psicopatologia fenomenoestrutural
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Esta dissertação visa articular e sistematizar diversos aspectos da teoria e da prática do acompanhante terapêutico dentro de um trabalho de grupo desenvolvido em um hospital-dia particular de Brasília – DF. O setting terapêutico... more
Esta dissertação visa articular e sistematizar diversos aspectos da teoria e da prática do acompanhante terapêutico dentro de um trabalho de grupo desenvolvido em um hospital-dia particular de Brasília – DF. O setting terapêutico ambulante proporciona situações e possibilidades terapêuticas auxiliares ou alternativas no tratamento em saúde mental ainda desconhecidas pelos profissionais da área, mostrando-se como campo aberto para o desenvolvimento de uma produção intelectual ainda incipiente como atividade de grupo. Utilizei a fenomenologia de Minkowski como referencial para descrever e analisar dois estudos de caso que apresento e no qual procuro articular a experiência e a percepção do tempo e do espaço vividos na psicopatologia. Por outro lado, na medida em que os casos estudados envolveram a atividade desses sujeitos em situação grupal, eu descrevo o campo social e os fenômenos de gênese e dinâmica de grupo onde as atividades foram desenvolvidas utilizando os trabalho de Kurt Lewin e a pesquisa-ação de Gérald Mailhiot.
This dissertation aims to articulate and discuss the various aspects of theory and practice of therapeutic companion within a work group developed in a day-hospital in Brasília - DF. The therapeutic setting provides mobile situations and possibilities or alternative therapies to treat mental health professionals still unknown by the area and it is open to the development of intellectual production as yet ignorant of group activity. I used the phenomenology of Minkowski as a reference to describe and analyze two case studies that present and which seek to articulate experience and perception of lived time and space in psychopathology. Moreover, the cases involved the activity of those subjects in group situation, I describe the field of social phenomena and the genesis and dynamics of group where the activities were developed using the research of Kurt Lewin and the action-research of Gérald Mailhiot.
This dissertation aims to articulate and discuss the various aspects of theory and practice of therapeutic companion within a work group developed in a day-hospital in Brasília - DF. The therapeutic setting provides mobile situations and possibilities or alternative therapies to treat mental health professionals still unknown by the area and it is open to the development of intellectual production as yet ignorant of group activity. I used the phenomenology of Minkowski as a reference to describe and analyze two case studies that present and which seek to articulate experience and perception of lived time and space in psychopathology. Moreover, the cases involved the activity of those subjects in group situation, I describe the field of social phenomena and the genesis and dynamics of group where the activities were developed using the research of Kurt Lewin and the action-research of Gérald Mailhiot.
Phenomenology, Humanities and Sciences - Fenomenologia, Humanidades e Ciências, editada pelo Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno) e Associação de Pesquisas em Fenomenologia (APFeno), em parceria com a Associação... more
Phenomenology, Humanities and Sciences - Fenomenologia, Humanidades e Ciências, editada pelo Laboratório de Fenomenologia e Subjetividade (LabFeno) e Associação de Pesquisas em Fenomenologia (APFeno), em parceria com a Associação Brasileira de Psicologia Fenomenológica (Abrapfe), foi criada com o objetivo de ser um veículo de divulgação da Fenomenologia e de suas possíveis aplicações às diversas ciências. Suas diretrizes são definidas pela Editoria e pelo Conselho Editorial, dos quais participam psicólogos, filósofos e profissionais das áreas da saúde e educação.
- by Adriano Holanda and +3
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- Max Scheler, Merleau-Ponty, Fenomenología, Psicopatologia
Se somos, verdadeiramente, sujeitos históricos, seguramente não podemos nos desligar dos movimentos do nosso tempo, da nossa cultura, e da própria realidade que nos cerca. E esta interação, essa “vida”, é invariavelmente, tensão –... more
Se somos, verdadeiramente, sujeitos históricos, seguramente não podemos nos desligar dos movimentos do nosso tempo, da nossa cultura, e da própria realidade que nos cerca. E esta interação, essa “vida”, é invariavelmente, tensão – Spannung, como diz Gabriel Marcel – conflito.
