- Doutor em Comunicação e Sociedade pela Universidade de Brasília (UnB), com estágio doutorado (Doutorado-Sanduíche) na... moreDoutor em Comunicação e Sociedade pela Universidade de Brasília (UnB), com estágio doutorado (Doutorado-Sanduíche) na Université Paris IV - Lettres Sorbonne. Mestre em Comunicação pela mesma instituição, especialista em Processos e Produtos Criativos, pela Universidade Federal de Goiás, e em Filosofia da Arte, pelo Instituto de Filosofia e Teologia de Goiás com chancela da Universidade Estadual de Goiás, e bacharel em Comunicação Social - Publicidade e Propaganda pela Faculdade Cambury (GO). Pesquisador vinculado ao diretório de pesquisa do CNPq nos grupos de estudo e pesquisa: Linguagem, Poesia e Comunicação (UCB), e Comunicação e Produção literária (FAC-PPGCOM/UnB). Atualmente é professor dos cursos de Comunicação da Universidade Católica de Brasília (UCB) e professor do Mestrado Profissional em Inovação em Comunicação e Economia Criativa (UCB). É consultor de comunicação e gestão de marcas pela MADE Design for Business e já atou como produtor cultural junto ao SESC-Goiás e em companhias de teatro. Sua investigação transita entre os fenômenos da sensibilidades e afetos, do imaginário e do feminino através da personagem Diadorim na obra Grande sertão: veredas de João Guimarães Rosa. Além das imagens do corpo e do poético, bem como suas relações com a filosofia, a arte e a comunicação. Pesquisa a história cultural do feminino a partir de obras de arte, literatura artefatos e imagens da mídia.edit
Este artigo propõe uma leitura de Diadorim – Menino, vestido de jagunço, que se apresenta em toda a sua vida relatada como um bravo guerreiro, mas que se revela, enquanto morto, em um corpo de mulher – como uma imagem inapreensível do... more
Este artigo propõe uma leitura de Diadorim – Menino, vestido de jagunço, que se apresenta em toda a sua vida relatada como um bravo guerreiro, mas que se revela, enquanto morto, em um corpo de mulher – como uma imagem inapreensível do Grande sertão: veredas (1956), romance de João Guimarães. Nosso objetivo é investigar as noções de imago movente e aparição como fórmula criativa que permitiu a elaboração estética da personagem pelo autor. Gesto que contribui para a reminiscência da personagem tanto na obra (no quadro ficcional) quanto no tempo (na cultura, nas releituras e transcriações artísticas como HQs, cinema, teatro etc.). A noção de imago movente acompanha o procedimento metodológico da imagem carregada de força e vida própria, pensada numa corrente teórica que compreende a imagem enquanto movimento: Walter Benjamin (2009; 2012), Hans Belting (2011) e Didi-Huberman (1998; 2013; 2015). Verificamos com essa leitura, que questões polêmicas do nosso tempo se interconectam com temáticas do romance, atualizando, assim, a obra e ampliando o seu circuito de sentidos em um constante movimento de mudança e preservação.
This article proposes a reading of Diadorim – Boy, dressed as a jagunço, who presents himself throughout his reported life as a brave warrior, but who reveals himself, while dead, in a woman’s body – as an elusive image of the Devil to Pay in the Backlands (1956), novel by João Guimarães. Our objective is to investigate the notions of moving imago and apparition as a creative formula that allowed the aesthetic elaboration of the character by the author. A gesture that contributes to the reminiscence of the character both in the work (in the fictional context) and in time (in culture, in reinterpretations and artistic transcreations such as comics, cinema, theater, etc.). The notion of moving imago accompanies the methodological procedure of the image charged with strength and life of its own, thought of in a theoretical current that understands the image as movement: Walter Benjamin (2009; 2012), Hans Belting (2011) and Didi -Huberman (1998; 2013; 2015). With this reading, we verified that controversial issues of our time are interconnected with themes from the novel, thus updating the work and expanding its circuit of meanings in a constant movement of change and preservation.
