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SOBRE O OBJETO DA FONOAUDIOLOGIA
About the object of the Speech-Language Clinics
Regina Maria Ayres de Camargo Freire (1)
RESUMO
Este trabalho tematiza a questão do objeto em Fonoaudiologia, discute a pretensa unidade do campo
e aponta a inexorabilidade de sua divisão para a concretização de seu estatuto científico. Para fazêlo assume a linguagem em seus processos patológicos sob a instância da clínica como seu objeto,
mas indica a necessidade de se desnaturalizar a linguagem, redefinindo-a como instância simbólica
de subjetivação. Isto a afasta definitivamente da Audiologia, aqui entendida como ramificação das
ciências ditas biológicas, e do reducionismo a que tem sido submetida ao ser concebida apenas
como prática. Por outro lado, instaura o fonoaudiólogo como clínico terapeuta, comprometido com a
linguagem de seu paciente e sua cura. Reconhece, ainda, outra paternidade para a Fonoaudiologia,
indicando a Lingüística e a Psicanálise – quando adotam as mesmas concepções de sujeito e de
linguagem – como lugares de peculiar interesse na constituição do saber fonoaudiológico. Uma vez
realocada a Fonoaudiologia terá, diante de sí, a tarefa de reconhecer a clínica como seu espaço privilegiado de problematização de questões, das quais a primeira será o enfrentamento da constituição
de seu método clínico. Finalmente, alerta-se o fonoaudiólogo para a ameaça de nova dominação
caso não se marque a distinção entre as formas de interpretação que identificam a clínica fonoaudiológica e a particularizam em relação à clínica psicanalítica.
DESCRITORES: Fonoaudiologia;Ciência ; Patologia de Fala e Linguagem; Linguagem
A questão do objeto1, quando se discute o estatuto de uma ciência em constituição, é prioritária.
Penso ainda que as discussões desencadeadas a
partir dos questionamentos que trago aqui, poderão
ser extremamente frutíferas para a Fonoaudiologia
enquanto ciência particular.
Confesso que, ao começar minhas reflexões
sobre tema tão árido, assaltou-me uma dúvida
paradoxal, desencadeada pela própria etimologia
da palavra fonoaudiologia que, literalmente, significa o estudo (do som) da fala e da audição ou o
discurso sobre (o som ) a fala e a audição. Pensei:
seria possível que esta disciplina tivesse um duplo
objeto? A tradicional divisão do campo profissional
em audiologia e logopedia parecia confirmar a
suspeita inicial. Fui então procurar na literatura
(1)
Fonoaudióloga; Pós Dra. em Psicologia Educacional pela
Universidade de São Paulo – USP; Dra. em Psicologia da
Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo – PUCSP; Profa. titular do Departamento de Clínica
Fonoaudiológica da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo.
Conflito de interesses: inexistente
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uma definição formal de Fonoaudiologia e penso
que encontrei uma das primeiras, aquela assinada
por Antonio Amorim2, em 1972, que declara : “A
Fonoaudiologia é o estudo integrado da linguagem
humana e audição ...” . Deixando momentaneamente de lado a pertinência da definição, e tomando
agora como ponto de partida as palavras do fonoaudiólogo, passei a questionar o que o autor estaria
querendo dizer com essa afirmação. Avançando
na leitura de suas considerações sobre a Fonoaudiologia e seu objeto, encontrei um outro momento
em que o autor parece explicitar em que sentido
está usando as palavras audição e linguagem. Diz
ele: “ A linguagem humana está relacionada com
a audição. É através da audição que os homens
identificam os sons, discriminam, memorizam e
elaboram conceitos que são verbalmente transmitidos”. Ora, fica aqui afastada a suposição de
que a Fonoaudiologia teria dois objetos pois a afirmação de que o estudo da audição deva ocorrer
integrado ao da linguagem indicia entre ambas
uma relação (de causalidade? de implicação?), em
que a primeira pode comprometer a integridade da
segunda. Me explico melhor, a audição seria na
O objeto da Fonoaudiologia
verdade uma função biológica ou um conjunto de
habilidades auditivas perceptuais tais como discriminação, atenção e memória que supostamente
estariam na origem da então chamada recepção
ou compreensão de linguagem. Portanto, em
última instância, o objeto da Fonoaudiologia seria,
ainda segundo a definição de Amorim, o estudo
da linguagem, estando a audição no campo da
complementaridade. Se de um lado isto afasta o
fantasma do objeto duplo, por outro introduz uma
certa concepção de linguagem cujo funcionamento
estaria submetido ao da audição. Inicia-se aqui uma
leitura equivocada que irá afastar a Fonoaudiologia
da problematização e definição de seu objeto,
retardando sua constituição possível e necessária
enquanto campo particular de questões.
Quase dez anos mais tarde, há um retorno do
que foi, provisoriamente, afastado do campo de
reflexões desta disciplina em constituição. Este
retorno irá re-instaurar a divisão, desta vez sob a
letra da lei que, em 9 de dezembro de 1981, regulamenta a atividade profissional. Nela o fonoaudiólogo será definido como:” o profissional ..., que atua
em pesquisa, prevenção, avaliação e terapia fonoaudiológicas na área da comunicação oral e escrita,
voz e audição, bem como em aperfeiçoamento dos
padrões da fala e da voz”. E mais, é novamente o
mesmo órgão público responsável pela redação da
lei 6965 que, numa leitura apressada dessa definição, baixa uma resolução que ignora as questões
que a própria Fonoaudiologia se coloca e esfacela
seu objeto ao criar, precocemente, as chamadas
especialidades profissionais em audição, voz,
motricidade oral (fala?) e linguagem.
Isto traz, novamente, `a cena, a questão do
objeto em Fonoaudiologia que, num terceiro
momento, o atual, irá deslocar o foco do “estudo da
linguagem ou do discurso sobre a linguagem” para
a “linguagem em sua instância patológica reafirmando a natureza essencialmente clínica da atividade fonoaudiológica”(parafraseando Ruth Palladino nas discussões sobre a reforma do curso de
Fonoaudiologia).
Retomo a discussão anterior, desta vez
deixando de lado a audição como suposto objeto
da Fonoaudiologia, não só por já tê-la interpretado
como complementar à linguagem mas também
por supô-la objeto de outra ciência – a Audiologia.
Prosseguiria interrogando o uso peculiar da forma
distúrbios da comunicação, ora como paráfrase
da palavra fonoaudiologia, ora como recobrimento
dos termos: voz, fala e linguagem. Diria então que
a natureza da pretensa separação entre esses
elementos como objetos ou áreas particulares de
conhecimento esteve desde sempre obscurecida.
Parece-me ainda que, em muitas ocasiões, voz e fala
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são interpretados como elementos da linguagem,
estabelecendo-se entre estes uma relação hierárquica de todo e partes. Voltando aos escritos de
Amorim, pode-se observar, por exemplo, que ‘voz’
é definida como “um elemento da linguagem; é a
produção que o ser humano faz, de sons, através
das cordas vocais. É o elemento sonoro da comunicação”. E ainda, “ já os seres humanos possuem
a capacidade de modificar, acomodar ou diferenciar os sons emitidos, dando-lhes significado.
É isto a articulação, a fala. A voz é um elemento
físico da linguagem e a sua base é anatomofisiológica”. E finalmente “A linguagem é o fenômeno
da comunicação entre os seres. É a transmissão
dos conceitos através de elementos simbólicos e
convencionados. A voz, a fala, a escrita, a audição
e os gestos são exemplos de tais elementos”.
Essas afirmações, apesar de confusas, como
de resto também o são outros escritos sobre o
mesmo tema 3, parecem questionar a autonomia
dos termos ‘voz’ e ‘fala’ mas, com certeza, não
deslocam a linguagem de sua posição no campo
fonoaudiológico. Deixaremos mais uma vez aos
colegas especialistas naquelas áreas a palavra
final, lembrando que um campo de saber somente
será ciência quando da circunscrição de seu objeto
– uno e único.
Passo, então, a expôr minhas reflexões sobre a
fonoaudiologia definida enquanto disciplina clínica
que toma por objeto a linguagem. Diria primeiro que
o objeto de uma disciplina não é o objeto empírico
mas aquele produzido teoricamente. Isto implica a
necessidade de se explicitar sob qual concepção
teórica se define linguagem, o que será apenas
sinalizado neste texto. Retomaria as palavras de
Althusser 4 para dizer que uma disciplina é uma
ciência particular de um objeto próprio, possuindo
uma teoria e uma técnica (método) que permitem
o conhecimento e a transformação desse objeto
em uma prática específica. Diria, ainda, que ao
afirmar que a linguagem é objeto e meio da prática
fonoaudiológica estou me referindo a uma certa
noção de linguagem, aquela pressuposta por uma
semântica discursiva que coloca em contradição
língua e discurso e que incorpora sujeito e sentido
à estrutura. Esclareço, é necessário ultrapassar a
descrição operada pela linguística das formas sobre
a fala e alçar uma ciência da linguagem que irá
atuar sobre o funcionamento do discurso do falante.
Retomo a problematização do estatuto de uma
ciência. Se a Fonoaudiologia nasce de práticas
clínicas, é a eficácia de seu fazer que levará alguns a
acreditar na ultrapassagem de seu estatuto de atividade paramédica e a investir em sua teorização.
Como já dizia Lacan, antes de existir a clínica psicanalítica, houve uma outra na qual esta se inspirou;
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Freire RMAC
a mesma afirmação pode ser tomada como verdadeira pela Fonoaudiologia. Antes do discurso fonoaudiológico, há outros que dão voz a esta disciplina.
Falada, ou melhor, cantada em vozes dissonantes
como as da Medicina, da Lingüística, da Psicologia
e da Psicanálise, a Fonoaudiologia vislumbra uma
possível autonomia consequente a sua recusa em
se ver reduzida a qualquer outro campo de saber e
pede a palavra. Eis um momento histórico: o do dito
corte epistemológico. Para encurtar uma história
longa, história já contada em outro lugar5, com a
ruptura a Fonoaudiologia pede a voz e passa, como
diz Freud, a querer “usar a moeda vigente no país”
ou seja, a dizer de sí, de seu lugar, com seu olhar,
nos termos e conceitos que têm a sua disposição.
Aquelas disciplinas, antes fundantes e determinantes, adquirem um novo estatuto: passam a
ser interpeladas pela Fonoaudiologia. Neste novo
tempo, o primeiro da identidade, a Fonoaudiologia
redefine seu objeto promovendo forte deslocamento em suas relações de vizinhança. Se a psicanálise nasce órfã – nas palavras de Althusser – a
Fonoaudiologia deseja o reconhecimento de uma
maternidade que lhe poderá ser extremamente
vantajosa. Definindo seu objeto como a linguagem,
estreita laços de filiação com a lingüística e, se
esta linguagem é aquela que se observa na fala do
outro, aponta uma certa ciência da linguagem como
o lugar para problematizar o funcionamento dessa
mesma linguagem. As ciências que tomam como
objeto a constituição dos sentidos da linguagem
mostram-se como lugares exemplares para se
poder observar processos quase indiscerníveis na
leitura do leigo.
No entanto, o interesse da Fonoaudiologia pela
linguagem ou mais acertadamente pela patologia
da linguagem somente será validado sob a égide
da clínica. É nesse momento que uma disciplina do
final do século XX beneficia-se de seu nascimento
tardio: há um pai nesta filiação, oficializando a união
da linguagem em sua instância patológica com uma
certa clínica, com a qual compartilha concepções,
suporta crenças, vislumbra caminhos. Se à Lingüística é conferida a maternidade, com certeza a paternidade deve ser atribuída à Psicanálise.
Mas como não basta a relação parental para
dar o estatuto de disciplina à Fonoaudiologia, cabe
aos fonoaudiólogos a tarefa da literalização, da
construção de um discurso sobre esse novo saber.
Quando se fala em ciência, deve-se lembrar que,
além da circunscrição de um objeto, deve-se poder
dizer, alçando um sistema rigoroso de conceitos
abstratos, como pensar, questionar, refletir e construir o espaço teórico que o envolve.
Concordamos com Althusser
quando este
afirma que a estrutura de uma ciência de clínica
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deve incorporar uma prática, uma técnica e uma
teoria que coloque em relação esta prática com a
técnica. Se assim funda-se uma ciência, podemos
afirmar que a Fonoaudiologia é um campo de conhecimento cujo objeto é a linguagem – em seu funcionamento e em sua materialidade – privilegiando
sua instância patológica; na seqüência um campo
de vocação clínica, principalmente terapêutica.
Se já é possível dizer-se da Fonoaudiologia, ou
seja definí-la, localizá-la, é preciso agora passarse para um outro enfrentamento: pensar em como
será o método clínico. Mas como pensar no método,
sem, paralelamente, pensar na questão da nosologia? Ou melhor, como constituir um método sem
re-significar a noção de doença e de seu diagnóstico? Um bom começo, com certeza, seria discernir
a patologia de linguagem de outra que sempre foi
dita num discurso médico ou seja no discurso da
objetividade. Não é mais possível pensar-se na
clínica sem a releitura decorrente da redefinição do
objeto. Me explico melhor: se o objeto é a linguagem
em seu funcionamento, fala-se aqui de uma subjetividade. Assim a clínica médica perde a voz, pois
seu objeto é de uma outra natureza. Cabe à Fonoaudiologia, portanto, pensar a nosologia em outro
lugar.
Uma nosologia pode ser proposta em dois
planos: o das estruturas e o dos tipos. Por que outra
razão a nosologia é necessária? Primeiro porque o
objetivo da clínica, anterior ou concomitante à cura,
é a detecção da estrutura e do tipo clínico da patologia de linguagem do falante. Assim nas primeiras
entrevistas ou entrevistas preliminares (Termo
cunhado por Lacan, sobre o que Freud chamou
de tratamento de ensaio), é importante – uma vez
definida a estrutura – ultrapassar o plano desta
para chegar ao dos tipos clínicos, o que permitiria
ao terapeuta vislumbrar a direção da terapia, sem
a qual o processo terapeutico ficaria à deriva. Há,
portanto, uma relação de implicação entre diagnóstico e terapia, como quer Quinet6, depois de Freud
e Lacan: se diagnóstico então clínica terapêutica.
Ou seja, o sentido do diagnóstico está em servir de
guia para a condução da terapia. Assim, repito mais
uma vez, se o diagnóstico médico é construído no
plano da objetividade, o diagnóstico fonoaudiológico – porque assentado sobre o funcionamento da
linguagem – o será no plano da subjetividade.
Por onde então começar? Inspirados em
estudos sobre a linguagem que a tomam em seu
funcionamento e assumindo um duplo compromisso, como diz Carielo da Fonseca 7 – “compromisso antes de tudo com a linguagem do paciente e
acima de tudo, com a ordem da linguagem”. Nestes
dois compromissos materializamos a relação com a
Lingüística e com a Psicanálise. Do ponto de vista
O objeto da Fonoaudiologia
da lingüística, vamos identificar a linguagem deslizando em dois eixos, o metafórico e o metonímico.
Se a fala do adulto mostra o Real da Língua apenas
nos equívocos, nas falhas, no erro, no lapso, o
lugar exemplar para que a lingua se mostre para a
Fonoaudiologia são os estudos sobre a aquisição
e a perda da linguagem. A aquisição porque nela
pode-se, claramente, identificar o funcionamento
de cada um desses eixos. A heterogeneidade da
linguagem da criança, tão discutida nos trabalhos de
De Lemos, se dá a ver não apenas sob a forma de
discrepâncias e de erros corrigíveis, mas também
sob a forma de enunciados insólitos, não-corrigíveis
que apontam para a imprevisibilidade da lingua e
do seu efeito sobre o falante 8. E na perda porque
no discurso afásico o esgarçamento do simbólico
permite que se entreveja a relação de contradição
que se opera entre língua e discurso.
Resumindo, diríamos que interessa ao fonoaudiólogo uma concepção de linguagem que lhe
permita ver a linguagem em seu funcionamento, ou
ainda a linguagem em sua singularidade. A patologia de linguagem, portanto, indiciaria um funcionamento peculiar do simbólico. O objetivo da clínica
fonoaudiológica será então conhecer esse funcionamento e nele intervir usando a própria linguagem
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como forma de sustentar e estruturar a linguagem
do paciente.
Se o primeiro passo já foi dado, o caminho a
ser percorrido por uma disciplina em constituição
requer persistência. É preciso inaugurar o discurso
fonoaudiológico revisitando nosso passado de
forma crítica e reconhecendo o espaço terapêutico como o lugar privilegiado da problematização e
teorização da Fonoaudiologia. É preciso legitimar o
fonoaudiólogo como terapeuta, diferenciando-o do
educador, do professor ou do reabilitador através
da construção de um método inspirado na clínica do
dizer. Desta forma, o fonoaudiólogo, ao interpretar o
dito, ora do ponto de vista de um dizer que denuncia
a posição do outro – a fala dos pais nas entrevistas
preliminares –, ora do ponto de vista de seu funcionamento – a fala do paciente no processo terapêutico –, afastará a ameaça de nova dominação ao
marcar a distinção entre as formas de interpretação
que identificam a clínica fonoaudiológica e a particularizam em relação à clínica psicanalítica.
Portanto, se cada forma de conhecimento tem
seu objeto, com certeza a Fonoaudiologia estará
alçando o estatuto de ciência particular ao afirmar
os distúrbios de linguagem e sua terapêutica como
seu espaço de atuação clínica.
ABSTRACT
This paper discusses Speech and Language clinic as a science, particularly the definition of its object
of study and its subdivision aiming at the consolidation of its status as science. It is assumed for the
purpose of this argumentation, that the object of study for Speech-Language pathology is the clinical
approach to language and its pathological process, as long as language is considered as the symbolic
instance of subjectivity constitution. If it is assumed that this hypotheses is true, there are two major
consequences: Audiology would be understood as a branch of biological sciences and therefore
would not share the same object of Speech-Language pathology, and second, would stand against
the understanding of Speech-Language clinic as a mere practice. On the other hand, this conception
defines the speech-language therapist as a clinician, involved with the patient’s language and its cure.
Furthermore, it recognizes Linguistics and Psychoanalysis as sciences of peculiar interest for the
speech-language therapist since that they share with Speech-Language pathology the same concept
of language and subject. Once that Speech-Language pathology is redefined, it will face the task of
recognizing the clinical practice as the locus of and therefore will have to discuss the constitution of its
clinical method. Finally, this paper brings to the attention of the speech-language therapist the threat
of a new domination in case of particular forms of interpretation of Speech-Language pathology clinic
not being distinguished from the psychoanalytic practice.
KEYWORDS: Speech, Language and Hearing Sciences; Science; Speech-Language Pathology;
Language
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Freire RMAC
REFERÊNCIAS
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inédito apresentado no II Seminário Introdutório
promovido pela Faculdade de Fonoaudiologia da
PUC-SP. 1996.
2. Amorim A. Fonoaudiologia Geral, São Paulo:
Ed.Livraria Pioneira Editora, 1972.
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Paulo: Cortez Editora,1985.
4. Evangelista WJ Louis Althusser – Freud e Lacan,
Marx e Freud, 2ª ed., Rio de Janeiro: Graal, 1985.
http://dx.doi.org/10.1590/S1516-18462011005000023
RECEBIDO EM: 13/08/2010
ACEITO EM: 06/10/2010
Endereço para correspondência:
Regina Maria Ayres de Camargo Freire
Rua Heitor de Andrade, 170
São Paulo, SP
CEP: 05441-020
E-mail: freireregina@uol.com.br
Rev. CEFAC. 2012 Mar-Abr; 14(2):308-312
5. Cunha MC. Deslizamentos e Deslizes do Campo
Fonoaudiológico em Fonoaudiologia e Psicanálise:
a fronteira como território, São Paulo: Ed.Plexus,
1997.
6. Quinet A – As 4 + 1 condições da análise. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor.
7. Fonseca, SC A instância clínico-terapêutica na
Fonoaudiologia. In Freire,R. (org.), Interfaces –
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8. De Lemos CTG. Língua e discurso na teorização
sobre aquisição de linguagem. Letras de Hoje,
Porto Alegre. 1995;30(4):9-28.