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  • Professor de Língua, Cultura e Literatura Japonesa da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -- UFRGS, atuando no ... moreedit
  • Rita Terezinha Schmidt, UFRGS, Takahiko Tanaka, Hitotsubashi Daigakuedit
ETTE, OTTMAR; CUNHA, ANDREI DOS SANTOS; NEUMANN, GERSON ROBERTO. Interview mit Prof. Dr. Ottmar Ette. REVISTA BRASILEIRA DE LITERATURA COMPARADA, v.25, p.180–188, 2023.
CUNHA, Andrei S.; ZITTO, B. C. Escrita e poesia: notas sobre o ideograma. In: Cosmos Littera, Entre ilhas e continentes pelas Literaturas do mundo.1 ed. Porto Alegre: Bestiário, 2023, p. 87-113.
Research Interests:
GUERINI, A. ; Marlova Aseff . Andrei dos Santos Cunha (verbete). DITRA -- Dicionário de tradutores literários no Brasil. Florianópolis: Núcleo de Pesquisas em Literatura e Tradução, 2020 (verbete). Disponível em:... more
GUERINI, A. ; Marlova Aseff . Andrei dos Santos Cunha (verbete). DITRA -- Dicionário de tradutores literários no Brasil. Florianópolis: Núcleo de Pesquisas em Literatura e Tradução, 2020 (verbete). Disponível em: <https://www.dicionariodetradutores.ufsc.br/pt/AndreiDosSantosCunha.htm>. Acesso em: 16 dez. 2022.
Andrei dos Santos Cunha atuou desde jovem no ensino de línguas. Desde 2010, é professor de língua, literatura, cultura e tradução no Bacharelado em Letras-Tradutor Português e Japonês da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e desde 2018 no Programa de Pós-Graduação em Letras da UFRGS. Está credenciado para atuar como tradutor juramentado e intérprete comercial de japonês, francês e inglês. Andrei vem de uma família muito próxima ao universo literário, com pai e mãe professores de literatura. Aos vinte anos, foi fazer graduação no Japão com bolsa do Ministério da Educação japonês. Viveu sete anos em Tóquio, onde fez seus estudos integralmente em japonês. Envolveu-se em seu primeiro projeto de tradução por acaso, quando se tornou membro do fã-clube de um grupo japonês de música pop (Pizzicato Five), o que o levou a traduzir, entre 1996 e 2000, cerca de 200 letras de canções do japonês para o inglês.
APTER, Emily; ASEFF, Marlova; CUNHA, Andrei dos Santos; NEUMANN, Gerson Roberto. Interview with Prof. Dr. Emily Apter. Rev. Bra. Lit. Comp., Porto Alegre, v. 24, n. 47, p. 139-150, set./dez., 2022.
Este trabalho se dedica a apresentar subsídios para um relato histórico-crítico sobre a contribuição de Tania Franco Carvalhal (1943-2006) para a construção de uma crítica literária genuinamente latino-americana. Seguindo esse desafio,... more
Este trabalho se dedica a apresentar subsídios para um relato histórico-crítico sobre a contribuição de Tania Franco Carvalhal (1943-2006) para a construção de uma crítica literária genuinamente latino-americana. Seguindo esse desafio, apresentamos brevemente sua trajetória como uma das primeiras mulheres brasileiras a ser docente universitária de pós-graduação e pesquisadora, bem como sua atuação para a construção de associações nacionais de Literatura Comparada, com destaque para seu papel na criação e desenvolvimento da Associação Brasileira de Literatura Comparada (ABRALIC). Buscamos também apresentar elementos que possibilitem melhor compreender as contribuições teórico-críticas de Carvalhal ao campo dos estudos literários. Para isso, dialogamos com os estudos de Coutinho (2006), Rebello (2007) e Pedroso Júnior (2016), acrescentando a eles perspectivas contemporâneas, depoimentos recentes ao projeto Memória da ABRALIC (2020) e informações compiladas por meio de consultas a periódicos acessíveis digitalmente. Ao fim, sugerimos encaminhamentos futuros para os temas propostos. Palavras-chave: Tania Carvalhal; literatura comparada; crítica literária latino-americana.
CUNHA, Andrei. Literatura japonesa. In: KONDO, André (org.). O Japão no papel: breve guia da cultura japonesa. Jundiai / São Paulo: Telucazu / Associação Cultural e Literária Nikkei Bungaku do Brasil, 2022. p. 33-37.
CUNHA, A.; REIS, L. P. DOS. Um diálogo estético entre a bossa nova e o haicai. Signo, v. 47, n. 89, p. 82-94, 30 jun. 2022. O presente trabalho pretende apresentar um diálogo histórico e estético entre a bossa nova brasileira e o haicai... more
CUNHA, A.; REIS, L. P. DOS. Um diálogo estético entre a bossa nova e o haicai. Signo, v. 47, n. 89, p. 82-94, 30 jun. 2022. O presente trabalho pretende apresentar um diálogo histórico e estético entre a bossa nova brasileira e o haicai japonês. Pormenores relativos aos ideais artísticos e às sociedades vigentes na época de surgimento dessas artes, assim como métodos de composição associados à economia de termos e à imagética, serão pontos estruturantes deste estudo. Propomos também a análise comparativa entre três haicais e quatro letras de bossa nova, visando ilustrar a aproximação entre os gêneros artísticos, bem como demonstrar a existência de pontos de similaridade. Para auxiliar na análise, trazemos as reflexões de Zumthor (2018), que associam a recepção à performance e pensam o leitor, durante o ato de leitura, como o lugar onde, de fato, é concebido o "literário".
Os tradutores Andrei Cunha e Vinícius Ritter relatam a experiência conjunta de construir um texto de chegada em português a partir do romance "O olho nu", de Yoko Tawada. A partir das versões em japonês e alemão desse texto, os autores... more
Os tradutores Andrei Cunha e Vinícius Ritter relatam a experiência conjunta de construir um texto de chegada em português a partir do romance "O olho nu", de Yoko Tawada. A partir das versões em japonês e alemão desse texto, os autores desse ensaio revelam a riqueza de “EscreverEntreMundos”, que acaba por produzir uma “literatura sem morada fixa”. No relato de sua tradução ainda em andamento, Andrei e Vinícius mostram não apenas as reveladoras surpresas que é possível encontrar em sua atividade, mas também como as propriedades intrínsecas a cada língua de partida (neste caso o japonês e o alemão) necessariamente estão no efeito que produz o texto de chegada no leitor em português. Um dos achados desse texto, e não o menor, é mostrar como essa escritora exófona revela, ao produzir um texto em que duas línguas se iluminam de maneira recíproca, que toda tradução é uma negociação complexa entre diversos sistemas de signos.
CUNHA, Andrei dos S.; ZITTO, Bruno Costa. Subsídios para uma história da literatura japonesa em tradução no Brasil. In: FERREIRA, Rony Márcio Cardoso; SÁ, Michele Eduarda Brasil de (orgs.). Escritores e tradutores na literatura... more
CUNHA, Andrei dos S.; ZITTO, Bruno Costa. Subsídios para uma história da literatura japonesa em tradução no Brasil. In: FERREIRA, Rony Márcio Cardoso; SÁ, Michele Eduarda Brasil de (orgs.). Escritores e tradutores na literatura brasileira: perspectivas contemporâneas. Campo Grande: UFMS, 2021, p. 104-143. Neste texto, pretendemos recuperar alguns momentos da história da literatura japonesa traduzida no Brasil. Sendo o japonês no Brasil uma língua de herança, mas não hegemônica — ou seja, alijada daquilo que tradicionalmente se considera como cultura de prestígio —, sua literatura, tanto clássica como contemporânea, só começou a ser traduzida no país após a Segunda Grande Guerra. Uma parte do presente estudo está baseada nos achados de nosso projeto de pesquisa, “Literatura japonesa em tradução”, que se encontra ainda em andamento na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Iniciado em 2012, como um levantamento de obras de literatura japonesa traduzidas e publicadas comercialmente no Brasil e registrado oficialmente em 2016, o projeto foi se expandindo ao longo dos anos, contando com a colaboração, em diferentes momentos, de dois pesquisadores e de quatro bolsistas de iniciação científica. A geração de dados tem por objetivo reunir subsídios para uma história da literatura japonesa em tradução no Brasil e contribuir para o crescente debate acadêmico sobre a história brasileira da tradução literária.
Com base nas ideias de Meschonnic (1980), que propõem pensar a tradução como uma prática teórica, o presente artigo busca apresentar, através da produção de quatro traduções comentadas de poemas de Matsuo Bashô para o português... more
Com base nas ideias de Meschonnic (1980), que propõem pensar a tradução como uma prática teórica, o presente artigo busca apresentar, através da produção de quatro traduções comentadas de poemas de Matsuo Bashô para o português brasileiro, uma elaboração teórica de tradução do gênero poético japonês chamado haicai que considere aspectos comportamentais e biográficos do poeta, assim como perspectivas intrínsecas à poética do Japão. Definida a partir do conceito de dô (道), essa poética comportamental observa preceitos artísticos tradicionais do Japão, tais como a inexistência do eu lírico e a percepção da arte como instrumento para uma evolução espiritual, com o intuito de produzir textos que melhor dialoguem com a tradição e os ideais estéticos que influenciaram a obra de Matsuo Bashô. O princípio de Meschonnic de que devemos Miguilim-Revista Eletrônica do Netlli | v. 10, n. 4, p. 1483-1499, nov.-dez. 2021 considerar o texto como situado em um lugar social, linguístico e histórico age para localizar as traduções dentro do contexto ocupado pelo haicai na literatura brasileira, assegurando que os aspectos da poética japonesa ressaltados possam ser compreendidos como tendo valor estético dentro dos textos em português.
Ao longo de sua história como clássico em tradução no Ocidente, O Livro de Travesseiro de SEI Shônagon teve sua integridade textual frequentemente desrespeitada, sendo reenquadrado para acomodar os objetivos de cada tradutor. O filme de... more
Ao longo de sua história como clássico em tradução no Ocidente, O Livro de Travesseiro de SEI Shônagon teve sua integridade textual frequentemente desrespeitada, sendo reenquadrado para acomodar os objetivos de cada tradutor. O filme de Peter GREENAWAY pode ser criticado por inadvertidamente reproduzir esse “orientalismo de segunda mão”, em sua representação da cultura e literatura japonesa. Por outro lado, abordagens mais idealizadas do ato tradutório e do conceito de fidelidade não dão conta dos processos criativos de adaptação e reescrita artística. É necessário buscar uma abordagem teórica que integre os estudos de tradução e de adaptação, para que se possa compreender melhor como culturas e códigos diferentes interagem no contexto de um filme. Palavras-chave: O Livro de Cabeceira – Tradução – Gênero – Fidelidade – Adaptação – Orientalismo. Throughout its history as a translated classic in the West, SEI Shônagon’s The Pillow Book has time and again had its textual integrity disr...
CUNHA, Andrei. Quem traduz literatura japonesa no Brasil. Caderno de Sábado (CS), Correio do Povo, Porto Alegre: p. 2, 10/10/2020.
CUNHA, Andrei. Do travesseiro de um tradutor. Parêntese, n. 88. ago. 2021. LUCENA, Karina (org.). Série “Tradutores pensam a tradução”. Disponível em:... more
CUNHA, Andrei. Do travesseiro de um tradutor. Parêntese, n. 88. ago. 2021. LUCENA, Karina (org.). Série “Tradutores pensam a tradução”. Disponível em: <https://www.matinaljornalismo.com.br/parentese/traducao/do-travesseiro-de-um-tradutor/>. Acesso em: 14 ago. 2021.
1 Introdução Este trabalho pretende analisar o mangá Koe no Katachi (声の形, "a forma da voz"), da autora japonesa Yoshitoki Ōima, visando a reflexão no que diz respeito ao retrato da integração de alunos surdos em escolas de maioria... more
1 Introdução Este trabalho pretende analisar o mangá Koe no Katachi (声の形, "a forma da voz"), da autora japonesa Yoshitoki Ōima, visando a reflexão no que diz respeito ao retrato da integração de alunos surdos em escolas de maioria ouvinte, no Japão e no Brasil. Utilizando como corpus o primeiro e o quarto volume da série em quadrinhos-tanto a edição japonesa (OIMA, 2013) como a brasileira (OIMA, 2017)-, pretendemos estabelecer um vínculo entre o real e a ficção, de forma a identificar no mangá as atitudes de alunos e professores que refletem a cultura de inclusão ou exclusão no ambiente escolar, a partir dos conceitos obtidos na consulta bibliográfica (MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO, 2008; SASSAKI, 2005). O trabalho consiste em uma pesquisa bibliográfica e documental acerca da situação atual do ensino de surdos no Japão, comparada com a representação dessa realidade no mangá. O corpus documental é baseado principalmente na Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994), que tem como objetivo oferecer diretrizes básicas para o estabelecimento de um sistema inclusivo de educação. Com enfoque nas falhas de abordagem da escola retratadas na obra, este trabalho busca analisar ainda quais seriam as alternativas que poderiam ser empregadas em casos reais semelhantes ao da personagem Nishimiya. Dessa forma, é possível refletir sobre a educação japonesa de surdos em escolas de ouvintes através da narrativa, repensando não apenas as práticas pedagógicas como também as institucionais da sociedade.
CUNHA, Andrei; OLIVEIRA, Ariel; BUSS, Michelle. A invenção do haicai moderno. In: CUNHA, Andrei; SCHMITT-PRYM, Roberto. SHIKI, inventor do haicai moderno. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2021. p. 7–30. No Brasil, o haicai é, ao mesmo... more
CUNHA, Andrei; OLIVEIRA, Ariel; BUSS, Michelle. A invenção do haicai moderno. In: CUNHA, Andrei; SCHMITT-PRYM, Roberto. SHIKI, inventor do haicai moderno. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2021. p. 7–30. No Brasil, o haicai é, ao mesmo tempo, um elemento da nossa modernidade e venerado como a mais tradicional expressão da poética japonesa. Se hoje se escreve haicai nas mais diversas línguas, se o gênero sobrevive com força em inúmeras culturas, isso se deve em grande parte ao esforço de um poeta japonês: Masaoka Shiki (1867–1902). O presente livro busca apresentar ao leitor brasileiro esse poeta e crítico de haicai, responsável pela reinvenção da forma poética para o século XX — período no qual o haicai deixou de ser uma prática isolada da literatura japonesa e passou a ser um artefato estético presente nas mais diferentes culturas do mundo. Ao rejeitar os fazeres tradicionais das escolas de haicai de sua época, Shiki transformou o pequeno poema de três versos de 5-7-5 sílabas em uma espécie de sketch pictórico da vida real, ou ainda em um registro (pretensamente “sem ornamentos”) do instante, à maneira da fotografia. Devido a seu caráter (aparentemente) simplista, tanto a fotografia como o haiku de Shiki parecem convidar o desprezo do crítico desavisado que atribui uma falta de elaboração, uma ausência de artifício, ao fazer do haicaísta ou ao clique do fotógrafo. Ora, a argumentação em favor do haicai observado do cotidiano é praticamente a mesma que se apresenta em defesa da fotografia: a arte está no efeito de destaque que o retrato confere à coisa retratada. O ato de selecionar algo para o tópico do poema (ou para o objeto da lente) torna a coisa mais nua, mais expressiva, mais abstrata do que se observada em seu contexto; e essa descontextualização, esse gesto tão moderno de retirada do objeto do lugar onde se encontrava, para expô-lo enquadrado em uma moldura, ou feito linguagem no parco limite de uma métrica curta, confere novos significados, surpresas e associações às mais humildes realidades.
Panorama das traduções brasileiras de poesia japonesa.
CUNHA, Andrei. A poesia japonesa no Brasil. Fundação Japão em São Paulo [site]. São Paulo: FJSP, 2021. Disponível em: https://fjsp.org.br/traducaoemfoco_andrei_cunha/. s/p.
A imaginação da catástrofe tem uma longa história na cultura japonesa. A começar pelo Kojiki (século VIII), os desastres naturais foram associados aos deuses e vários rituais foram desenvolvidos para tentar aplacar a fúria da natureza.... more
A imaginação da catástrofe tem uma longa história na cultura japonesa. A começar pelo Kojiki (século VIII), os desastres naturais foram associados aos deuses e vários rituais foram desenvolvidos para tentar aplacar a fúria da natureza. Essa conceptualização da natureza como algo provido de personalidade, majestosa e temível, é retomada nas artes — seja no século XIX, na obra de Hokusai, como no século XX, em filmes como Godzilla ou nos títulos do Estúdio Ghibli. Kamo no Chômei, no século XII, busca refletir sobre as catástrofes como indícios da fragilidade da condição humana. A natureza, no Japão, não é vista como um inimigo a ser aniquilado — ainda que seja respeitada como perigosa e formidável. A guerra, as epidemias e a destruição do meio-ambiente são temas recorrentes da literatura japonesa, a começar pelos autores imbuídos do conceito de mappô, na Idade Média, até os dias de hoje, na obra de escritoras como Ogawa Yôko, por exemplo — sem esquecer importantes nomes, como Ibuse Masuji, Ôe Kenzaburô e Miyazawa Kenji. As atitudes japonesas tradicionais e as reflexões contemporâneas sobre esses temas são um interessante tópico a abordar nesta era em que vivemos, quando o luto, a catástrofe e o desequilíbrio do meio-ambiente são cada vez mais fenômenos de alcance global.
Palavras-chave: catástrofe, cultura japonesa, pandemia, luto coletivo, concepção de natureza
CUNHA, A. A cultura japonesa e a imaginação da catástrofe. São Paulo: Fundação Japão, 2020. Disponível em: <https://fjsp.org.br/estudos-japoneses/artigo/cultura_japonesa_e_imaginacao_catastrofe/>. Acesso em: 5 ago. 2020.
Resumo: Neste trabalho pretendo analisar o sentido de leitura oriental dos quadrinhos japoneses, mangás, e como ele pode interferir no processo de tradução devido às especificidades estruturais da obra que estão diretamente relacionadas à... more
Resumo: Neste trabalho pretendo analisar o sentido de leitura oriental dos quadrinhos japoneses, mangás, e como ele pode interferir no processo de tradução devido às especificidades estruturais da obra que estão diretamente relacionadas à estrutura da língua japonesa. Mangá é um tipo de obra articulada junto a uma língua cujo sistema de escrita possui ideogramas e sentido de leitura vertical da direita para esquerda, contrastando duplamente com o sistema ocidental que é horizontal e da esquerda para direita. Assim, no caso de manter-se fiel à ordem dos quadros, tem-se um sentido de leitura dentro dos balões de fala (da esquerda para direita) que é inverso ao sentido de leitura fora dele, entre os quadros (da direita para esquerda) e a adequação do nosso sistema de escrita a esse espaço pré-determinado é ainda mais dificultada pela diferença do número de caracteres utilizado no sistema fonético do português. Pela teoria das deformações de Berman (2012), seria possível perceber essa dificuldade na tradução do gênero como uma deformação, destruição, do ritmo do texto. Foi justamente essa distorção no ritmo do texto do mangá, abrigando sistemas de escrita incompatíveis com sua estrutura, que ocasionou a insegurança editorial das primeiras publicações do gênero no Ocidente. Palavras-chave: Tradução. História em Quadrinhos. Língua Japonesa. Mangá.
Abstract: In this work I intend to analyze the East Asian reading orientation of the Japanese comics, manga, and how it can interfere in the translation process due to the structural specificities of these comics that are directly related to the Japanese language structure. Manga is a type of artistic work articulated next to a language whose writing system has ideograms and vertical reading orientation, from right to left, contrasting with the western system that is horizontal and from left to right. Thus, if the translation remains faithful to the order of the panels, it has a sense of reading inside the speech bubble (from left to right) which is the opposite of the reading direction between panels (from right to left) and the adequacy of our writing system to this predetermined space is further hampered by the difference in the number of characters used in the Portuguese phonetic system. According to Berman's translation theory of deformations (2012), it would be possible to perceive this difficulty in the translation of the genre as a deformation of the rhythm of the text. It was precisely this distortion in the rhythm of the manga text, dealing with foreign writing systems incompatible with its original structure, which caused the editorial insecurity of the first translated publications of the genre in the West.
CUNHA, Andrei S. Introdução. In: CUNHA, Andrei S. Cem poemas de cem poetas -- a mais querida antologia poética do Japão. Porto Alegre: Bestiário/Class, 2019. p. 9-40. ISBN: 9788594187673. Tradução comentada de Cem poemas de cem poetas... more
CUNHA, Andrei S. Introdução. In: CUNHA, Andrei S. Cem poemas de cem poetas -- a mais querida antologia poética do Japão. Porto Alegre: Bestiário/Class, 2019. p. 9-40. ISBN: 9788594187673. Tradução comentada de Cem poemas de cem poetas (Ogura Hyakunin Isshu). Edição bilíngue, com texto em japonês e transcrição, inclui introdução de 27 páginas, ilustrações de Arakawa Kamejirô, chaves de leitura individuais para cada poema e biografia de todos os cem poetas, bem como apêndice, glossário e índice remissivo.  Cem poemas de cem poetas é uma coletânea organizada pelo poeta e crítico literário Fujiwara no Teika (1162–1241). É ainda hoje a mais querida e conhecida antologia poética japonesa, ocupando esse status desde que foi composta, quase oitocentos anos atrás. Teve um papel decisivo na formação do senso estético japonês: seus poemas são tema de incontáveis pinturas, peças teatrais, objetos de decoração, canções, filmes, padrões têxteis, xilogravuras, ilustrações e muitas outras manifestações artísticas. Disponível em: http://www.bestiario.com.br/livros/100poemas.html
This text has two parts. First, we present a Japanese writer, Tawada Yôko, and one of her books, Wo Europa Anfängt & Ein Gast, published in Germany in 2014. Tawada was born in Japan, and writes in Japanese and German – German being the... more
This text has two parts. First, we present a Japanese writer, Tawada Yôko, and one of her books, Wo Europa Anfängt & Ein Gast, published in Germany in 2014. Tawada  was born in Japan, and writes in Japanese and German – German being the language of the country where she chose to live her adult life. Wo Europa Anfängt & Ein Gast includes prose texts and a series of fourteen poems, presented in Japanese and German,  which have never been published in Japan. Among the main themes of this collection, we may find: the concept of “host”, associated with that of the foreigner and the bodies of other living organisms; the cycle of life and destruction; the flowing and penetrable nature of language; war and its ghosts; the female body as the source of all life. Another important theme is “exophony”, a concept dear to the author – a "literature that is made outside the mother tongue”. We propose a discussion of this concept, associating it with political questions, as well as issues of identity and translation. After a brief account of our translation process and a discussion of some linguistic and literary conceptions we find in the works of Tawada, the second part of the essay presents the translation to Brazilian Portuguese of the 14 poems that are included in the book, side by side with the texts in German and Japanese.

