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TEMÁTICAS AMBIENTAIS ABORDADAS NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO: UM ESTUDO MULTICASOS EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR DE CAXIAS DO SUL Marina D'Agostini * Evandro Busata Saciloto * Rosa Maria Sartor * Pelayo Munhoz Olea * RESUMO O foco de atuação das empresas, antes concentrado apenas nos aspectos econômicos, começa também a envolver aspectos ambientais e sociais, forçando uma reestruturação organizacional para fazer frente a este novo cenário. A educação ambiental surge como uma importante ferramenta, aumentando a capacidade dos profissionais e empresas de adaptar-se a estas demandas. Este estudo teve como objetivo verificar como as temáticas ambientais são abordadas nos cursos de graduação em Administração de empresas em Caxias do Sul, através de um estudo de caso múltiplo envolvendo dez Instituições de Ensino Superior (IES). Os resultados mostraram que 60% das IES estudadas abordam temáticas ambientais nos cursos de graduação em Administração, sendo que a carga horária de 83,33% destas disciplinas é igual ou superior às 72h e, em sua maioria, são oferecidas à partir do sexto semestre de curso. Em relação aos assuntos abordados, a sustentabilidade e a responsabilidade social são comuns a todos planos de ensino analisados, seguidos pela ISO 14001 e pela produção mais limpa que aparecem em 66,67% deles. No que diz respeito à coerência entre identidade organizacional e as disciplinas oferecidas, 30% das IES definem sustentabilidade, cidadania, ética ou responsabilidade social em seus valores, mas não refletem isso na sua estrutura curricular. Palavras-chave: Temáticas Ambientais. Ensino de Administração. Instituições de Ensino Superior. Caxias do Sul. * Integrantes do Programa de Pós-Graduação em Administração - Mestrado em Administração. Universidade de Caxias do Sul - UCS. E-mail: marina.dagos@gmail.com; esaciloto4@gmail.com; rosa13092011@gmail.com; pelayo.olea@gmail.com 242 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. 1 INTRODUÇÃO A sociedade vem sofrendo os efeitos da exploração excessiva dos recursos naturais em prol do desenvolvimento. Fatores como o aquecimento global, a destruição da camada de ozônio, a poluição do ar e da água e desmatamento são agora reconhecidos como problemas ambientais globais (BANERJEE, 2002). A preocupação ambiental é uma tendência que está se tornando ainda mais importante ao longo do tempo. Nunca se enfrentou tantos problemas ambientais quanto nos tempos atuais. Várias dimensões da sociedade em todo o mundo estão sofrendo os efeitos das mudanças climáticas. Maneiras de lidar com esta situação extrema precisam ser desenvolvidas e implementadas o mais breve possível. Organizações, como elementos importantes da sociedade, não estão fora desse cenário e têm responsabilidades e obrigações com o meio ambiente. Com a evolução dos conceitos, percebeu-se que não há como tratar da problemática ambiental em isolado, precisando-se agregar a ela as preocupações sociais e econômicas. Desta junção surge o conceito de desenvolvimento sustentável: atender as necessidades do presente sem comprometer as gerações futuras de atenderem suas necessidades (CMMAD, 1988). Perante este contexto, tem se tornado cada vez mais comum a pressão por parte de órgãos regulamentares e sociedade para que a sustentabilidade seja devidamente tratada. Estas pressões não surgem espontaneamente, mas são provenientes de três grandes conjuntos de forças que interagem reciprocamente: governo, sociedade e mercado (Pereira, 2011). Estas pressões em prol da sustentabilidade têm suscitado interesse não só nas áreas específicas, mas nas diversas áreas de conhecimento, fazendo crescer o número de pesquisadores e, consequentemente, o número de artigos em eventos e periódicos científicos (FERREIRA et. al., 2012). Mesmo com estes crescentes esforços, a atual organização social, econômica e política mundial não são sustentáveis, em qualquer sentido, mesmo que alguns países sejam sustentáveis, o mundo como um todo não o é (BEBBINGTON; GRAY, 2001). A dificuldade de ser uma sociedade sustentável consiste em verdadeiramente combater o desperdício, levar em conta o processo coletivo e o bem comum sem violar os direitos individuais de seus membros (CRESPO, 2000). E esta complexidade deve-se ao fato da sociedade atual, em sua maioria, estar focada 243 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. apenas no aspecto econômico da sustentabilidade, exigindo uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, nos valores e comportamentos. (LEFF, 2001). Neste contexto, surge a educação ambiental formal, inicialmente trazida à educação infantil e séries iniciais das escolas para fins de propiciar o aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições estas que são consideradas básicas para