Alemar S A Rena
Universidade Federal do Sul da Bahia, Centro de Formação em Artes, Department Member
- Literatura, Comunicação Social, Emergence, Emergent Phenomena, Literatura Comparada, Science, Technology and Literature, and 25 moreLiteratura & Complexity Theory, Autoria coletiva, Cibercultura, Redes, Biopolítica, Flash Fiction, Hipertexto, Cultura da Convergência, Twitteratura, Literatura Digital, Multidão, Emergência, Literatura e Multidão, Literatura e Tecnologia, Multidão e Literatura, Cybercultures, Urban Communication, Redes Sociais, Literatura brasileira, Radical Geography, Estudos Culturais, Guy Debord, Urban Geography, Space and Place, and Literary Theoryedit
- Alemar S. A. Rena é mestre e doutor em Estudos Literários pela UFMG. Durante sanduíche de doutorado com bolsa CAPES f... moreAlemar S. A. Rena é mestre e doutor em Estudos Literários pela UFMG. Durante sanduíche de doutorado com bolsa CAPES foi pesquisador visitante na Universidade de Kingston (Londres). Recebeu o Prêmio UFMG de Teses 2015. É professor adjunto da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB / Porto Seguro) e decano do Centro de Formação em Artes. Pesquisa principalmente os seguintes temas: multidão, democracia e riqueza comum; produção linguística, comunicação em rede e biopolítica; teoria da literatura e autoria no contexto das novas mídias; novas mídias e artes eletrônicas; literatura e filosofia política. É integrante do grupo de pesquisa Indisciplinar (EA-UFMG/CNPQ) e coeditor da revista acadêmica homônima do grupo. Publicou "Tecnopolíticas do Comum: Artes, Urbanismo e Democracia", com Lucas Bambozzi e Natacha Rena, "Entre Arte e Tecnopolítica", com Lucas Bambozzi, "Do autor tradicional ao agenciador cibernético: do biopoder à biopotência", pela Annablume (2009, SP), e "Design e Política", pela Editora Fluxos (2014, Belo Horizonte, livro digital), com Natacha Rena.edit
A presente tese consiste de uma reflexão sobre a multidão de um ponto de vista ontológico, político e estético, tendo como referência a literatura e outras práticas linguísticas multitudinárias. O que está em jogo é uma crítica de algumas... more
A presente tese consiste de uma reflexão sobre a multidão de um ponto de vista ontológico, político e estético, tendo como referência a literatura e outras práticas linguísticas multitudinárias. O que está em jogo é uma crítica de algumas tendências do pensamento, do imaginário e da política moderna que com frequência conceberam a multidão (HARDT e NEGRI) — legião de corpos singulares e desejantes — como massa impotente ou comunidades essenciais, minando a produção de riqueza comum. Antagonizando tais tendências, a determinação que nos move é como hoje aventar, no âmbito da produção linguística, da economia imaterial e da biopolítica, as possibilidades de uma comunialidade que não preceda a si mesma (NANCY), mas que se articule num agenciamento não essencial, não teleológico e colaborativo que produz o comum enquanto se produz. Defendemos que, se a multidão há muito tem sido vista como demoníaca, isso não se dá porque ela constitui uma afronta ao ideal da democracia real, mas, precisamente ao contrário, porque com frequência faz desse ideal uma alternativa tangível e "monstruosa" em face da transcendência do direito constituído, do biopoder (FOUCAULT) e do capital. Lançando mão de uma metodologia expressamente cartográfica, buscamos trazer à tona não somente algumas aporias que assombraram o pensamento e o imaginário moderno diante da emergência política do grande número, mas igualmente conceitos e reivindicações hoje centrais para se pensar criticamente a produção de linguagens e de riquezas simbólicas para além de noções em franca crise de sentido como progresso, civilização, Povo nacional, identidade, classe, alta/baixa cultura, originalidade, indústria cultural, espetáculo, copyright, cânone, etc.
INGLÊS
The objective of this thesis is to reflect on the multitude from an ontological, political and aesthetic point of view, with reference to the different outlooks literature and other multitudinous linguistic practices can offer. At stake is a critique of some trends in modern thought or politics that frequently devised the multitude (HARDT and NEGRI) — legion of desiring bodies and singularities — as impotent mass or essential communities and thus suspended the production of the commonwealth. Antagonizing these trends, the determination that moves us is how to conceive, in the realm of language production, immaterial economy or biopolitics, the possibilities of an open and constituent communality that does not precede itself (NANCY), but revolves around a non-essential, non-teleological, collaborative and multitudinous assemblage (agencement) that produces the common as it produces itself. We defend that, if the multitude has been seen as demonic throughout modernity, it is not because it is an affront to the ideal of genuine democracy, but precisely on the contrary, because it often turns this ideal into a tangible and "monstrous" alternative to the transcendence of law, biopower (FOUCAULT) and capital. Drawing on an expressly cartographic methodology, we intend to bring to surface not only some aporias that haunted the mind and the imagination in view of the political emergence of modern crowds, but also concepts and claims that today become central to thinking critically the production of language and symbolic richness in a way that exceeds notions that face a profound crisis of meaning — progress, civilization, peoples, identity, class, high/low culture, originality, cultural industry, copyright, spectacle, canon, etc.
