Fortificacões

Histórico das fortificações dos estados de Minas Gerais (23 fortes), Espírito Santo (25), São Paulo (88), Paraná (28), Santa Catarina (64), Rio Grande do Sul (133), Mato Grosso do Sul (37), Mato Grosso (14) e Rondônia (13), com um capítulo sobre as fortificações relacionadas aos períodos de intervenção Luso-Brasileira no Uruguai (63 fortes dos 142 fortes construídos no País). Com esse volume se encerra a obra, que contém o histórico de 1.365 fortificações feitas no Brasil, na Guiana Francesa e no Uruguai, operacionais de 1504 a 2006.

LEITÃO, Marta Isabel Caetano (2016) – “A Fortificação Abaluartada da Praça de Setúbal: a evolução construtiva vista a partir da iconografia”. Al-Madan, II Série, nº 21, tomo 1. Adenda electrónica. Almada. Centro de Arqueologia de Almada. pp. 144-158.  ISSN 2182-7265.

Apresentação dos resultados das intervenções invasivas e das prospeções não invasivas realizadas desde 2017 no Cerro do Castelo de Alferce (Monchique), que proporcionaram um melhor entendimento sobre as características deste sítio arqueológico. Os trabalhos incidiram sobretudo onde subsistem as ruínas de uma fortificação islâmica que se sobrepõe a vestígios anteriores e na plataforma que contém vestígios enquadráveis na Pré-história Recente. Os dados coligidos indicam que este arqueossítio é maior do que se julgava até então e que o seu subsolo encerra ainda várias estruturas arqueológicas.

(PT)
Propõe-se neste artigo o tratamento amplo de um conjunto de temas, sendo a unidade dos conteúdos conferida por uma perspectiva global na longa duração, sobre o território de Castro Laboreiro e o seu castelo. Articulou-se a análise administrativa, política, militar e patrimonial, conforme a bibliografia e as fontes permitiram, assumindo-se, desde já, o difícil estudo deste tema.

(EN)
It is proposed in this article the broad treatment of a range of issues, the unity of content being given by a global perspective in the temporal long term about the territory of Castro Laboreiro and its castle. It was articulated the administrative, political, military and cultural heritage process analysis, as the bibliography and sources allowed, assuming, as soon as possible, the difficult study of this topic.

LEITÃO, Marta Isabel Caetano (2017) – “O Uso da Taipa Militar nas Fortificações Muçulmanas do Actual Território Português”. Al-Madan, II Série, nº 21, tomo 2. Adenda electrónica. Almada. Centro de Arqueologia de Almada. pp. 113-119. ISSN 2182-7265.

A revista é um estrato contendo a conclusão publicada no IV volume do livro Muralhas de pedra, canhões de bronze, homens de ferro, que trata da história das 1296 fortificações construídas no Brasil, bem como das relacionadas com operações bélicas do País na Guiana Francesa e no Uruguai. O texto sumariza alguns pontos abordados ao longo dos quatro volumes da obra, enfatizando o papel dos homens que guarneceram as fortificações com relação as estruturas físicas e armamento dos fortes.

LEITÃO, Marta Isabel Caetano (2018) – “As fortificações da barra do Sado nos séculos XVI e XVII” in anuário do património: boas práticas de conservação e reabilitação, nº. 3. GECoRPA - Grémio do Património e Editora Canto Redondo, pp. 46-51. ISSN: 2182-522X.

Resumen En la actualidad, la mayor parte de las fortificaciones brasileñas restantes, protegidas, tienen su uso volcadas a la visitación turística. Sin embargo, tienen características arquitectónicas y geográficas que impiden el acceso a los visitantes, sobre todo si tenemos en cuenta la diversidad de la población. Debido a esto, se estudiaron las posibles intervenciones y acciones en el ámbito de la accesibilidad con el fin de promover el disfrute de los ciudadanos y permitir el uso orientado al turismo cultural. El artículo propuesto tiene como objetivo colaborar con las discusiones sobre el conflicto entre la accesibilidad y patrimonio y el impacto que este conflicto tiene en el turismo cultural en las fortificaciones, tomando como caso de estudio la Fortaleza de la Isla Santa Cruz Anhatomirim.

A Cidade-Quartel Fronteiriça de Elvas, na província alentejana, destaca-se no panorama nacional e internacional pelo seu conjunto de fortificações abaluartadas classificadas Património Mundial da Humanidade pela UNESCO desde 2012. A sua posição fronteiriça, em confronto direto com a cidade espanhola de Badajoz, revelou-se determinante para o seu papel defensivo desde a fundação da nacionalidade, já que este era um local facilmente penetrável do território português e apetecível por ser o que dava contacto mais próximo com a capital do país, funcionando como praça-forte e sendo muitas vezes designada como a «Chave do Reino».