O presente texto é dividido em duas partes. Na primeira, apresentamos uma autora japonesa, Tawada Yôko, e um livro seu, Wo Europa anfängt & Ein Gast, publicado na Alemanha em 2014. Tawada é uma autora japonesa que publica obras literárias tanto em japonês como em alemão, língua do lugar onde escolheu viver sua vida adulta. O livro em questão inclui textos em prosa e uma sequência de quatorze poemas, apresentados em japonês e alemão, e nunca publicados no Japão. Dentre os principais temas dos poemas, podemos citar a ideia de “hóspede”, associada tanto ao estrangeiro como a corpos que vivem em outros organismos; o ciclo da vida e da destruição; o caráter fluido e penetrável da língua; a guerra e seus fantasmas; o corpo da mulher como origem da vida. Outro tema importante desses poemas é o conceito, caro à autora, de “exofonia”, ou “literatura que se faz do lado de fora da língua materna”. Propomos uma discussão desse conceito, associando-o a questões políticas, identitárias e tradutórias. Após um breve relato do nosso processo de tradução e de algumas concepções linguísticas e literárias que encontramos em Tawada, apresentamos, na segunda parte, os poemas traduzidos para o português do Brasil, lado a lado com os textos de partida em alemão e japonês.
International Relations and Comparative Literature studies emerged as academic disciplines between the late 19th century and the end of the First World War as attempts to systematize human knowledge about cultural and political issues... more
International Relations and Comparative Literature studies emerged as academic disciplines between the late 19th century and the end of the First World War as attempts to systematize human knowledge about cultural and political issues related to the world. Although imperfect and subordinate to limited Eurocentric worldviews, these disciplines represented a major advance, since they suggested that there were common traits between world literature and international relations, as well as a specificity in the way political actors and literary authors behaved in the international sphere. The purpose of this essay is to point out some of these common traits with a view to building a more intense and deliberate future dialogue between the disciplines of Comparative Literature and International Relations.
CUNHA, Andrei S.; LUZ, C. K. . Weltliteratur e Realpolitik: algumas questões de pesquisa sobre as interfaces entre Relações Internacionais e Literatura Comparada. In: Congresso Internacional ABRALIC 2018, 2018, Uberlândia. Anais do Congresso Internacional ABRALIC 2018, 2018. v. 1. p. 1-9.
Grande parte da obra da escritora belga Amélie Nothomb possui forte teor autobiográfico e privilegia aspectos como figurações identitárias, relações de alteridades ou contextos de culturas em contato, relacionados à sua própria... more
Grande parte da obra da escritora belga Amélie Nothomb possui forte teor autobiográfico e privilegia aspectos como figurações identitárias, relações de alteridades ou contextos de culturas em contato, relacionados à sua própria experiência: a autora nasceu no Japão e fala fluentemente o japonês. Medo e submissão (NOTHOMB, 2001), que recebeu da Academia Francesa o prêmio de melhor romance, narra o período de um ano durante o qual a protagonista belga Amélie, nascida no Japão, retorna a esse país após seus estudos universitários para trabalhar como intérprete em uma grande empresa sediada em Tóquio. O livro é em parte um exercício estilístico nos moldes do classicismo francês, com elementos de comédia de costumes, Bildungsroman e narrativa de viagem. O jogo entre texto confessional e ficção problematiza a fronteira com a autobiografia. Além disso, o livro faz referência implícita a uma longa tradição francófona de textos orientalistas que, desde Loti (1888) e passando por Claudel (1927), Duras (1959), Barthes (1970), Yourcenar (1980) e Butor (1995), imaginam o corpo europeu em contato com o Outro japonês. Em 2003, o cineasta francês Alain Corneau lança o longa-metragem Stupeur et Tremblements. A obra audiovisual retoma os elementos farsescos do texto literário, adicionando ao trabalho da escritora novas camadas de sentido, ao criar para a Amélie do cinema uma identidade que se descola deliberadamente da persona que Nothomb apresenta em público — seja na mídia, seja nos ensaios fotográficos para as capas de seus livros.
CUNHA, Andrei S.. A ideia de ideograma e a intermidialidade no Ocidente. REVISTA ELETRÔNICA ARATICUM, v. 17, p. 1-15, 2018. O presente trabalho apresenta algumas questões relacionadas à ideia de ideograma e de sua importância para o... more
CUNHA, Andrei S.. A ideia de ideograma e a intermidialidade no Ocidente. REVISTA ELETRÔNICA ARATICUM, v. 17, p. 1-15, 2018.
O presente trabalho apresenta algumas questões relacionadas à ideia de ideograma e de sua importância para o imaginário ocidental, em especial para o surgimento da ideia de intermidialidade no cinema e na poesia. Para os artistas brasileiros e da tradição ocidental citados neste texto, a " ideia de ideograma " remete a um retorno a formas mais diretas e visuais de expressão. No entanto, a maneira como o ideograma funciona nas escritas chinesa e japonesa é diferente de como esses autores imaginam que ele se articule. Da mesma forma, a poesia chinesa e japonesa não fazem uso daquilo que Pound denominou o " método ideogramático " , que talvez possa ser melhor compreendido como uma questão da poética ocidental e limitada ao âmbito do modernismo.