estimular uma maior integração e harmonia dos indivíduos para com o meio ambiente. Por ser atravessada por vários campos de conhecimento (abordagem multirreferencial) e envolver áreas do saber diversas, a continuidade dos conceitos de gestão ambiental foram percebidos como importantes para alguns cursos de formação superior e incluídos nas grades curriculares, de maneiras distintas (LEFF, 2001). Este estudo teve como objetivo geral verificar como as temáticas ambientais são abordadas nos cursos de graduação em Administração de empresas em Instituições de Ensino Superior (IES) de Caxias do Sul. Os objetivos específicos consistiram em: (i) mapear as IES de Caxias do Sul que possuem curso de Graduação em Administração de Empresas, (ii) realizar um estudo da ementa curricular destes cursos, segregando as disciplinas que abordavam os seguintes assuntos: gestão ambiental, sustentabilidade, responsabilidade social e suas variações, (iii) fazer um comparativo entre as IES, definindo a posição da disciplina na ementa curricular, a carga horária e as temáticas abordadas em cada uma delas, e (iv) analisar a consistência entre a identidade organizacional da IES (missão, visão, valores e princípios) e as disciplinas oferecidas na formação dos administradores. A relevância deste estudo está em entender de que forma estas IES estão atendendo as significativas pressões da sociedade em prol de auxiliar na formação de profissionais mais conscientes, críticos e atuantes na busca da sustentabilidade, e esta relevância se intensifica ainda mais se tratando da formação de futuros administradores de empresas em um polo industrial tão expressivo quanto o de Caxias do Sul. 244 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. 2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 2.1 EVOLUÇÃO DA TEMÁTICA AMBIENTAL A preocupação com a preservação ambiental existe desde o período colonial brasileiro, com legislações que visavam proteger os recursos naturais, florestais e pesqueiros em função de interesses econômicos. Na década de 30 foram realizadas modificações profundas nestas legislações, com o estabelecimento do Código Florestal e do Código das Águas (OLIVEIRA, 2012). A década de 60 foi o período em que se iniciou um aumento significativo da consciência ambiental, com publicação de livros e a criação do Estatuto da Terra, do novo Código de Defesa Florestal, da lei de Proteção à Fauna, do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal e instituídas reservas indígenas, parques nacionais e reservas biológicas (OLIVEIRA, 2012). A década de 70 ficou conhecida como a década da regulamentação e do controle ambiental, emergindo preocupações com o meio ambiente e fazendo crescer os estudos nessa área. Calixto (2004) afirma que a questão ambiental surgiu na literatura contábil com maior intensidade a partir da década de 1970, entretanto, em alguns países se encontrava em fase de desenvolvimento como é o caso do Brasil. A Conferência Intergovernamental sobre Educação Ambiental realizada em Tsibilisi (Estados Unidos da América), em 1977, iniciou um amplo processo em nível global orientado para criar as condições que formassem uma nova consciência sobre o valor da natureza. Na década de 80, entraram em vigor legislações específicas que visavam controlar a instalação de novas indústrias e estabelecer exigências para as emissões das indústrias existentes. A proteção ambiental, que era vista sob um ângulo defensivo, estimulando apenas soluções corretivas baseadas no cumprimento da legislação, começa a ser considerada pelos empresários como uma necessidade, pois reduz o desperdício de matérias-primas e assegura uma boa imagem para aquela empresa que adere às propostas ambientalistas. Na década de 90, as pessoas passaram a se preocupar mais em manter o equilíbrio ambiental e a entender que o efeito nocivo de um resíduo ultrapassa os limites da área em que foi gerado. A questão ambiental ultrapassou os limites das 245 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. ações isoladas e localizadas, para se constituir em uma inquietação de toda a humanidade e busca constante pela redução do impacto ambiental como um todo. Nesta década também entram em vigor as normas britânicas Specification for Environmental Management Systems que serviram de base para elaboração de um sistema de normas ambientais a nível mundial, a série de normas ISO 14000 com o objetivo de padronização e certificação dos sistemas de gestão ambiental. Com isso, a questão ambiental, deixa de ser um problema e passa a ser a credibilidade da empresa junto à sociedade por meio da qualidade e da competitividade de seus produtos. Souza et al (2011), relatam que o ápice de publicações sobre o tema sustentabilidade ambiental se deu nos anos de 2005 e 2006. A preocupação com questões socioambientais nas organizações influenciou o aumento e a sistematização de pesquisas em diversas áreas de conhecimento. Este cenário proporcionou subsídios para que estudos possibilitassem avanços do conhecimento e a abertura de estimulantes espaços para aplicar alternativas diversificadas com a participação efetiva da comunidade, governo, empresas e universidades. Leff (2001) ressalta a impossibilidade de resolver os crescentes e complexos problemas ambientais e reverter suas causas sem que ocorra uma mudança radical nos sistemas de conhecimento, dos valores e dos comportamentos gerados pela dinâmica de racionalidade existente, fundada no aspecto econômico do desenvolvimento. 