INGLÊS
The objective of this thesis is to reflect on the multitude from an ontological, political and aesthetic point of view, with reference to the different outlooks literature and other multitudinous linguistic practices can offer. At stake is a critique of some trends in modern thought or politics that frequently devised the multitude (HARDT and NEGRI) — legion of desiring bodies and singularities — as impotent mass or essential communities and thus suspended the production of the commonwealth. Antagonizing these trends, the determination that moves us is how to conceive, in the realm of language production, immaterial economy or biopolitics, the possibilities of an open and constituent communality that does not precede itself (NANCY), but revolves around a non-essential, non-teleological, collaborative and multitudinous assemblage (agencement) that produces the common as it produces itself. We defend that, if the multitude has been seen as demonic throughout modernity, it is not because it is an affront to the ideal of genuine democracy, but precisely on the contrary, because it often turns this ideal into a tangible and "monstrous" alternative to the transcendence of law, biopower (FOUCAULT) and capital. Drawing on an expressly cartographic methodology, we intend to bring to surface not only some aporias that haunted the mind and the imagination in view of the political emergence of modern crowds, but also concepts and claims that today become central to thinking critically the production of language and symbolic richness in a way that exceeds notions that face a profound crisis of meaning — progress, civilization, peoples, identity, class, high/low culture, originality, cultural industry, copyright, spectacle, canon, etc.
Research Interests: Jean-Luc Nancy, Giorgio Agamben, Nietzsche, Baudelaire, Literatura brasileira, and 24 moreFilosofía Política, Literatura, Charles Baudelaire, Marxismo, Redes Sociais, Literatura Comparada, Biopolitica, Nomadismo, Biopolítica, Multidão, Literatura e Multidão, Carlos Drummond de Andrade, Literatura y política en América Latina, Micropolítica, Arte E Política - Micropolítica, Nomadismo Contemporaneo, Cultura De Massas, Sociologia Da Multidão, Literatura e Política, Dostoievski, Arte E Política, Jornadas de Junho de 2013, Arte e o Comum, and Literatura e Periferia
CARTOGRAPHY AS A RESEARCH METHOD: A CONVERSATION WITH VIRGINIA KASTRUP
Research Interests:
SUMÁRIO Apresentação e agradecimentos [9] Alemar S. A. Rena e Natacha Rena 1. Introdução: Design, arte e política? [15] Eduardo de Jesus I. METRÓPOLE 2. Quando ordenamentos visuais que se chocam obscurecem as articulações... more
SUMÁRIO
Apresentação e agradecimentos [9]
Alemar S. A. Rena e Natacha Rena
1. Introdução: Design, arte e política? [15]
Eduardo de Jesus
I. METRÓPOLE
2. Quando ordenamentos visuais que se chocam obscurecem as articulações econômicas [23]
Saskia Sassen
3. Máquinas Urbanas [35]
Nelson Brissac
4. O futuro como brasilianização do mundo e do brasil [45]
Giuseppe Cocco
II. ARTESANIAS
5. O artesanato no campo expandido: as diferentes dimensões do fazer político [63]
Ana Araújo
6. Utopia, realidade e responsabilidade [79]
Christian Ullmann e Tania Cristina de Paula
7. Mi experiencia con Eloísa Cartonera [91]
Javier Barilaro
8. Diversidad en baja resolución o el rol del arquitecto en la era de los 140 caracteres [99]
Antonio Yemail
III. TECNOPOLÍTICAS
9. Design e política: uma introdução ao avesso do avesso [109]
Lucas Bambozzi
10. A era do capitalismo fofinho e seus dissidentes [115]
Giselle Beiguelman
11. Infra || super << estructuras [119]
Camilo Martinez e Gabriel Zea
12. A multidão conectada e as máquinas de resistência [129]
Alemar S. A. Rena
13. Compresión política de los laboratorios nómadas mediales no2somos + Colombia, en sus procesos pedagógicos de inmersión en las comunidades [139]
Alejandro Araque Mendoza
IV. CARTOGRAFIAS
14. A arte de viver nas linhas [157]
Peter Pál Pelbart
15. Três (anti)métodos de pesquisa para a multidão: cartografar, copesquisar, coletivizar [163]
Alemar S. A. Rena
16. Cartografias emergentes da cultura [169]
Ana Isabel Anastasia de Sá, Fernanda Quintão, Natacha Rena, Paula Bruzzi Berquó
INTRODUÇÃO
"Quais são as possíveis relações às quais o título “Design: arte e política” pode nos remeter? Certamente existe uma tensão em aproximar design de arte que torna-se ainda mais forte quando incluímos tudo isso no domínio da política. Sabemos que a relação entre arte e política vem ganhando cada vez mais espaço nas práticas artísticas contemporâneas trazendo heranças diversas das décadas de 60 e 70 e mais que isso rearticulando campos de referência do fazer artístico. Diversos teóricos vem refletindo sobre esse tópico desenvolvendo, como Rancière, novas dimensões para essa relação.
Não é o caso aqui de nos remetermos a essa tensão entre arte e design, mas no mínimo gostaria de colocar uma interrogação no final do título. Não se trata apenas de uma firula, mas sim de assumir uma dúvida, de circular uma relação tensionada, de um lado, pelos meios de produção, pelo lugar do design na vida social brasileira e especialmente pelas formas políticas que podem se desprender desse embate. De outro, pelas sofisticadas formas assumidas pelo capitalismo contemporâneo que se apropria das forças criativas moldando-as aos seus interesses e conveniências".
