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Partindo de 1922 e dos obituários da morte do literato Afonso Henriques de Lima Barreto, o texto propõe a leitura de uma parte da sua obra, considerando o autor um homem negro, morador da capital e dos subúrbios da cidade. Essa leitura é... more
Partindo de 1922 e dos obituários da morte do literato Afonso Henriques de Lima Barreto, o texto propõe a leitura de uma parte da sua obra, considerando o autor um homem negro, morador da capital e dos subúrbios da cidade. Essa leitura é feita em diálogo com uma bibliografia que investigou o Rio de Janeiro, a literatura e os seus romancistas, entre eles o próprio Lima Barreto. Dentre os aspectos abordados nesse texto estão a relação de Lima com a República, os subúrbios, o futebol, o centenário da independência e sua negritude. Pretende-se nesse texto oferecer um caminho de leitura das obras de Lima Barreto para os leitores que pouco o conhecem e para os que há muito não o lê. O centenário de sua morte é uma boa ocasião para homenageá-lo e sua obra deveria ser leitura obrigatória nos cursos de história, ciências sociais, letras e demais disciplina da área de humanas. 
O Império do Brasil nasceu com o reforço da escravização de homens e mulheres e nas décadas seguintes assistiu ao aumento do número de trabalhadores livres, principalmente na Corte. A construção de uma legislação que tentou organizar o... more
O Império do Brasil nasceu com o reforço da escravização de homens e mulheres e nas décadas seguintes assistiu ao aumento do número de trabalhadores livres, principalmente na Corte. A construção de uma legislação que tentou organizar o trabalho, além de limitar as ações dos escravizados nas ruas, como as posturas municipais e a organização dos trabalhadores livres por direitos no trabalho são os temas deste texto que tem como mote a música “Canto das três raças”. Se todos os trabalhadores cantam um soluçar de dor, discutiremos os diferentes sentidos da liberdade e os problemas que envolviam alguns ofícios, além da comparação entre trabalhadores livres e escravizados e as hierarquias existentes entre eles, para além da diferença da condição jurídica. Os tipógrafos são a categoria privilegiada neste texto por publicarem alguns jornais de classe, entre os anos de 1858 e 1872, divulgando suas ideias sobre o trabalho, a baixa remuneração e as comparações com a escravidão. Enquanto as rua...
O Rio de Janeiro colonial e escravista é um contraste à ideia de cidade maravilhosa. Apesar do esforço atual de inserir o quesito “maravilha” na região portuária, foi por ela que milhares de africanos destinados a escravização chegaram. O... more
O Rio de Janeiro colonial e escravista é um contraste à ideia de cidade maravilhosa. Apesar do esforço atual de inserir o quesito “maravilha” na região portuária, foi por ela que milhares de africanos destinados a escravização chegaram. O texto reflete sobre o Cais do Valongo e o cemitério dos pretos novos, tratando-os como locais de memória do tráfico e dos descendentes de africanos escravizados. Os diferentes usos públicos e políticos feitos desses locais também serão tratados uma vez que tem recebido diferentes atenções por parte das esferas pública e privada, e também internacional, como a UNESCO. A área teve sua memória constantemente trabalhada desde o Império tendo na República dois momentos: Pereira Passos e a grande remodelação da cidade no início do século XX e recentemente diante das obras de revitalização do Porto. Palavras-chaves: Valongo, africanos, memória.
A entrevistada nesta edição, Fabiane Popinigis, tornou-se, em 2018, a coordenadora do Grupo de Trabalho- Mundos do Trabalho (GT-MT). Este foi criado em 2000, com a oficialização junto à diretoria da Associação Nacional de História... more
A entrevistada nesta edição, Fabiane Popinigis, tornou-se, em 2018, a coordenadora do Grupo de Trabalho- Mundos do Trabalho (GT-MT). Este foi criado em 2000, com a oficialização junto à diretoria da Associação Nacional de História (ANPUH), constituindo-se em um espaço, que não existia até então no Brasil, de reunião e troca entre pesquisadores, de diferentes regiões e universidades de país, interessados na história do trabalho. O tema central do presente dossiê, as relações entre trabalho livre e escravo, esteve desde o início presente na definição do escopo e da agenda de pesquisa do GT. A escolha de Popinigs como entrevistada deste número, no entanto, vai muito além do fato de ela ser coordenadora do GT-MT. Com formação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – desde a graduação até o doutorado –, sua tese, premiada no concurso Várias Histórias do Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (CECULT), é um estudo de grande impacto e relevância sobre os trabalhadores n...
http://dx.doi.org/10.5007/1984-9222.2015v7n13p177Este texto discute a participação de trabalhadores livres nos festejos pela abolição da escravidão realizados na Corte. Entre eles estão funcionários públicos, tipógrafos e caixeiros.... more
http://dx.doi.org/10.5007/1984-9222.2015v7n13p177Este texto discute a participação de trabalhadores livres nos festejos pela abolição da escravidão realizados na Corte. Entre eles estão funcionários públicos, tipógrafos e caixeiros. Enquanto os primeiros tiveram o privilégio da folga para celebrar a liberdade dos escravos, os caixeiros precisaram acionar os jornais para reivindicar a participação na festa. Essa dificuldade, de certo modo, estava ligada à própria condição vivida por eles no seu cotidiano de trabalho. Por outro lado, os tipógrafos se viam como trabalhadores importantes para a lei, por terem também atuado na sua confecção gráfica, podendo facilmente celebrar a abolição através de préstitos e confecção de jornais especiais. Apesar do 13 de Maio inaugurar um novo momento no mundo do trabalho, ainda era preciso eliminar algumas relações de dependência e precariedade vivida por trabalhadores livres.
O Relíquias de Casa Velha foi o último livro organizado por Machado de Assis. Nele, o autor quis arejar sua casa ao expor as relíquias de um tempo passado, vivido e testemunhado por ele. Na leitura dos contos e dos outros textos... more
O Relíquias de Casa Velha foi o último livro organizado por Machado de Assis. Nele, o autor quis arejar sua casa ao expor as relíquias de um tempo passado, vivido e testemunhado por ele. Na leitura dos contos e dos outros textos não-ficcionais, é possível perceber uma relação entre o passado imperial e o presente republicano, época da organização do livro. Logo, esse artigo pretende discutir essa relação através de uma leitura mais atenta dos contos e problematizar os valores destacados pelo autor para seu tempo, por exemplo, patriotismo, modernidade, progresso e trabalho, e que seriam as relíquias do Império para a República.
O Império do Brasil nasceu com o reforço da escravização de homens e mulheres e nas décadas seguintes assistiu ao aumento do número de trabalhadores livres, principalmente na Corte. A construção de uma legislação que tentou organizar o... more
O Império do Brasil nasceu com o reforço da escravização de homens e mulheres e
nas décadas seguintes assistiu ao aumento do número de trabalhadores livres, principalmente na Corte. A construção de uma legislação que tentou organizar o trabalho, além de limitar as ações dos escravizados nas ruas, como as posturas municipais e a organização dos trabalhadores livres por direitos no trabalho são os temas deste texto que tem como mote a música “Canto das três raças”. Se todos os trabalhadores cantam um soluçar de dor, discutiremos os diferentes sentidos da liberdade e os problemas que envolviam alguns ofícios, além da comparação entre trabalhadores livres e escravizados e as hierarquias existentes entre eles, para além da diferença da condição jurídica. Os tipógrafos são a categoria privilegiada neste texto por publicarem alguns jornais de classe, entre os anos de 1858 e 1872, divulgando suas ideias sobre o trabalho, a baixa remuneração e as comparações com
a escravidão. Enquanto as ruas da cidade eram ocupadas por escravizados que poderiam cantar para amenizar o trabalho, os livres, principalmente os tipógrafos, tinham nos jornais um espaço para as reclamações contra as prisões que diziam sofrer. O soluçar de dor durante o trabalho é o ponto em comum dos trabalhadores do Império do Brasil.
Em 2021 o GT Mundos do Trabalho comemora 20 anos de atuação em âmbito nacional desde a sua institucionalização como GT da ANPUH (Associação Nacional de História) em dezembro de 2000. Este dossiê compreende duas mesas redondas apresentadas... more
Em 2021 o GT Mundos do Trabalho comemora 20 anos de atuação em âmbito nacional desde a sua institucionalização como GT da ANPUH (Associação Nacional de História) em dezembro de 2000. Este dossiê compreende duas mesas redondas apresentadas de forma remota no VI Seminário Internacional Mundos do Trabalho/X Jornada Nacional de História do Trabalho, realizado bianualmente pelo grupo. O evento, que seria realizado presencialmente nas dependências da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro em julho de 2020, foi cancelado devido à gravidade da situação social e sanitária e realizado virtualmente, na forma de webinários em novembro/dezembro de 2020 e março de 2021. Este dossiê contém os textos de Claudio Henrique de Moraes Batalha, Leonardo Affonso de Miranda Pereira, Fernanda Oliveira, Lúcia Helena Oliveira da Silva e Iacy Maia Mata, trazendo desde um balanço historiográfico sobre o tema até novas perspectivas de abordagem a partir dos eixos de gênero, raça e classe, incluindo análise...
Apresentação. (Dossiê - "Trabalhadores livres e escravizados no Mundo Atlântico"). Revista Maracanan, Rio de Janeiro, n. 21, maio-ago. 2019.
Resumo O texto aborda a participação de Machado de Assis nos festejos pela Abolição – missa, cortejos e poesia –, estando também entre aqueles que produziram uma memória para o grande feito do 13 de maio: o fim da escravidão. Se os... more
Resumo O texto aborda a participação de Machado de Assis nos festejos pela Abolição – missa, cortejos e poesia –, estando também entre aqueles que produziram uma memória para o grande feito do 13 de maio: o fim da escravidão. Se os relatos sobre a Abolição tratam sempre de um "delírio" machadiano, nem sempre abordam as diferentes funções desse literato para o processo, tendo sido funcionário público desde 1873, cargo em que atuou pela liberdade dos escravos, e, em 1888, também um intérprete da abolição, através das crônicas e poesias. As festas da Abolição ficariam na memória desse literato que nos anos seguintes usou esse "dia de delírio" para comentar o seu presente republicano e o futuro das festas da Abolição.
A abolição da escravidão no Brasil, em maio de 1888, não envolveu apenas literatos, políticos, jornalistas e a família imperial, mas também, trabalhadores, abolicionistas e moradores dos subúrbios da província do Rio de Janeiro e de... more
A abolição da escravidão no Brasil, em maio de 1888, não envolveu apenas literatos, políticos, jornalistas e a família imperial, mas também, trabalhadores, abolicionistas e moradores dos subúrbios da província do Rio de Janeiro e de locais mais afastados. A participação desses foi marcada, por exemplo, pela subscrição popular realizada nas vésperas da Abolição e apoiada por um jornal, O Paiz, no intuito de comprar a pena de ouro a ser utilizada pela princesa regente no momento da assinatura da lei. A oferta do dinheiro foi feita por meio de doações individuais ou coletivas em que se depositaram também as expectativas em torno do fim da escravidão e os sentidos de liberdade mais amplos associados à Abolição. Os outros festejos promovidos pela imprensa são fundamentais para entendermos a mediação desses sentidos feita por ela.
Research Interests:
A abolição da escravidão no Brasil, em maio de 1888, não envolveu apenas literatos, políticos, jornalistas e a família imperial, mas também, trabalhadores, abolicionistas e moradores dos subúrbios da província do Rio de Janeiro e de... more
A abolição da escravidão no Brasil, em maio de 1888, não envolveu apenas literatos, políticos, jornalistas e a família imperial, mas também, trabalhadores, abolicionistas e moradores dos subúrbios da província do Rio de Janeiro e de locais mais afastados. A participação desses foi marcada, por exemplo, pela subscrição popular realizada nas vésperas da Abolição e apoiada por um jornal, O Paiz, no intuito de comprar a pena de ouro a ser utilizada pela princesa regente no momento da assinatura da lei. A oferta do dinheiro foi feita por meio de doações individuais ou coletivas em que se depositaram também as expectativas em torno do fim da escravidão e os sentidos de liberdade mais amplos associados à Abolição. Os outros festejos promovidos pela imprensa são fundamentais para entendermos a mediação desses sentidos feita por ela.
A abolição da escravidão no Brasil, em maio de 1888, não envolveu apenas literatos, políticos, jornalistas e a família imperial, mas também, trabalhadores, abolicionistas e moradores dos subúrbios da província do Rio de Janeiro e de... more
A abolição da escravidão no Brasil, em maio de 1888, não envolveu apenas literatos, políticos, jornalistas e a família imperial, mas também, trabalhadores, abolicionistas e moradores dos subúrbios da província do Rio de Janeiro e de locais mais afastados. A participação desses foi marcada, por exemplo, pela subscrição popular realizada nas vésperas da Abolição e apoiada por um jornal, O Paiz, no intuito de comprar a pena de ouro a ser utilizada pela princesa regente no momento da assinatura da lei. A oferta do dinheiro foi feita por meio de doações individuais ou coletivas em que se depositaram também as expectativas em torno do fim da escravidão e os sentidos de liberdade mais amplos associados à Abolição. Os outros festejos promovidos pela imprensa são fundamentais para entendermos a mediação desses sentidos feita por ela.
Uma análise das festas da Abolição no Império e nos primeiros anos da República no Rio de Janeiro através de crônicas e textos de Machado de Assis, Coelho Neto e Outros
O texto discute as festas da abolição na República e as disputas políticas em torno do seu significado. O Rio de Janeiro moderno cedia espaço para os subúrbios na realização das festas, exceto as realizadas na Irmandade do Rosário. A... more
O texto discute as festas da abolição na
República e as disputas políticas em torno do
seu significado. O Rio de Janeiro moderno
cedia espaço para os subúrbios na realização
das festas, exceto as realizadas na Irmandade
do Rosário. A abolição torna-se um símbolo
de disputa e de ressignificados por parte dos
governantes e literatos, testemunhas da lei
em 1888.
O Rio de Janeiro do século XIX era uma cidade negra e fortemente escravizada. Os variados viajantes que passaram por ela nesse período não deixaram de registrar esse fato, e dificilmente uma imagem foi feita sem a presença de um homem ou... more
O Rio de Janeiro do século XIX era uma cidade negra e fortemente
escravizada. Os variados viajantes que passaram por ela nesse período não deixaram de registrar esse fato, e dificilmente uma imagem foi feita sem a presença de um homem ou uma mulher escrava exercendo algum ofício. Logo, pensar essa cidade é ter na escravidão uma referência importante na argumentação e, consequentemente, a ideia de trabalho, exercida por homens e mulheres escravizados e livres. As demandas que uma Corte criava não eram atendidas apenas por trabalhadores escravizados, outros também estariam na missão de ordenar a cidade e fazê-la funcionar. Deste modo, esse texto é uma reflexão sobre as características da cidade como ambiente de trabalho, escravo ou não, e como seus moradores, em grande parte trabalhadores, se organizaram, ou foram organizados, por legislações e outros tipos de organizações que procuravam satisfazer alguns interesses. Sendo assim,  pensar uma cidade imperial é também inserir trabalhadores, de todos os tipos, na sua organização.
O presente número da Revista Maracanan traz, primeiramente, o dossiê "Trabalhadores livres e escravizados no Mundo Atlântico". Os estudos sobre os mundos do trabalho, produzidos no Brasil, têm passado por significativas transformações nos... more
O presente número da Revista Maracanan traz, primeiramente, o dossiê "Trabalhadores livres e escravizados no Mundo Atlântico". Os estudos sobre os mundos do trabalho, produzidos no Brasil, têm passado por significativas transformações nos últimos anos. 1 Uma das mais significativas diz respeito às investigações incluírem, a partir principalmente dos anos 2000, os escravizados como parte fundamental da história do trabalho brasileira. Nesse sentido, as pesquisas ressaltaram a importância de questionar a formação da classe trabalhadora no nosso país como sendo composta unicamente por operários livres, homens, brancos, em sua maioria de origem europeia e apontam à necessidade de também serem analisadas as relações entre trabalhadores livres e escravizados, bem como as formas de organização e manifestação destes. Busca-se, assim, o diálogo necessário entre os 1 Para um panorama de quais foram essas mudanças, ver: BATALHA, Cláudio H. M. Os desafios atuais da história do trabalho. Anos 90, Porto Alegre, v. 13, n. 23-24, 2006.