2.2 RELAÇÃO ENTRE ADMINISTRAÇÃO E MEIO AMBIENTE A sustentabilidade deixou de ser uma função exclusiva de proteção para se tornar também uma função da administração, ao ser contemplada na estrutura organizacional, interferindo no planejamento estratégico, ampliando substancialmente, todo o conceito de administração (ANDRADE et. al., 2002). Diante disso, novas exigências surgem e uma nova função na estrutura administrativa começa a se fazer necessária. O Sistema de Gestão Ambiental requer um sistema gerencial especializado e, consequentemente, um novo estilo de administrar. Aos futuros administradores 246 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. caberá a necessidade de pensar nas questões específicas da área, de forma integrada com as questões ambientais e sociais, de modo a alcançar resultados positivos tanto para a organização, acionistas, dirigentes e trabalhadores, quanto para a sociedade e o meio ambiente (BARBIERI; SILVA, 2011). A sustentabilidade, de fato, deixou de ser uma função exclusiva de contingenciamento, como resposta a eventos socioambientais negativos, para se tornar, principalmente, uma função estratégica proativa da alta administração das empresas. Para que o administrador se sensibilize e se conscientize da sua grande responsabilidade no âmbito ambiental e, depois efetive de forma concreta, ações de controle e proteção, ele necessita receber um mínimo de conhecimentos nesta área. A dupla responsabilidade social do administrador, tanto na condição de cidadão quanto na de gerente das organizações, tem a responsabilidade de reduzir, amenizar e eliminar as ameaças ambientais sob sua administração (TACHIZAWA; ANDRADE, 2008). Isto reforça a ideia de que a responsabilidade social das corporações excede a produção de bens e serviços, portanto, o administrador não precisa ser um especialista em Meio Ambiente, mas necessita ter as noções básicas destas disciplinas, alinhadas com sua atividade específica de administrador, salientando de forma especial, o aspecto relativo à Responsabilidade Social das Empresas, no que tange ao tema sustentabilidade (SANTOS et. al., 2000). Na área das ciências sociais, a dimensão da dinâmica ambiental também começou a ganhar importância, nos objetivos da sua produção ou das suas preocupações científicas. O ambiente deixou de ser encarado como uma simples limitação imposta às sociedades humanas e ganhou o estatuto de uma problemática, na qual se inscreve a própria transformação dessas sociedades (MANSINHO; SCHMIDT, 1994). Os fatos motivaram identificar trabalhos em vários campos das ciências sociais que de algum modo convergissem e levassem em conta, a temática ambiental. No Brasil, as primeiras publicações sobre sustentabilidade ambiental na área de administração são da década de 1990 e contribuíram para disseminar o tema. A partir do início desse século, esse tema consolidou-se nos principais congressos e periódicos da área de administração, fomentando estudos sobre a produção científica em sustentabilidade ambiental, em publicações nacionais e internacionais. 247 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. Segundo Lorenzetti e Delizoicov (2005), há evidente crescimento da pesquisa na área ambiental e é notável que a temática ambiental têm sido objeto de estudo nos programas de pós-graduação em todas as áreas de conhecimento. A criação da disciplina de Gestão Ambiental na grade curricular da Graduação em Administração tem a missão de reduzir as lacunas existentes na Gestão das empresas em relação à Gestão de um meio ambiente sustentável. Conforme ementas curriculares das Instituições de Ensino Superior envolvidas, em suma, a disciplina de Gestão Ambiental propõe o atingimento dos seguintes objetivos básicos: (i) desenvolver a sensibilidade e a conscientização do futuro administrador acerca da responsabilidade social e ambiental das empresas, (ii) fornecer conhecimentos acerca dos elementos básicos de Ecologia, (iii) apresentar os impactos ambientais negativos que podem ser gerados pela atividade das Empresas, (iv) discutir o arsenal de recursos legais, técnicos e de outra natureza que a sociedade dispõe para enfrentar impactos ambientais negativos, e (v) apresentar ao futuro administrador, uma visão holística das relações entre o homem, suas atividades e a natureza, apontando para soluções integradas dos problemas decorrentes. 