Apresentação e agradecimentos [9]
Alemar S. A. Rena e Natacha Rena
1. Introdução: Design, arte e política? [15]
Eduardo de Jesus
I. METRÓPOLE
2. Quando ordenamentos visuais que se chocam obscurecem as articulações econômicas [23]
Saskia Sassen
3. Máquinas Urbanas [35]
Nelson Brissac
4. O futuro como brasilianização do mundo e do brasil [45]
Giuseppe Cocco
II. ARTESANIAS
5. O artesanato no campo expandido: as diferentes dimensões do fazer político [63]
Ana Araújo
6. Utopia, realidade e responsabilidade [79]
Christian Ullmann e Tania Cristina de Paula
7. Mi experiencia con Eloísa Cartonera [91]
Javier Barilaro
8. Diversidad en baja resolución o el rol del arquitecto en la era de los 140 caracteres [99]
Antonio Yemail
III. TECNOPOLÍTICAS
9. Design e política: uma introdução ao avesso do avesso [109]
Lucas Bambozzi
10. A era do capitalismo fofinho e seus dissidentes [115]
Giselle Beiguelman
11. Infra || super << estructuras [119]
Camilo Martinez e Gabriel Zea
12. A multidão conectada e as máquinas de resistência [129]
Alemar S. A. Rena
13. Compresión política de los laboratorios nómadas mediales no2somos + Colombia, en sus procesos pedagógicos de inmersión en las comunidades [139]
Alejandro Araque Mendoza
IV. CARTOGRAFIAS
14. A arte de viver nas linhas [157]
Peter Pál Pelbart
15. Três (anti)métodos de pesquisa para a multidão: cartografar, copesquisar, coletivizar [163]
Alemar S. A. Rena
16. Cartografias emergentes da cultura [169]
Ana Isabel Anastasia de Sá, Fernanda Quintão, Natacha Rena, Paula Bruzzi Berquó
INTRODUÇÃO
"Quais são as possíveis relações às quais o título “Design: arte e política” pode nos remeter? Certamente existe uma tensão em aproximar design de arte que torna-se ainda mais forte quando incluímos tudo isso no domínio da política. Sabemos que a relação entre arte e política vem ganhando cada vez mais espaço nas práticas artísticas contemporâneas trazendo heranças diversas das décadas de 60 e 70 e mais que isso rearticulando campos de referência do fazer artístico. Diversos teóricos vem refletindo sobre esse tópico desenvolvendo, como Rancière, novas dimensões para essa relação.
Não é o caso aqui de nos remetermos a essa tensão entre arte e design, mas no mínimo gostaria de colocar uma interrogação no final do título. Não se trata apenas de uma firula, mas sim de assumir uma dúvida, de circular uma relação tensionada, de um lado, pelos meios de produção, pelo lugar do design na vida social brasileira e especialmente pelas formas políticas que podem se desprender desse embate. De outro, pelas sofisticadas formas assumidas pelo capitalismo contemporâneo que se apropria das forças criativas moldando-as aos seus interesses e conveniências".
Research Interests: Design Research, Urban Design, Cartografia, Urbanismo, Teoria História e Crítica da Arquitetura e do Urbanismo, and 20 moreArt and Design, Multidão, Arte y política, Cartografía Urbana, Institutional and organizational design related to political participation and civic engagement, Arte y Política: La noción de Artista de lo político, elementos estéticos de la política., Tecnopolitics, Artesanias E Manualidades, The Cultural Politics of Architecture and Urban Design, Cartografías, Tecnopolítica, Arte E Política, Design and Politics, Design e Urbanismo, Design e Ativismo, Arte, Design e Política, Cartografias Urbanas, Artesanias do Comum, Urbanismo Tático, and Design e Multidão
A partir do estudo da figura do autor tradicional – cuja presença marcante ecoa nos meios de comunicação de massa um-todos, nas lojas e suas vitrines, nas coletâneas, nas “tardes de autógrafos”, nas críticas, nos sites dos grandes... more
A partir do estudo da figura do autor tradicional – cuja presença marcante ecoa nos meios de comunicação de massa um-todos, nas lojas e suas vitrines, nas coletâneas, nas “tardes de autógrafos”, nas críticas, nos sites dos grandes portais, etc. – o presente estudo sugere que uma nova figura de autor/produtor se faz cada vez mais visível no ciberespaço. Essa figura, chamada por Alemar S. A. Rena de agenciador cibernético ou ciberagenciador – tendo como referência o conceito de agenciamento em Gilles Deleuze e Félix Guattari – se impõe como uma potência de vida, de invenção, de colaboração, de velocidade, de fluxo, de hibridação simbólica, etc., se opondo, em grande parte das vezes de forma não declarada e mesmo inconsciente, à centralidade da figura do autor tradicional, à elitização da produção, à elitização da propriedade intelectual e dos produtos da inventividade social. Ainda, é abordada e problematizada a condição de “obra” dos produtos inventivos que circulam na WWW, partindo do pressuposto de que a condição do novo criador – ou do ciberagenciador – está intimamente atrelada à nova condição da própria obra.
Prefácio Onde está o Autor?
Eduardo de Jesus
Capítulo 1 Arqueologia do autor
1.1 – Poder: capitalismo, multidão e dialogismo
1.2 – O autor segundo a crítica
1.3 – Autor: morto, mas extremamente funcional
Capítulo 2 Do autor ao ciberagenciador
2.1 – Poesia digital, webarte e cibertexto: hibridação, flexibilização e desobjetificação
2.2 – A liquidez do sujeito e da experiência hipermoderna
2.3 – O novo flâneur: imprevisibilidade e efemeridade
2.4 – Agenciamento, descentralização, anonimidade
2.5 – Agenciamentos homem-máquina / homem-homem
Capítulo 3 Obra: novas condições e especificidades que afetam a figura do autor
3.1 – A obra e seu apagamento
3.2 – Pirataria legal: novas configurações do direito autoral
3.3 – Tecnobrega: um exemplo brasileiro off-line
Prefácio Onde está o Autor?
