Papers by Michel de Oliveira
INTERIN
O ensaio analisa os trânsitos das temporalidades do ato fotográfico a fim de observar como o proc... more O ensaio analisa os trânsitos das temporalidades do ato fotográfico a fim de observar como o processo que, levava horas, passou a ser feito em alguns segundos, culminando no radicalismo do instantâneo que marca a produção e o consumo de imagens fotográficas na contemporaneidade. Como consequência dessa aceleração, as fotografias se tornam efêmeras e descartáveis, apresentando-se como sintomas de uma temporalidade do presente, que rege as relações sociais, as comunicações e as formas de pensar com a sensação agônica da constante ausência de tempo.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Rizoma
O artigo discute a influência da cultura dos paparazzi e da midiatização na formação do espectado... more O artigo discute a influência da cultura dos paparazzi e da midiatização na formação do espectador que, munido de câmera, replica os padrões adotados pela imprensa. A publicização, relacionada à cultura contemporânea, é fortemente baseada na exibição e divulgação dos registros nas redes sociais na internet. Nesse contexto, a fotografia é tomada como símbolo distintivo, que possibilita ao indivíduo figurar nos espaços de visibilidade, performatizando o cotidiano de forma espetacular, em um contexto marcado pela celebritização da cultura.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Zum, 2021
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Vista - Revista de Cultura Visual, 2019
O relato a seguir apresenta uma reflexão decorrente da pesquisa sobre a relação entre fotografia ... more O relato a seguir apresenta uma reflexão decorrente da pesquisa sobre a relação entre fotografia e saudade. Ao ouvir depoimentos de pessoas idosas, com base na metodologia da fotografia como disparadora do gatilho da memória, destacaram-se questões ligada à temática de gênero. Foi possível perceber como os álbuns de família são artefatos mnemônicos organizados, preservados e narrados pelas mulheres. Ao contrapor a função de guardiã da memória familiar com as atuais demandas da midiatização da fotografia amadora, percebe-se o movimento de reconfiguração do álbum, com a exposição dos registros domésticos nas redes sociais da internet, que destitui as mulheres velhas do papel socialmente estabelecido, configurando outra instância de silenciamento.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Culturas Midiáticas, 2019
O artigo propõe uma leitura simbólica do ensaio Rio Baile Funk , do fotógrafo Vincent Rosenblatt,... more O artigo propõe uma leitura simbólica do ensaio Rio Baile Funk , do fotógrafo Vincent Rosenblatt, a fim de identificar se as imagens diferem das representações do corpo negro da iconografia fotográfica brasileira. Partindo de referenciais sobre a representação do negro na fotografia e sobre o funk como catalisador simbólico das pulsões do corpo, foi possível identificar aspectos simbólicos ligados a uma ritualística orgiástica, voltada ao contato e à profanação, que subvertem o estereótipo do corpo negro utilitário e subserviente.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Novos Olhares, 2018
O artigo discute a relação entre fotografia e saudade, a fim de observar como a imagem fixa manté... more O artigo discute a relação entre fotografia e saudade, a fim de observar como a imagem fixa mantém conexões com esse complexo sentimento. Para aprofundar a questão, apresenta apontamentos sobre as perdas que envolvem a fotografia: dos entes queridos que não mais existem-imortalizados nos retratos-, da materialidade da imagem e da vocação mnemônica atribuída aos registros da câmera. A partir desse exercício de reflexão, é possível depreender que a fotografia, em suas diversas fases e usos sociais, ainda preserva sua vocação elegíaca, a suscitar saudades.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Conexão - Comunicação e Cultura, 2017