Tomemos o fragmento 53 de Heráclito: Pólemos pánton mèn patér esti, pánton dè basileús kaì toùs mèn theoùs édeixe, toùs dè ánthrópous, toùs mèn doúlous epoíese, toùs dè eleuthérous (“A guerra é a origem de todas as coisas e de todas ela é soberana, e a uns ela apresenta-os como deuses, a outros, como homens; de uns ela faz escravos, de outros, homens livres”) . Pólemos, a “guerra”, é o princípio do embate, do contraste, da oposição, da luta na direção de novas construções. Períodos de crise, são também momentos de renovação, como assinalara Husserl.
O ano de 2020 vem se construindo como um ano difícil, de muitos embates e dificuldades, apontando para crises as mais diversas. Tempos de crise são, também, tempos de criação, de poíesis, de produção. A Fenomenologia tem muito a contribuir nas discussões contemporâneas. Dermot Moran – no Editor´s Introduction ao The Phenomenological Reader – apresenta a Fenomenologia como uma “forma de ver e como movimento (...). No início do século XXI, continua a oferecer uma alternativa vibrante e desafiadora aos relatos naturalistas contemporâneos de consciência e significado” .
Em meio a “crises”, novas parcerias e novas perspectivas podem surgir. E é aqui que nos encontramos, na esperança de novos diálogos e novas criações. E nada mais esperançoso do que saber que, em meio a todas essas crises, surge o segundo número do Phenomenology, Humanities and Sciences, ao lado de um novo journal, ligado a toda uma tradição de investigações fenomenológicas em psicologia, teologia e filosofia, que é o Duquesne Studies in Phenomenology .
Nesta direção, nosso novo número – inteiramente dedicado a manuscritos decorrentes de trabalhos apresentados no II Congresso Internacional de Fenomenologia e Psicologia, ocorrido em 2019, em Curitiba, Paraná, Brasil – principia com o protagonismo da figura de Edmund Husserl, em dois artigos: um debate em torno das relações entre fenomenologia e psicologia, que atravessaram o pensamento husserliano desde suas Investigações Lógicas até seus últimos escritos; e, no exercício da tarefa crítica da fenomenologia husserliana, destacando a denúncia concernente aos contrassensos teóricos da doutrina naturalista.
Em seguida, trazemos uma discussão ética que une dois pensadores tão diversos quanto Lévinas e Merleau-Ponty, em torno da ideia de que o pensamento não detém o segredo e as potencialidades da linguagem, mas que a linguagem é a condição do pensamento. Max Scheler também se faz presente, na apresentação do fenômeno da simpatia, enquanto “lugar” privilegiado para a compreensão das vivências alheias. A dimensão edificante do diálogo interdisciplinar se dá em torno da reflexão de Merleau-Ponty sobre as ciências biológicas, e de como estas se abrem para seu projeto ontológico.
Sartre igualmente é convidado, neste número, a discorrer sobre suas formas de solução ao dualismo, em sua obra O Ser e o Nada, restaurando as bases de sua ontologia. Esta discussão anuncia o debate antropológico porvir, que principia pelas fundamentações implícitas para uma clínica, a partir de seu caráter espiritual, como assinala Edith Stein, colocando o sujeito como um ser desperto, consciente, ativo, livre, indeterminado e capaz de formar a si mesmo. A sequência não poderia prescindir da literatura. Assim, Kierkegaard, Clarice Lispector e Anton Tchecov são convidados ao tema da epifania e do acontecimento na clínica.
Ao final, dois estudos empírico-compreensivos trabalham, por um lado, grupos interventivos com universitários em sofrimento psíquico, pretendendo compreender suas experiências; e, por outro, a acumulação de experiências adquiridas junto ao mundo da vida cotidiana, no contexto de pessoas com diagnóstico de transtorno mental no enfrentamento de sua doença.
Encerramos este número com uma tradução, para o português, do texto de Jan Patócka sobre Heidegger – precedido por um belo ensaio intitulado “Crise e história: o ‘Sócrates de Praga’ lê a Heidegger”, e com uma entrevista (traduzida do francês para o espanhol), de Renaud Barbaras.