2.3 EDUCAÇÃO AMBIENTAL Grandes acidentes envolvendo usinas nucleares e contaminações tóxicas de grandes proporções, como nos casos de Bhopal em 1984 e de Chernobyl em 1986, estimularam o debate público e científico sobre a questão dos riscos nas sociedades contemporâneas. A reflexão sobre estas práticas sociais, no contexto marcado pela degradação permanente do meio ambiente e do seu ecossistema, envolve uma necessária articulação sobre a educação ambiental e seu grupo de atores do universo educativo, potencializando o engajamento dos diversos sistemas de conhecimento, a capacitação de profissionais e a comunidade universitária numa perspectiva interdisciplinar. O incremento e acesso dos meios de informação e o papel indutivo do poder público nos conteúdos educacionais, promove o crescimento da consciência ambiental, expandindo a possibilidade da população participar em um nível mais alto 248 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. no processo decisório como uma forma de fortalecer sua corresponsabilidade no controle dos agentes de degradação ambiental. Nesse sentido, a educação ambiental se converte em uma ferramenta de mediação necessária entre culturas, comportamentos diferenciados e interesses de grupos sociais para a construção das transformações desejadas (TAMAIO, 2000). Educação ambiental é um processo educativo eminentemente político, que visa o desenvolvimento de uma consciência crítica acerca das instituições, atores e fatores sociais geradores de riscos socioambientais. Pode ser definido também como uma estratégia pedagógica de enfrentamento dos conflitos socioambientais, à partir de meios coletivos de exercício da cidadania, pautados na criação de demandas por políticas públicas participativas (LAYRARGUES, 2002). Segundo Reigota (1998), a educação ambiental aponta para propostas pedagógicas centradas na conscientização, mudança de comportamento, desenvolvimento de competências, capacidade de avaliação e participação dos educandos. A educação ambiental pode ser trabalhada de três formas: (i) educação formal, através das escolas; (ii) educação não formal, com metodologia apropriada, mas fora de uma instituição de ensino, nas ONGs, por exemplo; (iii) informal, quando não existe um processo sistematizado de ensino, nem metodologia própria, como nas relações cotidianas, por exemplo. Para Pádua e Tabanez (1998), a educação ambiental propicia o aumento de conhecimentos, mudança de valores e aperfeiçoamento de habilidades, condições básicas para estimular maior a integração e harmonia dos indivíduos com o meio ambiente. A relação entre meio ambiente e educação para a cidadania, assume um papel cada vez mais desafiador, demandando a emergência de novos saberes para apreender processos sociais mais complexos e riscos ambientais mais expressivos. Os grandes desafios para os educadores ambientais são, de um lado, o resgate e o desenvolvimento de valores e comportamentos (confiança, respeito mútuo, responsabilidade, compromisso, solidariedade e iniciativa) e de outro, o estímulo a uma visão global e crítica das questões ambientais e a promoção de um enfoque interdisciplinar que resgate e construa saberes (SORRENTINO, 1998). 249 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. 3 METODOLOGIA DA PESQUISA Esta pesquisa caracteriza-se como sendo um estudo de casos múltiplos pelo fato da investigação ter sido um estudo comparativo entre IESs da cidade de Caxias do Sul que possuem curso de Graduação em Administração de Empresas. Este trabalho adotou como estratégia de abordagem de pesquisa o estudo de múltiplos casos e, de acordo com YIN (2005), entende-se por estudo de múltiplos casos àquele que envolve mais de uma unidade de análise. Segundo GIL (1995), o estudo de caso é empregado devido a sua relativa facilidade e simplicidade para a coleta de dados, além de possuir uma boa aplicabilidade em situações onde o objeto de estudo é conhecido. Além disso, o estudo de caso é adequadamente utilizado quando o pesquisador possui pouco ou nenhum controle sobre os eventos (YIN, 1994). Quanto aos fins, esta pesquisa classifica-se como sendo qualitativa e exploratória. O estudo qualitativo diz respeito à finalidade de entender, com maior profundidade, a realidade estudada, sem a necessidade de análise estatística, utilizando uma seleção de amostras pequenas e não representativa. Segundo MINAYO (1996), a pesquisa qualitativa engloba o mundo dos significados das ações e das relações humanas, tarefa que não seria possível pela utilização de equações e fórmulas estatísticas. Segundo GIL (1995), o objetivo de uma pesquisa exploratória é o de possibilitar maior familiaridade com o problema, tornando-o mais explícito, sendo que, na maioria dos casos, essa pesquisa