No projeto Ausências, realizado entre 2006 e 2012, o fotógrafo Gustavo Germano se apropriou e ree... more No projeto Ausências, realizado entre 2006 e 2012, o fotógrafo Gustavo Germano se apropriou e reencenou fotografias de família de algumas pessoas que perderam pais, cônjuges e/ou filhos (mortos e desaparecidos) durante os regimes militares na Argentina e no Brasil. O presente artigo objetiva servir de aproximação analítica desse trabalho, aqui entendido como uma forma de tornar pública a dor privada dos indivíduos envolvidos, ressignificando-a coletivamente, para conferir novas dimensões ao conhecimento que se tem acerca das sequelas ocasionadas pela ditadura. O poder memorialista da fotografia, a aura afetiva atribuída aos registros familiares e o saber imaginativo solicitado ao espectador, na tensão entre recordação e testemunho, são algumas das noções mobilizadas neste paper, tomadas para apreender o projeto em suas particularidades poéticas e em sua importância histórica.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
ECCOM, 2018
Este artigo apresenta os resultados da oficina de educação visual por meio da linguagem fotográfi... more Este artigo apresenta os resultados da oficina de educação visual por meio da linguagem fotográfica realizada com adolescentes do Projeto Superação, na cidade de Cubatão (SP). Discute como os meios técnicos e a conjuntura cultural influenciam em seus modos de ver e de se representar. A proposta se baseia em referenciais teóricos sobre educação visual e em conceitos da mídia-educação. Com a avaliação comparativa do antes e depois dos registros feitos pelos educandos foi possível diagnosticar que a discussão fomentada durante a oficina, aliada à práxis, despertou formas de perceber o entorno de maneira mais criativa e até mesmo crítica.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Revista Eco-Pós, 2017
Este estudo analisa implicações do processo de digitalização de fotografias analógicas e sua circ... more Este estudo analisa implicações do processo de digitalização de fotografias analógicas e sua circulação na internet. Partirmos da ideia de que, ao serem apropriados em outro contexto, esses registros eram
presentificados, desvalorizando o passado. No entanto, a partir de um segundo olhar, depreendeu-se que são manipulados e atualizados para garantir a perpetuação. Esse duplo percurso de análise ajudou a compreender como a fotografia estabelece complexa relação com a temporalidade, apresentando-se como limiar entre o presente e o passado. É possível afirmar, ainda, que os registros fotográficos produzidos no âmbito da sociedade de consumo e da mediação técnica, são regidos pelo imediatismo, resultando no presente sem presença.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Anais do XXXVII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação, 2014
De um lado, a lembrança. Do outro, o esquecimento. Conectando esses dois extremos, a memória. A r... more De um lado, a lembrança. Do outro, o esquecimento. Conectando esses dois extremos, a memória. A reflexão aqui apresentada se debruça sobre a contraposição do lembrar e do esquecer, situações antagônicas suscitadas pela fotografia. Um exercício para tentar compreender o avesso do ato de rememorar a partir de referenciais teóricos que abordam essa questão e da análise de situações em que lembrança e esquecimento se repelem como os dois polos de um ímã. Afinal, existem imagens para esquecer?
