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Este artigo se trata de uma aproximação inicial à obra de Cristina Rivera Garza, escritora e professora mexicana estabelecida nos Estados Unidos desde os anos 1990. Ela é responsável pela proposição e direção do programa de pós-graduação... more
Este artigo se trata de uma aproximação inicial à obra de Cristina Rivera Garza, escritora e professora mexicana estabelecida nos Estados Unidos desde os anos 1990. Ela é responsável pela proposição e direção do programa de pós-graduação em Escrita Criativa, vinculado ao Departamento de Estudos Hispânicos da Universidade de Houston. Praticando o que tem sido chamado por escrita documental, em que o interesse em dar a ver os documentos de investigação supera a discussão sobre a tensão entre ficcional e não-ficcional, algumas de suas obras mais conhecidas são Habia mucha neblina o humo o no sé qué (2016), sobre o escritor mexicano Juan Rulfo; Nadie me verá llorar (1999) e La Castañeda (2010), respectivamente um romance e um relato histórico sobre um hospital psiquiátrico no México, tema de sua tese de doutorado; e Andamos perras, andamos diablas (2021), reedição de seu primeiro livro de contos, La guerra no importa (1991), em que discute a temática do feminicídio. Sua obra ficcional mais recente, El invencible verano de Liliana (2021), adentra e dá a ver os documentos de investigação sobre o feminicídio de sua irmã mais nova. Sua obra é escrita majoritariamente em espanhol e aborda questões relacionadas ao contexto mexicano, sendo marcada por contos, trabalhos investigativos, poesia, romances e ensaios críticos. Estaremos interessados aqui por sua publicação ensaística Los muertos indóciles. Necroescrituras y desapropiación (2019), na qual a escritora defende as noções de "necroescritas" e de "desapropriação" e em que articula uma variedade de noções advindas do campo intelectual francês, deslocando-os para seu próprio contexto crítico-literário. Nosso foco estará sobretudo direcionado aos três primeiros ensaios da obra, nos quais a autora atualiza para seu campo de discussão noções como por exemplo "a morte do autor" (Roland Barthes), "a função autor" (Michel Foucault) e "a comunidade inoperada" (Jean-Luc Nancy). Buscaremos mostrar como Rivera Garza estabelece este contato e como ele é produtivo para seu pensamento crítico.
Palavras-chave: Cristina Rivera Garza; necroescritas; desapropriação; circulação da crítica francesa; deslocamento.
A parodia do cogito cartesiano “tenho medo, logo vivo” é enunciada por Roland Barthes em “L’image”, no colóquio Prétexte : Roland Barthes. A frase é emprestada por Paloma Vidal, no desfecho de seu livro cartonero Não escrever, em que... more
A parodia do cogito cartesiano “tenho medo, logo vivo” é enunciada por Roland Barthes em “L’image”, no colóquio Prétexte : Roland Barthes. A frase é emprestada por Paloma Vidal, no desfecho de seu livro cartonero Não escrever, em que Barthes é simultaneamente personagem e referência para a composição da narrativa. Acompanharemos como o medo presente em Não escrever é alimentado pela leitura de Vidal da obra barthesiana e por seu interesse em eventos biográficos da vida de Barthes. Nossa discussão aportará reflexões do ensaio “La Peur”, de Tiphaine Samoyault, e apontamentos de uma seleção de escritos de Barthes, notadamente Diário de luto, Roland Barthes por Roland Barthes e “L’image”.The parody of the Cartesian cogito, “j’ai peur, donc je vis” is enunciated by Roland Barthes in “L’image”, in Prétexte: Roland Barthes colloque. Paloma Vidal borrows this sentence to close her cartonero book Não escrever, in which Barthes appears as a character also as a reference for her narrative. The...
A parodia do cogito cartesiano “tenho medo, logo vivo” é enunciada por Roland Barthes em “L’image”, no colóquio Prétexte : Roland Barthes. A frase é emprestada por Paloma Vidal, no desfecho de seu livro cartonero Não escrever, em que... more
A parodia do cogito cartesiano “tenho medo, logo vivo” é enunciada por Roland Barthes em “L’image”, no colóquio Prétexte : Roland Barthes. A frase é emprestada por Paloma Vidal, no desfecho de seu livro cartonero Não escrever, em que Barthes é simultaneamente personagem e referência para a composição da narrativa. Acompanharemos como o medo presente em Não escrever é alimentado pela leitura de Vidal da obra barthesiana e por seu interesse em eventos biográficos da vida de Barthes. Nossa discussão aportará reflexões do ensaio “La Peur”, de Tiphaine Samoyault, e apontamentos de uma seleção de escritos de Barthes, notadamente Diário de luto, Roland Barthes por Roland Barthes e “L’image”.
Entre 2015 e 2018, Paloma Vidal realiza o projeto literário Não escrever: um conjunto de manifestações diversas, como anotações de aula, performances, viagens, um diário, um livro cartonero. Nosso interesse central neste artigo será de... more
Entre 2015 e 2018, Paloma Vidal realiza o projeto literário Não escrever: um conjunto de manifestações diversas, como anotações de aula, performances, viagens, um diário, um livro cartonero. Nosso interesse central neste artigo será de acompanhar sobretudo a manifestação de Não escrever em livro cartonero (2018), observando a presença de Roland Barthes por entradas variadas: personagem, intelectual, sujeito biográfico. A reflexão sobre o deslocamento em diferentes camadas atravessará todo o percurso deste texto.