envolve um levantamento bibliográfico, aplicação de entrevistas com pessoas que tiveram experiência prática com o assunto pesquisado e análise de exemplos que favoreçam a compreensão, para VERGARA (2006), o objetivo do estudo exploratório é contribuir para a familiaridade dos pesquisadores a respeito do assunto investigado. A coleta dos dados foi feita por meio de acesso às documentações de ementas curriculares das IES, bem como contatos com coordenadores de cursos e professores destas instituições quando se fez necessário buscar informações adicionais. Para este estudo foram escolhidas dez IES, todas localizadas na cidade de Caxias do Sul e que oferecem Graduação em Administração de Empresas. Os parâmetros pesquisados foram: (i) ementa das disciplinas relacionadas a temáticas 250 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. ambientais nos cursos de graduação em Administração, (ii) carga horária das disciplinas, (iii) semestre no qual são oferecidas, (iv) principais temáticas abordadas, (v) relação com os missão, visão, valores e princípios das IES. Os resultados da pesquisa foram tabulados de forma a facilitar a visualização, compreensão e comparação dos parâmetros levantados entre as dez IES. 4 ANÁLISE DOS DADOS 4.1 CARACTERIZAÇÃO DAS IES PESQUISADAS Nesta seção foram caracterizadas as dez IES pesquisadas, buscando seu histórico de instalação na cidade de Caxias do Sul, bem como cursos oferecidos, número de alunos, área ocupada, entre outros. Optou-se por não citar os nomes das IES pesquisadas e, portanto, estas estão nomeadas de A até J. 4.1.1 Instituição de Ensino Superior A A instituição de ensino superior A surgiu da evolução de uma escola de informática da cidade e iniciou suas atividades em 1991, com ensino focado na qualificação de informática. Em 1998 migrou suas atividades para o ensino técnico de nível médio em áreas diversas. Expandiu suas atividades abrindo unidades em Bento Gonçalves, Caxias do Sul, Porto Alegre e Novo Hamburgo. No ano de 2002, é instituída como faculdade. Esta IES possui missão, visão e princípios estabelecidos e, entre eles, é citado a ética e a responsabilidade social. Oferece atualmente, 10 opções de cursos técnicos, 25 de cursos de graduação e 7 de cursos de pós-graduação. Entre os 25 cursos de graduação, oferecidos exclusivamente nas áreas de ciências exatas, tecnologia e ciências humanas e sociais, está o curso de administração, com carga horária de 3.360 horas-aula e mais 120 horas, de atividades complementares. No curso de administração não há disciplinas oferecidas que abordem alguma temática ambiental. 251 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. 4.1.2 Instituição de Ensino Superior B A Instituição de Ensino Superior B foi fundada em Caxias do Sul em 2005 e faz parte de uma rede de ensino com unidades em todo Rio Grande do Sul. Oferece 8 cursos de graduação, 5 de pós-graduação e cursos de extensão diversos. Foi eleita a 6ª melhor IES do estado do Rio Grande do Sul e está entre as 50 melhores IES do Brasil. Esta IES possui entre seus princípios estratégicos a ética, a sustentabilidade e a cidadania. O curso de graduação em Administração, oferecido por esta IES é composto por 3.024 horas, com 39 disciplinas, sendo uma delas ligada a temática ambiental, no sétimo semestre, denominada Gestão Ambiental e Sustentabilidade. 4.1.3 Instituição de Ensino Superior C A IES C foi fundada em 1999 na cidade de Caxias do Sul, inicialmente oferecendo apenas o curso de administração de empresas. Em 2001 expandiu sua oferta de cursos de graduação sendo que atualmente oferece 16 cursos de graduação, 14 cursos de pós-graduação (incluindo mestrados profissionais) e diversos cursos de extensão, idiomas e Educação à Distância (EaD). Possui princípios definidos que citam a ética, cidadania, inclusão social e a sustentabilidade. O curso de graduação em Administração oferecido por esta IES conta com uma carga horária de 3.042 horas e mais 144 horas complementares e possui quatro diferentes linhas de formação: (i) empreendedorismo e inovação, (ii) gestão mercadológica, (iii) gestão de negócios, e (iv) gestão de pessoas. Na organização curricular deste curso, considerando todas as linhas de formação, não há disciplina especifica para tratativa de temáticas ambientais. 4.1.4 Instituição de Ensino Superior D A Instituição de Ensino Superior D iniciou suas atividades em Caxias do Sul em 2009 e é parte de uma rede de ensino que possui faculdades em diversas cidades do país. O planejamento para instalação desta unidade iniciou ainda em 1998 com o planejamento dos cursos que seriam oferecidos, qualificação e 252 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. otimização de grades curriculares e alinhamento administrativo e financeiro da IES. Entre seus valores e crenças, está a promoção da inclusão social, cidadania e a defesa do meio ambiente. Hoje oferece 17 cursos de graduação, 22 cursos de pós-graduação e cursos de extensão e EaD. No curso de Graduação em Administração de empresas, com 44 disciplinas e duração médias de 4 anos, encontramos a disciplina de Responsabilidade social e meio ambiente. 