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Verbete escrito para a Enciclopédia Mulheres na Filosofia, da Unicamp. Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/2024/07/16/maria-firmina-dos-reis/. Resumo: Maria Firmina dos Reis, nascida em São Luís do Maranhão em... more
Verbete escrito para a Enciclopédia Mulheres na Filosofia, da Unicamp.
Disponível em: https://www.blogs.unicamp.br/mulheresnafilosofia/2024/07/16/maria-firmina-dos-reis/.

Resumo: Maria Firmina dos Reis, nascida em São Luís do Maranhão em 11 de março de 1822 (?) e falecida em Guimarães, Maranhão, aos 95 anos, foi uma figura pioneira da literatura brasileira. Filha bastarda criada em uma família com recursos limitados, sua infância foi marcada pela perda dos pais aos cinco anos de idade. Essa perda a levou a se mudar para a casa da tia em Viamão, no mesmo estado, onde possivelmente encontrou um ambiente mais propício para o desenvolvimento de seus estudos. Ela não recebeu educação formal, algumas fontes indicam que foi autodidata, enquanto outras mencionam o suporte de familiares, como seu primo Francisco dos Reis, em sua educação.

Desde cedo, Firmina dos Reis demonstrou grande interesse pela leitura, dominando não apenas a literatura nacional, mas também portuguesa e francesa. Esse conhecimento a conduziu à carreira de professora, alcançando a Cadeira de Instrução Primária em Guimarães em 1847, onde se distinguiu como “Mestra Régia”.

Ao longo de sua vida, escreveu importantes obras, como Úrsula (1859), considerado o primeiro romance abolicionista do Brasil e um marco na literatura afro-brasileira e latino-americana; Gupeva (1861/1863), Cantos à Beira-Mar (1871) e A Escrava (1887), contribuindo com a denúncia das injustiças da escravidão das pessoas negras na sociedade do século XIX. Úrsula foi um marco na escrita de Maria Firmina dos Reis. Como nos mostra Ingrid Meurer, com sua publicação, Firmina dos Reis se tornou a autora da primeira obra abolicionista na literatura brasileira, possivelmente a primeira mulher a publicar um romance abolicionista em português e a primeira mulher afrodescendente a escrever um romance em toda a América Latina. Mas, apesar de ter sido reconhecido em sua época, ele foi negligenciado após sua publicação, permanecendo praticamente esquecido por quase um século.
Maria Firmina dos Reis (1822-1917), hoje mais seguramente podemos dizer, é uma pensadora brasileira que dispensa apresentações. Cada vez mais conhecida enquanto escritora e educadora, especialmente no Brasil, também tem sido reconhecida... more
Maria Firmina dos Reis (1822-1917), hoje mais seguramente podemos dizer, é uma pensadora brasileira que dispensa apresentações. Cada vez mais conhecida enquanto escritora e educadora, especialmente no Brasil, também tem sido reconhecida pelo seu pensamento político-filosófico em obras fundamentais de sua autoria, a exemplo de Úrsula, que data de 1859. Com Úrsula, Firmina tornou-se a primeira romancista negra brasileira. Hoje esta obra tem sua importância reforçada, uma vez que aqui ela tece críticas ao sexismo e ao racismo - por meio de estratégias de linguagem e experiências narradas - que não somente são aplicáveis à sociedade burguesa do século XIX, mas igualmente à contemporaneidade. Assim, este artigo tem duplo objetivo: dar continuidade ao debate sobre as contribuições de Firmina à filosofia política contemporânea, e assim, estender estas ideias no âmbito da filosofia política contemporânea brasileira, tratando, portanto, da maneira como raça, classe e gênero se interseccionam e geram liberdades e identidades subordinadas, ao mesmo tempo em que configuram identidades de resistência. Para tal, será analisado de que maneira isso se entrelaça e afeta mulheres negras. Com este objetivo, o artigo terá três partes. Na primeira parte, retomo brevemente aspectos da vida da pensadora Maria Firmina dos Reis e alguns detalhes de seu romance Úrsula, com particular atenção ao seu pensamento político-filosófico, por meio de recortes da obra. Na segunda parte, retorno ao debate que instaura que a pensadora pode ser considerada também uma filósofa, tendo em vista a continuidade entre filosofia e literatura e seu pensamento, abolicionista e interseccional. Na terceira parte, eu traço paralelos entre o seu pensamento e o de outras filósofas brasileiras contemporâneas, tendo ciência, ainda, da problemática de se conceitualizar e de se contextualizar a particularidade da filosofia brasileira. Portanto, serão feitos paralelos entre Maria Firmina, Lélia Gonzalez e Sueli Carneiro. Em resumo, por meio deste artigo, propõe-se dar visibilidade ao pensamento de Maria Firmina e suas contribuições à filosofia política brasileira, além de propor uma intervenção em desfavor de um cânone filosófico míope, que reproduz a mesma lógica de uma sociedade racista, classista e sexista.
