corporalidades

Organizadores: Fabrício Silveira, Nísia Martins do Rosário

Os corpos resultam aqui ambientados às mídias, assimilados por elas (narrados, simbolizados), apreendidos num interfaceamento, num jogo de assimilação e captura. É a tensão entre esses pólos – corpo(s) e mídia(s) – que nos interessa como questão fundamental. Como eles se interpelam? Como se (re)dimensionam, se provocam e se afetam? Que estratégias desenvolvem, ao se atraírem? Como se atualizam?

ISBN: 978-65-5939-090-8 (eBook)

DOI: 10.31560/pimentacultural/2021.908

"Folha-seca significava, além de trajetória quase improvável imposta à bola, um gol certo. Quem a fazia de um modo todo particular era Valdir Pereira, mais conhecido por Didi, um dos maiores nomes da primeira conquista brasileira de uma copa do mundo de futebol, em 1958, na Suécia. Chute considerado um tanto quanto insolente, sobretudo do ponto de vista indignado dos adversários, fazia a bola descrever no ar um percurso sinuoso-uma meia parábola, como afirmam alguns-, obviamente intencional, uma vez que ela não raramente chegava às redes, de mansinho. Este capítulo  de Artes do Corpo, volume organizado pelo antropólogo Vagner Gonçalves da Silva, está inserido na série Memória Afro brasileira da editora Selo Negro..

A partir de ciertas nociones de Jacques Lacan, como «imago» y «goce», complementadas con la fenomenología del cuerpo de Michael Henry, este ensayo propone interpretar los relatos del volumen Cosas peores (2014), de la escritora colombiana Margarita García Robayo. Dichos cuentos se encuentran asociados bajo la temática común el cuerpo enfermo o deformado, como una anomalía que ayuda a perfilar la identidad de los protagonistas. De esta manera, se afirmará que, en estos siete relatos, la fealdad, la morbidez y el deterioro corporales no son más que formas de resistencia ante un entorno emocional e intelectual disarmónico y conformista, además de un dispositivo para recuperar la autenticidad en un artificioso entorno de belleza canónica.

Este trabajo analiza la  vinculación entre el tango electrónico y las corporalidades contemporáneas del  tango en el proceso de legitimación de nuevas experiencias estético-musicales.  Mediado por el cambio tecnológico y la difusión masiva, el tango electrónico ha  suscitado un intenso debate sobre su ?autenticidad?, su calidad artística y sus  pretensiones ideológico-políticas, controversias que se agudizaron cuando  comenzó a incorporarse en algunos espacios de baile hasta decaer su novedad en  forma paulatina. En efecto, el tango electrónico encontró en los bailarines  interesados en distanciarse del canon un público con el cual dialogar, poniendo  en escena las estrechas relaciones de sentido entre cuerpos y músicas. A partir  de analizar la producción musical y audiovisual y las descalificaciones de las  que ha sido objeto especialmente en el mundo del tango tradicional, veremos  cómo fue encontrando en el baile un ámbito de exploración estética, reafirmando  a su vez las trasgresiones corporales, el protagonismo femenino y las  inflexiones en la norma heterosexual del tango histórico.

El presente trabajo se propone, inicialmente, confeccionar una breve genealogía de la colonialidad de la voz, como efecto de saber-poder de la civilidad europea en los cuerpos afectados al proceso de colonización. A su vez, intenta rescatar las resonancias contemporáneas de los rituales antropofágicos amerindios en las prácticas artísticas latinoamericanas, lo cual permite abrir un espacio de resistencia estético-política sobre las formas de captura sensible que los cuerpos locales han padecido. Se trata, en definitiva, de mostrar un recorrido sobre el arte contemporáneo latinoamericano, y su devenir como pensamiento antropofágico, en tanto política estética insurgente a la forma humana de colonización de los cuerpos. Este trabajo es una apuesta por pensar la antropofagia como el gesto estético-político propiamente crítico de las corporalidades latinoamericanas.

