Daniela Kern

RESUMO O presente artigo apresenta e analisa dois textos pouco conhecidos de Hanna Levy, Algumas reflexões sobre a competência em matéria de arte (1940) e Pior que Portinari! (1945), nos quais a questão de como o público leigo se relaciona com a arte moderna e as razões sociais que dizem respeito a essa dificuldade de relacionamento são particularmente importantes. Ambos os textos também apresentam pontos de contato com trabalhos futuros de Hanna Levy sobre o tema arte e público, que serão também indicados aqui. ABSTRACT This article presents and analyzes two little-known texts by Hanna Levy, Some Reflections on Competence in Art (1940) and "Worse than Portinari!" (1945), in which the question of how the lay public relates to Modern art and the social reasons associated with this difficult relationship are particularly important. Both texts also feature points of contact with Hanna Levy's future works on the subject of art and public which will also be indicated here. KEYWORDS Sociology of art; art criticism; art and public.

This paper analyzes the genesis and the particular challenges of the lack of
native voice in the constitution of the history of the historiography of Indian art in
Brazi . Seeking to define the specific problem of inclusion of indigenous
archeology and material culture in the general historiography of art, I will refer to
point the European interest in pre-Columbian archeology, exemplified by Franz
Kugler’s Handbuch der Kunstgeschichte (1842) and by Emile Soldi’s Les arts
méconnues (1881). In Brazil the slow inclusion of archeology and indigenous
material culture in the historiography of art will be analyzed from the following
works: Manuel de Araújo Porto Alegre’s A Estatua Amasonica. Comedia
archeologica (1851); Felix Ferreira’s As artes industriais indígenas (1882);
Charles Frederick Hartt’s Contribuições para a etnologia do Valle do Amazonas
(1885). As representatives of the "anthropological turn" in historiography of
Indian art in Brazil , will be considered the texts: Darcy and Berta Ribeiro’s Arte
plumária dos índios Kaapor (1957); Darcy Ribeiro’s Arte índia (1983); Berta
Ribeiro’s Arte Indígena, Linguagem Visual (1989); Lux Vidal’s Grafismo
indígena (1992) and Els Lagrou’s Arte indígena no Brasil (2009).
The absence of native voice will be finally discussed here by reference to a
specific case, the current state of the historiography of Indian art in the
southernmost state of Brazil, Rio Grande do Sul, a state in which, for various
reasons, the invisibility of indigenous issues is particularly evident.

Em 1945 aconteceria no Rio de Janeiro uma importante exposição com obras de artistas “degenerados” na Galeria Askanasy, que se apresentava como a primeira dedicada à arte moderna na cidade. Através da reconstituição da história da galeria até o momento dessa exposição e da análise do catálogo então publicado, pretende-se recuperar mais uma das dimensões da atuação da historiadora da arte alemã Hanna Levy no cenário artístico do Brasil, especialmente em relação à luta contra o nazismo e o fascismo e à defesa da arte moderna, que ainda enfrentava forte resistência no país.

Hanna Levy (1912-1984), historiadora da arte alemã, de origem judaica, que viveu exilada no Brasil entre 1937 e 1947, apresentou em 1936, em Paris, a tese de doutorado intitulada Henri Wölfflin: sa théorie, ses prédécesseurs, na qual ataca duramente a teoria que ele desenvolveu em Conceitos Fundamentais da História da Arte (Kunstgeschichtliche Grundbegriffe). Ela contava então com a aprovação do historiador da arte marxista Max Raphael, seu amigo e um ex-aluno de Wölfflin. Essa comunicação pretende analisar os principais argumentos apresentados por Hanna Levy contra os Conceitos Fundamentais de Wölfflin, considerando o cenário mais amplo da recepção do Formalismo na Europa, naquele momento. Pretende-se ainda destacar o impacto dessa pesquisa de doutorado para os desdobramentos futuros do pensamento teórico de Hanna Levy.

Mesmo tendo publicado importantes artigos na Revista do SPHAN sobre a teoria do barroco e sobre a arte colonial brasileira, o trabalho que Hanna Levy realizava no SPHAN parecia não estar agradando a Rodrigo Mello Franco de Andrade, que em agosto de 1947 lhe escreve uma carta cobrando outro tipo de resultados de pesquisa, uma vez que apenas a publicação de artigos, segundo ele, não serviria aos objetivos do SPHAN. A presente comunicação pretende analisar o artigo que Hanna Levy publica, no México, logo depois do recebimento desta carta, Problemas em torno a la Historia del Arte Brasileño, entendendo-o ao mesmo tempo como uma resposta aos reparos de Rodrigo Mello Franco de Andrade, uma crítica à história da arte então praticada no Brasil e uma defesa de seus próprios procedimentos teórico-metodológicos.

Este trabalho, elegendo como fio condutor a relação profissional e de amizade estabelecida entre a historiadora de arte alemã Hanna Levy Deinhard e o pintor brasileiro Candido Portinari, contextualiza, dentro do quadro maior das ideias de Deinhard sobre arte moderna e teoria da arte, o artigo Modern Tile-Murals in Brazil, por ela publicado em 1950, nos Estados Unidos, sobre os azulejos pintados por Portinari para a Igreja da Pampulha, em Belo Horizonte.

Esta comunicação irá, através da apresentação da contextualização histórica do conceito de experiência elaborada por Martin Jay em Songs of Experience, discutir algumas das interpretações dadas ao conceito extremamente corrente nas Artes Visuais, sejam elas negativas, como em Walter Benjamin, Theodor Adorno e Giorgio Agamben, sejam elas positivas, como as de John Dewey, Allan Kaprow e Nicolas Bourriaud.

