Cláudia Ribeiro
PhD in History and Philosophy of Sciences (University of Lisbon) and two MA, one in History and Philosophy of Sciences (University of Lisbon) and one in Asian Studies (Portuguese Catholic University). BA in Philosophy (University of Lisbon) . Post-grad in Curating Art (Lisbon Nova University). Drawing Course (Ar.co, Lisbon). Chinese Language Course for Foreign Students (Beijing Foreign Studies University).
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Introductory Tour of the Books of Chinese Ancient Mathematics
In a first moment, by focusing on the most important of the Ten Classics of Mathematics, compiled in the Tang dynasty, I describe the key moments of what is seen as the first golden age of Chinese mathematics. Next, I describe the most relevant works published during the Song and Yuan dynasties, the second golden age of Chinese mathematics. Finally, I comment briefly on the subsequent period of relative decline, and on the renewal provided by the introduction of mathematics coming from Europe.
Devido à extrema complexidade, tanto filosófica como linguística, do Debate sobre Cavalos Brancos, de Gongsun Long, a sua tradução para outra língua deve ser sem-pre precedida da explicitação e justificação das escolhas efectuadas e da abordagem adoptada. Assim, começo por uma breve introdução à problemática da rectificação dos nomes (zheng ming) e pela caracterização da escola dos Nomes, na qual Gongsun Long costuma ser incluído. Detenho-me ainda sobre dois dos pensadores com quem Gong-sun Long tem sido associado nessa mesma escola, Deng Xi e Hui Shi e as razões, ou falta delas, para o considerar um "sofista". Há ainda que ter em consideração o conteúdo dos demais capítulos da obra que lhe é atribuída. No passo seguinte, discorro acerca dos diversos tipos de abordagem que têm vindo a ser adoptados na interpretação do Debate em questão, nomeadamente, as abordagens platónica, lógica, mereológica e semântica. Enumero então as dificuldades linguísticas com que deparei no decurso da tradução do Debate do chinês antigo para português e esclareço as razões pelas quais adoptei a abordagem semântica. Por fim, traduzo e comento o Debate passo a passo.
Na Primeira Parte, descreve-se a natureza e a função dos bronzes rituais chineses, inserindo-os no seu contexto histórico e artístico. Assinalam-se os desenvolvimentos nas suas tipologias ao longo das dinastias Shang e Zhou; da evolução da sua importância na associação com o poder e com os rituais funerários; e ainda do significado simbólico
da decoração zoomórfica.
Na Segunda Parte, para além de enumerar aquilo que deve ser levado em consideração ao adquirir bronzes rituais chineses na actualidade o presente artigo debruça-se sobre as escassas colecções portuguesas, em particular a maior de entre elas, reunida pelo artista plástico contemporâneo José de Guimarães. Prossegue-se com uma breve história e descrição desta colecção, tentando avaliar os seus pontos fortes e fracos, bem como a descodificação das directrizes por trás da escolha das peças.
O Lótus Azul é a obra de Hergé onde as dimensões históricas, políticas e etnográficas de um país foram mais bem transmitidas. Desde há mais de oitenta anos tem sido a porta de entrada de milhares de crianças (e adultos) para o conhecimento da China e da sua civilização, despertando-lhes amiúde um interesse perene. Nesse sentido, pretendo aqui averiguar a veracidade do retrato de Xangai que Hergé nos oferece. Começo pelos acontecimentos que estiveram na base da elaboração do álbum, nomeadamente a amizade entre Hergé e Tchang Tchong-jen. De seguida, convocando estudos relacionados com a Xangai dos anos trinta, tento apurar o grau de realismo com que a cidade é apresentada, mapeando tanto as suas características urbanas como o contexto socio-político da época. Por fim, analiso o modo – que nada tem de inocente – como Hergé representa os vários grupos étnicos que então habitavam Xangai.
Palavras-chave:Xangai, Tintim, anos 1930, China
Abstract:
The Blue Lotus is Hergé’s work where the historical, political and ethnographic dimensions of a country are better represented. For more than eighty years now, it has been the gateway to the knowledge of China and its civilization for thousands of children (and adults), often arousing in them a perennial interest. Therefore, I intend to ascertain here the truth of Shanghai’s portrait by Hergé. I begin with the background story of the album’s elaboration, namely the friendship between Hergé and Tchang Tchong-jen. Then, summoning studies about Shanghai in the thirties, I try to evaluate the degree of realism in the presentation of the city, mapping both its urban features and the socio-political context of the time. Finally, I analyse the way – which has nothing innocent about it – Hergé presents the various ethnic groups that inhabited Shanghai.