A proposta do presente texto é realizar um cruzamento das informações técnicas sobre a evolução da arquitetura militar - fortificações - impostas pelas características e mudanças no material de artilharia ao longo dos séculos, focando no caso dos fortes de Niterói.

Arquivo Distrital de Setúbal
Fundo: João Carlos de Almeida Carvalho
Séc. XIX (1817-1897)
SUMÁRIO:
1. VINICULTURA E COMÉRCIO DO VINHO…………...........................................................3
2. AGRICULTURA……………..…...............................................................................................5
3. LAGARES DE AZEITE…..……………………………………………...................................................6
4. PESCA…………………......………………......................................................................................7
5. CONSERVAS……………………………………………….....…………...…..…….....................................39
6. FORTIFICAÇÕES DE SESIMBRA E DA SUA REGIÃO COSTEIRA….......................40
7. JOÃO PASCÁCIO COSMANDER………...………………………………………….....................….107
8. AUTORIDADES CIVIS………………………………………………………………..….............................113
9. INDÚSTRIA…………………………………………………………………………........................................120
10. DADOS ESTATÍSTICOS E COROGRÁFICOS………………….........................................122
11. FORTIFICAÇÃO E DEFESA DE SETÚBAL E DE OUTRAS LOCALIDADES..........135

A construção da identidade regional do gaúcho passa pela visão do homem montado, o "centauro dos pampas". No entanto, a história militar do estado é muito mais complexa do que isso, como nos propomos a tratar com um breve relato sobre cinco conjuntos fortificados, construídos em datas diferentes na cidade de Uruguaiana. Estes seriam da época da Revolução Farroupilha, logo depois  um novo projeto, seguido de dois conjuntos defensivos na Guerra do Paraguai - um brasileiro e outro paraguaiao, o quinto sendo feito em 1874, no contexto das tensões militares entre o Brasil e Argentina, por causa da definição das fronteiras do Paraguai com este último país.

A escala é um elemento contido nos mapas e que passa a ser essencial, mesmo que não ainda não se generalize, na cartografia do Renascimento. Seu uso, porém, está presente mesmo quando não explicitado pelo cartógrafo. A redução do objeto – independentemente da escala adotada – serve à sua inteligibilidade, como afirmou Bernard Lepetit. A partir do desenvolvimento dessas considerações, que fundamentam o trabalho tanto do produtor de mapas quanto do historiador, analisam-se as utopias cristãs ibéricas. São privilegiados levantamentos cartográficos e relatórios produzidos durante a União Ibérica que serviram aos reis espanhóis como fontes de informação sobre os domínios portugueses na Índia e no Brasil. Mais do que dados sobre a produção agrícola ou extrativista de cada região, ou de suas condições de defesa, esses documentos expressam os anseios de implantação de sociedades católicas fora da Europa, destacam a necessidade de purificar as novas terras de seus habitantes indóceis ou de convertê-los e fixam as promessas resultantes da crença em um lugar a construir.

Setúbal foi cercada por uma cintura de muralhas no séc. XIV. Esta cerca protegia uma área com um centro urbano localizado na Praça da Ribeira e com um arruamento principal, a “Rua Direita”, que ligava a Porta da Ribeira à Porta da Vila. No séc. XVI o centro urbano foi transferido da Praça da Ribeira para o Largo do Sapal. Esta transformação urbana associada às novas expansões para Poente e para Nascente da cerca medieval, obrigaram à sua adaptação com a abertura de novas portas. No séc. XVII, com a Restauração da Independência de Portugal, foi construída uma segunda cintura de muralhas, que provocou a perda de funções da muralha medieval, a qual foi sendo alvo de intervenções no sentido de uma maior integração na morfologia urbana. No séc. XIX o automóvel dominou o espaço urbano, a anterior via de circulação principal, a “Rua Direita”, perdeu a sua importância e o centro urbano foi transformado no centro da rede viária, com uma nova adaptação da muralha através da destruição de troços dos seus muros. Com a explosão urbanística do séc. XX, a muralha medieval foi rasgada na continuidade dos arruamentos, tendo sido demolidas quase todas as portas e postigos e os seus muros medievais integrados nos edifícios.