This article proposes a reading of Diadorim – Boy, dressed as a jagunço, who presents himself throughout his reported life as a brave warrior, but who reveals himself, while dead, in a woman’s body – as an elusive image of the Devil to Pay in the Backlands (1956), novel by João Guimarães. Our objective is to investigate the notions of moving imago and apparition as a creative formula that allowed the aesthetic elaboration of the character by the author. A gesture that contributes to the reminiscence of the character both in the work (in the fictional context) and in time (in culture, in reinterpretations and artistic transcreations such as comics, cinema, theater, etc.). The notion of moving imago accompanies the methodological procedure of the image charged with strength and life of its own, thought of in a theoretical current that understands the image as movement: Walter Benjamin (2009; 2012), Hans Belting (2011) and Didi -Huberman (1998; 2013; 2015). With this reading, we verified that controversial issues of our time are interconnected with themes from the novel, thus updating the work and expanding its circuit of meanings in a constant movement of change and preservation.
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Resumo O romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, é uma história de medo e atração, assombro e fascínio. Na travessia do rio São Francisco, Riobaldo, o narradorprotagonista, passa por um ato de transformação de caráter... more
Resumo O romance Grande sertão: veredas, de João Guimarães Rosa, é uma história de medo e atração, assombro e fascínio. Na travessia do rio São Francisco, Riobaldo, o narradorprotagonista, passa por um ato de transformação de caráter iniciático (Bolle, 2005). Discutiremos a personagem Diadorim enquanto o médium dessa travessia por meio de uma abordagem transgênero: Menino, vestido de boiadeiro, com imensos olhos verdes. Mediante uma postura aproximativa, identificamos em Diadorim a figura do encantamento e da repulsa, sentimentos distintos que conduzem Riobaldo ao confrontamento de sua própria sexualidade que é, por sinal, marcada pelo "regime da diferença sexual" (Preciado, 2020). A noção de imagem dialética (Benjamin, 2009) é o prisma pelo qual investigamos o embate entre as faces bela e terrível de Diadorim e que nos permitiu identificar, com a noção de travessia, elementos para uma leitura baseada num paradigma trans. Palavras-Chave: Diadorim. Transgênero. Grande sertão: veredas. Imagem dialética.
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A xilogravura do artista plástico brasileiro Arlindo Daibert (1952-1993), Diadorim II, é o meio pelo qual se investiga a noção de engrama e Pathosformel segundo Aby Warburg (1866-1929). Imagem motivada pelo romance de João Guimarães Rosa... more
A xilogravura do artista plástico brasileiro Arlindo Daibert (1952-1993), Diadorim II, é o meio pelo qual se investiga a noção de engrama e Pathosformel segundo Aby Warburg (1866-1929). Imagem motivada pelo romance de João Guimarães Rosa (1908-1969), Grande sertão: veredas (1956), em que se debatem forças dinâmicas contrastantes – lógica e magia, razão e desrazão, aparição e ocultamento –, semelhante ao fluxo narrativo rosiano. Deste modo, com os procedimentos metodológicos de Warburg (aproximativo, analógico, pelas reminiscências e filológico), explorou-se o caráter de transmissão presentes na imagem e na dimensão do páthos na personagem Diadorim, o que permitiu encontrar a sua dimensão cosmológica.
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O presente artigo discute elementos do imaginário e cultura brasileira os quais potencializam uma narrativa mítica em dois símbolos nacionais, o Macunaíma, de Mário de Andrade, e a imagem do Cristo Redentor. Sob a perspectiva da teoria do... more
O presente artigo discute elementos do imaginário e cultura brasileira os quais potencializam uma narrativa mítica em dois símbolos nacionais, o Macunaíma, de Mário de Andrade, e a imagem do Cristo Redentor. Sob a perspectiva da teoria do imaginário, estudaremos o aspecto mitogênico nas duas obras. A partir das aparições desses símbolos na cultura, na política e na mídia, constataram-se associações idealizadas com a estátua, e de estigma, com o personagem literário.