Eduardo de Jesus
Capítulo 1 Arqueologia do autor
1.1 – Poder: capitalismo, multidão e dialogismo
1.2 – O autor segundo a crítica
1.3 – Autor: morto, mas extremamente funcional
Capítulo 2 Do autor ao ciberagenciador
2.1 – Poesia digital, webarte e cibertexto: hibridação, flexibilização e desobjetificação
2.2 – A liquidez do sujeito e da experiência hipermoderna
2.3 – O novo flâneur: imprevisibilidade e efemeridade
2.4 – Agenciamento, descentralização, anonimidade
2.5 – Agenciamentos homem-máquina / homem-homem
Capítulo 3 Obra: novas condições e especificidades que afetam a figura do autor
3.1 – A obra e seu apagamento
3.2 – Pirataria legal: novas configurações do direito autoral
3.3 – Tecnobrega: um exemplo brasileiro off-line
Research Interests:
Cap. de Livro Impresso / ISBN: 978-85-66256-24-6
Livro Impresso / ISBN: 978-85-8049-065-7
Este artigo investiga o tortuoso envolvimento de Carlos Drummond de Andrade com a política e com o contexto literário dos anos 1930 e 1940, e avalia sua posição (anti)teleológica e anti(partidária) a partir dos conceitos de "ser qualquer"... more
Este artigo investiga o tortuoso envolvimento de Carlos Drummond de Andrade com a política e com o contexto literário dos anos 1930 e 1940, e avalia sua posição (anti)teleológica e anti(partidária) a partir dos conceitos de "ser qualquer" e "potência do não" , presentes na obra do filósofo italiano Giorgio Agamben. Argumentamos que a poesia e os escritos não literários do poeta nos oferecem um insight precoce das aporias da política moderna, bem como algumas saídas no campo das ideias e visão de mundo que mais tarde ganhariam corpo conceitual na obra de filósofos como Jean-Luc Nancy e Agamben.
Palavras-chave: poesia e política; Drummond; Agamben; ser qualquer; potência do não.
Abstract: This paper investigates the tortuous involvement of Carlos Drummond de Andrade with the political and the literary context of the 1930s and 1940s, and evaluates its (anti)teleological and anti(partisan) position from the perspective of concepts such as "whatever being" and "the potentiality to not-be", present in the work of Italian philosopher Giorgio Agamben. We argue that the poetry and the non-literary writings of the poet offer us an early insight into the aporias of modern politics, as well as some initial solutions and views that later would materialize conceptually in the work of philosophers such as Jean-Luc Nancy and Agamben.
Keywords: poetry and politics; Drummond; Agamben; whatever being; the potentiality to not-be.
Palavras-chave: poesia e política; Drummond; Agamben; ser qualquer; potência do não.
Abstract: This paper investigates the tortuous involvement of Carlos Drummond de Andrade with the political and the literary context of the 1930s and 1940s, and evaluates its (anti)teleological and anti(partisan) position from the perspective of concepts such as "whatever being" and "the potentiality to not-be", present in the work of Italian philosopher Giorgio Agamben. We argue that the poetry and the non-literary writings of the poet offer us an early insight into the aporias of modern politics, as well as some initial solutions and views that later would materialize conceptually in the work of philosophers such as Jean-Luc Nancy and Agamben.
Keywords: poetry and politics; Drummond; Agamben; whatever being; the potentiality to not-be.
Research Interests: Politics and Literature, Jean-Luc Nancy, Literature and Politics, Giorgio Agamben, Literatura Latinoamericana, and 9 moreArt and Politics, Literatura Comparada, Mário de Andrade, Carlos Drummond de Andrade, Getúlio Vargas, Violencia y discurso de poder en la literatura latinoamericana y mexicana, Literatura y política en América Latina, Mario De Andrade, and Arte E Política
Revista Lugar Comum n.o 45 – 2015.2 286 Resumo: O presente artigo examina comparativamente as ontologias da Multidão, de Michael Hardt e Antonio Negri, e do Ser em comum, de Jean-Luc Nancy. Após uma exposição geral, ponderamos se a... more
Revista Lugar Comum n.o 45 – 2015.2 286
Resumo: O presente artigo examina comparativamente as ontologias da Multidão, de Michael Hardt e Antonio Negri, e do Ser em comum, de Jean-Luc Nancy. Após uma exposição geral, ponderamos se a mobilização em torno da experiência do ser-em- comum nancyana configura-se necessariamente como uma limitação à produção do comum e à luta multitudinária, ou se, ao contrário, no encontro entre as duas formas de compreensão do ser no campo expandido da política podemos vislumbrar uma linha de complementaridade que potencializa o pensar e o fazer em comum. Nos apoiando numa leitura elaborada por Alexandre F. Mendes, e considerando algumas indicações deixadas por Helen Parmett num artigo recente, especulamos sobre a possibilidade de essas ontologias serem pensadas e usadas “kairologicamente”, isto é, em termos de como o ser é figurado e posicionado no contexto de eventos particulares.
Palavras-chave: Ontologia. O comum. Comunidade. Comunicação. Hardt e Negri. Jean-luc Nancy.
Abstract: This article examines comparatively the ontologies of the Multitude, put forward by Michael Hardt and Antonio Negri, and Being in common, proposed by the work of Jean-Luc Nancy. After a general exposition, we ponder if the mobilization around the Nancyan experience of being-in-common necessarily appears as a limitation to the production of the common and the multitudinous struggle, or if, instead, the meeting between the two ontologies can reveal a line of complementarity that enhances the thinking and the making of the common. Taking into account an analysis proposed by Alexandre F. Mendes, and considering some indications offered by Helen Parmett in a recent article, we speculate about the possibility of a “kairological” use of these ontologies, that is, their use in terms of how the being is produced and positioned in light of particular events.
Keywords: Ontology. The commun. Community. Communication. Hardt e Negri. Jean- luc Nancy.
Resumo: O presente artigo examina comparativamente as ontologias da Multidão, de Michael Hardt e Antonio Negri, e do Ser em comum, de Jean-Luc Nancy. Após uma exposição geral, ponderamos se a mobilização em torno da experiência do ser-em- comum nancyana configura-se necessariamente como uma limitação à produção do comum e à luta multitudinária, ou se, ao contrário, no encontro entre as duas formas de compreensão do ser no campo expandido da política podemos vislumbrar uma linha de complementaridade que potencializa o pensar e o fazer em comum. Nos apoiando numa leitura elaborada por Alexandre F. Mendes, e considerando algumas indicações deixadas por Helen Parmett num artigo recente, especulamos sobre a possibilidade de essas ontologias serem pensadas e usadas “kairologicamente”, isto é, em termos de como o ser é figurado e posicionado no contexto de eventos particulares.
