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CADEIRA DO DESCONFORTO

Quando alguém diz que quer ser livre, entenda: não quer ter que dizer isso mais a ninguém. Incluindo você. https://www.wattpad.com/story/126986867-cadeira-do-desconforto https://medium.com/@CarlosFredericoPdSG/cadeira-do-desconforto-d7775f82a3de

CADEIRA DO DESCONFORTO Carlos Frederico Pereira da Silva Gama Palmas, 27. Out. 2017 Quando alguém diz que quer ser livre, entenda: não quer ter que dizer isso mais a ninguém. Incluindo você. Agnes Heller comparava essa busca à cadeira vazia à espera de seu devido ocupante. Um dia virá, quando não sabemos. Estamos à espera de alguém que mereça sentar. Se esse alguém somos nós, esse é outro papo. A autodeclaração da liberdade já é quase não querer dizer, antecipado. Não lida com a existência de outros. Ou coexistência. Essa liberdade não foi alçada no alívio imediato de pontos finais. “ó o devido te po de espi a , pa a ue ac edita ue o te po co t ola ossas escolhas… Rupturas trazem confortos em meio a tempestades. Esse conforto precisa de sorte, diria Nelson Rodrigues. Sem isso, nem um Chicabon será liberado. Algo mais falta para a cadeira se assentar, a tempo. Deixar (des)conexões escolherem o próximo passo não satisfaz. O conforto se alimenta dessa crença no tempo senhorial. Sem amarras e paciências, pela liberdade rompemos elos. Zygmunt Bauman aponta a facilidade da ruptura como traço distintivo da Modernidade líquida. Por todos os poros, vamos cortando, podando, vedando. Em nome da liberdade. Libertas que sera tamen. À espera da salvação, acomodados. A banda passou. Carolina não viu. Virgen Niña Dormida , Francisco de Zurbarán