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O presente artigo discute elementos do imaginário e cultura brasileira os quais potencializam uma narrativa mítica em dois símbolos nacionais, o Macunaíma, de Mário de Andrade, e a imagem do Cristo Redentor. Sob a perspectiva da teoria do... more
O presente artigo discute elementos do imaginário e cultura brasileira os quais potencializam uma narrativa mítica em dois símbolos nacionais, o Macunaíma, de Mário de Andrade, e a imagem do Cristo Redentor. Sob a perspectiva da teoria do imaginário, estudamos o aspecto mitogênico nas duas obras. A partir das aparições desses símbolos na cultura, na política e na mídia, constataram-se associações idealizadas com a estátua, e de estigma, com o personagem literário.
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The novel "The Devil to Pay in the Backlands"" by João Guimarães Rosa, tells a story of fear and attraction, wonderment and fascination. During the crossing of the São Francisco river, Riobaldo, the protagonist-reciter, experiences an act... more
The novel "The Devil to Pay in the Backlands"" by João Guimarães Rosa, tells a story of fear and attraction, wonderment and fascination. During the crossing of the São Francisco river, Riobaldo, the protagonist-reciter, experiences an act of transformation of an iniciatic fashion (BOLLE, 2005). We will discuss the character Diadorim as a medium of such a crossing through a transgender perspective: a boy, dressed as a herdsman, with imense green eyes. By the means of an approximative stance, we identify in Diadorim the figure of enchantment and repulse, distinctive feelings that lead Riobaldo to challenge his own sexuality, which, for instance, is marked by the "regime of sexual difference" (PRECIADO, 2020). The notion of a dialectical image (BENJAMIN, 2009) is the prism through which we investigate the clash between the beautiful and terrible faces of Diadorim, and which allows us to identify, upon the notion of crossing, the elements for a reading based on a trans paradigm.
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Este artigo tem como objetivo discutir a ausência dos temas de gênero e da abjeção em Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), por parte da crítica jornalística brasileira, com destaque especial à figura de... more
Este artigo tem como objetivo discutir a ausência dos temas de gênero e da abjeção em Grande sertão: veredas (1956), de João Guimarães Rosa (1908-1967), por parte da crítica jornalística brasileira, com destaque especial à figura de Diadorim. Essa discussão ratifica a perspectiva de Silviano Santiago (2017) ao afirmar que o Grande sertão foi domesticado pelo pensamento conservador tanto acadêmico quanto jornalístico. Com uma metodologia de pesquisa bibliográfica e de arquivo de jornais, o artigo conclui que o não enfrentamento destas questões produz empobrecimento crítico.
Cette communication est basée sur les recherches que je mène dans le cadre de mon doctorat à l'Université de Brasília (UnB), et qui s'inscrivent dans l'axe de recherche Images et esthétiques contemporaines de la Faculté de Communication.... more
Cette communication est basée sur les recherches que je mène dans le cadre de mon doctorat à l'Université de Brasília (UnB), et qui s'inscrivent dans l'axe de recherche Images et esthétiques contemporaines de la Faculté de Communication. En France, il s'agit d'un stage doctoral à l'UFR d'études Ibériques et latino-américaines sous la direction de Michel Riaudel. Ma exposition doive suivri trois axes : A-Présenter Diadorim et le roman " Grande sertão : veredas" ; B-Je Démontrerai les typologies d'analyses ; C-Présenter les possibilités de lecture queer.
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Este artigo tem como objetivo problematizar a expressão “O Diadorim do Grande sertão sou eu”, dita por João Guimarães Rosa (1908-1967) a Afonso Arinos e registrada por Josué Montello, assim como busca circunscrever o problema biográfico... more
Este artigo tem como objetivo problematizar a expressão “O Diadorim do Grande sertão sou eu”, dita por João Guimarães Rosa (1908-1967) a Afonso Arinos e registrada por Josué Montello, assim como busca circunscrever o problema biográfico do autor mineiro. O texto fundamenta-se na discussão de “crítica biográfica” (SOUZA, 2020) para fazer a leitura do campo biográfico e da personagem Diadorim. A conclusão aponta para a possibilidade de relacionar fato e ficção à pesquisa e à grande carência de estudos biográficos sobre o autor mineiro.