Palavras-chave: Ontologia. O comum. Comunidade. Comunicação. Hardt e Negri. Jean-luc Nancy.
Abstract: This article examines comparatively the ontologies of the Multitude, put forward by Michael Hardt and Antonio Negri, and Being in common, proposed by the work of Jean-Luc Nancy. After a general exposition, we ponder if the mobilization around the Nancyan experience of being-in-common necessarily appears as a limitation to the production of the common and the multitudinous struggle, or if, instead, the meeting between the two ontologies can reveal a line of complementarity that enhances the thinking and the making of the common. Taking into account an analysis proposed by Alexandre F. Mendes, and considering some indications offered by Helen Parmett in a recent article, we speculate about the possibility of a “kairological” use of these ontologies, that is, their use in terms of how the being is produced and positioned in light of particular events.
Keywords: Ontology. The commun. Community. Communication. Hardt e Negri. Jean- luc Nancy.
Research Interests:
RESUMO Este ensaio discorre sobre a possibilidade de pensarmos o “fazer multidão” (HARDT e NEGRI) pelo viés da indisciplina urbana, do questionamento do direito constituído, e da centralidade da jurisprudência e das potências... more
RESUMO
Este ensaio discorre sobre a possibilidade de pensarmos o “fazer multidão” (HARDT e NEGRI) pelo viés da indisciplina urbana, do questionamento do direito constituído, e da centralidade da jurisprudência e das potências constituintes. Para tanto, comentamos brevemente algumas colocações de Henry Thoreau, Paolo Grossi, Andityas Matos, Michael Hardt e Antonio Negri, e Michel Foucault.
PALAVRAS-CHAVE: : Multidão. Direito constituído. Potências constituintes. Lutas urbanas.
ABSTRACT
This essay discusses the possibility of thinking the “making of the multitude” (HARDT and NEGRI) through the lenses of urban indiscipline, of the questioning of constituted rights, and of the centrality of the constituent potency of the multitude. To do so, we brie y comment on some writings and concepts put forward by Henry Thoreau, Paolo Grossi, Andityas Matos, Michael Hardt and Antonio Negri, and Michel Foucault.
KEYWORDS: Multitude. Constituted right. Constituent potency. Urban struggle.
Este ensaio discorre sobre a possibilidade de pensarmos o “fazer multidão” (HARDT e NEGRI) pelo viés da indisciplina urbana, do questionamento do direito constituído, e da centralidade da jurisprudência e das potências constituintes. Para tanto, comentamos brevemente algumas colocações de Henry Thoreau, Paolo Grossi, Andityas Matos, Michael Hardt e Antonio Negri, e Michel Foucault.
PALAVRAS-CHAVE: : Multidão. Direito constituído. Potências constituintes. Lutas urbanas.
ABSTRACT
This essay discusses the possibility of thinking the “making of the multitude” (HARDT and NEGRI) through the lenses of urban indiscipline, of the questioning of constituted rights, and of the centrality of the constituent potency of the multitude. To do so, we brie y comment on some writings and concepts put forward by Henry Thoreau, Paolo Grossi, Andityas Matos, Michael Hardt and Antonio Negri, and Michel Foucault.
KEYWORDS: Multitude. Constituted right. Constituent potency. Urban struggle.
Research Interests:
Title: Essential communities, demonic legions: dostoevsky, the revolutionary multitude and modern pessimism. This article seeks to shed light on some substrates of Dostoevsky’s criticism concerning the revolutionary movements in... more
Title: Essential communities, demonic legions: dostoevsky, the revolutionary multitude and modern pessimism.
This article seeks to shed light on some substrates of Dostoevsky’s criticism concerning the revolutionary movements in Russia in the second half of the 19th century and their occidentalist demands. To this end, we analyze the author’s pessimism in relation to Western modernity by an ethical, ontological, and political angle. Our thesis is that for Dostoevsky the civil society which descends from Rousseau’s social contract corrupts the realization of Russia as an orthodoxy based on the love of all by all and the love of the Czar by all. We establish, on the one hand, a critique of this harmonious and unified idealization of the Slavic people, while, on the other, we recognize the relevance of Dostoevsky’s suspicion for the examination of modern political philosophy. Dostoevsky seems to demand a reversal without which there could be no real politics: not politics as rational utilitarianism dictating life, but life – the shared essence and the original constituent practice of love – to continuously write politics.
Este artigo busca lançar luz sobre alguns substratos da crítica de Dostoiévski a respeito dos movimentos revolucionários na Rússia da segunda metade do século XIX e suas demandas “ocidentalistas”. Para tanto, analisamos o pessimismo do autor em relação à modernidade ocidental por um ângulo ético, ontológico e político. Nossa tese é que, para Dostoiévski, a sociedade civil ocidental descendente do contrato social rousseauniano corromperia a realização secular da Rússia enquanto uma ortodoxia baseada no amor de todos por todos e de todos pelo czar. Tecemos, por um lado, uma crítica a essa idealização harmônica e unificada do povo eslavo, ao mesmo tempo que, por outro, reconhecemos a relevância da suspeita dostoievskiana para o exame da filosofia política moderna. Dostoiévski parece demandar uma inversão sem a qual não poderia haver verdadeira política: não a política enquanto utilitarismo racional a ditar a vida, mas a vida – a essência originária compartilhada e a prática constituinte do amor – a escrever continuamente a política.
This article seeks to shed light on some substrates of Dostoevsky’s criticism concerning the revolutionary movements in Russia in the second half of the 19th century and their occidentalist demands. To this end, we analyze the author’s pessimism in relation to Western modernity by an ethical, ontological, and political angle. Our thesis is that for Dostoevsky the civil society which descends from Rousseau’s social contract corrupts the realization of Russia as an orthodoxy based on the love of all by all and the love of the Czar by all. We establish, on the one hand, a critique of this harmonious and unified idealization of the Slavic people, while, on the other, we recognize the relevance of Dostoevsky’s suspicion for the examination of modern political philosophy. Dostoevsky seems to demand a reversal without which there could be no real politics: not politics as rational utilitarianism dictating life, but life – the shared essence and the original constituent practice of love – to continuously write politics.