Este trabalho tem a pretensão de ser uma etnografia histórica, no sentido de que o seu objeto central é o conceito Javaé de História e a sua relação com a estrutura social. Tento revelar o modo como os Javaé compreendem o processo de construção histórica da sociedade no discurso mítico, que aqui é tratado como uma forma legítima de consciência histórica. Dada a inter-relação entre estrutura e processo, a análise do mito como uma teoria da práxis ocorre paralelamente à análise de como essa práxis histórica se realiza entre os Javaé, a sua forma atual. A idéia de que a alteridade é imanente à reprodução da sociedade, de um modo similar aos estudos sobre a construção da pessoa na Amazônia, é analisada em sua dimensão inerentemente histórica, uma vez que os Javaé concebem as transformações históricas como um produto da relação estrutural e permanente entre interior e exterior.
A compreensão dos princípios de criação da cultura/sociedade e da realidade depende do estudo dos conceitos e práticas nativas em relação ao corpo, tema fundamental da etnologia sul-americana já há algumas décadas. O modelo básico do conceito Javaé de História é a procriação, que aqui não tem qualquer conotação naturalizante e é vista como a capacidade extraordinária de transformação do mesmo no diferente a partir de uma interação fértil entre masculino e feminino, identidade e alteridade. Tem-se, portanto, uma História corporalizada, generizada e espacializada, baseada na não separação entre natureza e cultura, de modo que descrever o processo de fabricação da sociedade ao longo do tempo é inseparável de uma descrição etnográfica da fabricação da pessoa/corpo e da construção do parentesco.
Também tenho a pretensão de propor, de forma inédita, a partir da análise do discurso mítico-histórico e da organização social, que os Javaé atuais seriam o produto de uma complexa fusão histórica no Brasil Central entre povos relacionados aos troncos lingüísticos Arawak e Macro-Jê (mais especificamente, aos Jê-Bororo). E que a Dança dos Aruanãs, o principal ritual Javaé, é uma versão nativa do clássico tema Jê-Bororo da onomástica, em que a pessoa se constitui a partir da oposição entre uma identidade substancial profana e poluída e uma identidade cerimonial sagrada e pública.

O capítulo é o relato de um experimento realizado com duas turmas de estudantes no curso de Bacharelado Interdisciplinar em Cultura, Linguagens e Tecnologias (Bicult), na Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e que me permitiu refletir tanto sobre o meu papel como antropóloga, envolvida com as investigações sobre a produção artesanal de bordados e com os caminhos da escrita etnográfica, quanto sobre as questões que eu vivencio na prática docente. O nome do experimento explica a proposta: “aula de bordado”. Desenvolvido no contexto de um bacharelado que apoia a experimentação de expressões e de linguagens artísticas, esta aula compôs parte das atividades pedagógicas da disciplina “Artes do Corpo”. Contou com a participação de duas turmas, formado por cerca de 50 estudantes, a partir de uma perspectiva multidisciplinar e tendo como diálogo as reflexões antropológicas em torno da produção de bordados.

Me propongo abordar algunos elementos que nos permitan discutir sobre las corporalidades y su vínculo con las ciudades. ya que como se explicará en el desarrollo del trabajo, dicha mirada da la posibilidad de analizar de manera holista la experiencia de la cuerpa vivida en diferentes espacios urbanos, en este sentido afirmamos que es una propuesta innovadora que además incluye una reflexión sobre la intersubjetividad, y que permite a las y los investigadores poner a discusión como usamos nuestras propias cuerpas-territorio en nuestros trabajos de investigación. El presente trabajo retoma diversos aportes de los estudios feministas, y en particular se centra en los generados desde una perspectiva latinoamericana, interseccional y decolonial, por ello se recupera el concepto cuerpa-territorio como eje de la reflexión sobre territorio, corporalidades y perspectiva de género.

En el presente trabajo-ensayo problematizo las posibilidades críticas de una práctica epistémico-pedagógica de las corporalidades en el entrecruzamiento artístico-político de las performances decoloniales latinoamericanas. La idea es proponer un recorrido conceptual desde ciertas experiencias descoloniales de performances que toman como problemática el andar erótico en tanto potencia crítica y liberadora de las diversas colonialidades que han producido los cuerpos en Latinoamérica. Me refiero a las experiencias de tres performerxs trans* o transfeministas que han desandado las tramas profundas de sus corporalidades para componer otros saberes, otros haceres, y otros deseos, que se desprendan de las formas coloniales que históricamente han habitado sus corporalidades. Los entrecruzamientos conceptuales que elijo para este tránsito pertenecen a las vidas artístico-políticas, de Daniel B. Chávez (México), Lukas Avendaño (México), Yecid Calderón (Colombia). Sus expresiones atraviesan la experiencia estético-política de una praxis performática que tiene como efecto una producción “académica” de conceptualización sobre el propio trabajo de descolonización corporal que producen. Esto me permite desplegar las posibilidades de pensar la performance descolonial como una experiencia epistémico-pedagógica de creación de otras corporalidades, donde se profundicen las luchas, las resistencias y la re-existencia ante las abigarradas intersecciones de las distintas colonialidades que se presentan sobre las corporalidades deseantes en la actualidad.

