Lucas Waltenberg
UFF - Universidade Federal Fluminense, Comunication, Graduate Student
Este artigo aborda o processo de reestruturação da indústria fonográfica, com foco no formato “álbum de música”. Adotando uma perspectiva que considera a importância das materialidades dos suportes de reprodução musical, analisa o... more
Este artigo aborda o processo de reestruturação da indústria fonográfica, com foco no formato “álbum de música”. Adotando uma perspectiva que considera a importância das materialidades dos suportes de reprodução musical, analisa o álbum‑aplicativo “Biophilia”, lançado por Björk em 2011, guiado por questões sobre a materialidade da música e a remediação do álbum musical através de novos protocolos de escuta. Argumentamos que o formato álbum – supostamente ameaçado pelas novas práticas de consumo nas tecnologias digitais – mostra sinais de que pode ser repensado para acompanhar o processo de reestruturação da indústria musical, incentivando novas maneiras de os consumidores e os próprios artistas lidarem com a música.
Research Interests:
O presente artigo busca discutir produtos da cultura de fãs tendo como estudo de caso o vídeo “The Star Wars that I used to know”, paródia do hit “Somebody that I used to know”, do músico australiano Gotye. O vídeo articula a lógica dos... more
O presente artigo busca discutir produtos da cultura de fãs tendo como estudo de caso o vídeo “The Star Wars that I used to know”, paródia do hit “Somebody that I used to know”, do músico australiano Gotye. O vídeo articula a lógica dos fan films e coloca em questão a circulação de música e da cultura de fãs na internet, as fronteiras entre produção e consumo e a articulação entre fandoms de música e fandoms de cinema.
“What happened to the Star Wars that I used to know?” Remix and participatory culture as means of expression among fans – The paper aims to discuss products from fan culture through the case study of “The Star Wars that I used to know”, a music video parody from Gotye’s hit “Somebody that I used to know”. The fan films’ logic enunciated in the video puts into question the circulation of music and fan cultures on the internet, the boundaries between production and consumption of cultural goods, and the connections between music and movie fandoms.
“What happened to the Star Wars that I used to know?” Remix and participatory culture as means of expression among fans – The paper aims to discuss products from fan culture through the case study of “The Star Wars that I used to know”, a music video parody from Gotye’s hit “Somebody that I used to know”. The fan films’ logic enunciated in the video puts into question the circulation of music and fan cultures on the internet, the boundaries between production and consumption of cultural goods, and the connections between music and movie fandoms.
Research Interests:
A cultura digital vem apresentando uma série de desafios para o formato cultural “álbum de música”. A introdução de suportes digitais como o CD e, principalmente, o MP3 abre caminhos para outras práticas de escuta e possibilidades de... more
A cultura digital vem apresentando uma série de desafios para o formato cultural “álbum de música”. A introdução de suportes digitais como o CD e, principalmente, o MP3 abre caminhos para outras práticas de escuta e possibilidades de comunicar o produto musical, não mais centradas no álbum, entendido como um produto fechado, coerente temática e sonoramente, pré-estruturado através da disposição das faixas em ordem específica e consumido também em termos materiais, tácteis e visuais. Através de dados que apontam a queda na circulação dos formatos físicos e o crescimento do consumo de música de forma unitária, aposta-se no “fim” do álbum ou, pelo menos, em uma forte desvalorização. Em direção contrária, o argumento desta tese sustenta que, mesmo nesse cenário, o álbum de música não somente continua a estruturar grande parte da experiência musical em diferentes esferas – produção, circulação e consumo – como a cultura digital oferece possibilidades de ampliação de nosso entendimento do formato, onde a materialidade permanece cumprindo papel central. Pergunta-se, então: como as convenções simbólico-materiais do álbum são reorganizadas na cultura digital? O primeiro passo para construir o argumento é entender que o que se convencionou chamar de álbum é entendido através da articulação de três categorias: protocolo de escuta do álbum, que lida com questões relativas aos aspectos “artístico-culturais” e temáticos de determinada produção fonográfica registrada em um álbum; protocolo de escuta do suporte, que considera a materialidade do suporte como central nas práticas de escuta e entendimento do formato e o protocolo de usos dos paratextos, o qual diz respeito aos paratextos do álbum, tais como título do álbum, nomes das faixas, imagens, encarte, letras impressas, textos de apresentação, agradecimentos, ficha técnica etc. Na segunda parte, dois estudos de caso – o livro de partitura Song Reader, de Beck, e o álbum Biophilia, lançado por Björk como um aplicativo para dispositivos móveis – discutem as categorias problematizando as convenções do álbum na cultura digital.