This text presents some issues related to the idea of ideographic writing in the imagination of Western authors, especially its importance in early examples of intermediality in cinema and poetry. To Brazilian and Western artists mentioned in this text, the " idea of the ideogram " evokes more direct and visual forms of expression. However, the way ideograms work in Chinese and Japanese writing is different from the way Western writers imagine they do. At the same time, Chinese and Japanese poetry does not make use of any kind of " ideogrammic method " , such as described in Pound's works. In this sense, the idea of ideographic writing could be described as a poetic issue of the West, and probably limited to the 20 th century avant garde.
Research Interests:
RESUMO: Busca-se apresentar alguns temas relacionados à ideia de " categoria " na obra de Sei Shônagon e de outros autores que podem ser postos em diálogo com seu livro. Borges, um de seus tradutores, tem em comum com ela uma atitude... more
RESUMO: Busca-se apresentar alguns temas relacionados à ideia de " categoria " na obra de Sei Shônagon e de outros autores que podem ser postos em diálogo com seu livro. Borges, um de seus tradutores, tem em comum com ela uma atitude poética e lúdica com relação aos sistemas de organização intelectual de sua época: para ele, as enciclopédias e o orientalismo europeu; para ela, as antologias poéticas imperiais e os dicionários e tratados chineses e japoneses baseados na cultura letrada chinesa. ABSTRACT: This text aims to present some themes related to the idea of " category " in the work of Sei Shônagon and other authors that dialogue with her book. Borges, one of her translators, has in common with the author of The Pillow Book a poetic and playful attitude towards the systems of intellectual organization of his time: for him, encyclopedias and European Orientalism; for her, the imperial anthologies and the Chinese and Japanese dictionaries and treatises based on Chinese literary culture.
Research Interests:
CUNHA, Andrei S.; KANASHIRO, VICTOR . O escritor que perdeu as graças do mercado (mas depois recuperou): Mishima e a norma tradutória brasileira. In: KIKUCHI, W. (Org.). Língua, Literatura e Cultura Japonesa: Comemoração aos 50 anos da... more
CUNHA, Andrei S.; KANASHIRO, VICTOR . O escritor que perdeu as graças do mercado (mas depois recuperou): Mishima e a norma tradutória brasileira. In: KIKUCHI, W. (Org.). Língua, Literatura e Cultura Japonesa: Comemoração aos 50 anos da Habilitação em Japonês do Curso de Letras da FFLCH-USP. São Paulo: Humanitas, 2016. p.67–105. ISBN: 978-85-7732-325-3.
Research Interests:
CUNHA, Andrei S. Unidades não submergíveis. In: NEUMANN, G.; CUNHA, A.S.; FERREIRA, C.; BITTENCOURT, R.. (Org.). Arquipélagos -- estudos de literatura comparada. 1ed. Porto Alegre: Class, 2018, v. , p. 131-150. A vida nas ilhas marca a... more
CUNHA, Andrei S. Unidades não submergíveis. In: NEUMANN, G.; CUNHA, A.S.; FERREIRA, C.; BITTENCOURT, R.. (Org.). Arquipélagos -- estudos de literatura comparada. 1ed. Porto Alegre: Class, 2018, v. , p. 131-150.