Palavras-chave: gênero, raça e classe; filosofia brasileira; literatura e filosofia.

Artigo desenvolvido junto ao Projeto Uma Filósofa por Mês da UFSC, coordenado pela Profª. Drª. Janyne Sattler.
Disponível no Blog do Germina: https://germinablog.wordpress.com/2023/07/14/como-podemos-pensar-a-realidade-brasileira-com-as-nossas-filosofas/
Livro físico disponível à venda em https://www.atenaeditora.com.br/livraria/mulheres-intelectuais-de-ontem-e-hoje Mulheres Intelectuais de Ontem e Hoje, Organizado por Aline O. Rosa, Victória F. F. Xavier e Susana de Castro, 2022 Com... more
Livro físico disponível à venda em https://www.atenaeditora.com.br/livraria/mulheres-intelectuais-de-ontem-e-hoje
Mulheres Intelectuais de Ontem e Hoje, Organizado por Aline O. Rosa, Victória F. F. Xavier e Susana de Castro, 2022
Com artigos de Aline Rosa, Camila Kulkamp, Dener Orelo, Ilze Zirbel, Ingrid Meurer, Janyne Sattler, Maurício Cossio, Osmar S. da Silva Filho, Raisa I. F. Lima, Susana de Castro, Victória F. F. Xavier e Vinicius A. A. P. de Oliveira.

*Tradução feita pela autora, do artigo “Maria Firmina dos Reis and her novel Úrsula: contributions to contemporary political philosophy”
Resumo: Maria Firmina dos Reis (1822-1917) é uma pensadora, escritora e educadora brasileira. Uma de suas obras mais conhecidas, Úrsula (1859), também considerada a principal, está se tornando hoje cada vez mais conhecida. Por causa dela, Maria Firmina é tida como a primeira romancista negra brasileira. Em Úrsula, ela expõe o seu pensamento filosófico, no qual ela advoga contra o racismo, sexismo e discriminação de classe. Ela está particularmente atenta e critica duramente a sociedade burguesa brasileira do século XIX, na qual pessoas negras, muitas ainda escravizadas - uma vez que a escravidão foi abolida somente em 1888, com a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel - são tratadas como subcategorias de seres humanos; especialmente mulheres negras, que são duplamente marginalizadas e exploradas. No livro mencionado acima, a pensadora articula de maneira brilhante como relações humanas, tingidas por marcadores de raça, classe e gênero produzem liberdades e identidades subordinadas. Neste artigo, destaco e abro espaço para mulheres negras, por meio da revisão de conceitos tradicionalmente debatidos na filosofia, quais sejam, liberdade e autonomia, os quais são relacionados ao conceito de identidade. Assim, o artigo terá três partes. Na primeira parte, eu apresento a vida da pensadora Maria Firmina dos Reis, seu romance Úrsula e seu pensamento político-filosófico, com atenção aos temas em foco. Na segunda parte, discuto a relação entre filosofia e literatura, por meio da política. Logo, eu enfatizo que a pensadora também pode ser considerada uma filósofa: (primeiro) porque há uma linha tênue entre filosofia e literatura, mas não somente, porque afinal, (segundo) ela apresenta um pensamento político complexo, que é interseccional, abolicionista e feminista. Por fim, na última e terceira parte, traço paralelos entre o seu pensamento e aquele de outras filósofas contemporâneas, como Angela Davis e Lélia González, com atenção ao debate contemporâneo no Brasil sobre o pensamento interdisciplinar firminiano. Em resumo, o objetivo deste artigo é de dar visibilidade ao pensamento de Maria Firmina e suas contribuições à filosofia política, e de ser um curto manifesto em desfavor de um cânone filosófico míope, que reproduz a mesma lógica de uma sociedade sexista, racista e classista.
