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The traditional relationship between the Brazilian state and indigenous peoples is based on the state’s “protection.” Under the ultraconservative Bolsonaro government, the state has been taken over by elites with rural and extractive... more
The traditional relationship between the Brazilian state and indigenous peoples is based on the state’s “protection.” Under the ultraconservative Bolsonaro government, the state has been taken over by elites with rural and extractive capital who plan on exploiting the Amazon rain forest at any cost and see indigenous peoples as an obstacle to their goal. The military also has a noteworthy position in this offensive, which strikes at the heart of what are considered human rights. The legislative and judiciary branches continue to confront this ambiguous policy, which is accompanied by laws, statutes, national agreements, and international conventions that lack clarity and precision. If Bolsonaro were to be reelected it might mean the extinction of surviving indigenous ethnicities.
Resumo A exploração econômica dos territórios indígenas é, historicamente, objeto de interesse dos militares que, em consórcio com o agronegócio e empresas mineradoras, conduzem e influenciam o atual governo. Recentemente, o presidente... more
Resumo A exploração econômica dos territórios indígenas é, historicamente, objeto de interesse dos militares que, em consórcio com o agronegócio e empresas mineradoras, conduzem e influenciam o atual governo. Recentemente, o presidente Jair Bolsonaro utilizou como pretexto a guerra entre Rússia e Ucrânia para organizar uma ofensiva para aprovação do Projeto de Lei (PL) 191/20, que prevê mudanças radicais em princípios constitucionais e tratados internacionais dos quais o Brasil é signatário, ao regulamentar a exploração de recursos minerais, hídricos e orgânicos em terras indígenas, podendo provocar danos socioambientais irreparáveis. Para viabilizar sua política anti-indígena, o militar busca, relegar aos povos originários um lugar de subalternidade em seu projeto colonialista de nação, desconsiderando aspectos fundamentais das suas formas de organização política e social, sua cultura e sua territorialidade. Fruto de pesquisa bibliográfica e documental a partir de obras sobre teoria da nação, colonialismo, pensamento militar brasileiro e política indigenista, além de jornais de notícias, revistas científicas especializadas e documentos do poder judiciário e legislativo, como os Anais da Câmara de Deputados e do Senado Federal, o presente trabalho visa questionar o papel do militar na política indigenista, perpetuando um paradigma colonial que considera o índio como um entrave ao desenvolvimento nacional. De forma específica, visa discutir o pensamento militar sobre a exploração econômica dos territórios indígenas a partir da Constituição Federal de 1988, mas se concentrando no governo de Jair Bolsonaro.
A crise de pandemia global de COVID-19 traz consigo o surgimento de uma nova ética somática, pois requer obrigações imbuídas de dor e medo, mas também de esperança, exigindo ação drástica presente. Essa nova sociabilidade trazida pela... more
A crise de pandemia global de COVID-19 traz consigo o surgimento de uma nova ética somática, pois requer obrigações imbuídas de dor e medo, mas também de esperança, exigindo ação drástica presente. Essa nova sociabilidade trazida pela pandemia nos impõe não apenas tarefas individuais e coletivas, mas profundas reflexões, na medida em que a biopolítica se enreda nas entranhas da economia. “Não importa que 5 ou 7 mil morram” diz o dono de uma rede de restaurantes brasileiros que se diz “preocupado com as mortes que serão provocadas pela paralização da economia”. No capitalismo, a vida importa menos do que o dinheiro.
Ten. Mun. v. 16 n. 31 | EDITORIAL. Em março de 2019, alguns meses antes de ser vítima de um golpe de Estado, o então presidente da Bolívia, Evo Morales, havia alertado sobre o papel imperialista que os Estados Unidos exerciam por meio... more
Ten. Mun. v. 16 n. 31 |  EDITORIAL.
Em março de 2019, alguns meses antes de ser vítima de um golpe de Estado, o então presidente da Bolívia, Evo Morales, havia alertado sobre o papel imperialista que os Estados Unidos exerciam por meio de intervenções nos assuntos internos de outros países, qualificando como a "personificação de um novo colonialismo". Morales fazia referência a um processo histórico de dominação colonial da Espanha e de Portugal sobre os povos sul-americanos que deixou profundas marcas na realidade social desses povos, os quais vêm experimentando uma nova ofensiva imperialista da grande potência econômica e militar que sempre considerou a região como o seu "quintal". O golpe na Bolívia, bem a intervenção política em diversos países da América Latina, especialmente na Venezuela, tem todas as características de um novo expansionismo de matiz neocolonial. A expansão colonial europeia nas Américas, Ásia, África e Pacífico, bem como as consequentes lutas de libertação e fundação de Estados-nações formalmente soberanos, mas profundamente dependentes, representam um movimento fundamental para compreender os significados do poder na modernidade. Nos dois últimos séculos, as várias formas de colonialismo corresponderam às características das metrópoles e ao relacionamento que elas mantinham com suas colônias. O conceito de colonialismo é comumente associado à ideia de relações assimétricas e de dominação entre diferentes Estados e nações. Tais relações também se manifestam em âmbito interno ao reproduzir, sob novas configurações, antigas relações de poder. O mesmo ocorre com o conceito de neocolonialismo, derivado do próprio colonialismo e adotado nas análises políticas internacionais. Após a Segunda Guerra Mundial, o neocolonialismo se deu como uma contrarreação ao processo de descolonização da África e o termo foi amplamente adotado por analistas para caracterizar a dependência econômica de países da Ásia e da América Latina em relação às potências mundiais. O neocolonialismo não apenas organiza os países da periferia do capitalismo a partir dos interesses das grandes potências, mas deles retira tudo, transformando em mercadoria seus direitos sociais, suas manifestações culturais e suas riquezas naturais. Em paralelo, faz com que as sociedades dominadas adotem os mesmos valores culturais do explorador. Além de sua dimensão política, que por si já seria extremamente relevante, os movimentos de dominação e resistência não se circunscreveram apenas a aspectos
Texto de opinião publicado no Portal Vermelho.
Este artigo analisa o indigenismo no Brasil, a partir da percepção do Estado como reprodutor e perpetuador das contradições do capital e da sociedade. Ao tempo em que são afetados por um modelo de desenvolvimento que os considera um... more
Este artigo analisa o indigenismo no Brasil, a partir da percepção do Estado como reprodutor e perpetuador das contradições do capital e da sociedade. Ao tempo em que são afetados por um modelo de desenvolvimento que os considera um entrave à modernidade e à soberania nacional, os indígenas resistem e fortalecem seu papel político nos processos decisórios. Trata-se de uma disputa histórica que reverbera nas distintas formas de atuação política do movimento indígena, com reflexos no Estado e na sociedade. Palavras-chave: Política indigenista. Povos indígenas. Estado. Colonialismo.

Abstract: This article analysis indigenist policies in Brazil, from the viewpoint of the state as an entity that reproduces and perpetuates the contradictions of capital and society. While being affected by a development model that considers them as an obstacle to modernity and national sovereignty, indigenous peoples resist and strengthen their political role in decision-making processes. This is a historical dispute that reverberates in the different forms of political action of indigenous movements, with consequences for both the state and society.
O presente estudo tem por objetivo fazer um diagnóstico crítico da atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos... more
O presente estudo tem por objetivo fazer um diagnóstico crítico da atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos oficiais que tratam da dinâmica desse processo de integração regional, como discursos do Ministério das Relações Exteriores, as atas dos Encontros Ministeriais da ZOPACAS, a Estratégia Nacional de Defesa (END) e documentos oficiais. Por fim, conclui que a cooperação militar, técnica e a ação diplomática são indissociáveis para a consolidação do Brasil como ator de destaque.
This study aimed at making a critical assessment of the actions of Brazil facing the challenges for the maintenance of the ZPCAS. Research focused on the investigation of documents that dealt with the purposes of this regional... more
This study aimed at making a critical assessment of the actions of Brazil facing the challenges for the maintenance of the ZPCAS. Research focused on the investigation of documents that dealt with the purposes of this regional integration, as speeches of the Ministry of Foreign
Affairs, the minutes of the Ministerial Meetings of ZPCAS, the National
Defense Strategy and the news on the subject. It came to the conclusion that military and technical cooperation and investment policies are inseparable elements for the consolidation of Brazil as a regional leader.
O presente estudo tem por objetivo diagnosticar a atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos que versam sobre os... more
O presente estudo tem por objetivo diagnosticar a atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos que versam sobre os propósitos dessa integração regional, como discursos do Ministério das Relações Exteriores, as atas dos Encontros Ministeriais da ZOPACAS, a Estratégia Nacional de Defesa (END) e noticiários sobre o assunto. Por fim, conclui que a cooperação militar, técnica e as políticas de investimento são elementos indissociáveis para a consolidação do Brasil como liderança regional.
As estatísticas indicam uma tendência mundial de redução dos efetivos militares. O fenômeno é liderado pelos países mais ricos. Os autores revelam que não se trata de abrandamento de suas capacidades militares, mas de uma crescente... more
As estatísticas indicam uma tendência mundial de redução dos efetivos militares. O fenômeno é liderado pelos países mais ricos. Os autores revelam que não se trata de abrandamento de suas capacidades militares, mas de uma crescente substituição de combatentes por equipamentos altamente sofisticados e consideravelmente mais letais.
O objetivo deste trabalho é discutir o papel da Engenharia Militar no contexto do desenvolvimento científico e tecnológico proposto nas diretrizes da Estratégia de Defesa Nacional (END). O Brasil, apesar de... more
O  objetivo  deste  trabalho  é  discutir  o  papel  da  Engenharia  Militar  no  contexto  do desenvolvimento científico e tecnológico proposto nas diretrizes da Estratégia de Defesa Nacional (END). O  Brasil,  apesar  de  sua  crescente  importância  geopolítica  no  cenário  mundial,  ainda  busca  capacitação tecnológica nos três setores estratégicos definidos pela END: o cibernético, o aeroespacial e o nuclear. Odesenvolvimento  industrial  e  tecnológico  autônomo  e  o  domínio  das  tecnologias  sensíveis  dependem fundamentalmente da engenharia. A Engenharia Militar tem tido um papel relevante na indústria nacional de  material  de  defesa,  na  participação  do  CTA,  ITA  e  IME  para  a  criação  da  Embraer,  no desenvolvimento da  indústria  e  do programa  aeroespaciais, da  indústria  de  material bélico, do programa nuclear  da  Marinha,  do  Programa  Antártico,  da  política  brasileira  de  informática,  etc.  Como  atividade econômica  emprega  recursos  humanos,  capital  bélico,  assim  como  tecnologia  incorporada  nos equipamentos  militares  desenvolvidos  pelas  Forças  Armadas.  Qual panorama  se  desenha  à  Engenharia Militar brasileira? Quais desafios se impõem?
Este trabalho analisa o discurso nacionalista dos engenheiros militares brasileiros. Temos como ponto de partida a compreensão de que a nação firma-se como a comunidade-padrão da civilização moderna nos últimos dois séculos e que o... more
Este trabalho analisa o discurso nacionalista dos engenheiros militares brasileiros. Temos como ponto de partida a compreensão de que a nação firma-se como a comunidade-padrão da civilização moderna nos últimos dois séculos e que o desenvolvimento da ciência e da tecnologia integrou com destaque a sua construção. Os engenheiros integraram a elite intelectual envolvida na construção do Brasil moderno. Nosso estudo se concentra no Instituto Militar de Engenharia (IME),instituição que desde o século XIX formou engenheiros no Brasil. Analisamos a percepção da nação brasileira revelada nos discursos de dirigentes, professores e alunos desta instituição
No dia 2 de abril, completaram-se 33 anos do início do conflito entre Argentina e Inglaterra pelo controle das Malvinas. Marcando a passagem da data, o governo inglês declarou que a Argentina prossegue como “uma ameaça viva” por pretender... more
No dia 2 de abril, completaram-se 33 anos do início do conflito entre Argentina e Inglaterra pelo controle das Malvinas. Marcando a passagem da data, o governo inglês declarou que a Argentina prossegue como “uma ameaça viva” por pretender reaver o território, o que justifica o aumento do orçamento militar britânico para a defesa do arquipélago. Paralelamente, a potência europeia programa a exploração de petróleo em área oceânica a 200 km do território.
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Resumo: O presente estudo tem por objetivo fazer um diagnóstico crítico da atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de... more
Resumo: O presente estudo tem por objetivo fazer um diagnóstico crítico da atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos oficiais que tratam da dinâmica desse processo de integração regional, como discursos do Ministério das Relações Exteriores, as atas dos Encontros Ministeriais da ZOPACAS, a Estratégia Nacional de Defesa (END) e documentos oficiais. Por fim, conclui que a cooperação militar, técnica e a ação diplomática são indissociáveis para a consolidação do Brasil como ator de destaque. Abstract: This study aims to make a critical assessment of the actions of Brazil facing the challenges for the maintenance of the Zone of Peace and Cooperation of the South Atlantic (ZPCAS). The research focuses on the investigation of official documents dealing with the dynamics of this regional integration process, as speeches of the Ministry of Foreign Affairs, the minutes of the Ministerial of ZPCAS Meetings, the National Defense Strategy (END) and official documents. Finally, it concludes that military and technical cooperation and diplomatic action are inextricably linked to the consolidation of Brazil as a leading actor.
Research Interests:
Artigo publicado no Portal Vermelho e no Blog Combate Racismo Ambiental, em ocasião da publicação da Portaria nº 68/2017, em que o Ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, autoriza a criação do Grupo Técnico Especializado... more
Artigo publicado no Portal Vermelho e no Blog Combate Racismo Ambiental, em ocasião da publicação da Portaria nº 68/2017, em que o Ministro da Justiça e Cidadania, Alexandre de Moraes, autoriza a criação do Grupo Técnico Especializado (GTE), que altera o atual modelo de demarcação de terras indígenas, vigente desde 1996.
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A eleições presidenciais dos EUA revelam muito mais a derrota de um modelo de sociedade decadente do que propriamente uma reação a um governo aparentemente progressista, como o de Barak Obama. É preocupante quando um candidato como Donald... more
A eleições presidenciais dos EUA revelam muito mais a derrota de um modelo de sociedade decadente do que propriamente uma reação a um governo aparentemente progressista, como o de Barak Obama. É preocupante quando um candidato como Donald Trump, pautado pela xenofobia, misoginia, racismo e intolerância religiosa alcança uma vitória dessa magnitude. Há elementos que nos dão pistas sobre a relação entre a política externa estadunidense e o avanço da direita fascista, não apenas no espaço doméstico, mas em âmbito global. O racismo e a xenofobia nos EUA foram forjados durante séculos, mas a devastação causada por décadas de conflagrações militares do Oriente Médio, lançadas por uma necessidade ocidental de hegemonia de combustível fóssil, transformou aquela sociedade em um caldeirão borbulhante. Acrescente-se que grande parte desse fenômeno vem na esteira da desregulamentação financeira neoliberal, que culminou em 2008 na pior crise econômica da história. A globalização permite o livre fluxo de dinheiro e ódio – mas não das pessoas cujas vidas foram destruídas pelos conflitos militares precipitados pelo Ocidente para garantir lucros e consumo privilegiado dentro das fronteiras nacionais. Limitarei essa discussão à política externa, porque exprime continuidades. No plano interno, Obama teve o êxito de aprovar um projeto de saúde universal – frontalmente atacado pela direita estadunidense – e fazer o debate sobre a desigualdade social daquele país. Em linhas gerais (excluindo aspectos pontuais como a reaproximação de Cuba), a política externa do democrata Obama não significou um avanço em relação a Bush, mas uma sofisticação do expansionismo imperialista, sobretudo dos mecanismos de inteligência, da diplomacia e da intervenção militar. A CIA e a NSA assumem protagonismo inédito. Principal campo de batalha em que os EUA estão envolvidos até o pescoço, o conflito na Síria ganha em dramaticidade e impacto geopolítico da guerra do Iraque e com componentes distintos: o uso de forças mercenárias e a criação de um "inimigo" para legitimar ações da OTAN naquele território. A política externa dos governos democratas foi extremamente agressiva. Ucrânia e a Síria são dois teatros de guerra em que Obama está derrotado. Além disso, há a ameaça da guerra nuclear com a Rússia, manobras militares no mar da Coreia, o AFRICOM (como reação à presença chinesa na África), a tentativa de expandir a OTAN para Atlântico Sul, a reativação da IV Frota e os golpes em Honduras, Paraguai, Argentina, Venezuela e Brasil. Todas essas decisões passavam pela Secretária de Estado Hillary Clinton. Obama foi mais belicista e expansionista do que Bush. Mas, como disse antes, os mecanismos de intervenção são muito mais sofisticados tentando dar a impressão de se tratarem de acontecimentos legítimos.
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O último ano evidenciou o recuo significativo das forças de esquerda na América do Sul. Diversos fatos políticos apontam mudanças na correlação de forças. A direita ganhou a presidência na Argentina a partir das inconsistências do... more
O último ano evidenciou o recuo significativo das forças de esquerda na América do Sul. Diversos fatos políticos apontam mudanças na correlação de forças. A direita ganhou a presidência na Argentina a partir das inconsistências do kirchnerismo. No Brasil, foi reforçada pela conciliação conservadora do Partido dos Trabalhadores, acuado pelo parasitismo do capital financeiro. No Equador, está ganhando fôlego devido à fragilidade do discurso oficial. A Venezuela enfrenta violento processo de sabotagem, que expõe fragilidades do governo de Nicolas Maduro, baseado em uma economia extremamente dependente de petróleo. Na Bolívia, pairam incertezas sobre a possibilidade de Evo Morales disputar um novo mandato, enquanto o Paraguai amarga um regime autoritário-policial, provocado pela ruptura institucional na derrubada do presidente Fernando Lugo. Nenhuma característica política traduziu melhor as experiências progressistas sul americanas do que o enfrentamento à pobreza como legítima responsabilidade do Estado e não como resultado mágico das forças do mercado. Foi a partir dessa premissa que governos progressistas ganharam musculatura, mobilizando as camadas populares a partir da crítica ao déficit social do dogma neoliberal. O ciclo progressista dos últimos anos permitiu conquistas democráticas e importantes reformas constitucionais, resgatando direitos negados por décadas pelas elites. Argentina, Brasil e Venezuela aliaram de formas distintas programas sociais com políticas de expansão do mercado interno, consolidando uma base eleitoral entre os mais pobres. A Bolívia promoveu expressiva ascensão política de grupos étnicos neutralizados pelo velho sistema racista colonial. A eleição de Evo Morales, indígena da etnia uru-aimará, foi o ponto alto dessa ruptura. As mudanças nas relações de poder, no entanto, não alteraram a inserção econômica da região na divisão internacional do trabalho. Pelo contrário, em uma década de aumento dos preços das matérias-primas, os países da América do Sul apenas reafirmaram a sua posição como exportadores de produtos primários. Ao invés de uma guinada ao socialismo, os governos progressistas amargaram experiências neodesenvolvimentistas malsucedidas. As políticas sociais ajudaram a aliviar os ânimos por um tempo, mas o descontentamento se expandiu para a classe média, insuflada pelo monopólio midiático. A crise política nos diversos países se desenvolveu a partir dessa fissura e com essas mesmas características. As tensões internas são articuladas de forma combinada e desigual em um contexto de feroz ofensiva do capital financeiro, que ainda se manifesta pelo seu fenômeno mais determinante: a crise financeira mundial de 2008. Provocada no epicentro da maior potência global, tem como reflexo mais significativo para as economias emergentes a queda dos preços das commodities, principalmente do petróleo, que caiu de U$$ 150,00 para menos de U$$ 50,00. Trata-se de uma crise sistêmica, em que as principais economias globais ou crescem pouco, ou estão estagnadas.
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Publicado no Jornal O POVO
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A fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia registra os maiores e mais dramáticos conflitos indígenas do Brasil. Motivos básicos: expansão do agronegócio e ausência do Estado, incapaz de demarcar e assegurar a proteção... more
A fronteira do Mato Grosso do Sul com o Paraguai e a Bolívia registra os maiores e mais dramáticos conflitos indígenas do Brasil. Motivos básicos: expansão do agronegócio e ausência do Estado, incapaz de demarcar e assegurar a proteção das terras indígenas.
Gustavo Guerreiro, indigenista da FUNAI e pesquisador do Observatório das Nacionalidades, examina as tensões entre o Estado e os povos indígenas na Bolívia.
Em “Os Bolsonaro e os índios”, Manuel Domingos e Gustavo Guerreiro mostram como a história pesa numa temática que engloba também a questão da defesa da Amazônia e onde salta aos olhos a cumplicidade entre os quartéis e Bolsonaro. “Diante... more
Em “Os Bolsonaro e os índios”, Manuel Domingos e Gustavo Guerreiro
mostram como a história pesa numa temática que engloba também a questão da defesa da Amazônia e onde salta aos olhos a cumplicidade entre os quartéis e Bolsonaro. “Diante do índio, o soldado narcísico e truculento mostra a fragilidade da narrativa de fundador da nação", diz o texto. Já na campanha, o capitão candidato prometeu que em seu governo não daria um centímetro a mais para as demarcações de terras indígenas. No primeiro verão do novo governo, para espanto do mundo, ficou claro que o bolsonarismo significaria, no Norte do país, a destruição da floresta pelo fogo, não importando se este atingisse reservas ambientais ou territórios indígenas. A resposta do Exército foi mobilizar seus expoentes para denunciar a intromissão externa na soberania brasileira sobre a Amazônia. Não por acaso, como dizem os autores, “a defesa da Amazônia tem sido arguida pelas Forças Armadas como demonstrativa do papel que lhes cabe como guardiãs da pátria. Respaldando Bolsonaro, os oficiais revelam sua concepção de defesa da floresta”. Na questão indígena, “o patriota dá lugar ao bandeirante, o genocida mais famoso da colonização”.
A coletânea que ora vem a lume é o resultado de dois anos de pesquisas (2015-2017), financiadas pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Defesa (MD), por meio do Instituto Pandiá... more
A coletânea que ora vem a lume é o resultado de dois anos
de pesquisas (2015-2017), financiadas pelo Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da
Defesa (MD), por meio do Instituto Pandiá Calógeras. Liderado pela
Professora Doutora Mônica Dias Martins, da Universidade Estadual
do Ceará (UECE), o grupo formado por pesquisadores brasileiros e
africanos teve a oportunidade de se conhecer e trocar experiências de forma a mitigar as enormes lacunas de informação existentes entre
uns e outros. Nesse sentido, o presente volume reveste-se de enorme
valor ideológico e estratégico, uma vez que se orienta na contramão
do legado colonialista que ainda não permitiu a emergência, entre
nossas elites, de uma verdadeira “mentalidade marítima”, crucial
para um efetivo projeto de soberania nacional.
Research Interests:
A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís Gustavo Guerreiro, doutorando do... more
A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís Gustavo Guerreiro, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UECE, para o apresentador do programa Rádio Debate, transmitido pela Rádio Universitária FM da Universidade Federal do Ceará, em 17 de setembro de 2019.
A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís Gustavo Guerreiro, doutorando do... more
A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís Gustavo Guerreiro, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UECE, para o apresentador do programa Rádio Debate, transmitido pela Rádio Universitária FM da Universidade Federal do Ceará, em 17 de setembro de 2019.
A diplomacia brasileira em crise A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís... more
A diplomacia brasileira em crise A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís Gustavo Guerreiro, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UECE, para o apresentador do programa Rádio Debate, transmitido pela Rádio Universitária FM da Universidade Federal do Ceará, em 17 de setembro de 2019.
A diplomacia brasileira em crise A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís... more
A diplomacia brasileira em crise A entrevista que apresentamos aqui foi concedida por Débora Santana, professora da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Mônica Dias Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE), e Luís Gustavo Guerreiro, doutorando do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da UECE, para o apresentador do programa Rádio Debate, transmitido pela Rádio Universitária FM da Universidade Federal do Ceará, em 17 de setembro de 2019.
Entrevista na Rádio universitária discutindo aspectos fundamentais da política externa brasileira no governo de Bolsonaro. A entrevista contou com a presença de Debora Santana, advogada e professora do curso de especialização em Direito... more
Entrevista na Rádio universitária discutindo aspectos fundamentais da política externa brasileira no governo de Bolsonaro. A entrevista contou com a presença de Debora Santana, advogada e professora do curso de especialização em Direito Internacional da Universidade de Fortaleza (UNIFOR), Doutora pela d’Aix-Marseille Université, na França; com Mônica Martins, professora da Universidade Estadual do Ceará (UECE) e Gustavo Guerreiro, doutorando em Políticas Públicas pela UECE. Mônica e Gustavo integram o grupo de pesquisa Observatório das Nacionalidades (ON) e são editores da Revista Tensões Mundiais.
DEMOCRACIA NO AR - EQUADOR: LEVANTE POPULAR CONTRA NEOLIBERALISMO. O programa Democracia no Ar recebe o sociólogo Gustavo Guerreiro e o radialista Antônio Ibiapino para conversar sobre os levantes populares no Equador. Apresentação de... more
DEMOCRACIA NO AR - EQUADOR: LEVANTE POPULAR CONTRA NEOLIBERALISMO.
O programa Democracia no Ar recebe o sociólogo Gustavo Guerreiro e o radialista Antônio Ibiapino para conversar sobre os levantes populares no Equador. Apresentação de Marina Valente.
09 DE AGOSTO - DIA INTERNACIONAL DOS POVOS INDÍGENAS
ENTREFRONTEIRAS #03 - Tensões e tentativa de golpe na Venezuela
OS CONFLITOS INTERNACIONAIS E A LUTA PELA PAZ - Entrevista com José Reinaldo Carvalho
VENEZUELA: RESISTÊNCIA E LUTA - Entrevista com Gustavo Guerreiro
Crise da Venezuela - Entrevista com Gustavo Guerreiro
DEMOCRACIA NO AR - INTERCEPT DESMACARA LAVA JATO - INTERFERÊNCIA NO BRASIL E VENEZUELA
No último dia 20 de maio os venezuelanos foram às urnas em todo o país e reelegeram, por ampla maioria, Nicolás Maduro para um mandato que segue até o ano de 2025. Em um roteiro já conhecido e repetido há duas décadas, a oposição não... more
No último dia 20 de maio os venezuelanos foram às urnas em todo o país e reelegeram, por ampla maioria, Nicolás Maduro para um mandato que segue até o ano de 2025. Em um roteiro já conhecido e repetido há duas décadas, a oposição não reconheceu a vitória do chavismo, no entanto a disparidade entre os votos recebidos por Maduro e o segundo colocado refletem a aposta do povo no atual governo. A Rádio Web Rebelde entrevistou o integrante da direção nacional do Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), Gustavo Guerreiro e o professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (SP), Igor Fuser, sobre o significado de mais uma vitória de Maduro para o jogo político venezuelano e suas consequências para a continuidade do revolução bolivariana.
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Ética é tema bastante atual e vários artigos o tem contemplado. Por outro lado, a ética na área de finanças não tem recebido grande atenção no Brasil. O artigo leva o debate também para esta esfera e sugere caminhos para pesquisas... more
Ética é tema bastante atual e vários artigos o tem contemplado. Por outro lado, a ética na área de finanças não tem recebido grande atenção no Brasil. O artigo leva o debate também para esta esfera e sugere caminhos para pesquisas futuras. Este artigo apresenta as principais abordagens da ética e suas implicações para a área de finanças. Dentre os assuntos discutidos estão problemas de agência, ética da virtude em finanças, o sistema legal e suas implicações sobre a eficiência de mercado, fundos de investimento ético e ética nos negócios e a maximização da riqueza dos acionistas. O autor propõe que o comportamento ético de um agente deve ser aquilatado com base nos resultados práticos de suas ações e que as ações de uma empresa devem estar centradas em sua clientela.
This study aimed at making a critical assessment of the actions of Brazil facing the challenges for the maintenance of the ZPCAS. Research focused on the investigation of documents that dealt with the purposes of this regional... more
This study aimed at making a critical assessment of the actions of Brazil facing the challenges for the maintenance of the ZPCAS. Research focused on the investigation of documents that dealt with the purposes of this regional integration, as speeches of the Ministry of Foreign Affairs, the minutes of the inisterialMeetings of ZPCAS, the National Defense Strategy and the news on the subject. It came to the conclusion that military and technical cooperation and investment policies are inseparable elements for the consolidation of Brazil as a regional leader.
O presente estudo tem por objetivo fazer um diagnóstico crítico da atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos que... more
O presente estudo tem por objetivo fazer um diagnóstico crítico da atuação do Brasil frente aos desafios para a manutenção da Zona de Paz e Cooperação do Atlântico Sul (ZOPACAS). A pesquisa se concentra na investigação de documentos que versam sobre os propósitos dessa integração regional, como discursos do Ministério das Relações Exteriores, as atas dos Encontros Ministeriais da ZOPACAS, a Estratégia Nacional de Defesa (END) e noticiários sobre o assunto. Por fim, conclui que a cooperação militar, técnica e as políticas de investimento são elementos indissociáveis para a consolidação do Brasil como liderança regional.
Em face da importância em conhecer a evapotranspiração (ET) para uso racional da água na irrigação no contexto atual de escassez desse recurso, algoritmos de estimativa da ET a nível regional foram desenvolvidos utilizando-se de... more
Em face da importância em conhecer a evapotranspiração (ET) para uso racional da água na irrigação no contexto atual de escassez desse recurso, algoritmos de estimativa da ET a nível regional foram desenvolvidos utilizando-se de ferramentas de sensoriamento remoto. Este estudo objetivou aplicar o algoritmo SEBAL (Surface Energy Balance Algorithms for Land) em três imagens do satélite Landsat 5, do segundo semestre de 2006. As imagens correspondem a áreas irrigadas, floresta nativa densa e a Caatinga do Estado do Ceará (Baixo Acaraú, Chapada do Apodi e Chapada do Araripe). Este algoritmo calcula a evapotranspiração horária a partir do fluxo de calor latente, estimado como resíduo do balanço de energia na superfície. Os valores de ET obtidos nas três regiões foram superiores a 0,60 mm h-1 nas áreas irrigadas ou de vegetação nativa densa. As áreas de vegetação nativa menos densa apresentaram taxa da ET horária de 0,35 a 0,60 mm h-1, e valores quase nulos em áreas degradadas. A análise ...
Em meio aos preparativos para o VI Encontro Tensões Mundiais, uma atividade se destacou: a entrevista em 7 de maio de 2018 na Rádio Universitária FM, uma antiga parceria do Observatório das Nacionalidades/ON, firmada à época do saudoso... more
Em meio aos preparativos para o VI Encontro Tensões Mundiais, uma atividade se destacou: a entrevista em 7 de maio de 2018 na Rádio Universitária FM, uma antiga parceria do Observatório das Nacionalidades/ON, firmada à época do saudoso amigo, o jornalista Agostinho Gósson. Para discutir o tema do evento “Política Externa Brasileira: novos rumos e desafios epistemológicos”, estiveram presentes os professores Bas’Ilele Malomalo (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira/UNILAB), Camila Costa (Universidade Paulista) e Mônica Martins (Universidade Estadual do Ceará/UECE). Fomos recebidos pela produtora do programa, Raquel Chaves, e pelo apresentador Pedro Vitor, com quem iniciamos uma proveitosa troca de ideias antes mesmo de irmos ao ar.
O presente artigo tem por objetivo traçar as linhas gerais do indigenismo no Brasil a partir da percepção do Estado como um ente reprodutor e perpetuador das atuais contradições do capital e da sociedade. Ao mesmo tempo em que são... more
O presente artigo tem por objetivo traçar as linhas gerais do indigenismo no Brasil a partir da percepção do Estado como um ente reprodutor e perpetuador das atuais contradições do capital e da sociedade. Ao mesmo tempo em que são afetados por um modelo de desenvolvimento que os considera como entrave à modernidade e à soberania nacional, os índios fortalecem sua atuação política e participativa nos processos de tomada de decisão.
As estatísticas indicamuma tendência mundialde redução dos efetivosmilitares. O fenômenoé liderado pelos paísesmais ricos. Os autoresrevelam que não setrata de abrandamentode suas capacidadesmilitares, mas de uma crescentesubstituição de... more
As estatísticas indicamuma tendência mundialde redução dos efetivosmilitares. O fenômenoé liderado pelos paísesmais ricos. Os autoresrevelam que não setrata de abrandamentode suas capacidadesmilitares, mas de uma crescentesubstituição de combatentes porequipamentos altamente sofisticadose consideravelmente mais letais.
Analiso a complexa relação entre dois personagens conflitantes no processo de construção da nação brasileira: o militar e o índio. Para tanto, busco compreender o pensamento dos militares sobre o lugar do índio naquilo que entendem ser um... more
Analiso a complexa relação entre dois personagens conflitantes no processo de construção da nação brasileira: o militar e o índio. Para tanto, busco compreender o pensamento dos militares sobre o lugar do índio naquilo que entendem ser um projeto de nação, bem como as estratégias de sobrevivência física e cultural dos povos indígenas. A partir disso, verifico como se estruturam o pensamento e a ação das Forças Armadas (especialmente do Exército) nos diversos aspectos da política indigenista brasileira no séc. XX, com atenção ao período posterior à Constituição Federal de 1988, discutindo seus impactos nos principais eixos estruturantes da política indigenista brasileira (fundiário, etnodesenvolvimento e promoção dos direitos sociais). Para isso, identifico os discursos e ideologias dominantes na produção intelectual dos militares (livros, artigos acadêmicos, documentos oficiais, pronunciamentos etc.). A pesquisa abrange uma multiplicidade de assuntos como desenvolvimento nacional, direitos humanos, política de segurança e defesa, tratados e convenções internacionais e soberania nacional. A amplitude temática que caracteriza a relação entre o militar e o índio indica uma prioridade estratégica das Forças Armadas: influenciar o processo de demarcação de terras indígenas. A demarcação impacta não apenas o interesse corporativo no campo da segurança e defesa nacional, mas nos projetos de ampliação das frentes agrícolas, extrativistas e de infraestrutura, representadas sobretudo pelo agronegócio. A principal fonte de pesquisa desta tese é a bibliografia militar, composta por artigos científicos, livros, revistas, monografias, dissertações e teses produzidas nas principais instituições de ensino e pesquisa vinculadas às Forças Armadas, como na Escola Superior de Guerra (ESG) e na Escola de Comando e Estado-Maior das Forças Armadas (ECEME). São objeto desta pesquisa os discursos de oficiais, entrevistas e documentos doutrinários, bem como a produção acadêmica sobre os militares, principalmente sobre sua relação com instituições civis do Brasil e com o direito internacional. Também têm relevância documentos do poder judiciário e legislativo, como os Anais da Câmara de Deputados e do Senado Federal, nas respectivas comissões que tratam da temática indígena e de Defesa, bem como os documentos do Ministério das Relações Exteriores e do atual Ministério da Justiça e Segurança Pública.