- Cambrigde, MA, USA
- Luciana Saboia is a Brazilian architect, urbanist and Professor at University of Brasília (UnB) where her research an... moreLuciana Saboia is a Brazilian architect, urbanist and Professor at University of Brasília (UnB) where her research and teaching focus on intersections of architecture, landscape, culture and design. Her published works examine the relations between social appropriation and the configuration of the architecture, the landscape, and the urban environment where the non-edificanti character prevails. She has explored topics ranging from new towns planning, modern architecture, modernist landscape to cultural identity, hermeneutics, theory of design, and design pedagogy. Saboia’s publications include “Brasilia 50 +50: city, history and design', edited with Maria Fernanda Derntl. She has received awards and mentions in design competitions and as architect and advisor (Institute of Architects of Brazil – DF, 2015; National competition Opera Prima, 2014) and participates actively as critic in design studios reviews in Brazil and abroad. Since 2015, Saboia is the vice-dean of Faculty of Architecture and Urbanism at UnB. Currently, she is visiting researcher at Office for Urbanization at the Harvard Graduate School of Design, EUA.edit
Diferentemente de outras cidades brasileiras, Brasília nasceu dispersa, configurada por diversos núcleos urbanos para além do Plano Piloto, talvez antes mesmo do fenômeno de dispersão metropolitana iniciar-se em outras regiões do país. Se... more
Diferentemente de outras cidades brasileiras, Brasília nasceu dispersa, configurada por diversos núcleos urbanos para além do Plano Piloto, talvez antes mesmo do fenômeno de dispersão metropolitana iniciar-se em outras regiões do país. Se Brasília nasceu dispersa pela organização territorial em cidades-satélites, esse processo se acentuou e se diversificou nas últimas décadas, quando novas áreas foram (ou estão sendo) urbanizadas, mas com tipologias urbanísticas muito diferentes das originalmente planejadas, muitas vezes em desacordo com as diretrizes oficiais estabelecidas pelo planejamento territorial. Assim, Brasília, considerada nesta pesquisa como um município único cujo território político corresponde ao Distrito Federal, relaciona-se historicamente com a dispersão urbana, mas também aos processos contemporâneos de metropolização, seguidos da ocupação de vazios territoriais entre os núcleos urbanos existentes e, modificando profundamente a paisagem urbana e social. O objeto de...
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A construção de vilas operárias ou núcleos residenciais de empresas tornaram-se comuns nos empreendimentos fabris brasileiros desde o século XIX. Além da necessidade de oferecer moradia e comodidade com vistas a atração e retenção de mão... more
A construção de vilas operárias ou núcleos residenciais de empresas tornaram-se comuns nos empreendimentos fabris brasileiros desde o século XIX. Além da necessidade de oferecer moradia e comodidade com vistas a atração e retenção de mão de obra foram construídas como uma forma de controle dos empregados. Com o processo de desmonte desses núcleos empresariais, em especial a partir da segunda metade do século XX, muitos se tornaram objeto de interesse no campo do patrimônio cultural. Nesse sentido, o presente artigo analisa aspectos do processo da implantação ao abandono da vila operária da Companhia Santista de Papel em Cubatão, tendo em vista o pioneirismo desse tipo de estabelecimento na Baixada Santista. A partir dessas informações se conclui que sua importância atualmente se dá no campo da história da arquitetura e da preservação, ao mesmo tempo em que verifica a fragilidade das políticas públicas de reconhecimento cultural do patrimônio industrial no Brasil.
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Resumo: diante do fascinio da tecnologia e da maquina que marcaram o inicio do seculo 20 na producao urbanistica no mundo e no Brasil, lancamos a seguinte questao: considerando-se a historia dos aeroportos de Goiânia, tendo em vista o... more
Resumo: diante do fascinio da tecnologia e da maquina que marcaram o inicio do seculo 20 na producao urbanistica no mundo e no Brasil, lancamos a seguinte questao: considerando-se a historia dos aeroportos de Goiânia, tendo em vista o plano de modernidade e seu imaginario representado pela maquina, pode-se considerar que tais equipamentos em seus respectivos tempos representaram seu Zeitgeist? Palavras-chave: Modernidade. Imaginario da Maquina. Attilio Correa Lima. Goiânia. Aeroporto.
