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Que tal ler o conto, “Flausi-Flausi”, de Dalton Trevisan, de maneira aberta ao contágio de sua potência comunitária? Neste artigo, apresentado no seminário OCO em 2022, sintetizo parte da minha tese de doutorado "Erra outra vez: Dalton... more
Que tal ler o conto, “Flausi-Flausi”, de Dalton Trevisan, de maneira aberta ao contágio de sua potência comunitária? Neste artigo, apresentado no seminário OCO em 2022, sintetizo parte da minha tese de doutorado "Erra outra vez: Dalton Trevisan com Katherine Mansfield", iniciada em 2019. Defesa agendada para 25 de março de 2024, às 15h, na Sala Machado de Assis - CCE-UFSC (Florianópolis). Orientador: Prof. Dr. Jorge Wolff.
A escritora Katherine Mansfield é a destinatária aludida em "Carta a Catarina", de Dalton Trevisan, publicada na revista Joaquim (1947) e republicada coletânea Sete anos de pastor (1948). Mas será que se pode chamar isto de carta? É... more
A escritora Katherine Mansfield é a destinatária aludida em "Carta a Catarina", de Dalton Trevisan, publicada na revista Joaquim (1947) e republicada coletânea Sete anos de pastor (1948). Mas será que se pode chamar isto de carta? É preciso lembrar que a destinatária faleceu em 9 de janeiro de 1923, mais de dois antes do nascimento do remetente, a 14 de junho de 1925. Além disso, percebe-se que este material analisado, embora guarde a aparência gráfica de carta, se autodesnuda enquanto ficção, em um gesto que Wolgang Iser (2017) denomina ato de fingir. Este artigo verifica como Trevisan parodia as cartas, os diários e os contos de Mansfield e os recria o que (não) é uma carta. 
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Tipo de publicação: capítulo de livro. TAUFER, Adauto Locatelli; ALÓS, Anselmo Peres; DAUDT, Marianna I. Daudt (orgs.). Literatura, história e memória: volume 2. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2023. 
Referência bibliográfica completa: FUNKE, Katherine. Isto (não) é uma carta de Dalton Trevisan. In: TAUFER, Adauto Locatelli; ALÓS, Anselmo Peres; DAUDT, Marianna I. Daudt (orgs.). Literatura, história e memória: volume 2. Porto Alegre: Bestiário / Class, 2023.
ISSN/ISBN: 978-65-85039-81-9
ABSTRACT. With the help of "Teoría del Disparate" by Ramon Gomez de La Serna, this article recalls the case of the column in the newspaper Tinguí (1941) in which Dalton Trevisan, under the codename Dom Nada, decides to kill with six shots... more
ABSTRACT. With the help of "Teoría del Disparate" by Ramon Gomez de La Serna, this article recalls the case of the column in the newspaper Tinguí (1941) in which Dalton Trevisan, under the codename Dom Nada, decides to kill with six shots the renowned novelist Erico Verissimo. The "killer" creates a difference between him and Verissimo and steals from him her muse – Katherine Mansfield, at the time an important author for Verissimo, according to As mãos de meu filho (1942).
Este artigo propõe pensar o modo como o arquivo de Katherine Mansfield (1888-1923) tem circulado no Brasil. Embora 62 de seus poemas tenham sido publicados sob o título Poems, já no ano de sua morte, e dezenas outros tenham vindo à tona... more
Este artigo propõe pensar o modo como o arquivo de Katherine Mansfield (1888-1923) tem circulado no Brasil. Embora 62 de seus poemas tenham sido publicados sob o título Poems, já no ano de sua morte, e dezenas outros tenham vindo à tona em 1990, até totalizarem os 217 reunidos em The Collected Poems of Katherine Mansfield (2016), nenhuma editora brasileira lançou ainda um volume de poesia mansfieldiana. Estudos de tradução publicados de modo esparso têm trazido para o arquivo acessível de modo online poemas avulsos ou em série. Mas ainda não houve a edição brasileira de um título como, na Argentina, Pájaro de invierno (Maravilla), antologia bilíngue premiada pela Asociación de Literatura Infantil y Juvenil de la Argentina (ALIJA), na categoria de melhor livro traduzido do período de 2020–2021. Também na Argentina surgiu em 2006 a antologia bilíngue Té de manzanilla y outros 29 poemas (Bajolaluna), reeditada em 2018. No Brasil, o mercado editorial apenas relança os contos da escritora, quase sempre os mesmos (embora em novas traduções), ignorando também neste gênero parte de sua produção.