Keywords: Shanghai, Tintin, the thirties, China
focusing on the presence of metaphysics in science. In order to show that metaphysics pervades all stages of scientific inquiry, and after analysing the distinction between presuppositions and assumptions, I address the complex problem of the relation of metaphysics to truth and to experience. I advocate that there is an indirect relation of metaphysics to experience and that it is
possible to choose between rival metaphysical theories. But metaphysics, according to my view, is not present in science merely as a background of presuppositions and assumptions. It is present at every step of the scientific inquiry and also in a later moment: the interpretation of the findings of science and the elaboration of unifying theories.
In 1947, Niels Bohr supervised the design of his own coat of arms depicting the Chinese yinyang symbol and the motto „Opposites are Complementary‟ in Latin. This fact, as well as some of his statements where the Chinese culture is explicitly mentioned, seems to show that Bohr believed in at least some similarity between his own conception of complementarity, which arose within the framework of quantum physics, and the yinyang complementarity, which arose within the framework of the Chinese civilization, greatly admired by Bohr. This paper aims at evaluating the correctness of Bohr‟s belief. How similar and how different are both conceptions? First I analyse Bohr‟s complementarity with its two mutually opposing and empirically independent aspects. Then I analyse yinyang complementarity with its two mutually opposing but interconnected and interchangeable aspects. Finally, I pinpoint the differences and similarities between both conceptions and I arrive at the conclusion that the former largely outnumber the latter.
a cabo e, sobretudo, da compreensão da ciência da sua época.
É porque, segundo ele, a “metafísica e filosofia dos filósofos”
não estava à altura da ciência moderna que Bachelard
propõe a criação de uma nova filosofia das ciências, feita à
imagem das ciências e como elas multifacetada, evolutiva e
revolucionária.
Books
Monumental e imersiva, a instalação ocupa todo um aposento, sendo constituída por uma série de mais de quatrocentos livros encadernados no estilo tradicional chinês que se encontram abertos no solo num padrão em grade. Longos rolos de papel estendem-se através do tecto sobre os livros e, nas paredes circundantes, alinham-se verticalmente cartazes de papel. Cria-se um espaço imponente, semelhante a uma câmara com sobrecéu. Tanto os livros como os cartazes e rolos estão cobertos com milhares do que parecem ser caracteres chineses, gravados e impressos em tipos móveis de acordo com a tradição chinesa. Mas tais “caracteres” são invenções do artista. Embora tenham a particularidade de seguir a morfologia estrutural modular dos caracteres existentes e, portanto, de com eles se assemelharem grandemente, não existem no sistema de escrita chinês. Não têm significado literal e, dadas as especifidades da escrita chinesa, nem sequer podem ser lidos. O que pretende esta obra? Como entender o paradoxo entre a sua confecção laboriosa e também grandiosa com a sua ausência de significado lexical?
Abordando o debate em torno do realismo em ciência, e focando sobretudo as posições opostas de Bas C. van Fraassen e Alan Musgrave, este trabalho propõe um regresso a essa questão apaixonante, à luz dos novos desenvolvimentos da ciência e da reflexão filosófica que se tem produzido nas últimas décadas.
"Viajante incansável e observadora atenta da realidade chinesa, Cláudia Ribeiro narra-nos em No Dorso do Dragão as suas impressões das diversas Chinas, das suas populações, hábitos e manias, dos seus monumentos e culturas. De Pequim e Xangai ao Tibete, da Grande Muralha e do longínquo deserto de Taklamakan a Hong-Kong e Macau, a pé, de bicicleta, de riquexó ou de comboio, a autora dá-nos a conhecer uma outra China, intemporal e moderna, graciosa e caricata, divertida e cinzenta, num relato pitoresco e extraordinário pela sua vivacidade e realismo."
"«Não pertenço à geração do Maio de 68, fascinada com a Revolução Cultural que se desenrolava na China longínqua. Nem à geração que já tinha vinte anos no 25 de Abril e se filiou aguerridamente nos pequenos partidos maoístas que proliferavam então. O meu fascínio pela China nada teve de político. (...) Foram antes os caracteres, na sua poderosa singularidade, que me incitaram e me abriram caminho para um interesse que poderia ter permanecido inconsequente.»
Articles in Books
Ciente de que somos habitantes de toda a Terra, José de Guimarães é, na vida como na arte - enquanto criador e coleccionador - um frequentador do mundo. O mundo agrada-lhe, sem dúvida, com todo o seu feitiço, o seu imprevisto e as suas opacidades. E viagens, obra e colecções funcionam em uníssono, como três cabeças da mesma hidra. Pode mesmo afirmar-se que tanto as viagens como as colecções são parte integrante da sua obra. Com efeito, o seu nomadismo à escala planetária traduziu-se não só numa arte que reivindica diversas raízes culturais, e num programa bem conhecido de arte pública internacional, mas ainda em colecções de objectos provenientes dos quatro cantos do mundo. A novas viagens corresponderam novos ciclos, tanto na sua arte como nas suas colecções, que se foram assim diversificando.
Translations
"Por isso, o sábio
faz o que é sem acção
e pratica o ensino em que não se fala".
Temos à disposição de todas as pessoas interessadas uma edição chinês-português de Dao De Jing, da autoria de Lao Zi, com introdução, tradução e notas de Cláudia Ribeiro.
Dao de Jing é o mais importante livro do Taoísmo. Esta é uma tradução direta do chinês, onde a tradutora-autora faz uma explicitação de termos chineses, analisando cuidadosamente os carateres correspondentes aos mais importantes conceitos abordados na obra.
Trata-se, esta edição bilingue, do #6 da coleção "Traphicæ: Traduções Filosóficas de Autores Essenciais", uma coleção cientificamente coordenada pelo IEF — Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade de Coimbra.
Visite o sítio Web: https://www.uc.pt/fluc/ief/publica/traphicae/
Saudações filosóficas! 🦉
Introductory Tour of the Books of Chinese Ancient Mathematics
In a first moment, by focusing on the most important of the Ten Classics of Mathematics, compiled in the Tang dynasty, I describe the key moments of what is seen as the first golden age of Chinese mathematics. Next, I describe the most relevant works published during the Song and Yuan dynasties, the second golden age of Chinese mathematics. Finally, I comment briefly on the subsequent period of relative decline, and on the renewal provided by the introduction of mathematics coming from Europe.
Devido à extrema complexidade, tanto filosófica como linguística, do Debate sobre Cavalos Brancos, de Gongsun Long, a sua tradução para outra língua deve ser sem-pre precedida da explicitação e justificação das escolhas efectuadas e da abordagem adoptada. Assim, começo por uma breve introdução à problemática da rectificação dos nomes (zheng ming) e pela caracterização da escola dos Nomes, na qual Gongsun Long costuma ser incluído. Detenho-me ainda sobre dois dos pensadores com quem Gong-sun Long tem sido associado nessa mesma escola, Deng Xi e Hui Shi e as razões, ou falta delas, para o considerar um "sofista". Há ainda que ter em consideração o conteúdo dos demais capítulos da obra que lhe é atribuída. No passo seguinte, discorro acerca dos diversos tipos de abordagem que têm vindo a ser adoptados na interpretação do Debate em questão, nomeadamente, as abordagens platónica, lógica, mereológica e semântica. Enumero então as dificuldades linguísticas com que deparei no decurso da tradução do Debate do chinês antigo para português e esclareço as razões pelas quais adoptei a abordagem semântica. Por fim, traduzo e comento o Debate passo a passo.
Na Primeira Parte, descreve-se a natureza e a função dos bronzes rituais chineses, inserindo-os no seu contexto histórico e artístico. Assinalam-se os desenvolvimentos nas suas tipologias ao longo das dinastias Shang e Zhou; da evolução da sua importância na associação com o poder e com os rituais funerários; e ainda do significado simbólico
da decoração zoomórfica.
Na Segunda Parte, para além de enumerar aquilo que deve ser levado em consideração ao adquirir bronzes rituais chineses na actualidade o presente artigo debruça-se sobre as escassas colecções portuguesas, em particular a maior de entre elas, reunida pelo artista plástico contemporâneo José de Guimarães. Prossegue-se com uma breve história e descrição desta colecção, tentando avaliar os seus pontos fortes e fracos, bem como a descodificação das directrizes por trás da escolha das peças.