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Brasília é reconhecida tanto pela excepcionalidade de sua arquitetura modernista e de seu urbanismo como pela segregação socioeconômica representada pelas cidades-satélite. Sua área metropolitana conta com mais de três milhões de... more
Brasília é reconhecida tanto pela excepcionalidade de sua arquitetura modernista e de seu urbanismo como pela segregação socioeconômica representada pelas cidades-satélite. Sua área metropolitana conta com mais de três milhões de habitantes, sendo que 90% dessa população habita fora dos limites da cidade planejada. Essa ambiguidade é evidente no cinema, pois se, de um lado, os filmes produzidos para a divulgação de Brasília exploravam sua amplitude, monumentalidade e plasticidade, de outro, aqueles da primeira geração de cineastas nascidos na cidade revelam outras Brasílias. Este artigo explorará as tensões resultantes dessa segregação socioespacial que se materializam no espaço construído e na representação de Brasília no cinema.
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O presente artigo propõe uma investigação das convergências entre práxis artística e paisagem, tendo como objeto de estudo o processo de projeto do movimento Land Art e a experiência estética de suas obras à luz das reinterpretações... more
O presente artigo propõe uma investigação das convergências entre práxis artística e paisagem, tendo como objeto de estudo o processo de projeto do movimento Land Art e a experiência estética de suas obras à luz das reinterpretações contemporâneas do sublime e pitoresco. O Land Art surge nos anos 60 motivado pelo discurso ecológico, na busca pela reinserção do homem à Natureza por meio da arte, utilizando como suporte a paisagem, o território, os resíduos dos processos de urbanização e industrialização. A saída dos espaços de legitimação dos museus e galerias para o exterior torna-se uma crítica a mercantilização da arte, que toma forma quando se estabelece um diálogo com a paisagem, fazendo uso de sua materialidade, especificidades e transitoriedade intrínseca. Isto vem a expandir as problematizações a respeito de sua apreensão e transformações históricas, como também as possibilidades da experiência estética, que passa a incorporar todo o processo de construção da obra, desde a es...
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O artigo busca investigar a experiência da paisagem no cotidiano a partir dos deslocamentos ao longo dos eixos viários, tendo como estudo de caso a Estrada Parque Taguatinga (EPTG), DF-085. A discussão irá delinear-se a partir de um... more
O artigo busca investigar a experiência da paisagem no cotidiano a partir dos deslocamentos ao longo dos eixos viários, tendo como estudo de caso a Estrada Parque Taguatinga (EPTG), DF-085. A discussão irá delinear-se a partir de um componente teórico e outro empírico. O primeiro irá examinar o papel das infraestruturas viárias no reconhecimento do território e de suas paisagens, e principalmente os modos de percepção nos deslocamentos cotidianos e na experiência do próprio movimento. Já o componente empírico se desenvolverá em função do estudo de caso, iniciando-se com um breve histórico da via, suas escalas, usos e configurações; como também de análises baseadas na antropologia interpretativa, com as ferramentas de descrição etnográfica e observação participante, de modo a identificar tais paisagens, em permanente mutação. Além de situar as narrativas dos praticantes da cidade em seus percursos, atravessamentos e as experiências sensíveis que estabelecem com o território e a própr...
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A vanguarda do Movimento Moderno promulgava a inserção de vazios urbanos no tecido urbano compacto da cidade do século XIX. Para os modernos, o espaço urbano edificado conjugado com áreas verdes, áreas amplas e áreas para livre circulação... more
A vanguarda do Movimento Moderno promulgava a inserção de vazios urbanos no tecido urbano compacto da cidade do século XIX. Para os modernos, o espaço urbano edificado conjugado com áreas verdes, áreas amplas e áreas para livre circulação configuraria uma nova ordem social e um habitat social mais aberto ao convívio coletivo. A Glassarchitekture caracterizada por poucos elementos, estruturas esbeltas e vedações transparentes faziam parte principalmente do que Kenneth Frampton denominou de “tradição moderna minimalista”. Essa tectonicidade reduzida ao máximo tornaram-se objetivos estéticos da arquitetura moderna do início do século XX. Os críticos ao modernismo denunciavam os espaços demasiadamente abstratos, onde não há lugar para o acontecimento empírico, para o ornamento ou para o acaso levando a um empobrecimento do ambiente cultural e provocando um ‘esvaziamento’ da esfera pública. Como reconhecer a luta por identidades no espaço projetado e construído? Como reconhecer culturalm...