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Este exercício conceitual objetiva compreender os usos da fotografia
nas dinâmicas da interação e... more Este exercício conceitual objetiva compreender os usos da fotografia
nas dinâmicas da interação em rede. Para isso, traça um histórico
da ostentação e apresenta considerações sobre o papel da imagem
fotográfica na sociedade do hiperespetáculo. A hipótese levantada é a de que as reconfigurações da fotografia não se encaixam nos paradigmas preestabelecidos, o que torna necessário uma conceituação crítica para descrever o regime que se consolida, voltado à exposição do cotidiano em detrimento do valor de culto atribuído aos registros domésticos.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Este artigo parte do controverso “selfie do macaco”
para levantar uma questão: quem fotografa hoj... more Este artigo parte do controverso “selfie do macaco”
para levantar uma questão: quem fotografa hoje, o
homem ou a câmera? Em busca de traçar uma resposta
possível, apresenta um breve histórico do processo de
automação do ato fotográfico e um esboço críticoanalítico
nominado de incompetência técnica, com
o objetivo de compreender como a programação
da câmera se sobrepôs à vontade de quem a usa. A
discussão tem como aporte principal a Teoria Crítica
de Benjamin e Flusser, e as contribuições de Soulages
e Rouillé. A partir desse exercício teórico-conceitual,
foi possível apreender que a intenção humana tem
sido substituída pelas predefinições dos aparelhos, um
dos motivos pelo qual a fotografia ainda é vista como
uma construção meramente técnica, afetada em seu
potencial comunicativo.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Este estudo aborda a influência das imagens sobre as reconfigurações do corpo na contemporaneidad... more Este estudo aborda a influência das imagens sobre as reconfigurações do corpo na contemporaneidade. Para traçar uma compreensão inicial sobre isso, apresenta-se a avaliação crítica de três fenômenos: o imperativo do físico perfeito, a estética da pele impecável e a lógica do corpo como mercadoria. Análise que visa estabelecer conexões entre esses processos, situando-os como componentes da complexa teia da atual cultura visual.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
As fotografias de família estão perdendo materialidade. Ao contrário dos álbuns físicos resguarda... more As fotografias de família estão perdendo materialidade. Ao contrário dos álbuns físicos resguardados no reduto doméstico, hoje elas são divulgadas nas redes virtuais da internet, subvertendo a lógica da preservação da intimidade. A discussão apresentada a seguir se debruça sobre a substituição do valor de culto pelo valor de exposição dos registros. A partir dessa observação, é possível apreender uma mudança no paradigma mnemônico estabelecido pelo álbum de família. Ao serem deslocados para o sistema midiático, as fotografias pessoais deixam de ser relicários afetivos para se tornarem artefatos perecíveis.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
A reflexão aqui apresentada propõe uma interpretação dos selfies a partir do referencial mítico-p... more A reflexão aqui apresentada propõe uma interpretação dos selfies a partir do referencial mítico-psicanalítico da figura de Narciso. Busca identificar de que maneira o arquétipo narcísico está presente no cerne do autorretrato contemporâneo, modelo amplamente replicado nas redes de relacionamento da internet. Fundamenta-se em um recorte teórico que se contrapõe à ideia equivocada de que o narcisismo é a exacerbação do amor-próprio, apresentando esse comportamento como o culto à autoimagem idealizada em detrimento do verdadeiro self. Discute, ainda, como a facilidade da pro-dução fotográfica inseriu a imagem fixa no contexto da sociedade do espetáculo. ABSTRACT The reflection presented here proposes an interpretation of 'selfies' from the mythical-psychoanalytic approach of Narcissus's character. It seeks to identify how the narcissistic archetype is present at the core of contemporary self-portraits, a widely replicated model on social networking websites. It is based on a theoretical framework that diverges with the mistaken idea that narcissism is the exacerbation of self-love, exposing this behavior as the cult of self-image at the expense of the true Self. It also discusses how the ease of photographic production inserted the still image in the context of the society of spectacle.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Books by Michel de Oliveira
Imaginalis, 2022
Originado da tese de doutorado de Michel de Oliveira, “Seduzidos pela luz ou bases antropológicas... more Originado da tese de doutorado de Michel de Oliveira, “Seduzidos pela luz ou bases antropológicas da fotografia” não se parece com o que se convencionou chamar de trabalho acadêmico-científico. Não lhe falta, no entanto, o rigor da investigação nem a pertinência da revisão bibliográfica e do cruzamento de autores, muito menos a densidade e profundidade das ideias. É na escrita audaciosa, saborosa e viva que está a diferença. O texto inicial, registrado como tese defendida junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em 2020, não é menos vibrante; é, ele também, o texto de um escritor. A feliz confluência entre o escritor e o pesquisador de doutorado vai muito além da forma, chegando ao questionamento e à proposta de equações para o velho, mas sempre atual problema da subjetividade na investigação científica.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Eduel, 2018
Quando alguém que se ama morre, restam apenas fragmentos que suscitam recordações. Em face da aus... more Quando alguém que se ama morre, restam apenas fragmentos que suscitam recordações. Em face da ausência, a fotografia se apresenta como potente artefato, garantindo a sobrevida memorial dos que se foram. Os registros estáticos no papel servem de suporte para a elaboração de crônicas do tempo, que não cessa de passar. No reduto doméstico, os tradicionais retratos estão inseridos em uma complexa teia comunicativa, possibilitando o intercâmbio de recordações e afetos para aplacar a ausência daqueles que deixaram saudades.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
Papers by Michel de Oliveira
presentificados, desvalorizando o passado. No entanto, a partir de um segundo olhar, depreendeu-se que são manipulados e atualizados para garantir a perpetuação. Esse duplo percurso de análise ajudou a compreender como a fotografia estabelece complexa relação com a temporalidade, apresentando-se como limiar entre o presente e o passado. É possível afirmar, ainda, que os registros fotográficos produzidos no âmbito da sociedade de consumo e da mediação técnica, são regidos pelo imediatismo, resultando no presente sem presença.