4.1.5 Instituição de Ensino Superior E A Instituição de Ensino Superior E iniciou suas atividades em Caxias do Sul em 2011, mas estava em planejamento e desenvolvimento desde 2001. A IES possui entre seus valores a ética, a responsabilidade social e a responsabilidade para com os ecossistemas. Possui 3 linhas de cursos de graduação: (i) Administração, (ii) Agronegócios e (iii) Sistemas de Internet. O curso de administração de empresas é composto por 39 disciplinas divididas em 8 semestres, totalizando 3.000 horas aula. Em seu plano curricular, no 6º semestre, consta uma disciplina relacionada à temática ambiental denominada Gestão Ambiental e Sustentabilidade. 4.1.6 Instituição de Ensino Superior F A Instituição de Ensino Superior F começou suas atividades em Caxias do Sul em 2007, mas faz parte de uma rede de faculdades nacional que iniciou no Rio de Janeiro ainda na década de 70. Na definição de sua missão e visão, não são citados diretamente termos referentes à sustentabilidade, meio ambiente ou responsabilidade social. Esta IES oferece atualmente 12 cursos de graduação, 11 de pós-graduação, diversos cursos de extensão e educação básica. O curso de graduação em administração é composto de 37 disciplinas com duração de 8 anos e totalizando 3.080 horas aulas. Em sua grade curricular não encontramos nenhuma disciplina relacionada à temática ambiental. 253 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. 4.1.7 Instituição de Ensino Superior G Criada em 1967, a mais antiga Instituição de Ensino Superior da região mantém unidades em nove cidades, atingindo diretamente uma população de mais de 1 milhão de habitantes. Oferece mais de 90 opções de cursos de graduação, esta mesma quantidade de cursos de especialização e ainda 18 opções de cursos de mestrado e doutorado. Na definição da missão desta IES, consta o desenvolvimento sustentável e entre seus princípios encontra-se a responsabilidade social e o compromisso com o Meio Ambiente. O curso de graduação em Administração, possui uma carga horária de 3.120 horas, com duração média de 5 anos sendo que o plano curricular é composto por 50 disciplinas. Não identificamos na organização curricular, nenhuma disciplina que aborde diretamente temáticas ambientais. 4.1.8 Instituição de Ensino Superior H A instituição H possui mais de 50 anos de experiência em aprendizado, principalmente na área de saúde. Existe como IES oficialmente desde 2003 em Caxias do Sul. Tem, como um de seus princípios, a responsabilidade social. Oferece quatro cursos de graduação, 12 de pós-graduação e diversos cursos técnicos principalmente na área da saúde. O curso graduação em Administração possui duração de 4 anos e uma carga horária de 3.024 horas aula. Dentre as disciplinas oferecidas, destaca-se uma ligada à temática ambiental denominada Gestão Ambiental e Responsabilidade Social, localizada na grade curricular no 6º semestre. 4.1.9 Instituição de Ensino Superior I A instituição I é uma das maiores universidades de EaD do país, possuindo uma sede em Caxias do Sul. A missão da IES não cita temáticas ambientais, porém publica seu balanço social disponibilizando-o para a comunidade, onde mostra seu compromisso com a responsabilidade social e ambiental. Os cursos ofertados estão presentes em mais de 450 municípios e são compostos por cursos de graduação, pós-graduação (especialização) e educação 254 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. corporativa. O curso de graduação em Administração tem duração de 4 anos, com carga total de 3000 horas aula, sendo que no 6º semestre há uma disciplina ligada a temática ambiental denominada Responsabilidade Social e Empresarial. 4.1.10 Instituição de Ensino Superior J A IES J, iniciou suas atividades em Caxias do Sul no ano de 2001, com foco em oferecer mais opções de formação superior em um polo socioeconômico muito forte. Entre seus valores está citado o compromisso com a sociedade e o meio ambiente. Atualmente conta com três cursos de graduação, 4 de pós-graduação e mais de 9 opções de cursos de extensão. O curso graduação em Administração é dividido em 8 semestres, totalizando 3024 horas aulas e em sua grade curricular há uma disciplina denominada Tópicos Especiais, onde existem conteúdos ligados à temática ambiental. 4.2 ANÁLISE COMPARATIVA Das dez IES pesquisadas, seis apresentaram disciplinas relacionadas às temáticas ambientais nos cursos de graduação em Administração: IES B, D, E, H, I e J. Exceto pela IES J, na qual a disciplina pode ser realizada em qualquer semestre, as demais localizam a disciplina que aborda temáticas ambientais no sexto e sétimo semestres de curso, ou seja, após a metade do curso, quando os alunos já possuem os conceitos básicos e entram na fase de refinamento de conhecimentos aplicáveis à sua formação. A denominação das disciplinas também varia e, em nenhuma delas, a Gestão ambiental aparece em isolado, sempre está associada a outras temáticas como Sustentabilidade e Responsabilidade Social. Isto reforça à tendência da evolução dos conceitos de meio ambiente para sustentabilidade, envolvendo não apenas as questões ambientais, mas incluindo as questões econômicas e as sociais. 255 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. A carga horária das disciplinas varia de 40 a 80 horas, sendo que 83,33% tem carga horária igual ou superior à 72 horas, ou seja, 4 horas-aula semanais durante um semestre inteiro. Em relação aos assuntos abordados nas disciplinas que abordam temáticas ambientais, os conceitos de sustentabilidade e responsabilidade social são assuntos comuns a todos os planos de ensino, o que reforça a ideia anterior da tendência ao conceito de sustentabilidade ao invés de meio ambiente em isolado. Após estes, a norma ISO 14.001 e a produção mais limpa são os assuntos mais abordados, sendo ambos citados em 66,67% dos planos de ensino. Estes são os assuntos de maior aplicabilidade nas organizações, a ISO 14001 devido a pressões das partes interessadas para certificação e a produção mais limpa por ser uma abordagem de lean manufacture no âmbito do sistema de gestão ambiental, focada em redução de desperdícios e, em consequência, redução de custos. Os demais assuntos variam bastante de um plano de ensino para outro, abordando desde conceitos de Biologia até conceitos bem direcionados à gestão empresarial. Analisou-se também a consistência entre a missão, visão, valores e princípios das IES e a presença de temáticas relacionadas na organização curricular dos cursos de graduação em Administração. Das dez IES estudadas, apenas a F não apresenta meio ambiente, responsabilidade social, cidadania e/ou sustentabilidade na definição de sua identidade organizacional. Nas instituições A, C e G, que representam 30% das IES analisadas, estes termos são citados entre os valores e princípios, porém não se refletem na estrutura curricular dos cursos de graduação em Administração. No quadro 01 é exposto um resumo dos resultados da análise comparativa. 256 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. Quadro 1: Resumo da análise comparativa entre as IES IES Disciplina com temáticas ambientais - curso de Administração Semestre Carga horária Principais assuntos abordados Visão, missão, valores e princípios A Não possui. - - - Existentes, mas não refletidos no curso de Administração. B Gestão ambiental e Sustentabilidade 7º 72h C Não possui - - Gestão Ambiental Sustentabilidade Produção mais limpa ISO 14001 Responsabilidade Social - Existentes e refletidos no curso de Administração. Existentes, mas não refletidos no curso de Administração. 40h Ecossistemas Sustentabilidade Responsabilidade Social Produção mais Limpa Economia verde Tecnologia e inovação Existentes e refletidos no curso de Administração. Gestão Ambiental Sustentabilidade ISO 14001 Aspectos e Impactos Responsabilidade social Existentes e refletidos no curso de Administração. D Responsabilidade Social e Meio Ambiente E Gestão ambiental e Sustentabilidade 6º 72h F Não possui - - - Não existentes e não refletidos no curso de Administração. G Não possui - - - Existentes, mas não refletidos no curso de Administração H Gestão ambiental e Responsabilidade Social 6º 72h Gestão Ambiental Produção mais limpa Sustentabilidade Responsabilidade Social Existentes e refletidos no curso de Administração. I Responsabilidade Social e Empresarial 6º 80h Responsabilidade Social Sustentabilidade ISO 14001 / Gestão Existentes e refletidos no curso de Administração. 72h Sustentabilidade ISO 14001 Produção mais Limpa Análise de Ciclo de Vida Responsabilidade Social Existentes e refletidos no curso de Administração. J Tópicos Especiais 6º Livre Fonte: elaborado pelos autores. 257 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS As questões ambientais apresentam-se, cada vez mais, como um relevante fator de pressão para mudanças organizacionais. Nas últimas décadas, tem ocorrido uma mudança no ambiente em que as empresas atuam, com uma crescente preocupação com questões que transcendem os aspectos econômicos, envolvendo também, preocupações socioambientais, forçando a sua reestruturação, de forma a fazer frente ao novo cenário. A educação é essencial para esta reestruturação, aumentando a capacidades das pessoas e, por consequência, das empresas de enfrentar as questões ambientais e de responsabilidade social. A gestão ambiental cada vez mais deixa de ser uma tendência e consolida-se como um novo e indispensável campo de atuação, fazendo-se necessário o desenvolvimento de uma maior inserção da questão ambiental no ensino de Administração, ampliando o embasamento teórico e a responsabilidade social destes profissionais. A qualificação do futuro administrador deverá atender não somente às necessidades do mercado de trabalho, como um solucionador de problemas, mas também como um agente transformador inserido num contexto maior de responsabilidade ambiental e social. A educação em todos os níveis, especialmente a educação universitária para a formação de futuros administradores, deve ser orientada para o desenvolvimento sustentável e para forjar atitudes, padrões de capacidade e comportamentos ambientalmente conscientes, tal como um sentido de responsabilidade ética. É aí que entram em jogo as universidades, assim como todos os estabelecimentos de ensino superior, que assumem uma responsabilidade essencial na preparação destas novas gerações de administradores, para um futuro viável. Aliado a este contexto, este artigo atingiu seus objetivos ao realizar uma análise de como as IES de Caxias do Sul estão preparando os futuros administradores de empresa a lidar com estes novos desafios ligados à sustentabilidade. As disciplinas que abordavam temáticas relacionadas foram analisadas e comparadas envolvendo as etapas citadas nos objetivos específicos. Cabe ressaltar que 60% das IES pesquisadas apresentaram a abordagem dos conceitos ambientais em seus cursos de Administração. Entre os 40% que não apresentaram educação ambiental em suas grades curriculares, estão as duas 258 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. maiores IES de Caxias do Sul e que, inclusive, dentro da definição de sua identidade organizacional, expõe claramente valores em prol do meio ambiente, da cidadania, da ética e da responsabilidade social. Verifica-se assim que há um longo caminho a trilhar, na busca de um melhor e mais representativo espaço da sustentabilidade nos cursos de graduação em Administração. A contribuição deste estudo está em diagnosticar a adaptação da estrutura curricular dos cursos de Administração de Empresas às demandas e pressões do mercado em prol da sustentabilidade, bem como verificar lacunas e oportunidades de melhorias na educação ambiental dentro das IES deste expressivo polo industrial de Caxias do Sul, deixando base de informações para estudos futuros como, por exemplo, a verificação da aplicabilidade dos conteúdos aprendidos nas indústrias locais. ENVIRONMENTAL ISSUES ADDRESSED IN THE ADMINISTRATION TEACHING: A MULTICASES STUDY IN HIGHER EDUCATION INSTITUTIONS IN CAXIAS DO SUL ABSTRACT The aim of a company, more focused on the economic aspects, starts to embrace environmental and social aspects, forcing a restructuration of the organizations in order to face this new scenario. The environment education arise as a new paramount tool, increasing the capacity of professionals and enterprises to adapt to these demands. This study aimed to verify how theses environmental thematic are approached on the graduation courses of Business Administration in Caxias do Sul, through a multiple case study involving ten , higher education institutions (HEI). The results show that 60% of HEI evaluated approach environmental thematic in their graduation courses of Business Administration, being that the hourly workload of 83,33% of these subjects is equal or larger than 72 hours and the majority are offered from the sixth semester of the course. Related to the subjects approached, the sustainability and social responsibility are ordinary to all education plans evaluated right after by ISO 14001 and by cleaner production that are shown in 66,67% of them. When it comes to the coherence of organizational identity and the subjects offered, 30% of HEI define sustainability, citizenship, ethics or social responsibility in their values, however do not reflect it in their curricular structure. Keywords: Environmental Thematic, institutions, Caxias do Sul. Business Education, higher education 259 R. gest. sust. ambient., Florianópolis, v. 4, n. 1, p. 242 - 261 , abr./set.2015. REFERÊNCIAS ANDRADE, Rui O. B.; TACHIZAWA, Takeshy; CARVALHO, Ana B. Gestão Ambiental – enfoque estratégico aplicado ao desenvolvimento sustentável. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 2002. BANERJEE, Subhabrata Bobby. Corporate environmentalism: the construct and its measurement. Journal of Business Research. v. 55, n. 3, 2002, pp. 177-191. BARBIERI, J.C.; SILVA, D. Educação Ambiental na Formação do Administrador. São Paulo: Cengage Learning, 2011. BEBBINGTON, J.; GRAY, R. An account of sustainability: failure, success and a reconceptualization. Critical Perspectives on Accounting. v. 12, p. 557-587, 2001. CALIXTO, L. Contabilidade Ambiental: aplicação do ISAR em empresas do setor de mineração. Rio de Janeiro, 2004. 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