O Lótus Azul é a obra de Hergé onde as dimensões históricas, políticas e etnográficas de um país foram mais bem transmitidas. Desde há mais de oitenta anos tem sido a porta de entrada de milhares de crianças (e adultos) para o conhecimento da China e da sua civilização, despertando-lhes amiúde um interesse perene. Nesse sentido, pretendo aqui averiguar a veracidade do retrato de Xangai que Hergé nos oferece. Começo pelos acontecimentos que estiveram na base da elaboração do álbum, nomeadamente a amizade entre Hergé e Tchang Tchong-jen. De seguida, convocando estudos relacionados com a Xangai dos anos trinta, tento apurar o grau de realismo com que a cidade é apresentada, mapeando tanto as suas características urbanas como o contexto socio-político da época. Por fim, analiso o modo – que nada tem de inocente – como Hergé representa os vários grupos étnicos que então habitavam Xangai.
Palavras-chave:Xangai, Tintim, anos 1930, China
Abstract:
The Blue Lotus is Hergé’s work where the historical, political and ethnographic dimensions of a country are better represented. For more than eighty years now, it has been the gateway to the knowledge of China and its civilization for thousands of children (and adults), often arousing in them a perennial interest. Therefore, I intend to ascertain here the truth of Shanghai’s portrait by Hergé. I begin with the background story of the album’s elaboration, namely the friendship between Hergé and Tchang Tchong-jen. Then, summoning studies about Shanghai in the thirties, I try to evaluate the degree of realism in the presentation of the city, mapping both its urban features and the socio-political context of the time. Finally, I analyse the way – which has nothing innocent about it – Hergé presents the various ethnic groups that inhabited Shanghai.
Keywords: Shanghai, Tintin, the thirties, China
focusing on the presence of metaphysics in science. In order to show that metaphysics pervades all stages of scientific inquiry, and after analysing the distinction between presuppositions and assumptions, I address the complex problem of the relation of metaphysics to truth and to experience. I advocate that there is an indirect relation of metaphysics to experience and that it is
possible to choose between rival metaphysical theories. But metaphysics, according to my view, is not present in science merely as a background of presuppositions and assumptions. It is present at every step of the scientific inquiry and also in a later moment: the interpretation of the findings of science and the elaboration of unifying theories.
In 1947, Niels Bohr supervised the design of his own coat of arms depicting the Chinese yinyang symbol and the motto „Opposites are Complementary‟ in Latin. This fact, as well as some of his statements where the Chinese culture is explicitly mentioned, seems to show that Bohr believed in at least some similarity between his own conception of complementarity, which arose within the framework of quantum physics, and the yinyang complementarity, which arose within the framework of the Chinese civilization, greatly admired by Bohr. This paper aims at evaluating the correctness of Bohr‟s belief. How similar and how different are both conceptions? First I analyse Bohr‟s complementarity with its two mutually opposing and empirically independent aspects. Then I analyse yinyang complementarity with its two mutually opposing but interconnected and interchangeable aspects. Finally, I pinpoint the differences and similarities between both conceptions and I arrive at the conclusion that the former largely outnumber the latter.
a cabo e, sobretudo, da compreensão da ciência da sua época.
É porque, segundo ele, a “metafísica e filosofia dos filósofos”
não estava à altura da ciência moderna que Bachelard
propõe a criação de uma nova filosofia das ciências, feita à
imagem das ciências e como elas multifacetada, evolutiva e
revolucionária.
Monumental e imersiva, a instalação ocupa todo um aposento, sendo constituída por uma série de mais de quatrocentos livros encadernados no estilo tradicional chinês que se encontram abertos no solo num padrão em grade. Longos rolos de papel estendem-se através do tecto sobre os livros e, nas paredes circundantes, alinham-se verticalmente cartazes de papel. Cria-se um espaço imponente, semelhante a uma câmara com sobrecéu. Tanto os livros como os cartazes e rolos estão cobertos com milhares do que parecem ser caracteres chineses, gravados e impressos em tipos móveis de acordo com a tradição chinesa. Mas tais “caracteres” são invenções do artista. Embora tenham a particularidade de seguir a morfologia estrutural modular dos caracteres existentes e, portanto, de com eles se assemelharem grandemente, não existem no sistema de escrita chinês. Não têm significado literal e, dadas as especifidades da escrita chinesa, nem sequer podem ser lidos. O que pretende esta obra? Como entender o paradoxo entre a sua confecção laboriosa e também grandiosa com a sua ausência de significado lexical?