nas dinâmicas da interação em rede. Para isso, traça um histórico
da ostentação e apresenta considerações sobre o papel da imagem
fotográfica na sociedade do hiperespetáculo. A hipótese levantada é a de que as reconfigurações da fotografia não se encaixam nos paradigmas preestabelecidos, o que torna necessário uma conceituação crítica para descrever o regime que se consolida, voltado à exposição do cotidiano em detrimento do valor de culto atribuído aos registros domésticos.
para levantar uma questão: quem fotografa hoje, o
homem ou a câmera? Em busca de traçar uma resposta
possível, apresenta um breve histórico do processo de
automação do ato fotográfico e um esboço críticoanalítico
nominado de incompetência técnica, com
o objetivo de compreender como a programação
da câmera se sobrepôs à vontade de quem a usa. A
discussão tem como aporte principal a Teoria Crítica
de Benjamin e Flusser, e as contribuições de Soulages
e Rouillé. A partir desse exercício teórico-conceitual,
foi possível apreender que a intenção humana tem
sido substituída pelas predefinições dos aparelhos, um
dos motivos pelo qual a fotografia ainda é vista como
uma construção meramente técnica, afetada em seu
potencial comunicativo.
Books by Michel de Oliveira
presentificados, desvalorizando o passado. No entanto, a partir de um segundo olhar, depreendeu-se que são manipulados e atualizados para garantir a perpetuação. Esse duplo percurso de análise ajudou a compreender como a fotografia estabelece complexa relação com a temporalidade, apresentando-se como limiar entre o presente e o passado. É possível afirmar, ainda, que os registros fotográficos produzidos no âmbito da sociedade de consumo e da mediação técnica, são regidos pelo imediatismo, resultando no presente sem presença.
nas dinâmicas da interação em rede. Para isso, traça um histórico
da ostentação e apresenta considerações sobre o papel da imagem
fotográfica na sociedade do hiperespetáculo. A hipótese levantada é a de que as reconfigurações da fotografia não se encaixam nos paradigmas preestabelecidos, o que torna necessário uma conceituação crítica para descrever o regime que se consolida, voltado à exposição do cotidiano em detrimento do valor de culto atribuído aos registros domésticos.
para levantar uma questão: quem fotografa hoje, o
homem ou a câmera? Em busca de traçar uma resposta
possível, apresenta um breve histórico do processo de
automação do ato fotográfico e um esboço críticoanalítico
nominado de incompetência técnica, com
o objetivo de compreender como a programação
da câmera se sobrepôs à vontade de quem a usa. A
discussão tem como aporte principal a Teoria Crítica
de Benjamin e Flusser, e as contribuições de Soulages
e Rouillé. A partir desse exercício teórico-conceitual,
foi possível apreender que a intenção humana tem
sido substituída pelas predefinições dos aparelhos, um
dos motivos pelo qual a fotografia ainda é vista como
uma construção meramente técnica, afetada em seu
potencial comunicativo.