A vida nas ilhas marca a literatura dos que nelas escrevem? E dos que sonham com elas? Seria um pouco ocioso tentar descobrir, numa indagação pseudoantropológica, à la Montesquieu, se existe algo a ser definido como "literatura insular" (numa época em que nem "literatura" já tem definição extrapolável). A insula latina, origem de nossa palavra "isolamento", aponta para a ideia de exílio e solidão. O caractere sino-japonês para ilha, 島, shima, com toda a sonoridade pesada que associamos a Hiroxima, é também uma combinação visual dos símbolos de pássaro e de montanha, remetendo ao idílico e ao idealizado. A ilha ressurge em diferentes vagas, tsunamis e marés da literatura de todos os lugares: como tema, como fantasia, como metáfora, como destino. A ilha pode ser o lugar da opressão e do silenciamento. Ela pode igualmente ser metáfora da nação. Por sua vez, o arquipélago, carrefour de culturas, constelação de além-mares, é também um modelo importante para a ideia mesma de uma Weltliteratur. CUNHA, Andrei S.. Unidades não submergíveis. In: NEUMANN, G.; CUNHA, A.S.; FERREIRA, C.; BITTENCOURT, R.. (Org.). Arquipélagos -- estudos de literatura comparada. 1ed. Porto Alegre: Class, 2018, v. , p. 131-150.
CUNHA, A.; INDRUSIAK, E. Serguei no México: Greenaway e a Representação Pós-Moderna do Artista Queer. Ilha do Desterro, v.70, p.221-232, 2017. In his film Eisenstein in Guanajuato (2016), British director Peter Greenaway pays homage to... more
CUNHA, A.; INDRUSIAK, E. Serguei no México: Greenaway e a Representação Pós-Moderna do Artista Queer. Ilha do Desterro, v.70, p.221-232, 2017.
In his film Eisenstein in Guanajuato (2016), British director Peter Greenaway pays homage to Soviet filmmaker Sergei Eisenstein, a pioneer who helped to create the language of film. The biopic focuses on Eisenstein's stay in Mexico. The film is also a meditation on Greenaway's own aesthetic choices. Throughout his career, Greenaway has made extensive use of intermedia, expanding the vocabulary of " ideogrammic montage " , a theory of film editing first proposed by Eisenstein himself. The biopic, as a genre, became over time a platform that allows for the domestication of the figure of the artist or author and for the representation of the creative process as a purging act of the creative body. Greenaway subverts expectations regarding the biopic genre by shunning realism when representing the artist and by associating a queer identity and Eisenstein's body to the artist's processes of sensorial exploration and aesthetic development.
Research Interests:
Traditionally, the association of the pen with the masculine has had its historical counterpoint in the recurrence of image of the blank page associated with the feminine. Gubar (1981), when analyzing a short story by Karen Blixen ([1957]... more
Traditionally, the association of the pen with the masculine has had its historical counterpoint in the recurrence of image of the blank page associated with the feminine. Gubar (1981), when analyzing a short story by Karen Blixen ([1957] 1991), proposes that feminine creativity comes with an " anxiety of authorship ". Female authorship is a verifiable phenomenon in the way female writers and translators reread the texts of women who came before them, as if words, when woven together, could create a community of texts. This community is comparativist and international, as it includes authors from different eras and cultures. In The Pillow Book, Peter Greenaway's 1996 film, which is an adaptation of Sei Shônagon's The Pillow Book (X–XI centuries), we find the metaphors of text-textile and body-page both as a tribute to the old Japanese text, and as a meditation upon postmodern theoretical issues, which the filmmaker has staged in many of his films. The film The Pillow Book can be read as an expansion of Susan Gubar's reflections upon the metaphor of the blank page.

Resumo: Tradicionalmente, a ideia de que a caneta se identifica com o masculino tem seu contraponto histórico na recorrência da imagem da página em branco associada ao feminino. Gubar (1981), ao analisar um conto de Karen Blixen ([1957] 1991), propõe que a criatividade feminina está associada a uma " ansiedade da autoria ". A autoria feminina é um fenômeno verificável na maneira como escritoras e tradutoras retomam os textos de mulheres que vieram antes delas, como se a trama da palavra engendrasse uma comunidade de textos, a qual, por sua vez, é comparatista e internacional, pois inclui autoras de diferentes épocas e culturas. Em O Livro de Cabeceira, filme de Peter Greenaway, de 1996, que é uma adaptação de O Livro de Travesseiro, de Sei Shônagon (séculos X–XI), reencontramos as metáforas do texto-têxtil e do corpo-página, presentes tanto como um eco do texto japonês antigo, como de questões teóricas da pós-modernidade, que o diretor encenou em muitos de seus filmes. O filme O Livro de Cabeceira pode ser lido como uma expansão das reflexões de Susan Gubar sobre a página em branco.
Research Interests:
Esta é uma tentativa de discutir, por meio de exemplos da literatura japonesa clássica, moderna e contemporânea, alguns aspectos da representação literária da natureza. Acredita-se geralmente que a cultura do Japão é um culto da natureza,... more
Esta é uma tentativa de discutir, por meio de exemplos da literatura japonesa clássica, moderna e contemporânea, alguns aspectos da representação literária da natureza. Acredita-se geralmente que a cultura do Japão é um culto da natureza, com raízes na religião nativa e em seus mitos, o que poderia levar uma maior consciência ecológica. No entanto, esse nexo causal é muito difícil de ser verificado. O conceito de “natureza secundária” de Shirane é usado para explicar por que as visões tradicionais da natureza tendem a ser estilizadas e modificadas para acomodarem os valores da sociedade. Ao mesmo tempo, uma leitura atenta dos preceitos budistas encontrados nos escritos de autores como Kamo no Chômei  e Miyazawa Kenji pode nos ajudar a encontrar os elementos ideológicos presentes na literatura do Japão que poderiam ser associados a uma versão pós-moderna, crítica e ecofriendly dos conceitos de literatura e de representação da natureza. PALAVRAS-CHAVE: teoria ecocrítica, budismo, xintoísmo, representações da natureza, poesia japonesa.

