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FILOSOFIA PARA QUÊ? Porque ela inicia suas conjecturas com a lenda de Tales de Mileto? R: Acredito que a autora usa a lenda de Tales de Mileto para nos introduzir à imagem pejorativa de um filósofo: alguém que “viaja” nos pensamentos e ideias, mas que não percebe ou é ignorante às coisas corriqueiras e cotidianas. É uma forma da autora “brincar” com o estereótipo, com o senso comum da ideia de filósofo. Quando ela usa a metáfora que a Filosofia não serve para nada, o que ela quer dizer realmente? R: Durante a exposição da utilidade da filosofia a autora mais uma vez recorre aos estereótipos, ao senso comum do que é a filosofia, abordando-a, porém, de um ponto de vista mercantilista (refiro-me a ideia de que a filosofia não gera nenhum lucro financeiro). Entendo que ela usou essa perspectiva para demonstrar o que a maioria acha com relação a filosofia. Por que ela afirma que os fundamentos do conhecimento das ciências não são científicos, mas filosóficos? R: Porque os pilares das ciências: buscar a verdade, pensamento racional, conhecimento obtido por métodos racionais, crescimento do saber graças ao acúmulo progressivo de conhecimentos não foram criados, inventados, desenvolvidos pelas ciências, mas foram um empréstimo da filosofia àquela. Antes de haver ciência, houve filosofia. As bases das ciências já eram as bases da filosofia muito antes de termos a metodologia científica e a própria ciência enquanto conhecimento sistematizado. Onde estaria a UTILIDADE da filosofia? R: A primeira grande utilidade da filosofia é romper com o senso comum, ou seja, não mais aceitar as verdades soberanas e indubitáveis como tais, mas sujeita-las ao questionamento, à dúvida, ao exame etc. Com a lenda de Tales de Mileto, porém, acredito que a autora demonstra uma utilidade prática da filosofia, mostrando que Tales de Mileto não era tão indiferente ao cotidiano e a vida diária, chegando a lucrar muito com seus conhecimentos filosóficos e astronômicos. É BOM ENTRAR EM CRISE Nossa vida cotidiana é um tecido de opiniões e de crenças diversas que compartilhamos sem cogitar – é assim porque é assim. O que significa isso? R: Considero que isso significa que não perguntamos muito, não questionamos as verdades imutáveis, não indagamos as certezas absolutas e acabamos reproduzindo e nos apropriando de máximas como: é assim mesmo, fazer o quê?, não vai mudar mesmo. Descreva o desejo de saber R: Julgo que o desejo de saber é o despertar da condição inerte e passiva do pensamento, para uma condição ativa. O grande propulsor desse despertar – segundo o que entendo da leitura do texto – é a crise aliada ao rompimento com as ideias dadas como verdades incontestáveis. Qual a primeira ação para iniciar uma indagação / e como ela chama esta atitude? R: Entendo que a primeira ação para iniciar uma indagação é justamente duvidar daquilo que está posto como absoluto, inquestionável, perene, máxima. Muitas vezes essa ação de duvidar só é possível com a crise, ou seja, quando o inquestionável se torna incoerente, vazio de significado e sentido. Eis aí o que a autora chama de atitude filosófica: quando o sujeito passa a questionar, investigar, conferir as ideias, os discursos, as máximas, os comportamentos, as ações etc. sabendo que nada é completo, inquestionável, absoluto. Descreva, segundo a autora, o significado de tomar uma atitude filosófica. R: Atitude filosófica: decisão de não aceitar como naturais, óbvias e evidentes as coisas, as ideias, os fatos, as situações, os valores de nossa existência cotidiana, nem a validade inquestionável de nossos comportamentos e dos outros. A decisão de jamais aceitar ideias, fatos e valores sem antes tê-los compreendido e avaliado. Para que a Filosofia? R: Para não aceitarmos os comportamentos, ideias, pensamentos, opiniões, discursos etc. sem antes avalia-los, entende-los, compreende-los, questiona-los. Para que a nossa atitude de concordar ou discordar de algo seja feita com racionalidade. O que significa argumentar? R: Argumentar significa: apresentar fatos, razões, provas contra ou a favor de alguma ideia, pensamento, comportamento, ação etc. Logo, argumentar é expor, trazer às claras, “colocar na mesa” os elementos, as proposições, as minúcias de um