Portugal teve políticas de defesa bem diferenciadas nos espaços onde atuou na idade Moderna (1452-1789). Na Europa, a preocupação era com a sobrevivência da própria nacionalidade lusitana, de forma que sempre foram feitos investimentos em fortificações de grande porte e complexidade, tais como as que são visíveis na “raia”, a fronteira com a Espanha. Na Ásia portuguesa, no século XVII, havia uma preocupação em defender importantes portos/feitorias, em face de um risco de ataque por potências asiáticas, islâmicas ou mesmo europeias, também gerando sistemas de fortificações complexos e dispendiosos. No Brasil, a proposta adotada foi bem diferente: inicialmente não havia riquezas a proteger, a opção escolhida pelos governantes sendo deixar a defesa da nova colônia a cargo dos próprios colonos. Estes construíram suas defesas, usando técnicas e materiais simples, mas suficientes para garantir a posse do território do quinto maior país do mundo. Apesar da precariedade de muitas dessas construções defensivas, sobrevivem ainda hoje cerca de 10% dos mais de 1.300 fortes construídos no País, metade deles sendo protegidos como patrimônio nacional, como importantes elementos componentes da identidade nacional. Em 2015 o governo brasileiro apresentou uma atualização de sua lista indicativa para a UNESCO, incluindo dezenove desses fortes remanescentes, em uma candidatura seriada das obras defensivas construídas por luso-brasileiros. São alguns dos elementos que definiram, no século XVIII, os limites do Brasil de hoje, a proposta do presente artigo sendo mostrar as especificidades dessa formação territorial, tão distinta das práticas que geraram as fortificações da raia abaluartada de Portugal.

Temática genérica: Sesimbra, cultura e património.
Temática específica: "Fortificações" - Restauração da Independência de Portugal (1640)
Artigo de Revista: Akra Barbarion nº1, pp. 129-168.
Compilação das evidências documentais (históricas e arqueológicas), sua interpretação e contextualização, testemunhando a existência deste pequeno forte (em ruína) localizado na costa meridional de Sesimbra. A fortificação foi construída e municiada no contexto da "Guerra da Restauração" (1640-1667) - após sessenta anos de domínio filipino (1580-1640) -, pelos sucessores de D. João IV, no âmbito do esforço de defesa e vigilância desta faixa costeira e de consolidação do poder dos Braganças.

Este poster tenciona apresentar os resultados preliminares do estudo dos materiais cerâmicos da campanha arqueológica de 2020, o tema de dissertação de mestrado de Fábio Jaulino. O contexto enquadra-se nos amuralhados da fortificação islâmica que, cronologicamente, encontram-se dentro da Época Emiral (Séc. IX) e Califal (Séc. X-XI).

Este trabalho teve por objetivo datar argamassa do período colonial pernambucano pela técnica de Luminescência Opticamente Estimulada sob o parâmetro SAR e possuiu como objeto de estudo vestígios construtivos da Portada Principal do Forte Orange, Itamaracá. Isto posto, utilizou-se da técnica de Difração de Raios-X para a caracterização elementar destes materiais, obtendo consideráveis índices de quartzo e calcita no tijolo amarelo e argamassa; e consideráveis índices de quartzo para o tijolo vermelho; que junto ao uso da Fluorescência de Raios-X, em que foi observada a presença de elementos como titânio e manganês nos tijolos amarelos; silício e alumínio nos tijolos vermelhos e cálcio e silício para a argamassa; permitiu-nos uma caracterização das matrizes argilosas e uma aproximação das possíveis fontes de coleta. A partir de uma análise macroscópica e do uso da Ressonância Paramagnética Eletrônica para a caracterização da temperatura de queima dos tijolos, foi possível observar similaridades na técnica de produção, obtendo 865ºC para os tijolos amarelos e 820ºC para os tijolos vermelhos. Na inserção cronológica, foram obtidos intervalos cronológicos similares para o tijolo amarelo e para a argamassa, os quais consistem em datas que abrangem 1605 40 BP para a argamassa e 1608 40 BP para o tijolo amarelo, de forma condizente a data de construção da portada em estudo. Entretanto a cronologia obtida para o tijolo vermelho, não foi compatível com a presente construção, se traduzindo em um intervalo de 1406 40 BP o que indica a possibilidade deste ter sido fruto de um reaproveitamento construtivo de sua região de proveniência, considerada possivelmente a cidade de Leiden na Holanda. Estes resultados mostram a possibilidade de uso da técnica de Luminescência Opticamente Estimulada, pelo uso do protocolo SAR, inserir cronologicamente as argamassas coloniais de Pernambuco; assim como a caracterização físico-química dos tijolos e argamassas da portada do Forte Orange, mostrando as similaridades de técnica de produção entre os elementos construtivos as diferenças que podem contextualizar seus diferentes locais de proveniência.

O texto aborda como se deu o processo de consolidação das fronteiras da Amazônia. Primeiro, através de uma impiedosa campanha militar, que eliminou a resistência estrangeira ao longo da costa do Brasil e, depois, no interior, através de fortificações erguidas em meados do século XVIII, com obras de pequeno porte e construídas de material perecível, mas que foram suficientes para definir, de forma permanente, as fronteiras do País há 250 anos atrás.