This is an attempt to discuss, through examples from classical, modern and contemporary Japanese literature, some aspects of the literary representation of nature. It is commonly believed that Japanese culture is a cult of nature, with roots in native religion and myths, which could have resulted in the development of a national sense of ecologic awareness; however, this may not always be the case, and the existence of a causal link might be difficult to establish. Shirane’s concept of a “secondary nature” is used to explain why traditional views of nature tend to be stylized and modified to accommodate the values of society. At the same time, an appraisal of Buddhist principles found in the writings of authors such as Kamo no Chomei and Miyazawa Kenji might help us find the ideological elements that could help create a postmodern, environment-friendly, version of the concepts of literature and the representation of nature.
Neste artigo, refletimos sobre processos e limites da tradução literária e cultural, vinculados a uma economia geopolítica das representações fortemente euro-norte-americanocêntrica. Para isso, analisamos as trajetórias da tradução e... more
Neste artigo, refletimos sobre processos e limites da tradução literária e cultural, vinculados a uma economia geopolítica das representações fortemente euro-norte-americanocêntrica. Para isso, analisamos as trajetórias da tradução e recepção da obra e da morte do escritor japonês Yukio Mishima no Brasil, argumentando que, ainda que os processos tradutórios possam reproduzir regimes de representação, eles podem também torná-los mais complexos. PALAVRAS-CHAVE: Mishima Yukio. Suicídio. Norma tradutória. Orientalismo. Mishima no Brasil. Literatura japonesa em tradução.

This text attempts to discuss the processes and limits of literary and cultural translations, seen as linked to geopolitical representations centered around the notion of “West” (i.e., Europe and the United States). To this end, we analyze the history of translation and reception of texts by and related to Japanese writer Yukio Mishima in Brazil. We argue that although translational processes may reproduce representational
regimes, they may also make them more complex.
O Livro de Travesseiro, de SEI Shônagon (Japão, séculos X–XI), é um texto que pode ser lido como extremamente moderno: é fragmentário, questiona e reconfigura gêneros e categorias, e se baseia em uma persona/narradora central com uma... more
O Livro de Travesseiro, de SEI Shônagon (Japão, séculos X–XI), é um texto que pode ser lido como extremamente moderno: é fragmentário, questiona e reconfigura gêneros e categorias, e se baseia em uma persona/narradora central com uma presença dramática, individualista, e definida como em permanente crise. São essas características que permitem, por exemplo, que o livro seja retomado pelo cinema na pós-modernidade (GREENAWAY, 1996). Ao mesmo tempo, trata-se de um texto de caráter memorial, autobiográfico e elegíaco, uma homenagem e testemunho de uma época que já se encerrara no momento da escritura. É um texto híbrido, que se encaixa com dificuldade em noções despersonalizadas de autor. MINER (1990) propõe que se leve em conta a poética japonesa como base para uma interpretação da voz autoral dessa época e lugar. A poética japonesa, baseada na lírica, estaria mais próxima do “il n’y a pas de hors-texte” de DERRIDA (1967) do que da “mort de l’auteur” de BARTHES (1968) e FOUCAULT (1969). O presente trabalho busca discutir os pressupostos que permitem ler O Livro de Travesseiro como, por um lado, autoficção, e, por outro, como escrita de testemunho, e como as diferenças entre a maneira de ler no Japão e no Ocidente têm consequências importantes para a nossa concepção de autoria e verdade no texto literário. O texto é discutido a partir de modalidades como narrativa, ficção e testemunho, de maneira a esclarecer como esses conceitos podem se articular na leitura contemporânea de um texto da Antiguidade. PALAVRAS-CHAVE: Sei Shônagon, O Livro de Travesseiro, autoria, texto auto-referencial, autoficção, literatura memorial, autoria feminina.

The Pillow Book of Sei Shônagon (Japan, X–XI centuries) can be categorized as a memoir, an elegy and a tribute to an era that had already ended at the time of its writing. It is a hybrid text that sits uneasily with depersonalized notions of authorship. MINER (1990) proposes to take into account Japanese poetics as the basis for an interpretation of authorial voice within that context. Japanese poetics is based on the lyric genre, and could be described as closer to DERRIDA’s “il n’y a pas de hors-texte” (1967) than to BARTHES’s (1968) and FOUCAULT’s (1969) “mort de l’auteur”. This paper seeks to discuss the assumptions that allow reading The Pillow Book as on the one hand, self-fiction, and on the other hand, as testimonial literature, and how the differences between the uses of reading in Japan and in the West have important consequences for our conception of authorship and truth in the literary text.
RESUMO: O presente ensaio pretende recuperar, por meio de dois exemplos, a presença da cultura japonesa na história da literatura, tradução e atividade editorial brasileira no século XX. Discute-se a chegada do haicai, desembarcado junto... more
RESUMO: O presente ensaio pretende recuperar, por meio de dois exemplos, a presença da cultura japonesa na história da literatura, tradução e atividade editorial brasileira no século XX. Discute-se a chegada do haicai, desembarcado junto com os imigrantes do Kasato Maru ao porto de Santos em 1908, e o boom Mishima dos anos 1980, com o objetivo de identificar, nessas narrativas de contato entre culturas, exemplos de orientalismos brasileiros. Propõe-se uma reflexão sobre o estudo de literatura em universidades brasileiras, que procede como se o confortável rótulo de “ocidental” servisse tão bem ao caso nacional que dispensasse o exame de obras literárias do Japão – quando esse exame ocorre, ele se dá pela via do regionalismo europeu ou do orientalismo norte-americano: da tradução de uma tradução. PALAVRAS-CHAVE: Orientalismo, Japão, Brasil, periferia, pós-colonialismo, tradução, cânone universal.

This essay is an attempt to discuss, through the use of two examples, the presence of Japanese culture in the history of literature, translation and publishing in Brazil in the twentieth century. It discusses the arrival of haiku, brought by Japanese immigrants aboard the Kasato Maru, to the port of Santos in 1908, and the Mishima boom of the 1980s, with the goal of identifying, within the context of these narratives of cultural exchange, examples of Brazilian Orientalisms. It proposes a reflection on the study of literature in Brazilian universities, which proceeds as if the comfortable label of “Western” could be applied as is to the Brazilian case and as if it excused literature scholars from the examination of Japanese literary works. When Japan and its culture are examined at all, they are revealed through the lenses of European regionalism or American Orientalism: as the translation of a translation.
Este texto é uma proposta de reflexão em três partes sobre o tema “roupa” em O Livro de Travesseiro, de Sei Shônagon (Japão, séculos X–XI), discutindo a importância dos fazeres relacionados ao têxtil na sociedade aristocrática japonesa da... more
Este texto é uma proposta de reflexão em três partes sobre o tema “roupa” em O Livro de Travesseiro, de Sei Shônagon (Japão, séculos X–XI), discutindo a importância dos fazeres relacionados ao têxtil na sociedade aristocrática japonesa da Antiguidade; as suas ressonâncias no contexto da moda no século XX; e a maneira como a metáfora escritura-corpo-vestimenta se atualiza e amplifica na adaptação do livro para o cinema. No livro, texto, têxtil e memória se confundem, formando uma metáfora complexa que é também um comentário sobre a condição feminina na Corte Imperial de Heian. A adaptação da obra para o cinema (O Livro de Cabeceira, de Peter Greenaway, 1996) conta com a colaboração do designer desconstrutivista Martin Margiela, e acrescenta novas camadas interpretativas a esse aglomerado de imagens relacionadas aos atos de escrever, tecer, ler, traduzir, adaptar e desconstruir. O caráter fragmentário da obra literária pode ainda ser lido como em diálogo com o jornalismo de moda do século XX. O ideal estético do okashi, da literatura clássica japonesa, encontra eco no conceito de pizzazz, de Diana Vreeland, assim como no esteticismo da poética modernista. A roupa como metáfora do texto e a ideia de que roupa é texto estão presentes nesses três momentos interpretativos. Palavras-chave: quimono, Sei Shônagon, Peter Greenaway, desconstrutivismo, okashi, pizzazz.

This text is a three-part reflection upon the theme of “clothing” as it is found in a literary work of Ancient Japan — on the importance of garment-making skills as a device for the production of difference in the context of the Imperial Court; on how the theme from the book resonates in the context of 20th century fashion; and on how it is brought up to date and amplified, working as a metaphor for writing, in the film adaptation of the ancient text. In The Pillow Book of Sei Shônagon (Japan, 10th–11th centuries), text, textile and memory merge into an extended, web-like metaphor that is also a commentary on the status of women in Imperial Heian. The adaptation of the written work for the cinema (The Pillow Book, by Peter Greenaway, 1996) features clothes by deconstructivist Martin Margiela, adding new interpretative layers to this cluster of images, relating them to the acts of writing, weaving, reading, translating, adapting and deconstructing. The fragmentary character of Sei Shônagon’s work also resonates with fashion journalism of the 20th century. The aesthetic ideal of okashi, a concept from classical Japanese literature, resonates with 20th century conceptions of fashion, such as Diana Vreeland’s pizzazz, and with the aesthetics of modernist poetry. Clothing as a metaphor for text and the idea of clothing as text are present in those three interpretative moments.
Research Interests:
O texto pretende lançar algumas hipóteses sobre a presença da literatura japonesa no polissistema literário do Brasil. Podemos identificar quatro vertentes tradutórias, com normas e lógicas distintas, a partir de critérios como: traduções... more
O texto pretende lançar algumas hipóteses sobre a presença da literatura japonesa no polissistema literário do Brasil. Podemos identificar quatro vertentes tradutórias, com normas e lógicas distintas, a partir de critérios como: traduções diretas ou indiretas; traduções realizadas por iniciativa de nipo-brasileiros ou por tradutores contratados pelas grandes editoras; traduções “artesanais” (Inokuchi, 2009) ou realizadas por tradutores profissionais. PALAVRAS-CHAVE: literatura japonesa, história da tradução no Brasil, tradução cultural, orientalismo.

