho pretende apresentar minimamente o conceito-prática de representação política tentando demonstra a relação intrínseca com as categorias de sujeito, política, ontologia, cultura e sexualidade partindo do pensamento de Judith Butler em três textos: Sujeito do sexo/gênero/desejo, Tortura e a ética da fotografia: pensando com Sontag e a Introdução do livro A vida psíquica do poder. Abstract: The present work intends to present the concept-practice of political representation minimally, trying to demonstrate the intrinsic relation with the categories of subject, politics, ontology, culture and sexuality starting from the thought of Judith Butler in three texts: Subject of sex / gender / desire, Torture and the ethics of photography: thinking with Sontag and the Introduction of the book The psychic life of power. Resumen: El presente trabajo pretende presentar mínimamente el concepto-práctica de representación política intentando demostrar la relación intrínseca con las categorías de sujeto, política, ontología, cultura y sexualidad partiendo del pensamiento de Judith Butler en tres textos: Sujeto del sexo / género / deseo, Tortura y la ética de la fotografía: pensando con Sontag y la Introducción del libro La vida psíquica del poder.

RESUMO: O presente artigo pretende explicitar a necessidade e a possibilidade de falarmos de filosofias das sexualidades como um influxo importante na renovação dos cursos e dos debates em filosofia, principalmente em universidades públicas do Brasil. Para tanto, partiremos (I) das definições etimológicas e conceituais do termo-sexualidade‖, (II) a relação entre o espaço acadêmico, estudos de sexualidade, a atividade filosófica e o papel do senso comum, (III) um interlúdio sobre as diferenças entre filosofia no, a partir, e do Brasil para que possamos pensar as especificidades nacionais, e finalmente (IV) uma introdução de alguns agentes brasileiros que contribuem incessantemente ao tema. ABSTRACT: This article intends to explain the necessity and the possibility of discussing philosophies of sexualities as an important influence in the renewal of courses and debates in philosophy, especially in universally peripheral universities such as public universities in Brazil. To do so, we will depart from the etymological and conceptual definitions of the term-sexuality‖, (II) the relationship between academic space, studies of sexuality, philosophical activity and the role of common sense, (III) an interlude on the differences between philosophy in, from and of Brazil so that we can think about the national specificities and finally, (V) an introduction of some Brazilian agents that contribute incessantly to the theme.

A seguinte pesquisa nasce do imperativo da descolonização da Filosofia e da necessidade de reconhecimento das tradições filosóficas não ocidentais, em especial aquelas de origem asiática. Parte-se das práticas alimentares como manifestações do fazer filosófico com recorte na Cerimônia do Chá para que seja possível vislumbrar de forma sumária o budismo presente na sua prática e propagação. Como a investigação se desenvolve no âmbito da educação, ao final propomos uma sequência didática a respeito da presença do budismo zen na Cerimônia.

Esse é um trabalho ensaístico que tenta compreender a constelação de pensamento denominada Aceleracionismo. Parte-se da questão da bifurcação entre Humanidade e Não-Humanidade para explorar como estratégias contra ou além da aceleração podem ser imaginadas a partir de perspectivas mais incertas que deterministas. O texto se desenvolve como uma autocrítica em relação aos próprios comentários iniciais ao Aceleracionismo aqui realizados: nos primeiros capítulos segue-se uma crítica para no final propor uma outra forma de lidarmos com seus motes.
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This is an essay work that tries to understand the constellation of thought called Accelerationism from some displacements. It starts from the question of the bifurcation between Humanity and Non- Humanity to explore how strategies against or beyond acceleration can be imagined from more uncertain than deterministic perspectives. The text develops as a self-criticism in relation to the initial comments on Accelerationism made here: in the first chapters, there is a criticism to propose in the end another way of dealing with its motives.