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Como o arquétipo da mulher selvagem sobrevive e ressurge dentro de construções estereotipadas do feminino na cultura pop contemporânea, especialmente, na música e nos videoclipes? Para tratar desse arquétipo, partimos da figura brasileira... more
Como o arquétipo da mulher selvagem sobrevive e ressurge dentro de construções estereotipadas do feminino na cultura pop contemporânea, especialmente, na música e nos videoclipes? Para tratar desse arquétipo, partimos da figura brasileira da pombagira, símbolo de uma força feminina livre, selvagem, sensual e sexual<strong>.</strong> De acordo com a teoria de Warburg (2012), símbolos fortes ressurgem na arte devido ao caráter recorrente do pathos, que ele denomina <em>pathosformel</em>. Mostraremos, com o estudo de três figuras do feminino do star system mediático como um feminino livre, embora tenha sido devastado por séculos de falocentrismo, está ressurgindo e se manifestando na cultura pop.
RESUMO: A pesquisa Imagens e Imaginários de Diadorim situa-se em face do enigma e problematizações provocadas pela figura mítica e simbólica de Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas. É uma pesquisa de caráter bibliográfico com acesso a... more
RESUMO: A pesquisa Imagens e Imaginários de Diadorim situa-se em face do enigma e problematizações provocadas pela figura mítica e simbólica de Guimarães Rosa em Grande Sertão: Veredas. É uma pesquisa de caráter bibliográfico com acesso a fontes primárias, no acervo de Guimarães Rosa no IEB, e de fonte secundária, com intuito de levantar o estado da arte referente às pesquisas sobre o tema. Na compilação foi possível identificar uma quinta tipologia de estudo, ausente nas abordagens delineadas pelo professor e pesquisador Willi Bolle (2004), que seria a temática do desejo homoerótico, ligada à teoria queer e os estudos transgênero.
PALAVRAS-CHAVE: Diadorim; Estética; Grande Sertão: Veredas; Queer.
PALAVRAS-CHAVE: Diadorim; Estética; Grande Sertão: Veredas; Queer.
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Propomos aqui, uma reflexão sobre a abjeção e o imaginário da puta, destacando fatos históricos que contribuíram e reforçaram para imagem negativa que temos, alastrada na sociedade, tanto do feminino quanto da puta.
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A partir das ideias suscitadas pelo filósofo Dani-Robert Dufour que propõe a necessidade de uma “pornologia” pesquisamos o imaginário do consumo da pornografia e da putaria. No presente artigo tratamos a indústria do gozo; as imagens... more
A partir das ideias suscitadas pelo filósofo Dani-Robert Dufour que propõe a necessidade de uma “pornologia” pesquisamos o imaginário do consumo da pornografia e da putaria. No presente artigo tratamos a indústria do gozo; as imagens constituídas sobre esse imaginário e produtos midiáticos como as pin-ups do fim da década de 1920, o cinema de Érika Lust, o site gpguia.net e a presente inserção das mulheres co mo consumidoras de pornografia. Verificamos as condições de possibilidade para uma “filosofia puta.”
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A publicidade, atividade essencialmente visual, possui relação direta com as transformações sociais, econômicas e tecnológicas ocorridas desde meados do século XIX, e que avançam até os nossos dias. Resultado de um forte movimento... more
A publicidade, atividade essencialmente visual, possui relação
direta com as transformações sociais, econômicas e tecnológicas
ocorridas desde meados do século XIX, e que avançam até os
nossos dias. Resultado de um forte movimento econômico de
industrialização e modernização, a publicidade, do modo como
a conhecemos, emerge juntamente com as chamadas “máquinas de ver”,2 e acompanhou as revoluções industriais, o êxodo e a formação
das grandes metrópoles pulsantes. É exatamente daí que a
publicidade, como fenômeno da vida moderna, ganha seu ar de
voyeurismo. Prática explorada no protocinema e nas casas de rendez-
vous, famosas na moderna Paris do poeta Charles Baudelaire.