Palavras-chave: História do Brasil, gênero, raça, literatura, filosofia.
Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em analisar a concepção do self na Teoria da Justiça de Rawls, a partir das críticas de Carol Gilligan quando do desenvolvimento da Ética do Cuidado. Para tanto, o trabalho será dividido em... more
Resumo: O objetivo deste trabalho consiste em analisar a concepção do self na Teoria da Justiça de Rawls, a partir das críticas de Carol Gilligan quando do desenvolvimento da Ética do Cuidado. Para tanto, o trabalho será dividido em quatro momentos. Primeiramente, será descrito o self rawlsiano, numa perspectiva liberal, com enfoque na obra A Theory of Justice. A seguir, e de modo breve, serão trazidas à tela as críticas feministas direcionadas a este tema, para com isso se chegar ao foco do trabalho, qual seja, a Ética do Cuidado. Por fim, será verificada uma nova e possível chave de leitura do self em Rawls, através do enfoque nas emoções e de seu papel na Teoria. Assim, o que se pretende investigar é se há cabimento da crítica de Gilligan, tendo em vista as possíveis interpretações que podem ser feitas quanto ao self rawlsiano.
Palavras-chave: ética; justiça; teoria da justiça de Rawls; cuidado; emoções.

Livro completo disponível à venda em https://loja.editoradialetica.com/humanidades/pensamento-em-movimento-direito-e-filosofia
Pensamento em Movimento: Direito e Filosofia, vol. 5, organizado pelo Prof. Dr. Itamar Luís Gelain.
Justice is a broad concept and it articulates with gender, race, environment, economy and many other aspects and different areas of knowledge. When discussing especially environmental justice and climate justice, race and gender emerge as... more
Justice is a broad concept and it articulates with gender, race, environment, economy and many other aspects and different areas of knowledge. When discussing especially environmental justice and climate justice, race and gender emerge as two of the most fundamental concepts that should be investigated through an intersectional analysis. Therefore, in this paper I take a first look at the concept of environmental racism, whilst also making a distinction between environmental justice and climate justice. This is justified by the fact that climate justice can be seen as distinguished from environmental justice, even though one could argue that the former is a part of, or even derived from, the latter. Since the main topic of climate justice is climate change, we can assert that this is not the same as environmental justice, for at least three reasons (Hourdequin, 2015): climate change, as opposed to other environmental changes, is anthropogenic, it is happening very rapidly, and it is of global magnitude. Both have different objects, and based on this, it is possible to separate them in order to assess them analytically. Environmental racism is a concept that was first coined in 1987 and it refers to policies and actions by public or private actors that disproportionately harm persons of color or disadvantaged racial groups (Vanderheiden, 2011). It also relates to the harmful consequences these groups suffer, how they are more affected by the climate change, by heat waves, droughts and natural events that are intensified by the rising temperatures on the planet. Moreover, it can refer to the sociopolitical periphery and the structural racism, which are an enormous part of the issue. These social groups usually live far away from the center - geographically and in relation to the political power. Thus, the concept has the potential of offering a critique towards the political power: the place where these communities live cannot be a place of sacrifice. With that in mind, this paper aims at explaining and analyzing the concept of environmental racism and its potential toward a sociopolitical critique, within the framework of environmental justice and climate justice.
Neste texto, eu, Janyne Sattler e Vinicius de Oliveira, integrantes do Projeto Uma Filósofa por Mês, da UFSC, apresentamos a filósofa deste mês e falamos sobre as reflexões provocadas pelo pensamento decolonial de Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí,... more
Neste texto, eu, Janyne Sattler e Vinicius de Oliveira, integrantes do Projeto Uma Filósofa por Mês, da UFSC, apresentamos a filósofa deste mês e falamos sobre as reflexões provocadas pelo pensamento decolonial de Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí, importante filósofa e socióloga nigeriana da atualidade. Discutimos as implicações para o debate sobre o cânone filosófico e o pensamento decolonial a partir, principalmente, da sua obra "A invenção das mulheres", recentemente traduzida pelo Professor wanderson flor do nascimento. Ademais, destacamos os aspectos gerais da sua análise, que é ao mesmo tempo epistemológica, ontológica e política, e que faz parte de seu projeto interdisciplinar, por meio da história, a sociologia e a filosofia. Em seguida, trazemos uma breve biografia da filósofa e uma lista com as suas obras (livros e artigos) e material de pesquisa sobre ela. Entre pesquisadores(as) de Oyěwùmí, destacamos o Prof. wanderson flor do nascimento e a Doutoranda Aline Matos da Rocha (UNB).
Neste texto, apresento a vida e as obras escritas pela anarquista e feminista lituana Emma Goldman (1869-1940), a partir dos principais acontecimentos de sua vida, focando especialmente nos eventos que moldaram o seu pensamento... more
Neste texto, apresento a vida e as obras escritas pela anarquista e feminista lituana Emma Goldman (1869-1940), a partir dos principais acontecimentos de sua vida, focando especialmente nos eventos que moldaram o seu pensamento filosófico. Tendo em vista que ela aliou teoria e prática, se dá destaque à forma como suas palestras e seu ativismo político foram conjugados com o ato de escrita. Trago indicação de livros e ensaios escritos por ela, assim como de biografias escritas por pesquisadores(as) e de material de pesquisa que trata de alguns aspectos do seu pensamento. Este texto foi escrito por meio do Projeto Uma Filósofa por Mês, da UFSC, coordenado pela Profª. Drª. Janyne Sattler. Para acesso a demais materiais sobre Emma Goldman, ver: https://germinablog.wordpress.com/emma-goldman-2/
In this article, presented at the Extending New Narratives for Early Career Researchers Seminars, I discuss dos Reis’ implications for contemporary political philosophy. Through traditional philosophical concepts such as freedom,... more
In this article, presented at the Extending New Narratives for Early Career Researchers Seminars, I discuss dos Reis’ implications for contemporary political philosophy.
Through traditional philosophical concepts such as freedom, identity and autonomy, I aim at conceptualizing and framing her novel Úrsula, written in 1859, as a work of philosophy.
I make parallels between dos Reis’ thought and that of philosophers such as Angela Davis and Lélia González.
In this sense, I suggest that, even though dos Reis is still not much studied in philosophy departments, her writings have the potencial to be seen as part of fundamental philosophical studies on racism, slavery and gender.
In Brazil, dos Reis has been studied by two philosophy scholars, Victoria França (a master’s student in philosophy, at UFRJ) and Prof. Ana Míriam Wuensch (UNB). Other areas of knowledge such as History, Literature and Social Sciences are already more developed in terms of Firminian studies.
Neste pequeno texto, falo da artista, educadora de arte, feminista e escritora estadunidense Judy Chicago, assim como de suas obras, principalmente The Dinner Party. Um dos pontos mais relevantes é o posicionamento dela quanto às questões... more
Neste pequeno texto, falo da artista, educadora de arte, feminista e escritora estadunidense Judy Chicago, assim como de suas obras, principalmente The Dinner Party. Um dos pontos mais relevantes é o posicionamento dela quanto às questões políticas, a exemplo da inclusão de mulheres no ambiente artístico. Este texto foi produzido por meio do projeto de pesquisa e extensão Uma Filósofa por Mês, da UFSC. A partir disso, eu e meu colega de projeto, Maurício Rasia Cossio, fizemos um podcast sobre Chicago e sua obra; link: https://germinablog.wordpress.com/2020/09/29/the-dinner-party-judy-chicago/. O podcast também se encontra no Spotify, no podcast Uma Filósofa por Mês: https://open.spotify.com/episode/3KEPGgeh0y8bM6TCCwuE5b?si=59PotJ96R9WpguL0cn6UQQ.
O objetivo deste trabalho consiste em analisar as críticas feministas formuladas à Teoria da Justiça de John Rawls. Divididas em dois momentos, serão analisadas primeiramente as críticas feministas que são endereçadas às bases da Teoria... more
O objetivo deste trabalho consiste em analisar as críticas feministas formuladas à Teoria da Justiça de John Rawls. Divididas em dois momentos, serão analisadas primeiramente as críticas feministas que são endereçadas às bases da Teoria da Justiça, quais sejam, ao liberalismo e ao contratualismo. Posteriormente, serão tratadas as críticas feministas direcionadas expressamente a Rawls, nos seguintes pontos: o conceito de self, o véu da ignorância e a posição original, os princípios da justiça e o conceito e o papel da família na Teoria da Justiça. Para tal, serão abordadas as críticas de Martha Nussbaum, Susan Moller Okin, Linda Hirshman, Iris Young, Jane English, Carol Gilligan e Carole Pateman. O que se pretende investigar, portanto, é se a Teoria da Justiça de Rawls é adequada para se pensar as questões de igualdade de gênero e de justiça intrafamiliar. Palavras-chave: contratualismo; liberalismo; Teoria da Justiça de Rawls; feminismo.
Este artigo, escrito através do projeto de pesquisa e extensão Uma Filósofa por Mês, da UFSC, tem por objetivo ser uma introdução que sirva de guia nos estudos sobre Hildegarda de Bingen (1098-1179). Para tanto, são apresentados aspectos... more
Este artigo, escrito através do projeto de pesquisa e extensão Uma Filósofa por Mês, da UFSC, tem por objetivo ser uma introdução que sirva de guia nos estudos sobre Hildegarda de Bingen (1098-1179). Para tanto, são apresentados aspectos biográficos da filósofa e monja beneditina, seu pensamento interdisciplinar (teologia, medicina, filosofia e artes), suas obras escritas e suas outras obras, como peças teatrais, músicas, iluminuras e a língua ignota. Eu e meu colega de projeto, Maurício Rasia Cossio, também criamos um podcast, com base nesse texto; link: https://germinablog.wordpress.com/2020/06/13/4-podcast-hildegarda-de-bingen/. Também pode ser acessado no Spotify, no podcast Uma Filósofa por Mês: https://open.spotify.com/episode/2ZLaj4yaX4CIutUDDG1MPI?si=ae15530ef8704fc4.
Objetiva-se na presente pesquisa analisar a eficácia do princípio da diferença, inserida na teoria da justiça de John Rawls, a partir da verificação das críticas feitas por Ronald Dworkin, Robert Nozick e Michael Walzer a este princípio.... more
Objetiva-se na presente pesquisa analisar a eficácia do princípio da diferença, inserida na teoria da justiça de John Rawls, a partir da verificação das críticas feitas por Ronald Dworkin, Robert Nozick e Michael Walzer a este princípio. A tese nuclear é a de que o princípio da diferença pode estar inacabado e incompleto, não sendo a versão definitiva aquela que se encontra em A Theory of Justice, obra publicada em 1971. Assim, busca-se aqui analisar qual o papel das críticas na construção da versão definitiva do princípio da diferença, com o propósito de apreender qual deve ser considerada a melhor formulação do referido princípio no sentido de ser mais eficaz na distribuição dos bens primários e oportunidades. Para tanto, através do método dedutivo, com revisão bibliográfica, serão analisadas as premissas deste trabalho. Assim, no primeiro capítulo serão abordados os conceitos estruturais da teoria da justiça como equidade que são essenciais para esta pesquisa, como o objetivo de Rawls de oferecer uma contraproposta ao utilitarismo, o neocontratualismo de Rawls, disposições comuns aos princípios da justiça, o princípio da igualdade e, por fim, com maior relevância, o princípio da diferença, por ser o objeto central da pesquisa. No segundo capítulo, serão trazidas à tela as críticas feitas pelos teóricos já mencionados, quais sejam, Dworkin, Nozick e Walzer, a partir de suas diferentes afiliações doutrinárias. Nesta linha, será explanada a relação das críticas com o liberalismo igualitário de Rawls, tendo em vista que Dworkin é partidário da mesma doutrina propondo apenas algumas diferenciações, Nozick é defensor do liberalismo conservador e Walzer defende a vertente comunitarista. E, por fim, no terceiro capítulo será avaliado como Rawls aderiu (ou não) às críticas feitas pelos autores e por qual razão, para que por último seja feito um balanço das críticas, de modo a explanar a nova formulação do princípio da diferença, a partir da aceitação de Rawls das críticas de Dworkin e Walzer.