fato, comportamento, ideia, conduta etc. O que significa debater? R: Debate significa, ao mesmo tempo, um ato de falar e ouvir em que não há necessariamente alguém ou um grupo justo e outro injusto, um ou grupo certo e outro errado, mas há sim ideias, pensamentos, atitudes, condutas que se confrontam, que se chocam, contrapõem-se ou se harmonizam, se identificam e dessa amálgama são geradas as conclusões, as novas ideias, os novos pensamentos etc. O que significa pressupostos do pensamento? R: Compreendo pressupostos do pensamento aquilo que temos como certo e verdadeiro antes mesmo de qualquer debate ou argumentação, isto é, aquilo que guardamos ou trazemos como um saber antes mesmo de considerar o porquê termos aqueles conceitos, ideias, entendimentos etc. O que significa respeitar regras do pensamento? R: Respeitar as regras do pensamento significa dizer – segundo aquilo que percebi no texto – que o pensamento tem uma sistematização, isto é, não é feito de forma aleatória, arbitrária, a deriva, de qualquer jeito. Pensar é uma ação organizada, coerente, que respeita certos princípios, há uma metodologia, uma inteligência e uma certa regularidade. ATITUDE FILOSÓFICA Qual a primeira ATITUDE filosófica? R: A primeira atitude filosófica, na compreensão que fiz do texto, é o dizer não ao senso comum, ao ordinário, ao trivial. É dizer não a tudo que é porque é, pau que nasce torto nasce torto, é assim porque é assim e pronto etc. A autora chama essa primeira atitude de negativa porque é justamente o dizer não ao que se coloca como perfeito e completo, impassível de discussão. Qual a segunda característica da atitude filosófica? R: A autora caracteriza a segunda atitude filosófica como positiva. Não é o dizer sim ao senso comum, mas a ação benéfica, salutar e necessária de questionar comportamentos, ideias, pensamentos, ações etc. O que significa as duas atitudes juntas? R: Com as duas atitudes reunidas teremos o que a autora chama de atitude crítica, que nada mais é do que a recusa a aceitar as coisas como elas são na aparência, mas mergulhar na essência das coisas, ideias, ações, condutas, comportamentos etc. Quando a compreensão é racional? R: A compreensão é racional quando há argumentação (exposição das ideias, pensamentos, comportamentos), debate (confrontação, análise, embate das ideias, pensamentos, comportamentos) e compreensão (conclusão). A compreensão é considerada racional respeitando essas “fases da indagação e da investigação.” Defina CRÍTICA. R: A autora apresenta dois possíveis significados para crítica: um, pejorativo, em que crítica é sinônimo de azedume, chatice, mal humor, gente insatisfeita e reclamona, infelicidade etc. Já para o outro significado, a autora resgata a etimologia da palavra: crítica, do verbo grego krisein e significa: 1) capacidade para julgar, discernir e decidir corretamente; 2) exame racional de todas as coisas sem preconceito ou prejulgamento; 3) atividade de examinar e avaliar detalhadamente alguma coisa (uma ideia, um valor, um costume, um comportamento, uma obra de arte ou de pensamento). Para mim, a segunda definição é a mais coerente, mas a menos atribuída a crítica. Em relação às discriminações para que a Filosofia? R: Com relação às discriminações, a filosofia em última instância não serve para nada! “A filosofia é a coisa sem a qual o mundo continua tal e qual.” A frase apresenta a discriminação que a filosofia carrega sobre sua utilidade, principalmente. Segundo a autora, a Filosofia se interessa por aquele instante em que o mundo das coisas e o mundo do ser humano tornam-se problemáticos estranhos, incompreensíveis e enigmáticos. O que significaria não pensar nestas contradições? R: Não pensar nessas contradições significaria o império e reinado absoluto do senso comum. Seríamos “Marias vão com as outras” considerando tudo que é posto como absoluto, como absoluto. O que significa se voltar para MOMENTOS DE CRISE? R: Quando não dispomos de elementos para fundamentar ideias, pensamentos, comportamentos etc., quando entramos no vazio de significado desses e não temos mais onde nos agarrar, em que as certezas já desmoronaram, entramos em crise. É aí que nos voltamos para os momentos de crise. Afundados nesses momentos temos duas posturas possíveis: afundar-se de vez na crise, ou