This text presents some hypotheses about the presence of Japanese literature in the Brazilian literary polysystem. Four different trends are found in this corpus, based on criteria such as: direct or indirect translations; books translated at the initiative of Japanese Brazilians or by translators hired by the big publishing houses; “artisanal” translations (Inokuchi, 2009) or done by professional translators.
O presente trabalho apresenta algumas questões e resultados da pesquisa em andamento intitulada “O Cineasta, o Filósofo, a Escritora e seu Tradutor: presença de Sei Shônagon na obra de Borges, Foucault e Greenaway”. O projeto procura... more
O presente trabalho apresenta algumas questões e resultados da pesquisa em andamento intitulada “O Cineasta, o Filósofo, a Escritora e seu Tradutor: presença de Sei Shônagon na obra de Borges, Foucault e Greenaway”. O projeto procura encontrar os pontos de contato entre a obra do classicismo japonês e a de autores da pós-modernidade ocidental, com foco no filme O Livro de Cabeceira, do cineasta Peter Greenaway (The Pillow Book, 1996). Neste texto, discutem-se alguns elementos intertextuais do filme com relação à literatura e o cinema japoneses, assim como o seu status dentro do contexto da carreira cinematográfica de Greenaway. Palavras-chave: O Livro do Travesseiro, O Livro de Cabeceira, Peter Greenaway, Sei Shônagon, cinema japonês, literatura japonesa.

This text presents some results and questions raised by an ongoing research project, entitled “The Filmmaker, the Philosopher, the Writer and her Translator: Sei Shônagon’s presence in the work of Borges, Foucault and Greenaway.” The project seeks to find some points of contact between Japanese classic The Pillow Book (10th century) and the work of postmodern Western authors, focusing on Peter Greenaway’s eponymous film (1996). The present text discusses some intertextual elements of the film in relation to Japanese literature and cinema, as well as its status within the context of Greenaway’s body of work.
Ao longo de sua história como clássico em tradução no Ocidente, O Livro de Travesseiro de SEI Shônagon teve sua integridade textual frequentemente desrespeitada, sendo reenquadrado para acomodar os objetivos de cada tradutor. O filme de... more
Ao longo de sua história como clássico em tradução no Ocidente, O Livro de Travesseiro de SEI Shônagon teve sua integridade textual frequentemente desrespeitada, sendo reenquadrado para acomodar os objetivos de cada tradutor. O filme de Peter GREENAWAY pode ser criticado por inadvertidamente reproduzir esse “orientalismo de segunda mão”, em sua representação da cultura e literatura japonesa. Por outro lado, abordagens mais idealizadas do ato tradutório e do conceito de fidelidade não dão conta dos processos criativos de adaptação e reescrita artística. É necessário buscar uma abordagem teórica que integre os estudos de tradução e de adaptação, para que se possa compreender melhor como culturas e códigos diferentes interagem no contexto de um filme. Palavras-chave: O Livro de Cabeceira – Tradução – Gênero – Fidelidade – Adaptação – Orientalismo.

Throughout its history as a translated classic in the West, SEI Shônagon’s The Pillow Book has time and again had its textual integrity disrespected and reframed to accommodate each translator’s agenda. Peter GREENAWAY’S film could be criticized for disingenuously reproducing some of this “secondhand Orientalism” in its representation of Japanese culture and literature. At the same time, a more idealized approach to translation and fidelity doesn’t take into account the creative processes of adaptation and artistic rewriting. A theoretical approach that integrates adaptation and translation studies is needed in order to better understand how different cultures and codes interact in the context of film.
O mito frostiano da tradução poética aponta para a sua impossibilidade, a despeito da quantidade de poemas traduzidos nas mais diversas línguas. Nesta análise, cujo objetivo inicial é pôr em dúvida os argumentos da intraduzibilidade,... more
O mito frostiano da tradução poética aponta para a sua impossibilidade, a despeito da quantidade de poemas traduzidos nas mais diversas línguas. Nesta análise, cujo objetivo inicial é pôr em dúvida os argumentos da intraduzibilidade, discute-se a definição do poético, partindo do pressuposto de que, fosse a tradução impraticável, o resultado do processo pretensamente tradutório não poderia ser considerado, ele também, poesia. Os exemplos dados neste estudo vêm das traduções brasileiras de haicais japoneses, que apresentam especiais dificuldades, devido às grandes diferenças culturais. Partindo da proposta de Diki-Kidiri (de que as várias comunidades humanas desenvolvem linguagens com imagética fechada e alienada), apresentam-se as questões a serem abordadas em decorrência da grande distância entre as diferentes culturas e memórias. Tendo por base, entretanto, George Steiner (quando afirma serem as semelhanças entre os homens ultimamente maiores que suas diferenças), sugere-se que a poesia traduzida é legítima, e capaz de literariedade própria. PALAVRAS-CHAVE: Haicai. Traduzibilidade da poesia. Matsuo Bashô. Masaoka Shiki. Concepto e percepto na tradução.

GARCIA, F.; CUNHA, A. Da Definição de Poesia pelo que pode ser traduzido — um estudo de caso: do japonês ao português. In: Anais do XXII Encontro Nacional de Professores Universitários de Língua, Literatura e Cultura Japonesa e IX Congresso Internacional de Estudos Japoneses no Brasil. Brasil e Japão: pós-modernidade e novas perspectivas. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2012. p.164–170.

The Frostian myth (“poetry is what is lost in translation”) seems to deny the existence of translated poetry, despite the large amounts of poems that have actually been translated into many different languages throughout human history. In this analysis, whose initial aim is to question the arguments of untranslatability, we discuss the definition of poetry, using as a departure point the assumption that, if poetry translation were impracticable, the result of the so-called translatory process could not be considered, in itself, as poetry. The examples given in this study come from Brazilian translations of Japanese haiku, a process which presents many special difficulties, due to the big scale of the cultural differences. From Diki-Kidiri’s definitions of concepto and percepto, and his statement that different human communities develop language within a closed, alienated imagetic system, we present the issues to be approached due to the great cultural gap existing between the Brazilian and the Japanese tradition. On the other hand, based on George Steiner’s assertion that “the similarities between men are finally much greater than the differences”, the text points out that translated poetry has a legitimate status, and is also capable of a literariness of its own.
Research Interests:
Pretende-se inicialmente identificar, no filme O Livro de Cabeceira, de Peter Greenaway (1996), como se dá a representação da escritora, seja por meio da personagem principal (século XX), seja em citações e pastiches do estilo de Sei... more
Pretende-se inicialmente identificar, no filme O Livro de Cabeceira, de Peter Greenaway (1996), como se dá a representação da escritora, seja por meio da personagem principal (século XX), seja em citações e pastiches do estilo de Sei Shônagon, autora de O Livro de Travesseiro, clássico da literatura japonesa (séculos X-XI). Na sequência, discute-se como o momento histórico-social em que
o texto surgiu – a Era Heian – determinou a centralidade da mulher no cânone nacional japonês; hoje, esse status passa por uma ressignificação, no âmbito da world literature (cf. DAMROSCH, 2003) ou da république mondiale des lettres (cf. CASANOVA, 2002).
O presente ensaio pretende recuperar a presença da cultura japonesa na história da literatura, tradução e atividade editorial brasileira. No início do século XX, a poesia japonesa foi algumas vezes lembrada pelos movimentos literários... more
O presente ensaio pretende recuperar a presença da cultura japonesa na história da literatura, tradução e atividade editorial brasileira. No início do século XX, a poesia japonesa foi algumas vezes lembrada pelos movimentos literários brasileiros, mas sempre mediada pela cultura regional europeia e objeto de importantes transformações orientalistas. Sendo o japonês no Brasil uma língua não-hegemônica e alijada daquilo que tradicionalmente se considera como cultura de prestígio, sua literatura, tanto clássica como contemporânea, só começou a ser traduzida no país após a Segunda Grande Guerra. A partir dos conceitos de periferia e de orientalismo, busca-se identificar a tradução de literatura japonesa no Brasil como um processo integrado a outras características do meio intelectual e da indústria cultural. Discute-se a hipótese de que a literatura japonesa em tradução no Brasil conheceu fases distintas, em função de fatores literários, como as escolas e estilos (modernismo, pós-modernismo, concretismo), e extraliterários, como a crise econômica dos anos 1980 e 1990, a imigração japonesa, a globalização e o orientalismo brasileiro.
Palavras-chave:  literatura japonesa, história da tradução no Brasil, orientalismo periférico.