Objetiva-se nesta pesquisa avaliar a teoria da justiça de John Rawls, conhecida como justiça como equidade, através da perspectiva feminista liberal e ambiental. A tese nuclear é de que a justiça como equidade, apesar de suas... more
Objetiva-se nesta pesquisa avaliar a teoria da justiça de John Rawls, conhecida como justiça como equidade, através da perspectiva feminista liberal e ambiental. A tese nuclear é de que a justiça como equidade, apesar de suas imprescindíveis elucidações no âmbito da justiça distributiva e de suas enormes contribuições para se pensar a justiça nas sociedades democráticas liberais da atualidade, pode não ter incorporado ou não estar apta para agregar demandas oriundas do feminismo liberal e de análises ambientais. Para tal, através do método dedutivo, com revisão bibliográfica, serão analisadas as premissas deste trabalho. No primeiro capítulo, serão abordados os conceitos estruturais da teoria de Rawls, por meio de suas principais obras, A Theory of Justice e Political Liberalism, tendo como foco a conexão sociedade-pessoa, na sua relação com a justiça e a moralidade, por ser o ponto fulcral deste trabalho. No segundo capítulo, serão avaliadas críticas feministas liberais à teoria rawlsiana a partir de autoras como Susan Moller Okin, Iris Marion Young e Nancy Hirschmann, relativas a conceitos como o de self, o véu de ignorância, os princípios de justiça e a família enquanto instituição. Também informará este capítulo a análise contratualista de Martha Nussbaum, que tem por base problemas não solucionados desde o Political Liberalism, quais sejam, da justiça para com animais não-humanos e da justiça em caso de impedimentos físicos e mentais (o caso dos deficientes). Com isto, será possível verificar como e por quê os animais e o restante da natureza não são objetos da justiça como equidade. No terceiro e último capítulo, serão objeto de debate a crítica de Carol Gilligan às teorias liberais tradicionais e as contribuições de Joan Tronto, autoras da Ética do Cuidado, para se auferir se as críticas são contundentes. Ao final, será feito um balanço das críticas para se avaliar no que elas podem contribuir para o aperfeiçoamento da teoria rawlsiana de modo a permitir a sua complementação ou revisão com as demandas feministas e ambientais.
Neste resumo, trago os principais argumentos de Bauman a respeito do tema, quais sejam: distribuição de renda; relação entre crescimento econômico e justiça distributiva; pobreza e humilhação; renda e consumo; e o efeito de gotejamento.... more
Neste resumo, trago os principais argumentos de Bauman a respeito do tema, quais sejam: distribuição de renda; relação entre crescimento econômico e justiça distributiva; pobreza e humilhação; renda e consumo; e o efeito de gotejamento. Pontuo com algumas leituras relacionadas, entre elas Federici e Nussbaum.
Research Interests:
Neste resumo, apresento os principais argumentos de Pearce no texto "The feminization of poverty: women, work and welfare" (1978). Este é um artigo de suma importância e é muito citado porque, a menos que se tenha evidência em contrário,... more
Neste resumo, apresento os principais argumentos de Pearce no texto "The feminization of poverty: women, work and welfare" (1978). Este é um artigo de suma importância e é muito citado porque, a menos que se tenha evidência em contrário, foi o primeiro texto a tratar propriamente da diferença entre homens e mulheres na questão da pobreza. Apresento então as suas ideias centrais.
Research Interests:
Neste resumo, trago os principais argumentos de Sorensen presentes no texto "Kant's Taxonomy of Emotions". Começo a partir da explanação de onde parte Sorensen e quais são seus objetivos. Ela parte do argumento de que geralmente se pensa... more
Neste resumo, trago os principais argumentos de Sorensen presentes no  texto "Kant's Taxonomy of Emotions". Começo a partir da explanação de onde parte Sorensen e quais são seus objetivos. Ela parte do argumento de que geralmente se pensa que Kant deixou pouco espaço para as emoções na sua ética. Contra isso, alguns autores têm argumentado diferentemente, e Sorensen pensa desta forma, de modo que para ela, em Kant, não só há espaço para as emoções, como elas são muito importantes na vida moral. Nesse sentido, o artigo dela pretende avançar em certas questões do que já foi realizado pelos autores, e então ela divide o texto em três partes. Com isso ela tem o objetivo de realizar, como o nome sugere, uma taxonomia das emoções em Kant, para que não apenas reforce o papel das emoções na moralidade kantiana, como explique como e para quê ele pensa em cada conceito.
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