Este artigo busca lançar luz sobre alguns substratos da crítica de Dostoiévski a respeito dos movimentos revolucionários na Rússia da segunda metade do século XIX e suas demandas “ocidentalistas”. Para tanto, analisamos o pessimismo do autor em relação à modernidade ocidental por um ângulo ético, ontológico e político. Nossa tese é que, para Dostoiévski, a sociedade civil ocidental descendente do contrato social rousseauniano corromperia a realização secular da Rússia enquanto uma ortodoxia baseada no amor de todos por todos e de todos pelo czar. Tecemos, por um lado, uma crítica a essa idealização harmônica e unificada do povo eslavo, ao mesmo tempo que, por outro, reconhecemos a relevância da suspeita dostoievskiana para o exame da filosofia política moderna. Dostoiévski parece demandar uma inversão sem a qual não poderia haver verdadeira política: não a política enquanto utilitarismo racional a ditar a vida, mas a vida – a essência originária compartilhada e a prática constituinte do amor – a escrever continuamente a política.
Research Interests:
Texto original em inglês: Saskia Sassen Tradução para o português para o livro Design e Política (ed. Fluxos, 2014): Alemar S. A. Rena Original text: Saskia Sassen (When Clashing Visual Orders Obscure Economic Articulations)... more
Texto original em inglês: Saskia Sassen
Tradução para o português para o livro Design e Política (ed. Fluxos, 2014): Alemar S. A. Rena
Original text: Saskia Sassen (When Clashing Visual Orders Obscure Economic Articulations)
Translation for the book Design e Política (Fluxos, 2015, Brazil): Alemar S. A. Rena
Note: Prepared for the International Design Conference April 2011, Belo Horizonte
Fragmento:
"Durante um certo período – séculos ou milênios – empresas, reinos e nações-estado nascem e morrem aos milhares. Com raras exceções, as cidades continuam. No máximo, mudam de nome. A própria materialidade da cidade a permite sobreviver. Uma vez lá, ela fica. Em contraste, a composição mais abstrata de reinos e nações-estado, e até de empresas, significa que eles podem desaparecer deixando senão um rastro. Uma cidade destruída é a fonte para sua reconstrução. Cidades tão diversas como Londres, Istambul e Mumbai são instâncias dramáticas dessa resistência através dos milênios e através de formas diversas de organização política. Mas também cidades como São Paulo ou Chicago têm uma história de séculos que gerou sua atual figuração".
Tradução para o português para o livro Design e Política (ed. Fluxos, 2014): Alemar S. A. Rena
Original text: Saskia Sassen (When Clashing Visual Orders Obscure Economic Articulations)
Translation for the book Design e Política (Fluxos, 2015, Brazil): Alemar S. A. Rena
Note: Prepared for the International Design Conference April 2011, Belo Horizonte
Fragmento:
"Durante um certo período – séculos ou milênios – empresas, reinos e nações-estado nascem e morrem aos milhares. Com raras exceções, as cidades continuam. No máximo, mudam de nome. A própria materialidade da cidade a permite sobreviver. Uma vez lá, ela fica. Em contraste, a composição mais abstrata de reinos e nações-estado, e até de empresas, significa que eles podem desaparecer deixando senão um rastro. Uma cidade destruída é a fonte para sua reconstrução. Cidades tão diversas como Londres, Istambul e Mumbai são instâncias dramáticas dessa resistência através dos milênios e através de formas diversas de organização política. Mas também cidades como São Paulo ou Chicago têm uma história de séculos que gerou sua atual figuração".
Research Interests: Design, Industrial Design, Global cities, CIDADE, Planejamento Urbano, and 23 moreUrban Design, Políticas Públicas, Saskia Sassen, Planejamento urbano e ambiental, Arquitetura e Urbanismo, Urbanismo, Teoria História e Crítica da Arquitetura e do Urbanismo, Cidades, Globalização, Arquitectura y urbanismo, Cidades globais, Cidades criativas, Urbanismo, Desenho Urbano, Planejamento Urbano E Regional, História Da Arquitectura E Urbanismo, Urbanismo participativo, História Da Cidade, Formação Das Cidades, História Da Arquitetura E Do Urbanismo, Direito à Cidade, Urbanismo Tático, Produção Urbana, Design e cidade, and Arte e cidade
Propomos aqui sondar em que medida Nietzsche fora, não só, como com frequência se admite, um dos primeiros pensadores a se debruçar sobre uma crítica das massas modernas, mas também um dos primeiros a compreendê-las como vetor de valores... more
Propomos aqui sondar em que medida Nietzsche fora, não só, como com frequência se admite, um dos primeiros pensadores a se debruçar sobre uma crítica das massas modernas, mas também um dos primeiros a compreendê-las como vetor de valores éticos antagônicos àqueles que hoje se costuma situar como indispensáveis para a constituição da multidão. Nesse sentido, nosso intuito é perscrutar a possibilidade de seu pensamento ser lido não somente no horizonte da singularização, mas já como uma passagem ontológica à singularidade-plural.
Research Interests:
"Mas é bem sabido que dentro da própria cultura cyberpunk os dispositivos de captura e controle são articulados em conflito com seus antagonistas nômades, os hackers, que desterritorializam a informação ou sequestram-na. A axiomática... more
"Mas é bem sabido que dentro da própria cultura cyberpunk os dispositivos de captura e controle são articulados em conflito com seus antagonistas nômades, os hackers, que desterritorializam a informação ou sequestram-na. A axiomática desse ativismo eletrônico, que contaminou e continua a contaminar o imaginário das gerações subsequentes, é “information wants to be free” (“a informação quer ser livre”). Ela prenuncia uma realidade em que toda linguagem e sentido devem poder ser imediatamente acessados, compartilhados e reconfigurados por qualquer um.