Movimento-Ação é um ensaio visual, autoral e experimental, composto por um conjunto de imagens que projetam sinuosidades corporais e gatilhos sentimentais atravessados por paisagens compósitas porque sensíveis à temporalidade. Realizado em um espaço-tempo urbanorural amazônida, especialmente na Ilha de Cotijuba (região insular de Belém-PA), trata-se de um ensaio marcado por uma poética de ordem transfronteiriça, com vistas a interseccionar corporalidades, indumentárias e memórias uma vez que os eixos que orientam determinados olhares e concepções de mundo insistem em tornar isomórfica a relação entre lugares, culturas e identidades regionais. O conjunto de referências históricas, sociais e espaciais utilizadas nas locações, a exemplo de partes do educandário (1930) e do presídio (1960), permitem que seja feito um reinvestimento estético da ordem do pertencimento: do que passou, de sensações de dor, ressentimento e angústia ainda presentes, e das possibilidades de tornar resistente a vida e as relações em meio aos projetos de expansão urbana de Belém, marcados, ainda hoje, por concepções de ascetismo e pureza. Portanto, o ensaio visual Movimento-Ação busca cruzar as noções de mobilidade e finitude, entendendo-as, por excelência, como expressões de força e coragem vinculadas por processos de autoconhecimento individuais e coletivos.

Esta pesquisa apresenta uma cartografia dos corpos eletrônicos drag na plataforma do YouTube, tendo como enfoque a (des)montação dos tutoriais. O problema de pesquisa é - como operam as performatizações existenciais expressas através dos corpos eletrônicos drag na plataforma do YouTube em sua forma tutorial? Que performatividades de gênero as técnicas de montação postas em prática nos tutoriais tendem a atualizar e que rupturas de sentido tendem a provocar? Com isso, o objetivo é observar os processos de atualização das performatividades de gênero instituídas nas performances drag, bem como as rupturas de sentido que anunciam desarticulações dos programas estabelecidos. Para tal, realiza-se uma revisão teórica da noção de performance, tendo como entrada as reflexões de Diana Taylor (2012) e Marvin Carlson (2009), com destaque para a arte da performance. Outra angulação da performance considerada é na relação com o conceito de Performatividade de gênero conforme proposto por Judith Butler (2002; 2015), sublinhando-se as diferenças entre os termos. Visando agregar um viés micropolítico de observação leva-se em conta a performance na sua articulação com a noção de Performatização existencial tratada por Suely Rolnik (2016; 2018), a qual é articulada aqui com pensamentos de autoras/es como David Lapoujade (2017), Maurizio Lazzarato (2014), Domenico Hur (2018) e Júlia Almeida (2003). Entre as diferenças observadas no uso da performance restringido ao âmbito macropolítico e aquele que inclui conjuntamente o âmbito micropolítico é o modo de compreensão das noções de Limite e de Fora. É em relação a esses pontos que a partir de Paul-Beatriz Preciado (2014; 2018) trata-se das micropolíticas de gênero, em específico quanto às oficinas drag king e às tecnologias de produção do corpo. Ademais, com base nas reflexões de Lucia Santaella (2004), Nísia Martins do Rosário (2009) e Sonia Montaño (2015) depreende-se alguns atravessamentos do corpo eletrônico drag na plataforma do YouTube, como, as linguagens do corpo, as linguagens audiovisuais, as montagens processuais, os algoritmos e os rastros deixados no decorrer da navegação. Para construir o percurso da investigação parte-se das pistas da cartografia como método, com destaque para a noção de desmontagem (PASSOS; BARROS, 2015a; idem, 2015b) que associada às práticas de montação drag e aos elementos da análise audiovisual permite constituir um Dispositivo de (des)montação como procedimento de produção e reconhecimento atento dos dados empíricos. De modo geral, foram rastreados 252 audiovisuais, dos quais 34 são reconhecidos atentamente através do Dispositivo de (des)montação. Por meio desta pesquisa percebe-se que os aspectos mais recorrentes entre os tutoriais de montação drag são os agenciamentos de maquiagem drag queen, os quais junto aos agenciamentos de maquiagem drag king, dão a ver as territorialidades de gênero e os programas que as constituem performativamente. Também são abordadas as maquiagens experimentais, as quais parecem evidenciar rupturas de sentido em relação aos limites instituídos. Por fim, ressalta-se que os agenciamentos em si não implicam posturas de incorporação pautadas pela redundância ou pela desmontagem, isso varia segundo as estratégias micropolíticas do desejo envolvidas nas diferentes montações - dentre as quais são diferenciadas as performatizações de uma drag perfeita e natural, e, de uma drag transformista que improvisa na cena (ambas coexistem, com maior predomínio de uma sobre a outra em cada caso).