Tomemos o fragmento 53 de Heráclito: Pólemos pánton mèn patér esti, pánton dè basileús kaì toùs mèn theoùs édeixe, toùs dè ánthrópous, toùs mèn doúlous epoíese, toùs dè eleuthérous (“A guerra é a origem de todas as coisas e de todas ela é soberana, e a uns ela apresenta-os como deuses, a outros, como homens; de uns ela faz escravos, de outros, homens livres”) . Pólemos, a “guerra”, é o princípio do embate, do contraste, da oposição, da luta na direção de novas construções. Períodos de crise, são também momentos de renovação, como assinalara Husserl.
O ano de 2020 vem se construindo como um ano difícil, de muitos embates e dificuldades, apontando para crises as mais diversas. Tempos de crise são, também, tempos de criação, de poíesis, de produção. A Fenomenologia tem muito a contribuir nas discussões contemporâneas. Dermot Moran – no Editor´s Introduction ao The Phenomenological Reader – apresenta a Fenomenologia como uma “forma de ver e como movimento (...). No início do século XXI, continua a oferecer uma alternativa vibrante e desafiadora aos relatos naturalistas contemporâneos de consciência e significado” .
Em meio a “crises”, novas parcerias e novas perspectivas podem surgir. E é aqui que nos encontramos, na esperança de novos diálogos e novas criações. E nada mais esperançoso do que saber que, em meio a todas essas crises, surge o segundo número do Phenomenology, Humanities and Sciences, ao lado de um novo journal, ligado a toda uma tradição de investigações fenomenológicas em psicologia, teologia e filosofia, que é o Duquesne Studies in Phenomenology .
Nesta direção, nosso novo número – inteiramente dedicado a manuscritos decorrentes de trabalhos apresentados no II Congresso Internacional de Fenomenologia e Psicologia, ocorrido em 2019, em Curitiba, Paraná, Brasil – principia com o protagonismo da figura de Edmund Husserl, em dois artigos: um debate em torno das relações entre fenomenologia e psicologia, que atravessaram o pensamento husserliano desde suas Investigações Lógicas até seus últimos escritos; e, no exercício da tarefa crítica da fenomenologia husserliana, destacando a denúncia concernente aos contrassensos teóricos da doutrina naturalista.
Em seguida, trazemos uma discussão ética que une dois pensadores tão diversos quanto Lévinas e Merleau-Ponty, em torno da ideia de que o pensamento não detém o segredo e as potencialidades da linguagem, mas que a linguagem é a condição do pensamento. Max Scheler também se faz presente, na apresentação do fenômeno da simpatia, enquanto “lugar” privilegiado para a compreensão das vivências alheias. A dimensão edificante do diálogo interdisciplinar se dá em torno da reflexão de Merleau-Ponty sobre as ciências biológicas, e de como estas se abrem para seu projeto ontológico.
Sartre igualmente é convidado, neste número, a discorrer sobre suas formas de solução ao dualismo, em sua obra O Ser e o Nada, restaurando as bases de sua ontologia. Esta discussão anuncia o debate antropológico porvir, que principia pelas fundamentações implícitas para uma clínica, a partir de seu caráter espiritual, como assinala Edith Stein, colocando o sujeito como um ser desperto, consciente, ativo, livre, indeterminado e capaz de formar a si mesmo. A sequência não poderia prescindir da literatura. Assim, Kierkegaard, Clarice Lispector e Anton Tchecov são convidados ao tema da epifania e do acontecimento na clínica.
Ao final, dois estudos empírico-compreensivos trabalham, por um lado, grupos interventivos com universitários em sofrimento psíquico, pretendendo compreender suas experiências; e, por outro, a acumulação de experiências adquiridas junto ao mundo da vida cotidiana, no contexto de pessoas com diagnóstico de transtorno mental no enfrentamento de sua doença.
Encerramos este número com uma tradução, para o português, do texto de Jan Patócka sobre Heidegger – precedido por um belo ensaio intitulado “Crise e história: o ‘Sócrates de Praga’ lê a Heidegger”, e com uma entrevista (traduzida do francês para o espanhol), de Renaud Barbaras.