O ser que escreve, por ser-assim, quer a liberdade de escrever sem responder a um projeto. Por ser-assim, se encontra, neste lado de fora do esperado, com outros que vieram antes e continuam seu estar-no-mundo, entre viventes e... more
O ser que escreve, por ser-assim, quer a liberdade de escrever sem responder a um projeto. Por ser-assim, se encontra, neste lado de fora do esperado, com outros que vieram antes e continuam seu estar-no-mundo, entre viventes e não-viventes. Neste inesperado lugar, este artigo constrói as bases de um parque de diversões, convidando para um passeio. Na roda-gigante, na montanha-russa e na sala de espelhos, estão Dalton Trevisan (1925-) e Katherine Mansfield (1888-1923), acompanhados de uma comunidade de outros amantes de Mansfield, como Vinicius de Moraes, Clarice Lispector e Ana Cristina César. O mote do passeio são as ficções de Dalton dedicadas a Mansfield, iniciadas com uma (suposta) carta integrante do número 14 da revista Joaquim (1947). A versão mais recente do conto, que teve outras republicações, está em Até você, Capitu (2013), com significativas alterações.
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OBS.: Este artigo é resultado parcial da tese de doutorado em andamento "Erra outra vez: Katherine Mansfield com Dalton Trevisan" (2019-2023).
Este artigo é uma tentativa de leitura do conto EDickinson RepliLuxe (2010), de Joyce Carol Oates, em busca de uma significação contemporânea em tempos de "queda do céu". No conto, a poeta Emily Dickinson (1830-1886) sobrevive em meados... more
Este artigo é uma tentativa de leitura do conto EDickinson RepliLuxe (2010), de Joyce Carol Oates, em busca de uma significação contemporânea em tempos de "queda do céu". No conto, a poeta Emily Dickinson (1830-1886) sobrevive em meados do século XXI como uma replicante de presença espectral na casa da família Krim. De maneira geral, o conto reforça a ideia de que as narrativas ficcionais, assim como os poemas de Dickinson, contribuem com a própria continuidade da vida.
Este artigo propõe acompanhar o escritor curitibano Dalton Trevisan por entre suas intenções estéticas ligadas à ideia de repetição e diferença a partir de duas versões do conto em forma de carta endereçada à escritora neozelandeza... more
Este artigo propõe acompanhar o escritor curitibano Dalton Trevisan por entre suas intenções estéticas ligadas à ideia de repetição e diferença a partir de duas versões do conto em forma de carta endereçada à escritora neozelandeza Katherine Mansfield. A carta “My darling Katherine (Mansfield)” foi publicada originalmente em 1947, na edição n. 14 da revista Joaquim. Ganhou nova versão, disponível em Até você, Capitu, de 2013, passando por duas outras publicações com pequeninas alterações (no renegado Sete Anos de Pastor, de 1948, e depois em Mistérios de Curitiba, de 1968, com o título de “Retrato de Katie Mansfield”). O que norteia o artigo é a tese de que, para Dalton, reescrever é um gesto vital, como destaca Berta Waldman. De versão em versão, o vampiro sobrevive e sua obra ganha mais corpo. Na insistência no procedimento da repetição, Dalton reafirma a originalidade de sua diferença transgressora em relação a outras literaturas. Este conto disfarçado de carta é exemplo desse procedimento, assim como da potencialidade criada pela repetição.
RESUMO. Neste artigo conduzimos uma análise do que constitui o Eterno Retorno no escritor argentino César Aira. A principal obra analisada é Cumpleaños (2001), em que o argentino parece tirar as máscaras e revelar finalmente o nome por... more
RESUMO. Neste artigo conduzimos uma análise do que constitui o Eterno Retorno no escritor argentino César Aira. A principal obra analisada é Cumpleaños (2001), em que o argentino parece tirar as máscaras e revelar finalmente o nome por trás dos nomes, ou o Aira-autor por trás dos muitos personagens que, ao longo de sua longa trajetória de invenção de si, construção de mito pessoal, delírios narrativos e contos de fadas dadaístas, já levaram o seu nome. A análise decorre à luz de Otobiografias, seminário em que Jacques Derrida analisa a escrita autográfica de Ecce Homo, de Friedrich Nietzsche. Não há equivalência absoluta entre Ecce Homo e Cumpleaños, mas as duas situações oferecem "escritas de si” em que se revela “como alguém se torna o que é”, ou como pensa o autor, ou o personagem que toma o lugar do autor para falar dele. Assim, em um banquete imaginário, aceitamos a cabeça (supostamente) sem máscaras que César Aira oferece em bandeja de prata e partimos para o ataque.
Palavras-chave
Autografia. Biografia. Autobiografia.
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ABSTRACT.