El proceso de revaloración de la vida (Márquez, 2016) nos ayuda a comprender la importancia del entretejido entre distintas corporalidades. En esta ocasión me quiero centrar en la relación que mantenemos con el territorio, los cuerpos de agua y la biodiversidad que alberga la naturaleza y por eso quiero invitarles a reconocer estos elementos como cuerpos extensos (Márquez, 2016). Cabe aclarar que esta es una noción que, si bien tiene influencia de los feminismos descoloniales, nace de la experiencia etnográfica y colaborativa con la comunidad p´urhépecha de Cherán, entre los años 2014 y 2016. Para adentrarnos en esta noción es importante reconocer que la corporalidad es una construcción subjetiva, afectiva, política y económica que tiene una base material. Sin embargo, la idea de cuerpo no se reduce solo a aquellos considerados en sentido individual: mujeres, hombres, intersexuales y personas no binarias. Sino que hay una cierta plasticidad en esta noción que depende de la forma en que se establecen los linderos simbólicos y relacionales de una comunidad o de sociedad específica en un período histórico. Con base en la experiencia etnográfica pude apreciar que podemos dar cuenta de la extensión del sentido de cuerpo a través de la memoria compartida ancestralmente y palpando el entretejido del reconocimiento hacia sí y hacia otras corporalidades no humanas. De ahí que la invitación es a sentir y reconocer la interrelación con los cuerpos de agua, la flora, fauna, el territorio, la tierra, los minerales y los ecosistemas en su conjunto.

The process of reappraisal of life (Márquez, 2016) helps us understand the importance of the interweaving between different corporalities. This time I want to focus on the relationship we maintain with the territory, the bodies of water and the biodiversity that nature harbors and that is why I want to invite you to recognize these elements as extensive bodies (Márquez, 2016). It should be clarified that this is a notion that, although it is influenced by decolonial feminisms, arises from the ethnographic and collaborative experience with the P'urhépecha community of Cherán, between 2014 and 2016. To delve into this notion it is important to recognize that corporeality is a subjective, affective, political and economic construction that has a material basis. However, the idea of ​​the body is not reduced only to those considered in an individual sense: women, men, intersex and non-binary people. Rather, there is a certain plasticity in this notion that depends on the way in which the symbolic and relational boundaries of a specific community or society are established in a historical period. Based on the ethnographic experience, I was able to appreciate that we can account for the extension of the sense of body through ancestrally shared memory and palpating the interweaving of recognition towards oneself and towards other non-human corporalities. Hence the invitation is to feel and recognize the interrelation with bodies of water, flora, fauna, territory, land, minerals and ecosystems as a whole.

Desde o lançamento do seu primeiro videoclipe Louise Du Brésil , em outubro de 2015, Liniker alcançou um número expressivo de visualizações e grande destaque no cenário musical do Brasil, através de sua musicalidade e de seu corpo agênero carregado de elementos políticos. Instigado pelo objeto empírico e seu impacto na linguagem comunicacional, este trabalho tem como objetivo compreender de que forma ocorre o processo de configuração midiática da construção do corpo queer, em espaços distintos de enunciação (mídias Online nacionais e de autorreferência), tensionadas pelo Discurso-Liniker. Através das relações de poder estabelecidas por este corpo queer com o discurso heteronormativo, que tenta regular uma suposta linearidade entre sexo, gênero, sexualidade e desejos, busca-se, por uma perspectiva interdisciplinar da Semiótica da Cultura, da Teoria queer e da Comunicação, olhar para Liniker e suas relações com os enunciados midiáticos atuantes sobre este corpo.

Acesso em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/157358

Neste capítulo, procuro argumentar que o trabalho de campo é um trabalho de corpo. Compreendo a observação participante como uma experiência de copresença entre pesquisador e interlocutor. Convido alguns autores para ajudar-me a pensar em porque o corpo é ocultado de nossa reflexão teórica, apesar de ser imprescindível para qualquer empreendimento humano. Relato que as caminhadas junto aos extrativistas do litoral piauiense funcionaram como pesquisa através dos corpos e problematizo seus efeitos metodológicos e epistemológicos com a intenção de incluir o corpo do pesquisador como vetor de conhecimento.
Palavras-chave: corpo; self; reflexividade; observação participante.

Ciertos sesgos misógino-racistas proyectan la superioridad masculina como argumento para diferenciar las formas en que hombres y mujeres pueden aprehender, crear y recrear con el cuerpo. Aunque desde finales del siglo xx se registran transformaciones, el actual auge de la práctica deportiva, lúdica y recreativa, dirigida a pueblos étnicos, tiende a repetir la exclusión histórica de las mujeres. En este contexto, los juegos de pelota mesoamericana circulan en actividades y eventos dirigidos a la inclusión étnica y la equidad de género: unos son institucionales, pero otros comunitarios. Los primeros aún arrastran un arquetipo de juegos de pelota patriarcales; los segundos presentan una apertura inédita, permanente y congregada por líderes de la actividad física, el deporte y la recreación.

El cuerpo es el espacio de pensamiento que permite acercar la actividad del pensamiento filosófico y la reflexión deportiva. Este trabajo no trata de elaborar una tesis sobre la filosofía del deporte, sino encontrar un agón común que motive a pensar tanto en la filosofía como en el deporte. Con esto se intenta proponer, a partir de las filosofías de Gilles Deleuze y de Michel Serres, que el cuerpo es una fuerza que libera un combate sobre el pensamiento, sea en lo filosófico como en lo deportivo. En ambos casos, el cuerpo y sus tensiones, moviliza el pensamiento en ambas disciplinas citadas, provocando un devenir-atleta del filósofo y un devenir-filósofo del atleta.

LA HISTORIA DE ALE, UNA NIÑA QUE SE QUEMÓ SEVERAMENTE SU CUERPO. Y DEBIDO A ELLO EXPERIMENTÓ MULTIPLES MODIFICACIONES Y TRANSFORMACIONES CORPORALES. PODRÁS CONOCER LA TRAYECTORIA DE ATENCIÓN TRANSNACIONAL EXPERIMENTADA EN LA INFANCIA, DONDE LA MADRE HA TENIDO UN PAPEL PRIMORDIAL PARA SU SOBREVIVIENCIA.

En este artículo se examina una serie de discursos y prácticas que, en la actualidad, existen en Bogotá en torno a las éticas y estéticas de la exis-tencia que, apelando a técnicas de meditación orientales o a la mediación neochamánica, articulan la producción de corporalidades espiritualizadas y alternativas. Estas corporalides evidencian una economía política del deseo  y  unas  prácticas  de  cuidado  de  sí  articuladas  por  sectores  privi-legiados  y  catalizadas  por  procesos  de  otrerización  donde  oriente  o  la  indianidad  operan  como  marcaciones  de  autenticidad  que  posibilitan  inusitados sujetos morales.

“Ostruca parte de uma suposição de base: as mídias constituem dispositivos (com suas linguagens, seus arranjos de signos, sua materialidade técnica, suas rotinas, sua institucionalidade, seus poderes e contrapoderes, seus processos de assujeitamento). Mas como esses dispositivos muito particulares (no caso, os vídeos sobre montação drag no YouTube) se acoplam àquilo que Paul Beatriz Preciado chamou de dispositivo drag king? A partir daí, trata-se de reconhecer esse meta-dispositivo resultante, essa complexa máquina semiótica, esse arranjo híbrido, num outro nível de radicalidade. Trata-se de desmontá-lo.” (Prof. Fabrício Silveira)

Neste artigo discuto a relação entre a construção do gênero e o tema da mudança cultural entre os Javaé, um grupo indígena brasileiro com o qual convivi por 6 meses em 1990 e 1 ano em 1997/1998. A partir de um mito nativo a respeito do contato com a sociedade envolvente, e baseada nos argumentos de Sahlins (1992,1993,1995), Turner (1988,1991) e Comaroff e Comaroff (1992), tento mostrar de que modo a associação que os Javaé fazem entre feminilidade e alteridade pode ser um dos caminhos para se compreender a tenacidade da sobrevivência física e cultural do grupo frente às adversidades impostas pelo contato interétnico.

In almost fifty years of publication, Claudia promotes female ways of women being and relating to theirselves and to people that may be considered ways of taking care of theirselves. The concept of Michel Foucault is aplied nowadays, conected with historical, social issues as well as with power relations and with gender and biopolitic problems. The editions of 2000s shows the credibility of journalism and cientific discourses as strategies of persuasion of the different rules of the magazine. Claudia presents, all the time, the modern woman, heterossexual, thin, mother, professional, emotionaly stable. On the other hand, it reveals what is out of the universe of gender normality.

Vivimos en la era del cuerpo. No sabemos hasta cuándo el mundo académico mantendrá el interés, sin embargo, nadie podrá ocupar que en la actualidad el cuerpo es parte, ya sea como accesorio o como objeto principal, de la mayoría de los estudios académicos. Desde el mundo de las artes hasta el de las ciencias, se ha reconocido que sin él no es posible comprender del todo al hombre vivo, al hombre de carne y hueso... al hombre total.

O texto trata da importância da dança no processo de definição de procedimentos de pesquisa e escrita de acadêmicos da Licenciatura Indígena da Universidade Federal do Acre-Campus Floresta. A partir do relato de três experiências de orientação e colaboração em pesquisas, no caso, duas monografias de conclusão de curso e um projeto de pesquisa, busco refletir sobre a relação entre regimes de conhecimento distintos e suas práticas de linguagem. Em contraste com o pensamento moderno, para o saber e as práticas indígenas o "corpo" ocupa lugar privilegiado, o que permite problematizar esse encontro de regimes de conhecimento e o modo como ele é elaborado por esses pesquisadores e suas comunidades em práticas de pesquisa e escrita. O texto busca contribuir para o debate em torno da revisão de pressupostos e paradigmas de herança moderna que fecham a Universidade e seus procedimentos para outras concepções de conhecimento e suas práticas. Palavras-chave: Pesquisadores indígenas. Corporalidade. Dança. Regimes de conhecimento.

Neste ensaio teórico parto de inquietações sobre a presença instaurada pela invisibilidade da personagem feminina Lira, e, também, sobre as perspectivas do espaço-tempo que vão (des)construindo seu corpo, na peça Guernica de Fernando Arrabal. O objetivo é suscitar considerações acerca das opções dramatúrgicas estabelecidas pelo autor.  Para tal, trago como articuladores de meus pensamentos autoras e autores como Peggy Phelan (1995; 1996), Cleise Mendes (1981; 2015), Diego Sanchez (2007), Michel Foucault (2013) e Giorgio Agamben (2009) dentre outros que contribuem para essa jornada pelos escombros de Guernica. 

In this theoretical essay I start from concerns about the presence established by the invisibility of the female character Lira, and also about the perspectives of space-time that (de)construct her body, in the play Guernica by Fernando Arrabal. The objective is to raise considerations about the dramaturgical options established by the author. To this end, I bring as articulators of my thoughts authors such as Peggy Phelan (1995; 1996), Cleise Mendes (1981; 2015), Diego Sanchez (2007), Michel Foucault (2013) and Giorgio Agamben (2009), among others who contribute to this journey through the ruins of Guernica.

A través de las miradas que nos proporcionan las y los autores de esta obra colectiva, pretendemos ampliar la discusión sobre las diferentes formas y contextos del racismo en México. Los textos aquí reunidos vislumbran las expresiones contemporáneas del racismo desde tres ejes principales de análisis que corresponden a tres ámbitos distintos, aunque fuertemente imbricados: el de los cuerpos y las corporalidades, el de los medios de comunicación y sus contenidos, y el de los ámbitos educativos.

RESUMO
Esse trabalho é resultado de uma etnografia do curso “Antropologia através do corpo” oferecido na, Faculdade de Educação da Universidade Federal Fluminense em 2019. Dentro da temática proposta pelo curso, tratarei principalmente a relação entre: gênero, artes manuais (bordado), cuidado e política. Enfatizo como a arte foi utilizada como ferramenta de ensino e de micropolítica, possibilitando uma pedagogia através do corpo. As práticas realizadas durante o curso permitiram uma conexão com os saberes do corpo, principalmente o saber-fazer das mãos, trabalhando a ligação entre arte, educação e política. Ao fim, será feita uma proposição didática que dialoga com esses conhecimentos adquiridos, pensando em um contexto de ensino da Sociologia no Ensino Médio.
Palavras - chaves: Corpo. Bordado. Saber-fazer. Feminino. Educação.

ABSTRACT
This work is result of an ethnography of the course “Anthropology through the body” held at the Department of Education of the Fluminense Federal University, in 2019. In the core of the subjects proposed by this course, I will mainly discuss the relationships among gender, manual arts (embroidery), carefulness, and politics. It will be emphasized how art was used as a tool of both learning and micropolitics so that it could enable a pedagogy through the body. The practices that took place during the course allowed a connection with the knowledge of the body, mainly the know-how of the hands, establishing links between art, education, and politics. Finally, there will be a didactic proposal that connects these forms of knowledge acquired, reflecting upon the context of the teaching of sociology in high school.
Keywords: Body. Embroidery. Know-how. Feminine. Education.

A partir do interesse em processos de montação drag na América Latina, com destaque para o tensionamento em relação às dinâmicas coloniais que se expressam nesses contextos culturais, busca-se investigar o trabalho do argentino Maximiliano Mamani, que dá corpo à drag cholita Bartolina Xixa. Toma-se o modo como o artista emprega o termo ‘transformismo’ e como isso opera em relação às suas montações. No percurso, são atravessados os processos de produção de subjetividade aí implicados, tendo em vista o entrelaçamento entre gênero, sexualidade e raça. As vivências de Maximiliano junto ao transformismo também envolvem uma afirmação da luta de povos originários pelas terras que habitam. Para desenvolver esses aspectos, opera-se com as noções de insurreição micropolítica (ROLNIK, 2018), de drag como autoficção (PRECIADO, 2018), e com a cartografia (ROSÁRIO, 2013, 2016) enquanto “submetodologia indisciplinada” (MOMBAÇA, 2016). Entre as conclusões, entende-se que, em suas experiências e na performance Ramita Seca (2019), Maximiliano dá a ver uma reconfiguração do transformismo como dispositivo comunicacional de enfrentamento aos processos de colonização no âmbito cultural.

A inovação temática e estilística da cerâmica karajá, por iniciativa das mulheres, se deu nas décadas de 40 e 50, marcadas por perdas definitivas e grandes mudanças estruturais do modo de vida tradicional do povo Karajá diante da intensificação do contato com os colonizadores. As ceramistas karajá ofereceram um modelo notável de resiliência, propiciando uma forma artística de sustentação moral, simbólica e cultural do grupo em um momento crítico de grande desestruturação. Uma comparação com a atuação feminina nos períodos de luto, também concebidos como momentos de grande dor e desordem social, revela que as ceramistas recriaram um antigo padrão tradicional, em que as mulheres se responsabilizam pela elaboração do sofrimento coletivo por meio do exercício criativo e artístico. Somente uma perspectiva simultaneamente histórica e cultural permite constatar que a renovação da cerâmica, tendo como contexto maior as relações conflituosas com a sociedade nacional e a autoafirmação étnica dos Karajá, configura-se como um exemplo de mediação criativa entre estrutura e agência, continuidade e transformação, identidade e alteridade, o desejo e a realidade.

Trabajo presentado en el XIX ISA World Congress of Sociology, Toronto, Canadá, 16/7/2018.

Destaco en esta presentación la asociación entre corporalidad y moral en la formación de la identidad militar, presentando los mecanismos simbólicos activados para que se conciba un "mundo militar" diferente de un "mundo civil". Los rituales de iniciación de los militares, en particular aquellos relativos al ingreso en las academias militares, son analizados considerando el cuerpo como elemento central en lo que refiere tanto al desmonte de un cuerpo "civil" anterior como a la construcción de un cuerpo militar. Para tanto me baso en dos investigaciones realizadas en escuelas de formación de oficiales del Ejército. La mía, transcurrida en la Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), en Brasil, entre 1987 y 1988 (Castro, 2004), y la de Máximo Badaró, en el Colegio Militar de la Nación (CMN), en Argentina, entre 2002 y 2004 (Badaró, 2009).

Desejamos refletir sobre o conceito de corpo, na circulação que certos discursos teóricos articulam para uma perspectiva estética de fenômenos e processos da comunicação: tomamos os casos da pesquisa nesse campo, a partir do aspecto adventício das tecnologias e materialidades (quando a corporeidde é ampliada ou modificada pelas extensões tecnológicas) e a dignificacao conferida ao caráter corporalmente performado da experiência social-especialmente em contextos de lutas identitárias e da espetacularização do cotidiano. Nos dois casos, a dimensão de corporeidade desfavorece a comprensão daquilo que certas fontes filosóficas e psicológicas do discurso sobre uma percepção corporificada trouxeram para a melhor compreensão desses fenômenos. Mobilizamos especialmente as fontes da fenomenologia da percepção e das teorias ecológicas da visão para melhor situar nossos pontos de inflexão nesse debate. PALAVRAS-CHAVE: lobortis; egestas; porttitor; dolor; comunicação. Preâmbulo: a corporeidade, aquém da materialidade e dos agenciamentos Há uma considerável circulação de discursos no campo das pesquisas em Comunicação-especialmente em épocas mais recentes-que pretendem situar a corporeidade, assim como seus corolários de "performatividade", matrizes "de gênero", "pontos de vista" e especialmente o das "extensões tecnológicas", como elementos que fazem inflexão sobre os hábitos teóricos e heurísticos dominantes nesse mesmo campo. Mais recentemente, sobretudo, uma tal vindicação da "corporalidade" tem motivado o interesse de um contingente de pesquisdores interessados am angular, sob uma visada estética, certos problemas desse universo de estudos. Aí igualmente emergem as duas dimensões em que "corpos" são chamados a esta tarefa de re-situar determinados preceitos da investigação sobre fenomenos, processos e produtos comunicacionais: de um lado, a noção do "corpo" como matriz 1 Trabalho apresentado no GP Estéticas, Políticas do Corpo e Gêneros), XX Encontro dos Grupos de Pesquisas em Comunicação, evento componente do 43º Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação. 2 Mestre em Comunicação, Doutorando do PPGCOM/UFF,

Com base na análise de 36 tutoriais publicados por drags no YouTube, este texto apresenta uma investigação acerca das programações de gênero que se atualizam nos processos de montação e as rupturas de sentido em relação às codificações predominantes. Parte-se do conceito de Performatividade de gênero conforme trabalhado por Judith Butler (2015, 2019), o qual é inserido em relação com a noção de Performatização existencial proposta por Suely Rolnik (2018), o que permite perceber variações micropolíticas nos processos de transformação em decorrência. Junto com as observações de Paul B. Preciado (PRECIADO, 2018) sobre o Dispositivo drag king, desdobra-se a reflexão para além dos próprios contextos drag, situando-se a noção de Micropolíticas de gênero, as quais por um olhar oblíquo aparecem enquanto Micropolíticas cuir.

Resumo: Fruto  da  pesquisa  de  doutorado "Mascaramento  Espacial:  um  processo  criativo envolvendo  a  espacialidade  corporal  do  ator",  o  artigo  apresenta  as  etapas  de  um processo de criação realizado na Escuela de Artes Dramáticas de la Universidade de Costa  Rica  (EAD-UCR),  no  qual  a  espacialidade  corporal  do  ator  serve  de  matriz principal  para  a  constituição  de  seu  discurso  cênico.  Os  resultados  apontam  para procedimentos metodológicos baseados na maneira como a ambiência margeia um percurso  que  parte  das  dinâmicas  e  qualidades  de  movimento,  e  repercute, posteriormente,  tanto  na  criação  de  ações  cênicas  quanto  na  organização  dessas em partituras físicas.

Palavras-Chave:Mascaramento. Espacialidade. Corporalidade. Atuação.

Abstract: As a results of the doctoral research "Mascaramento Espacial: um processo criativo envolvendo a espacialidade corporal do ator", the article presents the stages of a creative process carried out at Escuela de Artes Dramáticas de la Universidade de Costa Rica(EAD-UCR), in which the bodily spatiality of the performer serves as a main  matrix  to  construct  their  performance.  The  results  point  to  methodological procedures based on the way the ambience bordering a path that comes from the dynamics  and  qualites  of  the  movements,  and  subsequently  affects  both  the creation of scenic actions and the organization these actions in physical scores.

Keywords: Masking. Spatiality. Embodiment. Performance.

O artigo tem como objetivo explicitar alguns processos de TRANSformação corporal e subjetiva que subjazem as práticas de Sarita Themônia (do coletivo de drags As Themônias de Belém (PA)). Potencialmente deformativa em sua construção textual, imagética e ontológica, Sarita evidencia, de forma acusatória, o lugar do não pertencimento de corpas LGBTQIA+ amazônidas (caboclas, macumbeiras, pretas e “periféricas”) à colonização de linguagens, discursos, performances e subjetivações em um “lugar onde o feio é muito bonito, o estranho é muito bonito, muito bonito de longe. A gente é muito bonita por dentro”. Sarita é, portanto, uma corpa não ficcional vivendo a necrose e apoptose da matéria em relação à substância e vice-versa.

Apresento aqui uma etnografia básica da relação contrastiva entre a vida cerimonial e o período de luto entre os Javaé, habitantes da Ilha do Bananal. Enquanto a primeira caracteriza-se por uma ênfase no controle do corpo/substâncias e das emoções, associando-se a um ideal de pacificação das tensões, o segundo caracteriza-se pelo transbordamento das emoções, associando-se a uma exacerbação dos conflitos. A vida cerimonial é controlada pela Casa dos Homens e centrada no espaço sagrado masculino, enquanto o luto é comandado pelas mulheres de idade e centrado no espaço profano feminino. Os homens são concebidos como sujeitos de corpos e emoções mais contidos, interessados na repetição da tradição, enquanto as mulheres são vistas como sujeitos de corpos e emoções menos controlados, associados à improvisação e à originalidade. A vida cerimonial regular, baseada em um objetivo masculino de manutenção da ordem, é subvertida pela morte e os consequentes choros rituais femininos, associados à criação do novo e às acusações de feitiçaria explícitas que provocam o caos momentâneo.

Fruto da pesquisa de doutorado Mascaramento Espacial: um processo criativo envolvendo a espacialidade corporal do ator, o artigo apresenta as etapas de um processo de criação realizado na Escuela de Artes Dramáticas de la Universidade de Costa Rica (EAD-UCR), no qual a espacialidade corporal do ator serve de matriz principal para a constituição de seu discurso cênico. Os resultados apontam para procedimentos metodológicos baseados na maneira como a ambiência margeia um percurso que parte das dinâmicas e qualidades de movimento, e repercute, posteriormente, tanto na criação de ações cênicas quanto na organização dessas em partituras físicas.  

Por meio de uma pesquisa etnográfica com diversas famílias de diferentes gerações formadas por nipodescendentes e por nipodescendentes com não nipodescendentes em Marília -SP, esse artigo discutirá questões relativas ao parentesco, papéis de gênero, pertencimentos, corporalidades, beleza e tensões no universo nipônico no Brasil. Especialmente com atenção para o olhar e trajetórias femininas, uma vez que, os jogos e as tensões no parentesco refletiriam com maior intensidade sobre os corpos das mulheres, fortemente, os das “mestiças”