Se projetos como o PRISM — um programa estadunidense de vigilância das comunicações digitais globais colocado em curso pela NSA (National Security Agency) e corajosamente delatado pelo funcionário da CIA Edward Snowden em 2013 — dá a verdadeira medida do perigo agourado por cyberpunks como Gibson em seus romances futuristas, o próprio fato de que agentes como o Snowden ou células de sabotagem como o Wikileaks estejam em posição de ameaçar as estratégias de controle do Estado abre, no bojo do perigo, vetores de subversão antes igualmente inimagináveis. É nesse limiar conflituoso entre o controle e a sabotagem que a multidão conectada luta por mais transparência e democracia comunicacional frente ao biopoder".
Se projetos como o PRISM — um programa estadunidense de vigilância das comunicações digitais globais colocado em curso pela NSA (National Security Agency) e corajosamente delatado pelo funcionário da CIA Edward Snowden em 2013 — dá a verdadeira medida do perigo agourado por cyberpunks como Gibson em seus romances futuristas, o próprio fato de que agentes como o Snowden ou células de sabotagem como o Wikileaks estejam em posição de ameaçar as estratégias de controle do Estado abre, no bojo do perigo, vetores de subversão antes igualmente inimagináveis. É nesse limiar conflituoso entre o controle e a sabotagem que a multidão conectada luta por mais transparência e democracia comunicacional frente ao biopoder".
Research Interests: Cybercultures, Cibercultura, New Technologies, Nuevas tecnologías, Comunicação e Política, and 12 moreCultura e Cibercultura, Arte E Mídia, Multidão, Literatura e Multidão, Novas Tecnologias, Redes y Comunicaciones. Electrónica e IA, Cibercultura; Comunidades Virtuales; Prácticas De Sociabilidad Virtual, Tecnopolitics, Tecnopolítica, Arte, Design e Política, Comunicação e Semiocapital, and Comunicação Horizontal e Política
"É possível falarmos de “métodos” para as pesquisas multitudinárias, isto é, pesquisas que, à guisa dos escritos e reflexões mais recentes de autores como Hardt e Negri, buscam no conceito (e prática) da multidão alternativas para a crise... more
"É possível falarmos de “métodos” para as pesquisas multitudinárias, isto é, pesquisas que, à guisa dos escritos e reflexões mais recentes de autores como Hardt e Negri, buscam no conceito (e prática) da multidão alternativas para a crise contemporânea no que concerne ao engajamento político, à produção cultural e aos paradigmas linguísticos e conceituais no campo da filosofia política? Não pretendemos nos aprofundar numa resposta para essa pergunta, mas gostaríamos de indicar aqui algumas breves pistas possíveis tendo em vista três exemplos de metodologias com as quais nos deparamos pelos meandros da pesquisa sobre/com/para a multidão (HARDT e NEGRI, 2005). Buscamos assim, no caminho, tensionar sutilmente aquilo mesmo que temos tradicionalmente entendido por “método de pesquisa” não somente na esfera da filosofia política, mas igualmente na esfera da pesquisa sóciocultural e linguística (incluindo- se aí análises contemporâneas no campo do design atravessadas por uma verve ativista)".
Research Interests:
Revista Eletrônica Literatura e Autoritarismo - Dossiê, Janeiro de 2012 – ISSN 1679-849X http://w3.ufsm.br/grpesqla/revista/dossie06/ Na atual era da comunicação horizontal, as implicações das mutações técnicas e comportamentais para... more
Revista Eletrônica Literatura e Autoritarismo - Dossiê, Janeiro de 2012 – ISSN 1679-849X http://w3.ufsm.br/grpesqla/revista/dossie06/
Na atual era da comunicação horizontal, as implicações das mutações técnicas e comportamentais para os campos da memória cultural (coletiva ou individual), canonização, construção de referenciais e, acima de tudo, da biopolítica social são ainda difíceis de compreender e medir. A pergunta recentemente proposta por Hugo Achugar — “Qual seria a memória não autoritária?” (2006, p. 169) —, pergunta que inquietou pensadores por todo o séc. XX, continua pertinente. Não obstante, nos encontramos diante de novas realidades e indícios de profundas mudanças, grandes o suficiente para que nos exija inventar outros métodos e olhares.
Este artigo oferece uma breve reflexão sobre algumas relações entre memória/poder e memória/potência. Partimos de Nietzsche e sua crítica aos usos desmedidos da memória e história na vida individual e coletiva, passamos por Baudrillard e a crítica da imagem virtual capaz de anular a transcendência do imaginário, principalmente no contexto televisivo de produção de sentidos, e alcançamos a era atual, a era das redes horizontais. Nesta última parte nos perguntamos em que medida a comunicação descentralizada e efêmera das redes afeta a capacidade social de produção de memória, bem como especulamos se o fenômeno pode ou não representar uma potente e subversiva forma de construção (e desconstrução) de valor e sentido histórico às margens dos sistemas mercantilistas de difusão simbólica.
Palavras-chave: Memória, poder, mídia, redes, emergência.
Abstract:
This article offers a brief reflection on some relations between memory/power and memory/potency. We start with Nietzsche and his critique of the rampant use of memory and history in both individual and collective realm, then move
on to discuss Baudrillard’s emphatic criticism of how the virtual image ecosystem can nullify the transcendence of image production, especially in the context of television, and in a final moment we wonder to what extent decentralized and ephemeral communication affects the ability of memory production. We speculate whether social and symbolic interactions on the digital networks can represent a potent and subversive form of construction (and deconstruction) of value and historical sense apart from the mercantilist symbolic diffusion system.
Keywords: Memory, power, media, networks, emergence.