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Paisagem urbana: natureza & pessoas reúne o resultado de pesquisas acerca da inserção da dimensão ambiental nas decisões de ordenamento territorial urbano. Desenvolve abordagem teórico-prática tendo o Distrito Federal como objeto de... more
Paisagem urbana: natureza & pessoas reúne o resultado de pesquisas acerca da inserção da dimensão ambiental nas decisões de ordenamento territorial urbano. Desenvolve abordagem teórico-prática tendo o Distrito Federal como objeto de análise, com achados que podem ser replicados em outros contextos. Inicialmente, trata dos conceitos de qualidade de vida e ambiental e de sua tradução em atributos espaciais para subsidiar as intervenções na paisagem. Segue investigando as manifestações conceituais sobre Arquitetura da Paisagem, quando destaca a infraestrutura verde como método de abordagem para estruturação da paisagem urbana multifuncional. Dedica atenção às relações entre cidade e água, com ênfase na drenagem sustentável por meio de estudo dos alagamentos de Brasília, utilizando métodos de simulação que demonstram efetividade em comparação às soluções tradicionais. Trata ainda da ocupação urbana em áreas de recarga de aquíferos, indicando a relação entre padrões urbanísticos e infilt...
ABSTRACT Le Mouvement moderne gagne le Brésil dès les années 1930. En 1940, le maire de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, fait appel à Oscar Niemeyer pour l’extension de sa ville. Quelques années plus tard, en tant que président du... more
ABSTRACT Le Mouvement moderne gagne le Brésil dès les années 1930. En 1940, le maire de Belo Horizonte, Juscelino Kubitschek, fait appel à Oscar Niemeyer pour l’extension de sa ville. Quelques années plus tard, en tant que président du pays, il confie la réalisation de la nouvelle capitale, Brasilia, à Lucio Costa et à Niemeyer. Comment ce dernier, enclin à une architecture légère aux courbes généreuses, peut-il concilier son engagement militant au Parti communiste et auprès des courants marxistes orthodoxes du pays avec la poursuite de son œuvre pendant la dictature militaire des années 1960 à 1980 ? Dans quelle mesure la grande esplanade de Brasilia, conçue initialement comme un espace vide, lieu de l’appropriation politique populaire, prend-elle une nouvelle signification ?
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This paper discusses processes involved in the transformation of Águas Claras’ materiality, a neighborhood designed in Brasília, Federal District, whose project aspired to mimic the streets and the avenues with wide sidewalks typical of... more
This paper discusses processes involved in the transformation of Águas Claras’ materiality, a neighborhood designed in Brasília, Federal District, whose project aspired to mimic the streets and the avenues with wide sidewalks typical of the so-called “traditional cities” as opposed to the modernist urban model – ample green spaces, roads separated from pedestrian flows and isolated buildings – that characterizes the Pilot Plan of Brasília, located only 19 kilometers from the analyzed site. In addition to the criticism established about Brasília as urban subject, Águas Claras is characterized as a break in the metropolitan landscape of the region, previously marked by the horizontality of its satellite cities and by the disperse occupation of the territory. The intense verticalization, much higher than the 12 floors initially foreseen in Paulo Zimbres’ design contracted in 1991, configures walled blocks as small closed condominiums, despite the premises of profuse public spaces in hi...