começarmos a questionar aqueles fundamentos sólidos: esse é o desabrochar da filosofia. PERGUNTAS FUNDAMENTAIS DA ATITUDE FILOSÓFICA Qual o significado das indagações: o que é, como é, por que é, para que? R: Os significados da indagações são: o que é?: qual é a realidade (verdade, concretude, o que pode ser percebido pelos sentidos) e qual a significação (qual o propósito); como é?: estrutura ou as partes que se integram para constituir aquilo que pode ser observado, percebido, sentido; por que é?: qual a origem ou a causa; para que é?: qual a finalidade de algo, ou seja, a utilidade, o proveito, o objetivo. Como o pensamento se realiza como REFLEXÃO? R: O pensamento se realiza como reflexão quando as perguntas da filosofia (o que, como, por que, para que é?) se voltam para o próprio pensamento, para o si mesmo. Tornando-se objeto de conhecimento para si mesmo, o pensamento examina o que é pensado por ele, volta-se para si mesmo como fonte desse pensado e examina, compreende e avalia sua ação de pensar tendo como propósito determinar o que é a verdade e como alcançar um saber verdadeiro da realidade. Conhece-te a ti mesmo? – de onde vem essa conjectura e o que significa? R: A célebre frase conhece-te a ti mesmo é do filósofo Sócrates. Seu significado possível é o mergulho para dentro de si mesmo que se faz necessário na filosofia. Para isso, as 4 perguntas essências da filosofia: o que, como, por que, para que é? devem ser lançadas para o próprio sujeito, afim de esse avalie, compreenda, certifique, entenda suas ações, pensamentos, ideias, atitudes, comportamentos. Aqui faço um pequeno parêntese: penso ser essa conduta, de conhecer-se, um dos maiores desafios para nós professores. A partir do que se REFLETE A CONDUTA humana? R: A conduta humana se reflete a partir de pensamentos, sentimentos, desejos e vontades das relações homem-animal, homem-homem, homem-plantas, homem-coisas, dos fatos e acontecimentos dos quais a humanidade participa. As condutas são expressões de todas essas questões do ser. O que significa a REFLEXÃO filosófica – quais as indagações fundamentais – quais objetos da indagação? R: A reflexão filosófica significa um passo adiante da atitude filosófica. Na reflexão filosófica, três grandes indagações são fundamentais: 1) quais os motivos, as razões e as causas do que pensamos, dizemos e fazemos? 2) qual é o sentido do que pensamos, dizemos e fazemos? 3) qual é a intenção ou a finalidade do que pensamos, dizemos e fazemos? Os objetos da indagação filosófica são o pensamento, a linguagem e a ação, e as três indagações podem ser resumidas numa única questão: o que é pensar, falar e agir? Explique atitude filosófica e reflexão filosófica. A atitude filosófica indaga: o que é? como é? por que é? para que é?, dirigindo-se ao mundo que nos rodeia e aos seres humanos que nele vivem e que com ele se relacionam. São perguntas sobre a essência e significação das coisas e dos seres humanos (o que é?); sobre a estrutura do mundo e das relações entre os humanos (como é?); sobre a origem do mundo e das relações entre os humanos (por que é?); e sobre a finalidade (para que é?) de todas as coisas. É um saber sobre a realidade exterior ao pensamento. Por sua vez, a reflexão filosófica, ou o “conhece-te a ti mesmo”, dirige-se ao pensamento, à linguagem e à ação, ou seja, volta-se para os seres humanos. Suas questões se referem à capacidade e à finalidade de conhecer, falar e agir, próprias dos humanos. É um saber sobre os humanos como seres pensantes, falantes e agentes, ou seja, sobre a realidade interior aos seres humanos, bem como sobre as relações que estabelecem entre si. REFERÊCIAS CHAUI, Marilena. Boas-vindas à Filosofia. 1 ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2010. CONJUGA-ME.NET. Disponível em: <conjuga-me.net>. Acesso em: 19 set. 2015. CUNHA, Antônio Geraldo da. Dicionário etimológico Nova Fronteira da língua portuguesa. 2 ed. rev. e acrescida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1996. DICIO. Disponível em: <www.dicio.com.br>. Acesso em: 19 set. 2015. HOUAISS, Antônio. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 4 ed. rev. e aumentada. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010. SINONIMOS.COM.BR. Disponível em: <www.sinonimos.com.br>. Acesso em: 19 set. 2015.