This text is an attempt to retrace some historical aspects of the reception of Japanese culture in the context of Brazilian literature, translation and publishing. Japanese poetry became known in Brazil in the beginning of the 20th century, but it has always been mediated through regional European culture and has undergone important orientalist transformations. Japanese, in Brazil, has been considered as a non-hegemonic language, an outcast from what has been traditionally perceived as the prestigious cultures. Japanese literature (both classical and contemporary) began to be translated in Brazil only after World War II. The concepts of periphery and orientalism are used to identify translations from Japanese in Brazil as part of a process that is integrated with other characteristics of the cultural industry. The hypothesis is presented that Japanese literature in translation in Brazil has been through different historical periods that reflect literary factors, such as movements and styles (modernism, post-modernism, concretism) as well as extraliterary factors, such as the economic crisis of the 1980s and the 1990s, Japanese immigration, globalization and Brazilian orientalism.
Research Interests:
A história da recepção da obra de Sei Shônagon, autora de O Livro de Travesseiro, no Ocidente, gerou uma série de “coincidências epistemológicas” entre os textos de Jorge Luis Borges (seu tradutor para o espanhol); Michel Foucault (que... more
A história da recepção da obra de Sei Shônagon, autora de O Livro de Travesseiro, no Ocidente, gerou uma série de “coincidências epistemológicas” entre os textos de Jorge Luis Borges (seu tradutor para o espanhol); Michel Foucault (que cita um trecho de Borges, com ecos da obra de Sei Shônagon, como a inspiração decisiva para As Palavras e as Coisas); e a obra cinematográfica de Peter Greenaway (diretor de O Livro de Cabeceira). A presença do hipotexto O Livro de Travesseiro nas obras dos outros três autores cria a possibilidade de se propor um corpus que relê o clássico japonês em contexto contemporâneo, elegendo-o como precursor da liberdade formal buscada tanto pela literatura e pela filosofia como pelo cinema, na segunda metade do século XX.
CUNHA, A. Uma poesia delicada e telegráfica. Revista História Viva: Japão: 500 anos de história, 100 anos de imigração, São Paulo, p.62–65, 19 mar. 2008.
Research Interests:
Short Miyazawa Kenji bio in Brazilian Portuguese.
CUNHA, A.; NINOMIYA, S.; TOIDA, H. Sobre Miyazawa Kenji. Brasil Nikkei Bungaku, n.55, mar. 2017, p.24–25.
Research Interests:
Short Natsume Soseki bio in Brazilian Portuguese.
CUNHA, Andrei; SHIMON, Meiko. História da Literatura Clássica Japonesa. São Paulo: Telucazu, 2024. ISBN: 9786586928921.
Research Interests:
CUNHA, Andrei; NAGAE, Neide (org.). Pensamento japonês, vol. 1. Porto Alegre: Bestiário, 2024.
TAUFER, Adauto Locatelli; CUNHA, Andrei dos Santos; ZITTO, Bruno Costa (orgs.). Diálogos transdisciplinares: ciências humanas, cultura, tecnologia. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2022.
CUNHA, Andrei S. Cem poemas de cem poetas -- a mais querida antologia poética do Japão. Porto Alegre: Bestiário/Class, 2019. 266 p. ISBN: 9788594187673. Tradução comentada de Cem poemas de cem poetas (Ogura Hyakunin Isshu). Edição... more
CUNHA, Andrei S. Cem poemas de cem poetas -- a mais querida antologia poética do Japão. Porto Alegre: Bestiário/Class, 2019. 266 p. ISBN: 9788594187673. Tradução comentada de Cem poemas de cem poetas (Ogura Hyakunin Isshu). Edição bilíngue, com texto em japonês e transcrição, inclui introdução de 27 páginas, ilustrações de Arakawa Kamejirô, chaves de leitura individuais para cada poema e biografia de todos os cem poetas, bem como apêndice, glossário e índice remissivo.  Cem poemas de cem poetas é uma coletânea organizada pelo poeta e crítico literário Fujiwara no Teika (1162–1241). É ainda hoje a mais querida e conhecida antologia poética japonesa, ocupando esse status desde que foi composta, quase oitocentos anos atrás. Teve um papel decisivo na formação do senso estético japonês: seus poemas são tema de incontáveis pinturas, peças teatrais, objetos de decoração, canções, filmes, padrões têxteis, xilogravuras, ilustrações e muitas outras manifestações artísticas. Disponível em: http://www.bestiario.com.br/livros/100poemas.html
CUNHA, Andrei. Poemas do Japão antigo: seleções do Kokin’wakashû. Porto Alegre: Bestiário/Class, 2020. ISBN: 978-65-991129-3-5. O presente volume contém uma seleção de 165 poemas do Kokin’wakashû (“Coleção de poemas antigos e... more
CUNHA, Andrei. Poemas do Japão antigo: seleções do Kokin’wakashû.
Porto Alegre: Bestiário/Class, 2020. ISBN: 978-65-991129-3-5.
O presente volume contém uma seleção de 165 poemas do Kokin’wakashû (“Coleção de poemas antigos e contemporâneos”), a primeira antologia poética japonesa realizada por ordem imperial.
O Kokin’wakashû (também conhecido pelo seu nome abreviado, Kokinshû) estabeleceu o modelo a ser seguido nos mais diversos níveis: a forma poética, as situações em que se fazia poesia e mesmo quais elementos da natureza tinham mais força simbólica do que outros no momento de se escrever literatura. O “Prefácio em hiragana” desta antologia, de autoria do grande poeta e editor Ki no Tsurayuki (e cuja tradução está incluída neste volume) é a poética fundacional da literatura japonesa — um texto de intenção estético-didática que lista as condições, categorias e mecanismos necessários para se escrever poesia.
Três poetas em Minase / Sôgi, Shôhaku e Sôchô. Tradução de Andrei Cunha, Karen Kazue Kawana e Roberto Schmitt-Prym. Porto Alegre: Class, 2021.Tradução do poema encadeado Minase sangin hyakuin [水無瀬三吟百韻] (1488) de Sôgi [宗祇], Shôhaku [肖柏] e... more
Três poetas em Minase / Sôgi, Shôhaku e Sôchô. Tradução de Andrei Cunha, Karen Kazue Kawana e Roberto Schmitt-Prym. Porto Alegre: Class, 2021.Tradução do poema encadeado Minase sangin hyakuin [水無瀬三吟百韻] (1488) de Sôgi [宗祇], Shôhaku [肖柏] e Sôchô [宗長]. Esta é a primeira tradução integral de um poema encadeado japonês a ser publicada no Brasil. Já não era sem tempo: com as dezenas de livros de haicai lançadas no país todos os anos, era urgente que houvesse em português uma obra de referência para mostrar o contexto de que saíram os poemas de 5-7-5 sílabas. A sequência que apresentamos neste livro foi considerada desde quando foi composta, em 1488, como exemplo de excelência, ao dar igual atenção ao formato do jogo e ao estilo poético dos versos. Nas gerações seguintes, graças ao refinamento de sua arte e ao uso que foi feito desse texto como material didático no ensino de composição, a obra de Sôgi, Shôhaku e Sôchô consolidou sua posição de destaque no cânone literário japonês. As estrofes do poema encadeado estão em constante diálogo com o que vem antes e depois delas; no entanto, esse diálogo, pelas regras mesmas do jogo poético, só se mantém com as partes adjacentes, desfazendo-se e recomeçando a cada novo encadeamento, combinando o som de inúmeras vozes, personagens, situações, atitudes, elementos da natureza e outros tópicos, que se materializam pela duração de cinco versos e logo em seguida dão lugar à próxima combinação semântica. Cada “elo” da cadeia deve, também, poder ser lido como uma peça com diferentes sentidos em potencial, a depender de como for recombinada — um sentido que é sempre relativo, provisório, parcial, efêmero. A modernidade rejeitou o caráter comunitário e relacional do verso encadeado e passou a ler os grandes haicaístas como autores individuais de estrofes autônomas; ora, essa é apenas uma dentre as muitas leituras possíveis dessa cultura poética. Esperamos trazer, com nossa tradução encadeada de uma sequência célebre, um novo elemento ao imaginário brasileiro relacionado à poesia japonesa e às suas origens.
Poesia traduzida do haicaísta japonês Masaoka Shiki (1867–1902).
CUNHA, Andrei; SCHMITT-PRYM, Roberto. SHIKI, inventor do haicai moderno. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2021.
CUNHA, Andrei; RASSIER, Luciana; KAHMANN, Andrea (org.). Territórios culturais: fronteiras e tradução. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2021. ISBN 978-65-88865-78-1. 640p
CUNHA, Andrei; FERREIRA, Cinara (org.). Mundopoéticas: geopolíticas do literário. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2020. 292 p. ISBN: 978-65-991765-0-0.
CUNHA, Andrei; FERREIRA, Cinara (org.). Poéticas e internacionalização. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2020. ISBN: 978-65-991129-4-2. Poéticas e internacionalização propõe buscar, na reflexão sobre o literário, novas formas de... more
CUNHA, Andrei; FERREIRA, Cinara (org.). Poéticas e internacionalização. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2020. ISBN: 978-65-991129-4-2.