A história das fortificações brasileiras pode servir como um índice da história do próprio país, pois existem defesas construídas no Brasil desde 1504, algumas se mantendo operacionais até 2004, sempre estando envolvidas nas campanhas e na expansão do País. Estas tinham suas características próprias, que são brevemente descritas no artigo e que refletem escolhas feitas pela administração portuguesa e, depois, brasileira, que servem para entender como se organizou a própria sociedade, com efeitos até os dias de hoje.

A defesa do Brasil no período colonial foi baseada em um grande número de fortificações dispersas ao longo do território, construídas com recursos levantados localmente. Esta opção, ineficiente em termos de defesa, deve-se ao modelo de colonização implantado por Portugal, que não fazia investimentos financeiros na defesa de sua colônia. Com a Independência e a criação de uma Marinha Nacional, foi possível racionalizar o sistema defensivo, concentrando os esforços em forças móveis.

O presente trabalho procura abordar alguns aspectos introdutórios da temática do uso e gestão
de um patrimônio cultural específico – as fortificações. Concentra-se naquelas que foram tombadas, isto
é, protegidas como patrimônio histórico e artístico nacional, apontando os desafios de uma gestão voltada
para a preservação de valores simbólicos e o uso turístico desses monumentos, em face dos riscos criados
por uma equivocada análise econômica, que não veria valores ou usos nesses monumentos. Ao final do texto,
se apresenta a listagem dos 54 fortes tombados pelo governo federal, fazendo uma tentativa de classificação
desses quanto ao seu uso, de forma a apontar carências e falhas de atuação do governo que ainda tem que ser
corrigidas.

Histórico das teorias de forticiação no mundo, levantamento da atuação militar de Portugal na Ásia, em termos militares, história geral das fortificações no Brasil nos períodos colonial, imperial e republicano. A segunda parte do livro trata da história de cada uma das 124 fortificações construídas no território do atual estado do Rio de Janeiro

A Guerra do Paraguai se insere em um momento em que o mundo passava por grandes transformações, que se refletiam na arte militar. Em termos bélicos, estava em um mo-mento de transição entre as guerras da Idade Moderna, com suas táticas e tradições, e as do mundo Contemporâneo, baseadas em uma racionalidade e condições tecnológicas bem diferentes, com navios a vapor, ferrovias e armas de longo alcance e precisão. Entre as características da transição observáveis está o grande uso de fortificações no conflito, que marcaria as operações de guerra até 1869, apesar desse tema não ser tratado, a não ser quando se estuda a fortificação de Humaitá, por causa de seu papel central no confli-to. Entretanto, muito além da grande fortificação, trincheiras, como as da Primeira Guer-ra Mundial foram comuns, não só entre os paraguaios como pelos aliados, cada lado usando tecnologias semelhantes, mas com características nacionais próprias. As dificul-dades em tomar essas posições provisórias, inclusive levando em conta os avanços da tecnologia, são um aspecto ignorado nas histórias da guerra, mas que são fundamentais para entender os motivos para a longa duração da guerra, que pode ser marcada, nesse aspecto, como uma prévia do que se veria nas trincheiras da 1ª Guerra Mundial.

A proposta do presente artigo é abordar a forma como era feita a organização militar – em especial as defesas fixas, as fortificações – no Brasil Colonial. Conforme discutiremos, a questão de uma política defensiva, estabelecida já nos primeiros anos da exploração do território, no início do século XVI, passou por uma proposta de alteração radical em meados do século XVIII, justamente no período em que houve a transferência da sede do governo do Brasil, o vice-reinado, para o Rio de Janeiro. Essa mudança, a nosso ver, pode ser vista como um sintoma dessa reorganização e não sua causa, e para expor nossos argumentos, consideramos necessário retroagir no tempo, vendo como era a proposta de defesa do território nos primeiros 250 anos de sua história, para então, tentar mostrar como se deu a tentativa de se alterar, de forma radical, esse sistema, resultando em uma nova proposta de ação em termos militares que, contudo, não se consolidou.

When the European implanted their colonies in the New World, Portugal chose to follow a peculiar pattern, decentralizing its military system and letting the colonizers to be responsible for the construction of fortifications. These were, in a certain way, not very efficient and very numerous: more than 1.200 forts were built, of which 137 still exist. These remnants, defining the frontiers since the 18th Century, became a symbol of the country past, justifying a great interest in its preservation – nowadays 69 of them are protected as part of the National Heritage. In 2014 the Brazilian government presented a proposal for the inscription of 17 of these works in the World Heritage List of UNESCO, to foment actions of preservation and promotion of this heritage. This paper proposes to present the criteria chosen to make the selection sent to UNESCO.