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Este artigo discute processos envolvidos na transformação da materialidade de Águas Claras, bairro planejado em Brasília, Distrito Federal, cujo projeto aspirava mimetizar as ruas e as avenidas com largas calçadas típicas das ditas... more
Este artigo discute processos envolvidos na transformação da materialidade de Águas Claras, bairro planejado em Brasília, Distrito Federal, cujo projeto aspirava mimetizar as ruas e as avenidas com largas calçadas típicas das ditas “cidades tradicionais” em contraposição ao modelo urbanístico de matriz modernista – amplos espaços verdes, vias separadas dos fluxos de pedestres e edifícios isolados – que caracteriza o Plano Piloto de Brasília, localizado apenas a 19 quilômetros do sítio analisado. Para além da crítica estabelecida acerca de Brasília enquanto tema urbanístico, Águas Claras caracteriza-se como ruptura na paisagem metropolitana da região, antes marcada pela horizontalidade de suas cidades satélites e pela ocupação dispersa no território. A intensa verticalização, muito superior aos 12 pavimentos previstos inicialmente no projeto de Paulo Zimbres contratado em 1991, configura quadras muradas como pequenos condomínios fechados, apesar das premissas de profusos espaços públ...
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In 1957, Lucio Costa designed the new city of Brasilia with the Esplanade of Ministries at its center: a plateau with 17 slabs disposed in a 250 meter wide avenue. The Esplanade was configured as an immense green carpet extending from the... more
In 1957, Lucio Costa designed the new city of Brasilia with the Esplanade of Ministries at its center: a plateau with 17 slabs disposed in a 250 meter wide avenue. The Esplanade was configured as an immense green carpet extending from the platform of the city's Central Bus Station to the Plaza of the Three Powers, the locus of the city's main governmental buildings. The city and its public spaces were configured in accordance with the urban logic of the Modern Movement, based on a new collective and technological apparatus: the absolute continuity between urban and natural space, free circulation and public land ownership.
Subsequent criticism would denounce the tenets of modernist urban planning as a rupture not only in morphology, but also in architectural culture and history. Brasilia's modernist void was considered abstract and empty, and consequently, Brasilia, as the modernist city, represents the fulcrum of the crisis of the Modern Movement. Brasilia's open spaces, it was claimed, were silent, empty spaces with no city life. The new capital was rejected as an overly homogeneous and artificial city with no cultural recognition. How, then, could the planned, open, and free-or perhaps even dismal and inhuman-landscape of the Esplanade of Ministries be appropriated and recognized by Brasilia's citizens?
This paper analyzes how the Esplanade of Ministries has been appropriated by the citizens of Brasilia as a landscape of recognition, following the social-critical hermeneutic of Paul Ricoeur. The platform of the city's Bus Station, a delicate belvedere onto the monumental voids of the capital, is at the same time a shelter for the masses coming from the city's diverse satellite towns. Thus, Brasilia's central public spaces have become the site of an "unending struggle" for citizenship. A struggle for dignity as a citizen and for social recognition takes place as Brasilians encounter and appropriate the city's central open spaces. In this study, the landscape - geometrically designed - is considered the void that mediates between openness and the minimum materiality for free and responsible action and the necessity of shelter and recognition.
Subsequent criticism would denounce the tenets of modernist urban planning as a rupture not only in morphology, but also in architectural culture and history. Brasilia's modernist void was considered abstract and empty, and consequently, Brasilia, as the modernist city, represents the fulcrum of the crisis of the Modern Movement. Brasilia's open spaces, it was claimed, were silent, empty spaces with no city life. The new capital was rejected as an overly homogeneous and artificial city with no cultural recognition. How, then, could the planned, open, and free-or perhaps even dismal and inhuman-landscape of the Esplanade of Ministries be appropriated and recognized by Brasilia's citizens?
This paper analyzes how the Esplanade of Ministries has been appropriated by the citizens of Brasilia as a landscape of recognition, following the social-critical hermeneutic of Paul Ricoeur. The platform of the city's Bus Station, a delicate belvedere onto the monumental voids of the capital, is at the same time a shelter for the masses coming from the city's diverse satellite towns. Thus, Brasilia's central public spaces have become the site of an "unending struggle" for citizenship. A struggle for dignity as a citizen and for social recognition takes place as Brasilians encounter and appropriate the city's central open spaces. In this study, the landscape - geometrically designed - is considered the void that mediates between openness and the minimum materiality for free and responsible action and the necessity of shelter and recognition.
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"Brasilia, the first Modernist World Heritage site, has been entitled to its own hagiography in Brazilian scholarship. In this paper we shall investigate how the preservationist discourses on the city can be understood in terms of a... more
"Brasilia, the first Modernist World Heritage site, has been entitled to its own hagiography in Brazilian scholarship. In this paper we shall investigate how the preservationist discourses on the city can be understood in terms of a mythical structure comprising a foundational narrative and heroic deeds. As evidenced in the city’s central bus station, this narrative opposes an originating void and the persistence of this emptiness throughout the urban evolution.