Na nossa perspectiva, o que sempre esteve em jogo, nesse espetáculo
de exposição e audiência, é uma estreita relação entre
mercadoria e atividade sexual. Este é o percurso que pretendemos
explorar, o vínculo entre a pornografia e o consumo. Para tal, recorreremos
ao imaginário e às imagens que circundam a noção de
pornografia (porné = consumo + grafia = escrita). As imagens que
serão apresentadas nos permitem evidenciar uma lógica ultraliberal,
em que o consumo da pornografia, omitido pelo discurso
moralizante, mas provido pela indústria do sexo, expõe um modo
de se produzir discursos e narrativas mediante as noções do desejo
e da avidez. O imaginário, também, nos permite perscrutar a
síntese nocional do jogo/relação entre o sexo e o consumo; o amor
ávido e a economia do gozo e do excesso. Eros e Capital.
direta com as transformações sociais, econômicas e tecnológicas
ocorridas desde meados do século XIX, e que avançam até os
nossos dias. Resultado de um forte movimento econômico de
industrialização e modernização, a publicidade, do modo como
a conhecemos, emerge juntamente com as chamadas “máquinas de ver”,2 e acompanhou as revoluções industriais, o êxodo e a formação
das grandes metrópoles pulsantes. É exatamente daí que a
publicidade, como fenômeno da vida moderna, ganha seu ar de
voyeurismo. Prática explorada no protocinema e nas casas de rendez-
vous, famosas na moderna Paris do poeta Charles Baudelaire.
Na nossa perspectiva, o que sempre esteve em jogo, nesse espetáculo
de exposição e audiência, é uma estreita relação entre
mercadoria e atividade sexual. Este é o percurso que pretendemos
explorar, o vínculo entre a pornografia e o consumo. Para tal, recorreremos
ao imaginário e às imagens que circundam a noção de
pornografia (porné = consumo + grafia = escrita). As imagens que
serão apresentadas nos permitem evidenciar uma lógica ultraliberal,
em que o consumo da pornografia, omitido pelo discurso
moralizante, mas provido pela indústria do sexo, expõe um modo
de se produzir discursos e narrativas mediante as noções do desejo
e da avidez. O imaginário, também, nos permite perscrutar a
síntese nocional do jogo/relação entre o sexo e o consumo; o amor
ávido e a economia do gozo e do excesso. Eros e Capital.
A dissertação delineia o imaginário da putaria através de imagens da história da arte: pinturas, esculturas e artefatos; e imagens midiáticas: fotografias, cartazes e filmes. Tais imagens são designadas como imagens fantasmas, por... more
A dissertação delineia o imaginário da putaria através de imagens da história da arte: pinturas, esculturas e artefatos; e imagens midiáticas: fotografias, cartazes e filmes. Tais imagens são designadas como imagens fantasmas, por tratarem de um momento histórico diferente do nosso embora sobreviventes ao tempo. Nesse sentido, tem-se como objetivo traçar uma narrativa dos vestígios imaginários da putaria por meio de uma genealogia da forma e uma etimologia cultural da puta. Procedimento adotado pelo historiador da arte Aby Warburg, o qual nos fornece as ferramentas de análise e interpretação da imagem: analógico, comparativo, por aproximação e filológico. Ideia agitada de Warburg nomeada por ele de Pathosformel, ou fórmulas expressivas do páthos. Procuramos compreender também, por esse viés, as relações entre corpo e mito, sagrado e sexual, feitiço e sedução, interdito e transgressão, gozo e consumo, razão e sensibilidade. Assim, as imagens analisadas, predominantemente femininas e portadoras de uma sexualidade livre que nos auxiliaram encontrar, por meio de uma potência criativa e poética, uma estética puta que potencialmente nos permite propor uma filosofia puta que problematize as resistências, os não ditos, o rejeitado e a abjeção.
PALAVRAS-CHAVE: putaria; imagem; imaginário; corpo; comunicação; Warburg
PALAVRAS-CHAVE: putaria; imagem; imaginário; corpo; comunicação; Warburg