A entrevistada nesta edição, Fabiane Popinigis, tornou-se, em 2018, a coordenadora do Grupo de Trabalho - Mundos do Trabalho (GT-MT). Este foi criado em 2000, com a oficialização junto à diretoria da Associação Nacional de História... more
A entrevistada nesta edição, Fabiane Popinigis, tornou-se, em 2018, a coordenadora do Grupo de Trabalho - Mundos do Trabalho (GT-MT). Este foi criado em 2000, com a oficialização junto à diretoria da Associação Nacional de História (ANPUH), constituindo-se em um espaço, que
não existia até então no Brasil, de reunião e troca entre pesquisadores, de diferentes regiões e universidades de país, interessados na história do trabalho. O tema central do presente dossiê, as relações entre trabalho livre e escravo, esteve desde o início presente na definição do escopo e da
agenda de pesquisa do GT. A escolha de Popinigis como entrevistada deste número, no entanto, vai muito além do fato de ela ser coordenadora do GT-MT. Com formação pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) – desde a graduação até o doutorado –, sua tese, premiada no concurso Várias Histórias do Centro de Pesquisa em História Social da Cultura (CECULT), é um estudo de grande impacto e relevância sobre os trabalhadores no século XIX, o que quebrava uma barreira na
historiografia do trabalho, já que as investigações geralmente se resumiam ao período pós-1888 por considerarem incompatível o desenvolvimento da classe operária com a existência da escravidão. Ao investigar as formas de mobilização e organização dos caixeiros no Rio de Janeiro
ao longo do Império e da Primeira República, a autora foi pioneira em apontar, por exemplo, a relação dos trabalhadores com os poderes municipais. Professora do Departamento de História e do Programa de Pós-graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), Popinigis tem realizado recentemente importantes reflexões que envolvem classe, raça e gênero.
As últimas décadas do século XIX foram marcadas por um debate parlamentar e na imprensa sobre o peso da escravidão. Ao mesmo tempo, homens e mulheres negros, livres e escravizados, resistiram à escravidão e ao seu legado evitando também o... more
As últimas décadas do século XIX foram marcadas por um debate parlamentar e na imprensa sobre o peso da escravidão. Ao mesmo tempo, homens e mulheres negros, livres e escravizados, resistiram à escravidão e ao seu legado evitando também o extermínio da sua cultura. O fim da escravidão foi celebrado com festas realizadas
pela imprensa e também por aqueles que utilizaram as vielas de uma cidade negra, o Rio de Janeiro, para celebrar a liberdade. Esse texto trata das festas negras, reprimidas durante a escravidão e realizadas pelos egressos do cativeiro em maio de 1888. Homens e mulheres livres e pobres também estão entre aqueles que celebraram a abolição
a partir de códigos já existentes e presentes nos batuques no interior das casas e terreiros da cidade, resistindo às ordens de como celebrar a liberdade. A imprensa do Rio de Janeiro reproduziu algumas notícias sobre as festas reprimidas em fazendas, as restrições à liberdade dos ex-escravos promovidas por antigos senhores e analisou a
participação da população nas festas de maio de 1888. Deste modo, esse texto insere a festa como um instrumento de resistência e reivindicação de espaços sociais e culturais na Corte.
RESUMO O texto trata das mudanças e os desafios da implementação das leis nº 10639/03 e nº11645/08. Para tal, foram analisados livros do ensino médio e as respostas de alunos da graduação em história da UERJ a perguntas sobre as temáticas... more
RESUMO O texto trata das mudanças e os desafios da implementação das leis nº 10639/03 e nº11645/08. Para tal, foram analisados livros do ensino médio e as respostas de alunos da graduação em história da UERJ a perguntas sobre as temáticas da lei. Assim, foi percebido que, apesar de mais de uma década das legislações, elas ainda não são contempladas nos currículos escolares de modo satisfatório, assim como nos materiais de apoio ou livros didáticos. Através dessa análise foi possível perceber o quanto a abordagem didática sobre os indígenas, a África e os afrodescendentes no Brasil precisa ser reavaliada a fim de inserir de fato esses sujeitos na história do Brasil e, deste modo, romper esterótipos presentes no nosso cotidiano e com eliminação do racismo. Palavras-chaves: livro didático; história e cultura africana, História e cultura indígena; legislações. ABSTRACT The text addresses the changes and challenges of implementing laws 10639/03 and 11645/08. For that, we analyzed high school textbooks and the answers of undergraduate students in UERJ history to questions about the themes of the law. Thus, it has been realized that, despite more than a decade of legislation, they are not yet adequately addressed in school curricula, as well as in supporting materials or textbooks. Through this analysis, it was possible to understand how the didactic approach on indigenous, African and Afro-descendants in Brazil needs to be re-evaluated in order to actually insert these subjects in the history of Brazil and, thus, to break stereotypes present in our daily life and with elimination of racism.