In this article, we analyze what constitutes Eternal Return in the work of Argentine writer César Aira. The main book studied is Cumpleaños (2001), in which Aira seems to shed all masks and finally reveal the name behind all names, or the Aira-author behind the many characters which, throughout his long history of self-reinvention, personal myth-making, narrative deliria, and Dadaist fairy tales, have born his name. The analysis also uses Otobiography, a seminar in which Jacques Derrida analyzes the autographic writings of Friedrich Nietzsche Ecce Homo. There is no absolute equivalency between Ecce Homo and Cumpleaños, but both works offer "writings of the self" which reveal "how someone becomes what they are," or how the author thinks, or the character that takes the author's role to discuss him. This way, in an imaginary banquet, we accept the (supposedly) unmasked mind that César Aira offers on a silver platter and go on the offensive.
RESUMO. Esta pesquisa considera aspectos da fábula biotanatográfica Cruz e Sousa: o Negro Branco, escrita por Paulo Leminski e publicada originalmente em 1983. "Estar à escuta" do livro, metáfora de ler para compreender, movimenta uma... more
RESUMO. Esta pesquisa considera aspectos da fábula biotanatográfica Cruz e Sousa: o Negro Branco, escrita por Paulo Leminski e publicada originalmente em 1983. "Estar à escuta" do livro, metáfora de ler para compreender, movimenta uma busca em outros textos de Leminski, incluindo anotações e manuscritos inéditos ou de circulação restrita, como a novela inacabada Minha classe gosta / Logo, é uma bosta (1981), e as obras completas de Cruz, assim como outras biografias e estudos sobre o simbolismo brasileiro. Com A la escucha e Ser Singular Plural, de Jean-Luc Nancy, e Otobiografias, de Jacques Derrida, a pesquisa é uma tentativa de leitura que leva em consideração a possibilidade de escuta de alguns silêncios e ecos deixados pela obra. A pesquisa destaca o fenômeno do eco do verso final “Você, eu sou Cruz e Sousa” como um dos legados deste encontro de Leminski com Cruz.  Palavras-chave: Paulo Leminski, Cruz e Sousa, biografia. // ABSTRACT. ABSTRACT
This research considers aspects of the biotanatographic fable Cruz e Sousa: o Negro Branco, written by Paulo Leminski and published in 1983. "To be listening" of the book, metaphor of reading to understand, moves a search in other texts of Leminski, including unpublished or restricted circulation annotations and manuscripts, such as the unfinished novel Minha classe gosta / Logo, é uma bosta (1981), and the complete works of Cruz, as well as other biographies and studies on Brazilian symbolism. With A la escucha and Ser Singular Plural, de Jean-Luc Nancy, and Otobiographies, by Jacques Derrida, the research is an attempt at reading that takes into account the possibility of listening silences and echoes left by the work. The research highlights the phenomenon of the echo of the final verse "You, I am Cruz e Sousa" as one of the legacies of this meeting of Leminski with Cruz.  Keywords: Paulo Leminski, Cruz and Sousa, biography.
RESUMO. A partir da observação de doze recursos do jornalismo literário, pertinentes da produção da pauta à edição do texto, o presente trabalho analisa o grau de presença do jornalismo literário no caderno dominical “Correio Repórter”,... more
RESUMO. A partir da observação de doze recursos do jornalismo literário, pertinentes da produção da pauta à edição do texto, o presente trabalho analisa o grau de presença do jornalismo literário no caderno dominical “Correio Repórter”, do jornal Correio da Bahia, de Salvador (BA). Parte-se do pressuposto de que as reportagens da publicação possuem possibilidades de se enquadrar no gênero por suas condições de produção. A análise recebe o auxílio de uma ampla revisão teórica que define o conceito de jornalismo literário e detalha os recursos em questão, baseados na categorização feita por Tom Wolfe e por Edvaldo Pereira Lima. Como resultado, temos que a publicação apresenta graus bastante variáveis de aplicação dos recursos observados. 

ABSTRACT. From a review of the 12 features of literary journalism relating to text editing and story brief, the present paper analyses the level of presence of literary journalism in the Sunday supplement 'Correio Reporter' of the newspaper Correio da Bahia from Salvador (BA). It is assumed that the articles in this publication can be classed in this genre given the manner in which they are written. The analysis was aided by a wide theoretical review of literature which defines the concept of literary journalism and details the resources involved using Tom Wolfe and Edvaldo Pereira Lima's classification. The conclusion reached was that this publication demonstrates quite variable degrees of application of the resources observed.

Keywords:  literary journalism, New Journalism, brazilian journalism
Research Interests: