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Guerra, Moral, Religião na Antiguidade Pedro Paulo A. Funari, Unicamp Colóquio Guerra Moral Religião 04/06/2024  Portanto, tão certo como eu vivo, diz o Senhor dos Exércitos, o Deus de Israel, Moabe será como Sodoma, e os filhos de Amom como Gomorra, campo de urtigas e poços de sal, e desolação perpétua; o restante do meu povo os saqueará, e o restante do meu povo os possuirá. Sofonias, 2: 9.  (Tradução Almeida corrigida)  Fitando-o de sobrolho carregado disse Zeus que comanda as nuvens:  «Tu que és todas as coisas para todos os homens, não te lamentes  890 aqui sentado! Dos deuses do Olimpo és para mim o mais odioso.  Sempre te são gratos os conflitos, as guerras e as lutas.  Tradução Frederico Lourenço, Ilíada V, 888-891. os atenienses não haviam procedido corretamente ao transgredir os costumes dos helenos, pois era usual a todos eles, ao invadirem o território dos outros, respeitar os santuários locais; os atenienses tinham fortificado Délion e agora estavam lá, fazendo tudo que os homens fazem num lugar profano, usando até para fins corriqueiros a água na qual os beócios não tocavam senão para as purificações relacionadas com os sacrifícios. Conseqüentemente os beócios, em nome do deus e em seu próprio nome, invocando as divindades cultuadas nos altares dos dois povos e também Apolo, intimavam os atenienses a sair do templo e levar com eles o que lhes pertencia. (tradução de Mário da Gama Kury, Tucídides, IV, 93, 2-4, 1987) Muitas vezes ouvi dizer que Quinto Máximo e P. Cipião, além de outros homens ilustres da nossa pátria, costumavam afirmar que ao contemplarem as imagens de cera de seus antepassados sentiam um enorme estímulo em direção à virtude. É de se supor que nem a cera nem os retratos tivessem em si mesmos tanta força, mas que, ao contrário, o relato dos feitos passados fizesse crescer no peito dos homens egrégios essa chama que não se extinguiria senão ao igualarem sua virtude à fama e à glória daqueles. Salústio, Guerra de Jugurta (I, 5-6) (Tradução Pedro Paulo A. Funari) O seu ódio mais forte era contra os veteranos, os quais, tendo vindo havia pouco estabelecer a colónia de Camuloduno, expulsavam de suas casas a todos os proprietários, chamando-os cativos e escravos; e eram nisto ajudados pelos novos soldados, que tinham os mesmos costumes e se lembravam de que lhes chegaria também a sua vez de cometer os mesmos insultos. Acrescia ainda outro motivo, qual era o considerarem o templo, dedicado ao divino Cláudio, como um monumento da sua eterna servidão e o verem que os sacerdotes, com mil pretextos religiosos, lhes comiam quanto tinham. Além disto, não lhes parecia dificultoso destruir uma colónia em que não havia fortalezas pelo descuido dos nossos generais, que tinham cuidado em fazer o país mais ameno que seguro. Tradução de José Liberato Freire de Carvalho, Tácito (2022), Anais, 14, 31. Mateus 22:17-21 Almeida Revista e Atualizada (ARA) Dize-nos, pois: que te parece? É lícito pagar tributo a César ou não? Jesus, porém, conhecendo-lhes a malícia, respondeu: Por que me experimentais, hipócritas? Mostrai-me a moeda do tributo. Trouxeram-lhe um denário. E ele lhes perguntou: De quem é esta efígie e inscrição? Responderam: De César. Então, lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de Deus. {H}Omnes nego deos vinca(t) vinca(t) pantorgana Tal() cit(h)ar(o)edus cantat Apol(l)o tibicina nempe ego Came(l)o(p)ardus (h)abet cor ut Achille(s) ob clar{r}ita(tem) Sum rabid(a) ia(m) Volcanus e(m) medicina est [CIL IV, 8873] “Nego todos os Deuses. Vença, vença. Pantorgana Tal Canta Apolo com a cítara. Eu sou uma flautista. Que seja como a girafa como Aquiles, pela claridade. Estou com raiva. Ora, a solução é Vulcano". Tradução de Pedro Paulo Funari Themis amat deos. uinca(t), uinca(t) pantorgana Tal[us] Cytaredus cantat Apolo, tibicina n<e>mpe ego. Came<l>opardus abet cor ut Acille<s> ob clarit[atem]. Sum rabid<a>. I<a>m Vulcanus <e>m medicina est. Themis loves the gods. Let Talus win, let him win the musical contest. Apollo the citharode sings. Surely I am a tibicina. The giraffe has a heart like Achilles on account of its distinctiveness. I am furious. Behold now. Volcanus is the cure. Elizabeth Woeckner Carta de recomendação (Vin.Tab. 22, c. 100 d.C.) Claudius Karus Ceriali suo salutem. Brigonius petit a me, domine, ut eum tibi commendaret. Rogo ergo, domine, si quot a te petierit ut uelis ei subscribere. Annio Equestri centurioni regionario Luguualio rogo ut eum commendare digneris eius meoque nomine debetorem me tibi obligaturus. Opto te felicissimum bene ualere. Vale, frater. Cláudio Caro para seu Cereal, saudações. Brigônio pediu-me, senhor, que o recomendasse para ti. Peço, assim, senhor, que, se te pedir algo, dê a ele sua aprovação. Peço que o considere digno de recomendação a Ânio Eqüestre, centurião encarregado da região de Luguválio e, desse modo, serei colocado como devedor em meu nome e em nome dele. Espero que estejas muito bem e em boa saúde. Saudações, irmão”. Saudação de um colega (Vin.Tab. 21, 103 d.C.) (Funari 2004) CIL 6.1139 = ILS 694: “Imp. Caes. Fl. Constantino maximo / p.f. Augusto S.P.Q.R. / quod instinctu divinitatis mentis / magnitudine cum exercitu suo / tam de tyranno quam de omni eius / factione uno tempore iustis / rempublicam ultus est armis / arcum triumphis insignem dicavit.” Para o imperador César Flávio Constantino, o maior, pio, abençoado pela sorte, Augusto: Inspirado por uma divindade, pela grandeza da sua mente, ele usou seu exército para salvar a república – pela força justa das armas – da ameaça de um tirano e do partidarismo. Por isso, o Senado e Povo de Roma dedicaram este excepcional arco para os seus triunfos. Tradução Pedro Paulo A. Funari (Ramalho, Funari e Carlan 2016: 27)