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Este artigo aborda o processo de reestruturação da indústria fonográfica, com foco no formato “álbum de música”. Adotando uma perspectiva que considera a importância das materialidades dos suportes de reprodução musical, analisa o... more
Este artigo aborda o processo de reestruturação da indústria fonográfica, com foco no formato “álbum de música”. Adotando uma perspectiva que considera a importância das materialidades dos suportes de reprodução musical, analisa o álbum‑aplicativo “Biophilia”, lançado por Björk em 2011, guiado por questões sobre a materialidade da música e a remediação do álbum musical através de novos protocolos de escuta. Argumentamos que o formato álbum – supostamente ameaçado pelas novas práticas de consumo nas tecnologias digitais – mostra sinais de que pode ser repensado para acompanhar o processo de reestruturação da indústria musical, incentivando novas maneiras de os consumidores e os próprios artistas lidarem com a música.
Research Interests:
O presente artigo busca discutir produtos da cultura de fãs tendo como estudo de caso o vídeo “The Star Wars that I used to know”, paródia do hit “Somebody that I used to know”, do músico australiano Gotye. O vídeo articula a lógica dos... more
O presente artigo busca discutir produtos da cultura de fãs tendo como estudo de caso o vídeo “The Star Wars that I used to know”, paródia do hit “Somebody that I used to know”, do músico australiano Gotye. O vídeo articula a lógica dos fan films e coloca em questão a circulação de música e da cultura de fãs na internet, as fronteiras entre produção e consumo e a articulação entre fandoms de música e fandoms de cinema.

“What happened to the Star Wars that I used to know?” Remix and participatory culture as means of expression among fans – The paper aims to discuss products from fan culture through the case study of “The Star Wars that I used to know”, a music video parody from Gotye’s hit “Somebody that I used to know”. The fan films’ logic enunciated in the video puts into question the circulation of music and fan cultures on the internet, the boundaries between production and consumption of cultural goods, and the connections between music and movie fandoms.
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A partir do álbum-aplicativo Synthetica, lançado em 2013 pela banda canadense Metric, este artigo se propõe a investigar a relação entre cultura material e música na cibercultura. Em um primeiro momento, traz algumas reflexões e... more
A partir do álbum-aplicativo Synthetica, lançado em 2013 pela banda canadense Metric, este artigo se propõe a investigar a relação entre cultura material e música na cibercultura. Em um primeiro momento, traz algumas reflexões e perspectivas sobre os conflitos entre materialidade e cultura digital. Em seguida, discute o álbum de música em um sentido mais tradicional para pensar suas aproximações e distanciamentos com o álbum-aplicativo. Por fim, analisa Synthetica, apoiado em reflexões sobre cultura remix, a materialidade da música e remediação. Conclui-se que, mesmo na cibercultura, a música possui uma complexidade material, moldando novos protocolos de escuta no diálogo entre actantes humanos e não-humanos.

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SYNTHETICA: Reflections on the (im)materiality of music in app-albums – Using the app-album "Synthetica", launched in 2013 by Canadian band Metric, as a study object, this paper aims to investigate the relationship between material culture and music in cyberculture. Firstly, it brings some reflections and perspectives about the conflicts between materiality and digital culture. Secondly, it discusses the music album in a more traditional sense to highlight its similarities and differences with the app-album. Lastly, it analyzes Synthetica, anchored by thoughts on remix culture, the materiality of music and remediation. We conclude that, even in cyberspace, music possesses a material complexity, shaping new “listening protocols” in the relationship between human and non-human actants.
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A cultura digital vem apresentando uma série de desafios para o formato cultural “álbum de música”. A introdução de suportes digitais como o CD e, principalmente, o MP3 abre caminhos para outras práticas de escuta e possibilidades de... more
A cultura digital vem apresentando uma série de desafios para o formato cultural “álbum de música”. A introdução de suportes digitais como o CD e, principalmente, o MP3 abre caminhos para outras práticas de escuta e possibilidades de comunicar o produto musical, não mais centradas no álbum, entendido como um produto fechado, coerente temática e sonoramente, pré-estruturado através da disposição das faixas em ordem específica e consumido também em termos materiais, tácteis e visuais. Através de dados que apontam a queda na circulação dos formatos físicos e o crescimento do consumo de música de forma unitária, aposta-se no “fim” do álbum ou, pelo menos, em uma forte desvalorização. Em direção contrária, o argumento desta tese sustenta que, mesmo nesse cenário, o álbum de música não somente continua a estruturar grande parte da experiência musical em diferentes esferas – produção, circulação e consumo – como a cultura digital oferece possibilidades de ampliação de nosso entendimento do formato, onde a materialidade permanece cumprindo papel central. Pergunta-se, então: como as convenções simbólico-materiais do álbum são reorganizadas na cultura digital? O primeiro passo para construir o argumento é entender que o que se convencionou chamar de álbum é entendido através da articulação de três categorias: protocolo de escuta do álbum, que lida com questões relativas aos aspectos “artístico-culturais” e temáticos de determinada produção fonográfica registrada em um álbum; protocolo de escuta do suporte, que considera a materialidade do suporte como central nas práticas de escuta e entendimento do formato e o protocolo de usos dos paratextos, o qual diz respeito aos paratextos do álbum, tais como título do álbum, nomes das faixas, imagens, encarte, letras impressas, textos de apresentação, agradecimentos, ficha técnica etc. Na segunda parte, dois estudos de caso – o livro de partitura Song Reader, de Beck, e o álbum Biophilia, lançado por Björk como um aplicativo para dispositivos móveis – discutem as categorias problematizando as convenções do álbum na cultura digital.
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