Abordando o debate em torno do realismo em ciência, e focando sobretudo as posições opostas de Bas C. van Fraassen e Alan Musgrave, este trabalho propõe um regresso a essa questão apaixonante, à luz dos novos desenvolvimentos da ciência e da reflexão filosófica que se tem produzido nas últimas décadas.
"Viajante incansável e observadora atenta da realidade chinesa, Cláudia Ribeiro narra-nos em No Dorso do Dragão as suas impressões das diversas Chinas, das suas populações, hábitos e manias, dos seus monumentos e culturas. De Pequim e Xangai ao Tibete, da Grande Muralha e do longínquo deserto de Taklamakan a Hong-Kong e Macau, a pé, de bicicleta, de riquexó ou de comboio, a autora dá-nos a conhecer uma outra China, intemporal e moderna, graciosa e caricata, divertida e cinzenta, num relato pitoresco e extraordinário pela sua vivacidade e realismo."
"«Não pertenço à geração do Maio de 68, fascinada com a Revolução Cultural que se desenrolava na China longínqua. Nem à geração que já tinha vinte anos no 25 de Abril e se filiou aguerridamente nos pequenos partidos maoístas que proliferavam então. O meu fascínio pela China nada teve de político. (...) Foram antes os caracteres, na sua poderosa singularidade, que me incitaram e me abriram caminho para um interesse que poderia ter permanecido inconsequente.»
Ciente de que somos habitantes de toda a Terra, José de Guimarães é, na vida como na arte - enquanto criador e coleccionador - um frequentador do mundo. O mundo agrada-lhe, sem dúvida, com todo o seu feitiço, o seu imprevisto e as suas opacidades. E viagens, obra e colecções funcionam em uníssono, como três cabeças da mesma hidra. Pode mesmo afirmar-se que tanto as viagens como as colecções são parte integrante da sua obra. Com efeito, o seu nomadismo à escala planetária traduziu-se não só numa arte que reivindica diversas raízes culturais, e num programa bem conhecido de arte pública internacional, mas ainda em colecções de objectos provenientes dos quatro cantos do mundo. A novas viagens corresponderam novos ciclos, tanto na sua arte como nas suas colecções, que se foram assim diversificando.
"Por isso, o sábio
faz o que é sem acção
e pratica o ensino em que não se fala".
Temos à disposição de todas as pessoas interessadas uma edição chinês-português de Dao De Jing, da autoria de Lao Zi, com introdução, tradução e notas de Cláudia Ribeiro.
Dao de Jing é o mais importante livro do Taoísmo. Esta é uma tradução direta do chinês, onde a tradutora-autora faz uma explicitação de termos chineses, analisando cuidadosamente os carateres correspondentes aos mais importantes conceitos abordados na obra.
Trata-se, esta edição bilingue, do #6 da coleção "Traphicæ: Traduções Filosóficas de Autores Essenciais", uma coleção cientificamente coordenada pelo IEF — Instituto de Estudos Filosóficos da Universidade de Coimbra.
Visite o sítio Web: https://www.uc.pt/fluc/ief/publica/traphicae/
Saudações filosóficas! 🦉
Devido à extrema complexidade, tanto filosófica como linguística, do Debate sobre Cavalos Brancos, de Gongsun Long, a sua tradução para outra língua deve ser sem-pre precedida da explicitação e justificação das escolhas efectuadas e da abordagem adoptada. Assim, começo por uma breve introdução à problemática da rectificação dos nomes (zheng ming) e pela caracterização da escola dos Nomes, na qual Gongsun Long costuma ser incluído. Detenho-me ainda sobre dois dos pensadores com quem Gong-sun Long tem sido associado nessa mesma escola, Deng Xi e Hui Shi e as razões, ou falta delas, para o considerar um "sofista". Há ainda que ter em consideração o conteúdo dos demais capítulos da obra que lhe é atribuída. No passo seguinte, discorro acerca dos diversos tipos de abordagem que têm vindo a ser adoptados na interpretação do Debate em questão, nomeadamente, as abordagens platónica, lógica, mereológica e semântica. Enumero então as dificuldades linguísticas com que deparei no decurso da tradução do Debate do chinês antigo para português e esclareço as razões pelas quais adoptei a abordagem semântica. Por fim, traduzo e comento o Debate passo a passo.