O texto aborda a participação de Machado de Assis nos festejos pela abolição – missa, cortejos e poesia – estando também entre aqueles que produziram uma memória para o grande feito do 13 de maio: o fim da escravidão. Se os relatos sobre... more
O texto aborda a participação de Machado de Assis nos festejos pela abolição – missa, cortejos e poesia – estando também entre aqueles que produziram uma memória para o grande feito do 13 de maio: o fim da escravidão. Se os relatos sobre a abolição tratam sempre de um “delírio” machadiano, nem sempre abordam as diferentes funções desse literato para o processo, tendo sido funcionário público desde 1873, onde atuou pela liberdade dos escravos e, em 1888, também um intérprete da abolição, através das crônicas e poesias. As festas da abolição ficariam na memória desse literato que nos anos seguintes usou esse “dia de delírio” para comentar o seu presente republicano e o futuro das festas da abolição.
Research Interests:
este texto discute a participação de trabalhadores livres nos festejos pela abolição da escravidão realizados na Corte. Entre eles estão funcionários públicos, tipógrafos e caixeiros. Enquanto os primeiros tiveram o privilégio da folga... more
este texto discute a participação de trabalhadores livres nos festejos pela
abolição da escravidão realizados na Corte. Entre eles estão funcionários públicos,
tipógrafos e caixeiros. Enquanto os primeiros tiveram o privilégio da folga para
celebrar a liberdade dos escravos, os caixeiros precisaram acionar os jornais para
reivindicar a participação na festa. Essa diiculdade, de certo modo, estava ligada
à própria condição vivida por eles no seu cotidiano de trabalho. Por outro lado, os
tipógrafos se viam como trabalhadores importantes para a lei, por terem também
atuado na sua confecção gráica, podendo facilmente celebrar a abolição através
de préstitos e confecção de jornais especiais. Apesar do 13 de Maio inaugurar um
novo momento no mundo do trabalho, ainda era preciso eliminar algumas relações
de dependência e precariedade vivida por trabalhadores livres
Research Interests:
O presente texto trata das primeiras abordagens sobre o negro na história do Brasil, principalmente nas obras didáticas, a fim de identificar a necessidade das leis que tornaram obrigatório o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira... more
O presente texto trata das primeiras abordagens sobre
o negro na história do Brasil, principalmente nas obras didáticas, a
fim de identificar a necessidade das leis que tornaram obrigatório
o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira (10639/2003) e o
ensino da História e da Cultura Indígena (11645/2008). Desse
modo, pretende-se discutir a recepção das leis entre a comunidade
escolar, alunos, professores e equipe pedagógica, principalmente
no que tange aos seus desafios. A falta de formação de
professores, assim como o enraizamento de preconceitos em
relação a alguns conteúdos, e a ausência de material didático
livre de determinados paradigmas são alguns dos obstáculos a
serem enfrentados, além da falta de compromisso das Secretarias
de Educação de inserir o conteúdo e exigi-lo dos antigos e novos
professores
Research Interests:
Esse texto lança uma discussão em torno da escrita da história da Abolição através de uma historiografia mais contemporânea e dos jornais de 1888. Além disso, tratamos da sistematização dessa história logo após 1888 através do texto de... more
Esse texto lança uma discussão
em torno da escrita da história
da Abolição através de uma historiografia
mais contemporânea e dos jornais
de 1888. Além disso, tratamos
da sistematização dessa história logo
após 1888 através do texto de Barão
de Loreto, publicado na Revista do
IHGB, em 1900, e do livro Abolição,
um esboço histórico de Osório Duque-
Estrada, de 1918.
Research Interests:
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