Na atual era da comunicação horizontal, as implicações das mutações técnicas e comportamentais para os campos da memória cultural (coletiva ou individual), canonização, construção de referenciais e, acima de tudo, da biopolítica social são ainda difíceis de compreender e medir. A pergunta recentemente proposta por Hugo Achugar — “Qual seria a memória não autoritária?” (2006, p. 169) —, pergunta que inquietou pensadores por todo o séc. XX, continua pertinente. Não obstante, nos encontramos diante de novas realidades e indícios de profundas mudanças, grandes o suficiente para que nos exija inventar outros métodos e olhares.
Este artigo oferece uma breve reflexão sobre algumas relações entre memória/poder e memória/potência. Partimos de Nietzsche e sua crítica aos usos desmedidos da memória e história na vida individual e coletiva, passamos por Baudrillard e a crítica da imagem virtual capaz de anular a transcendência do imaginário, principalmente no contexto televisivo de produção de sentidos, e alcançamos a era atual, a era das redes horizontais. Nesta última parte nos perguntamos em que medida a comunicação descentralizada e efêmera das redes afeta a capacidade social de produção de memória, bem como especulamos se o fenômeno pode ou não representar uma potente e subversiva forma de construção (e desconstrução) de valor e sentido histórico às margens dos sistemas mercantilistas de difusão simbólica.
Palavras-chave: Memória, poder, mídia, redes, emergência.
Abstract:
This article offers a brief reflection on some relations between memory/power and memory/potency. We start with Nietzsche and his critique of the rampant use of memory and history in both individual and collective realm, then move
on to discuss Baudrillard’s emphatic criticism of how the virtual image ecosystem can nullify the transcendence of image production, especially in the context of television, and in a final moment we wonder to what extent decentralized and ephemeral communication affects the ability of memory production. We speculate whether social and symbolic interactions on the digital networks can represent a potent and subversive form of construction (and deconstruction) of value and historical sense apart from the mercantilist symbolic diffusion system.
Keywords: Memory, power, media, networks, emergence.
Research Interests:
Entre as consequências que já agora podemos sentir a partir da intervenção da nova realidade sociotécnica, está o aumento do número de vozes (ou nós) na esfera pública cotidiana para a casa dos milhões, talvez bilhões. Efetivamente, cada... more
Entre as consequências que já agora podemos sentir a partir da intervenção da nova realidade sociotécnica, está o aumento do número de vozes (ou nós) na esfera pública cotidiana para a casa dos milhões, talvez bilhões. Efetivamente, cada leitor ou espectador tornou-se, em um período assustadoramente curto da História, e de forma global, também produtor de conteúdos. Sem dúvida, essa atomização das ações, das falas, dos canais, isto é, a difusão sem precedentes das consciências, ideias e valores individuais afeta o cerne da figura autoral. “Se um indivíduo morre”, dirá Baudrillard, “sua morte é um acontecimento considerável, enquanto que se mil indivíduos morrem, a morte de cada um é mil vezes menos importante” (2002, p. 156). Mas tal ocorrência não se dá somente porque, em uma multidão formada por infinitos gestos, cada gesto torna-se incapaz de se projetar a todos ao mesmo tempo — como se vê nos meios um-todos — mas precisamente porque, na promiscuidade que se instaura, a própria lógica da industrialização da cultura é abalada, uma vez que grande parte dos conteúdos que agora circulam não corresponde às expectativas do mercado, nem do ponto de vista legal, nem do ponto de vista dos (re)usos permitidos pelas novas máquinas. Neste sentido, aí se dá, sem a presença de um movimento revolucionário nos termos de um novo marxismo, uma subversão (mas não aniquilação) das expectativas mercantilistas na qual, como vimos, a figura do autor se encontra vinculada.
Research Interests:
RESUMO: O presente trabalho propõe pensar as novas configurações da crítica e valoração literária e cultural no ambiente fragmentado e efêmero da cibercultura. Busca-se entender o processo de transformação tecno-cultural em que a seleção... more
RESUMO: O presente trabalho propõe pensar as novas configurações da crítica e valoração literária e cultural no ambiente fragmentado e efêmero da cibercultura. Busca-se entender o processo de transformação tecno-cultural em que a seleção daqueles que merecem maior visibilidade no espaço público deixa de ser responsabilidade exclusiva de unidades biopolíticas maiores, e passa a ser adicionalmente mediada pelos próprios usuários que são com frequência também produtores, prosumers.
Palavras-chave: Crítica; cibercultura; emergência; comunicação confusional; multidão.
ABSTRACT: This paper proposes to think the new forms of criticism and cultural and literary valuation in the fragmented and ephemeral environment of cyberspace. We seek to understand the process of techno-cultural transformation in which the selection of those who deserve greater visibility in public space is no longer the sole responsibility of powerful discursive centers, and passes to be further mediated by the users who are often also producers, prosumers.
Keywords: Criticism; cyberculture; emergence; confusional communication; multitude.
Palavras-chave: Crítica; cibercultura; emergência; comunicação confusional; multidão.
ABSTRACT: This paper proposes to think the new forms of criticism and cultural and literary valuation in the fragmented and ephemeral environment of cyberspace. We seek to understand the process of techno-cultural transformation in which the selection of those who deserve greater visibility in public space is no longer the sole responsibility of powerful discursive centers, and passes to be further mediated by the users who are often also producers, prosumers.
Keywords: Criticism; cyberculture; emergence; confusional communication; multitude.
Research Interests: Web 2.0, Social Media, Cibercultura, Literatura, Comunicação Social, and 16 moreRedes Sociais, Literatura Comparada, Wiki, Marketing Digital, Literatura Digital, Assessoria de Governo, Literatura e Multidão, Geolocalização, Comunicação Governamental, Marketing Político Mídias Digitais, Internet, Emergência e crítica, Crise da crítica, Comunicação e crítica, Cibercultura e literatura, and Literatura e redes
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