Poéticas e internacionalização propõe buscar, na reflexão sobre o literário, novas formas de descrever e pensar o fenômeno da mundialização para além da técnica e o do utilitarismo. A literatura desempenhou importante papel tanto na construção da ideia de nação quanto da ideia de um mundo sem fronteiras. As poéticas associadas a esses movimentos podem nos servir como guias, no sentido de imaginar e propor um mundo no qual o papel da universidade, da cultura e da comunidade internacional contribuam para uma maior integração e colaboração entre seus diversos elementos e grupos.
Historicamente, a palavra-chave “internacionalização” assume diversos significados e implicações acadêmicas e ideológicas em diferentes contextos. Do ponto de vista estritamente técnico, ela já foi usada como índice de uma série de políticas governamentais, visando uma maior integração entre as instituições de ensino superior brasileiras e as de outros países. Essas políticas e metas se manifestam de diversas formas, como a promoção do ensino de línguas estrangeiras, a mobilidade acadêmica, o oferecimento de disciplinas em outras línguas, a organização de eventos internacionais, o acolhimento de estudantes de outros países, o envio de estudantes e professores para estudo em instituições fora do Brasil, parcerias interinstitucionais na forma de termos de cooperação ou convênios acadêmicos e técnico-científicos, dentre outras.
A questão da globalização, como fenômeno, ameaça, ou desiderata, dependendo de quem a aborda, adquire especial urgência em nosso momento histórico, no qual a alteridade se torna cada vez mais presente. A literatura estaria bem equipada para nos indicar meios e propostas frente ao fluxo intensificado de outros e de diferenças; e caberia à Literatura Comparada a missão de elencar, enxergar, visibilizar e traduzir essas novas presenças e funções do literário.
Esta coletânea propõe um diálogo com outras disciplinas e concepções teóricas de “mundo”, visando à promoção de novos marcos reflexivos e interpolinizações, com o objetivo de refletir sobre o conceito de “internacionalização” e sobre as poéticas a ele associadas.
MISHIMA, Yukio. Morte em pleno verão. Tradução de Andrei Cunha. São Paulo: Companhia das Letras, 2024. ISBN: 9788535938159.
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OGAWA, Yoko. A polícia da memória. Tradução de Andrei Cunha. São Paulo: Estação Liberdade, 2021. 小川 洋子 『密やかな結晶』(1994年 講談社)
MURASAKI, Shikibu. O Romance do Genji — Livro XXXIV: Os Jovens Brotos. Tradução de Andrei Cunha, Maria Luísa Vanik, Lídia Ivasa e Clicie Araújo. (n.t.) revista literária em tradução, v. 5, p. 336–358, 2012. Disponível em:... more
MURASAKI, Shikibu. O Romance do Genji — Livro XXXIV: Os Jovens Brotos. Tradução de Andrei Cunha, Maria Luísa Vanik, Lídia Ivasa e Clicie Araújo. (n.t.) revista literária em tradução, v. 5, p. 336–358, 2012. Disponível em: <https://www.notadotradutor.com/revista5.html>.
TANIZAKI, J. A Ponte Flutuante dos Sonhos seguido de Retrato de Shunkin. Tradução de Andrei Cunha, Ariel Oliveira e Lídia Ivasa. São Paulo: Estação Liberdade, 2019. 160 p. ISBN: 978-85-7448-290-3. Tradução de Yume no Ukihashi (夢の浮橋, 1959)... more
TANIZAKI, J. A Ponte Flutuante dos Sonhos seguido de Retrato de Shunkin. Tradução de Andrei Cunha, Ariel Oliveira e Lídia Ivasa. São Paulo: Estação Liberdade, 2019. 160 p. ISBN: 978-85-7448-290-3. Tradução de Yume no Ukihashi (夢の浮橋, 1959) e Shunkinshô (春琴抄, 1933), de Tanizaki Jun'ichirô (谷崎潤一郎, 1886-1965).
NAGAI, K.; CUNHA, Andrei S. Histórias da Outra Margem. São Paulo: Estação Liberdade, 2013. (Tradução/Livro). Tradução do romance "Bokutô Kidan" [墨東綺譚], de Nagai Kafû [永井荷風] (1879–1959).
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O presente texto é dividido em duas partes. Na primeira, apresentamos uma autora japonesa, Tawada Yôko, e um livro seu, Wo Europa anfängt & Ein Gast, publicado na Alemanha em 2014. Tawada é uma autora japonesa que publica obras literárias... more
O presente texto é dividido em duas partes. Na primeira, apresentamos uma autora japonesa, Tawada Yôko, e um livro seu, Wo Europa anfängt & Ein Gast, publicado na Alemanha em 2014. Tawada é uma autora japonesa que publica obras literárias tanto em japonês como em alemão, língua do lugar onde escolheu viver sua vida adulta. O livro em questão inclui textos em prosa e uma sequência de quatorze poemas, apresentados em japonês e alemão, e nunca publicados no Japão. Dentre os principais temas dos poemas, podemos citar a ideia de “hóspede”, associada tanto ao estrangeiro como a corpos que vivem em outros organismos; o ciclo da vida e da destruição; o caráter fluido e penetrável da língua; a guerra e seus fantasmas; o corpo da mulher como origem da vida. Outro tema importante desses poemas é o conceito, caro à autora, de “exofonia”, ou “literatura que se faz do lado de fora da língua materna”. Propomos uma discussão desse conceito, associando-o a questões políticas, identitárias e tradutór...
Cadernos de Tradução, Porto Alegre, n.41, jul./dez., 2017. Textos teóricos e traduções de contos do escritor japonês Dazai Osamu.
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TANIZAKI, J. A Gata, um Homem e duas Mulheres, seguido de O Cortador de Juncos. São Paulo: Estação Liberdade, 2016. (Tradução/Livro). ISBN: 978-85-7448-276-7. Tradução do japonês das novelas "Neko to Shôzô to futari no Onna" [猫と庄造と二人の女]... more
TANIZAKI, J. A Gata, um Homem e duas Mulheres, seguido de O Cortador de Juncos. São Paulo: Estação Liberdade, 2016. (Tradução/Livro). ISBN: 978-85-7448-276-7. Tradução do japonês das novelas "Neko to Shôzô to futari no Onna" [猫と庄造と二人の女] (tradutores: Andrei Cunha, Clicie Araujo, Lidia Ivasa, Maria Luísa Vanik Pinto e Tomoko Gaudioso) e "Ashikari" [蘆刈] (tradutora: Maria Luísa Vanik Pinto), de Tanizaki Jun'ichirô [谷崎潤一郎] (1886–1965).
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Tradução de artigo do pesquisador Tamura Chihiro [田村千尋]. Referência do texto de partida: TAMURA Chihiro. Nihon no Animeeshon Eiga no Eigo Fukikaeban ni okeru Serifu no Tsukekuwae ni kan suru Kenkyû — Sutajio Jiburi no Anime Sakuhin no... more
Tradução de artigo do pesquisador Tamura Chihiro [田村千尋]. Referência do texto de partida: TAMURA Chihiro. Nihon no Animeeshon Eiga no Eigo Fukikaeban ni okeru Serifu no Tsukekuwae ni kan suru Kenkyû — Sutajio Jiburi no Anime Sakuhin no Bunseki kara [日本のアニメーション映画の英語吹き替え版におけるセリフの付け加えに関する研究-スタジオ・ジブリのアニメ作品の分析から]. Hon’yaku Kenkyû e no Shôtai — Invitation to Translation Studies. v.4, mai. 2010. JAITS — Japan Association for Interpreting and Translation. p.87–105. ISSN 21855307. Disponível em: <http://honyakukenkyu.sakura.ne.jp/shotai_vol4/06tamura.pdf>. Acesso em: 2 mai. 2014. Porto Alegre, junho de 2014. Referência da tradução: TAMURA, C. Acréscimo de falas na dublagem para a língua inglesa de filmes de animação japoneses: uma análise de obras do Estúdio Ghibli. Tradução de Andrei Cunha, Ariel Oliveira, Guilherme Pedrosa, Ana Maria Pichini e Maria Luísa Vanik. In: Cadernos de Tradução (Porto Alegre). Porto Alegre, RS, n.esp. (2016), p.145-166.
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NAGAI, K. ; CUNHA, Andrei S. Guerra de Gueixas. São Paulo: Estação Liberdade, 2016. ISBN: 978-85-7448-267-5. (Tradução/Livro). Tradução do japonês do romance "Udekurabe" [腕比べ], de Nagai Kafû [永井荷風] (1879–1959).
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SEI, Shônagon; CUNHA, Andrei S. O Livro de Travesseiro. Porto Alegre: Escritos, 2008. (Tradução/Livro). Tradução de "Makura no Sôshi" [枕草子], de Sei Shônagon [清少納言] (séculos X–XI).
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Tradução do romance "Yodo-dono Nikki" [淀どの日記], de Inoue Yasushi [井上靖] (1907–1991).
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CUNHA, Andrei. Arquiteturas delicadas para tempos difíceis. Caderno de Sábado (CS), Correio do Povo, Porto Alegre: p. 2, 09/10/2021.
CUNHA, Andrei dos Santos. “Testemunhos teóricos: a trajetória conceitual de Rita Schmidt”. Revista Estudos Feministas, Florianópolis, v. 27, n. 1, e55495, 2019.
The Pillow Book (枕草子, Makura no Sōshi) of Sei Shōnagon (清少納言, c.965CE–?), written between the end of the tenth and the beginning of the eleventh century, has attained undeniable canonical status in the context of Japanese Literature. It... more
The Pillow Book (枕草子, Makura no Sōshi) of Sei Shōnagon (清少納言, c.965CE–?), written between the end of the tenth and the beginning of the eleventh century, has attained undeniable canonical status in the context of Japanese Literature. It also is the most translated Japanese text in the world, and occupies a stable place in the list of works that are considered as belonging to the realm of Weltliteratur. It has been adapted to the screen outside Japan (The Pillow Book by Peter Greenaway, 1996) and translated twice to Brazilian Portuguese (in 2008 and 2013). Later generations of readers have treated the text’s enumerations as catalogues of poetic topics or even, since the beginning of the twentieth century, and especially in translation, as poetry. The lists show a playful approach to language and to what Foucault has called the “categories of thought”. In this sense, Sei Shōnagon’s œuvre can be read in resonance with Foucault’s Les Mots et les Choses (1966) and its attempt to defamiliarize rational categorization, a conceptual device which can also be found in the work of Jorge Luis Borges. Sei Shōnagon’s work simultaneously mobilizes several layers of problematic concepts. On the other hand, none of these categories applies to The Pillow Book without engendering further conceptual destabilization. The issues of female authorship and woman authors’ relationships with their fathers in a patriarchal culture reappear in the film, in the main character’s journey towards liberation through writing. Those possible readings of the proposed texts contribute to the problematization of issues related to authorship, knowledge, translation and adaptation.
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