Such mythical structures typically consist of three parts: first, a description of reality as conceived by a certain group; second, an explanation of how it came to be, forming its narrative core; third, a ritual reenactment of mythical deeds in order to preserve or fix this-worldly order.
First, it defines the city as a direct materialization of its original design. Not only is the idea of Brasilia locked into an established discourse centered on the need to bring about this foundational image, it also gives birth to a rhetoric of absence, inasmuch as the original design, the 1957 Pilot Plan report, is superseded irrevocably by its very materialization, yet lives forever in a nostalgic narrative.
Second, the explanatory apparatus of the Brasilia-myth is that of a heroic achievement—albeit one deprived of the usual topos of the Hero’s fatal flaw. This explanation, in fact a long string of narratives and laws regarding the construction of a new seat of government, stretching back into the mid-eighteenth century, stresses the opposition between the civilizatory act of city-building and the purported cultural void in which it is to take place. It is, therefore, an individuated act, of which the major performer is the appropriately heroic figure of President Juscelino Kubitschek. Third, this foundation myth is reenacted in the form of present discourses, attempting to draw from the myth instructions for the historic preservation of Brasilia. It is by means of this use that the narrative gains actuality, thus fulfilling the operative requirement of the myth. The preservationist discourse formed in this way tends to favor a static view of the city in which the void, to begin with an indispensable asset where the heroic act of city-building takes place, ends up considered a liability. Thus, in the end the Modernist public space is seen not as a relationship of matter and void where flows and socio-spatial practices can happen, but as lacunae to be filled in authoritatively. This is based on the fact that the original design is vague enough to be invoked as authoritative while being arbitrarily interpreted by “specialists”.
The central Bus station is one case where the void survives as a key factor in the social appropriation of Brasilia. The mythology of the foundational design, however, results in a drive to “complete” the space with a number of urban designs and policy decisions bent on retrieving this elusive original intent. Actual social appropriations of the space are, on the other hand, driven into the background by this mythology."
Such mythical structures typically consist of three parts: first, a description of reality as conceived by a certain group; second, an explanation of how it came to be, forming its narrative core; third, a ritual reenactment of mythical deeds in order to preserve or fix this-worldly order.
First, it defines the city as a direct materialization of its original design. Not only is the idea of Brasilia locked into an established discourse centered on the need to bring about this foundational image, it also gives birth to a rhetoric of absence, inasmuch as the original design, the 1957 Pilot Plan report, is superseded irrevocably by its very materialization, yet lives forever in a nostalgic narrative.
Second, the explanatory apparatus of the Brasilia-myth is that of a heroic achievement—albeit one deprived of the usual topos of the Hero’s fatal flaw. This explanation, in fact a long string of narratives and laws regarding the construction of a new seat of government, stretching back into the mid-eighteenth century, stresses the opposition between the civilizatory act of city-building and the purported cultural void in which it is to take place. It is, therefore, an individuated act, of which the major performer is the appropriately heroic figure of President Juscelino Kubitschek. Third, this foundation myth is reenacted in the form of present discourses, attempting to draw from the myth instructions for the historic preservation of Brasilia. It is by means of this use that the narrative gains actuality, thus fulfilling the operative requirement of the myth. The preservationist discourse formed in this way tends to favor a static view of the city in which the void, to begin with an indispensable asset where the heroic act of city-building takes place, ends up considered a liability. Thus, in the end the Modernist public space is seen not as a relationship of matter and void where flows and socio-spatial practices can happen, but as lacunae to be filled in authoritatively. This is based on the fact that the original design is vague enough to be invoked as authoritative while being arbitrarily interpreted by “specialists”.
The central Bus station is one case where the void survives as a key factor in the social appropriation of Brasilia. The mythology of the foundational design, however, results in a drive to “complete” the space with a number of urban designs and policy decisions bent on retrieving this elusive original intent. Actual social appropriations of the space are, on the other hand, driven into the background by this mythology."