Aproximando os conceitos de autoficção e de performance, a partir sobretudo das discussões de Diana Klinger, Diana Taylor e Renato Cohen, adentraremos o projeto Não Escrever, de Paloma Vidal. Estaremos interessados em observar como as... more
Aproximando os conceitos de autoficção e de performance, a partir sobretudo das discussões de Diana Klinger, Diana Taylor e Renato Cohen, adentraremos o projeto Não Escrever, de Paloma Vidal. Estaremos interessados em observar como as duas manifestações que percorrem seu projeto, oferecidas ao público em formato de performance e de livro-cartonero (prática argentina de confeccionar livros manualmente com papelão), convivem e integram de modo equilibrado o processo criativo da escritora. Discutiremos também como o elemento performático é relevante para a escrita de Vidal, na construção de sua escrita de si e na constituição de sua persona.Bringing together the concepts of autofiction and performance, the discussion will be based mainly on the studies of Diana Klinger, Diana Taylor and Renato Cohen to explore Paloma Vidal’s project, called Não Escrever (‘Do Not Write’). This project is presented to the public in two approaches, as a performance and as a “livro-cartonero”, an Argentini...
Aproximando os conceitos de autoficção e de performance, a partir sobretudo das discussões de Diana Klinger, Diana Taylor e Renato Cohen, adentraremos o projeto Não Escrever, de Paloma Vidal. Estaremos interessados em observar como as... more
Aproximando os conceitos de autoficção e de performance, a partir sobretudo das discussões de Diana Klinger, Diana Taylor e Renato Cohen, adentraremos o projeto Não Escrever, de Paloma Vidal. Estaremos interessados em observar como as duas manifestações que percorrem seu projeto, oferecidas ao público em formato de performance e de livro-cartonero (prática argentina de confeccionar livros manualmente com papelão), convivem e integram de modo equilibrado o processo criativo da escritora. Discutiremos também como o elemento performático é relevante para a escrita de Vidal, na construção de sua escrita de si e na constituição de sua persona.
A partir da investigação de um corpus composto por três obras de José de Alencar, a saber, Lucíola, O tronco do Ipê e O Guarani, e a busca de dados históricos acerca da formação de uma identidade nacional, sobretudo em Gilberto Freyre e... more
A partir da investigação de um corpus composto por três obras de José de
Alencar, a saber, Lucíola, O tronco do Ipê e O Guarani, e a busca de dados históricos acerca
da formação de uma identidade nacional, sobretudo em Gilberto Freyre e Camara Cascudo,
o objetivo da análise é compreender a formação de uma nação, a partir do contato de
elementos estrangeiros, e enxergar na literatura modelos ilustrativos de um conjunto de
hábitos alimentares. Em segundo plano, se mostrará interessante entender como a cena de
refeição parece ser relevante elemento caracterizador das personagens e ambientador, no
sentido de permitir a resolução ou entrave de conflitos na trama.
Palavras-chave: identidade nacional, alimentação no romance, cenas de refeição.
No panorama em que a personagem de ficção romântica é constituída a partir de um modelo real de indivíduo, captar os elementos literários empregados pelo romancista na elaboração de sua trama parece ser relevante para recepção da obra.... more
No panorama em que a personagem de ficção romântica é constituída a partir de um modelo real de indivíduo, captar os elementos literários empregados pelo romancista na elaboração de sua trama parece ser relevante para recepção da obra. Neste contexto, a alimentação poderia ser considerada um aspecto de valioso destaque na proposição de espaços que permitam a comensalidade para estabelecimento de conflitos, bem como interessante figura para caracterizar lugares e personagens. Valendo-se de um corpus variado de José de Alencar, a investigação precisará paralelos com reflexões francesas sobre a gastronomia, de Brillat-Savarin e Balzac e, pautando-se igualmente por conceitos da crítica literária, sobretudo Antonio Candido e E. M. Forster, para uma enumeração e leitura de cenas de refeição e elementos alimentares e gastronômicos propostos pelo romancista para composição de suas obras. O interesse estará tanto no estudo de trechos em que a alimentação e os ingredientes aparecem como centr...
Documento editado a partir de conversa com a escritora e professora universitária Paloma Vidal acerca de seu projeto Não Escrever. A conversa ocorreu em 17 de setembro de 2019, em que a escritora apresentou seu arquivo pessoal e relatou... more
Documento editado a partir de conversa com a escritora e professora universitária Paloma Vidal acerca de seu projeto Não Escrever. A conversa ocorreu em 17 de setembro de 2019, em que a escritora apresentou seu arquivo pessoal e relatou sobre os processos empreendidos na concepção do projeto. O projeto se inicia em 2015, manifestando-se em formatos variados: um projeto acadêmico; uma série de palestras performáticas; um livro cartonero. Nossa conversa percorre essas três manifestações e também reflexões de Vidal sobre a presença da performance em sua prática de escrita e criação literária. O produto resultante dessa conversa foi primeiramente transcrito e possibilitou uma primeira exposição reflexiva, em formato de comunicação, no congresso "Rascunhos do contemporâneo", ocorrido em Curitiba em outubro de 2019. Mais tarde, o material foi analisado com mais cuidado, de modo que se percebeu a necessidade de editá-lo incluindo breves comentários e explicações adicionais. Pelo ...
Resenha do livro Roland Barthes (2019), por Mathieu Messager, publicado na coleção Que sais-je ?, da editora francesa Presses Universitaires de France. Aliando aspectos biográficos e bibliográficos, Messager logra oferecer aos leitores... more
Resenha do livro Roland Barthes (2019), por Mathieu Messager, publicado na coleção Que sais-je ?, da editora francesa Presses Universitaires de France. Aliando aspectos biográficos e bibliográficos, Messager logra oferecer aos leitores possibilidades de diálogo entre Barthes e a contemporaneidade.
Editorial do dossiê de número 49.
Editorial do dossiê 38, "Literatura como encontro".
Este é o editorial do terceiro volume da série Rascunhos do Contemporâneo.