A teoria dos mundos possíveis, primeiramente desenvolvida por Leibniz, em conjunto com seu conceito de mônada, irá ser retomada no pensamento filosófico do século XX, repercutindo, no meio literário, em teorias da ficção propostas por autores como Thomas Pavel (Fictional Worlds) e Lubomír  Doležel (Heterocosmica: Fiction and Possible Worlds). O presente trabalho pretende analisar de que forma tal entendimento da ficção enquanto “criadora de mundos possíveis” está sendo incorporado agora em outro campo, o da teoria da arte contemporânea, como modo de lidar com a crescente importância das narrativas e dos meios digitais no cenário artístico atual. Para tanto, propõe-se aqui a análise da obra No ângulo dos mundos possíveis, da teórica de arte francesa Anne Cauquelin, a fim de estabelecer relações e diferenciações entre o conceito de ficção dos mundos possíveis por ela desenvolvido e aquele corrente na teoria da literatura contemporânea.

O presente trabalho analisa uma das etapas iniciais da defesa da constituição da fotografia como arte na cena francesa, através do estudo da resposta de Francis Wey, um dos fundadores da Société Héliographique, publicada em La Lumière, primeiro periódico dedicado à fotografia na França, a um artigo de Étienne-Jean Delécluze, ex-discípulo de David e crítico do Journal des Débats, acerca do Naturalismo na arte e da relação da fotografia com a arte naturalista e realista.

Luis Gonzaga-Duque Estrada (1863-1911), em A Arte Brasileira (1888), ao analisar os diferentes períodos e artistas da História da Arte do Brasil, demonstra conhecimento de autores basilares da historiografia geral da arte, de Plínio o Velho (23-79), Albrecht Dürer (1471-1528) e Giorgio Vasari (1511-1574) até William Hogarth (1697-1764) e J. J. Winckelmann (1717-1768). No entanto, sem dúvida é com a crítica de arte francesa do século XIX que Gonzaga-Duque estabelece diálogos mais intensos. O presente trabalho pretende justamente reconstituir tais diálogos, mediante a análise da seleção de críticos franceses feita por Gonzaga-Duque e do modo como interage com cada um deles. Procuraremos, assim, mediante a consulta a várias das obras francesas lidas por Gonzaga-Duque, recuperar o rico cenário crítico francês no qual o autor se ampara em A Arte Brasileira, cenário composto tanto por figuras de projeção internacional como Hyppolite Taine (1828-1893), Pierre-Joseph Proudhon (1809-1865) e Émile Zola (1840-1902), quanto por críticos de arte atuantes na cena editorial e jornalística francesa, como Charles-Auguste Blanc (1813-1882), Éugene Fromentin (1820-1876), Théophile Thoré (1807-1869), Gustave Planche (1808-1857), Henry Havard (1838-1921), Arsène Arnaud (1840-1913), Éugene Veron (1825-1889), Théophile Silvestre (1823-1876), Jean François Gigoux (1806-1894), Auguste Laugel (1830-1914) e Pierre Petroz (1819-1891).

The Amazonian archeology awakened, throughout the nineteenth century, a lively interest in travelers passing through Brazil. In 1848, Manuel de Araújo Porto Alegre (1806-1879), Brazilian painter, caricaturist and art historian, writes the comedy A Estatua Amazonica: comedia archeologica (The Amazonian Idol: archeological comedy), which plays with such interest while gathering around a supposed Amazonian idol of great antiquity a group of scholars to speculate about its origins. In the comedy some argue that the idol is a sign that the Brazilian Empire descended from a great native civilization, others argue that the ancient Amazonian people descended from the Greeks. This paper investigates how the assumptions in this comic piece by Araújo Porto Alegre, who headed the Escola de Belas Artes (School of Fine Arts) between 1854 and 1857, will be institutionalized and promoted by the Brazilian Empire between the 1860s and 1880s. Therefore, I will analyze here the Amazonian archeology surveys conducted by Canadian geologist Charles Frederick Hartt (1840-1878), Chairman of the Geological Survey of the Empire, during the 1870s, and by Ladislau Netto (1838-1894), director of the National Museum of Rio de Janeiro and responsible for the Exposição Anthropologica Brazileira (Brazilian Anthropological Exhibition) in 1882. It is my interest here to investigate how the results of such archeological research, results like the archeological findings of ancient Amazonian populations, would offer a concrete symbol for the idea of the "antiquity" of the Brazilian Empire and contribute to the construction of an imperial identity, that intended to be strong and autonomous.

Podemos acompanhar, nos últimos anos, o muito bem-vindo surgimento, no Brasil, de uma série de cursos de graduação em História da Arte. Como costuma acontecer desde os primórdios da institucionalização da disciplina, no século XIX, quando as primeiras disciplinas de História da Arte começaram a ser oferecidas na Europa, com a abertura dos cursos surge, de imediato, a necessidade de preparação de material didático que dê conta da formação apurada desses novos profissionais. O mercado editorial brasileiro, no que diz respeito especificamente à historiografia geral da arte, diante desse contexto vem apresentando um aquecimento nos últimos anos, com a publicação constante de títulos importantes que haviam permanecido, por muito tempo, inacessíveis ao leitor de língua portuguesa. O presente objeto de aprendizagem, intitulado Historiografia da Arte: Fontes Primárias e vinculado à disciplina Historiografia da Arte I, do Bacharelado em História da Arte da UFRGS, criado em 2010, vem se somar a esse verdadeiro esforço coletivo de disponibilização, em língua portuguesa, de fontes primárias da história e da historiografia da arte aos estudantes brasileiros. Este objeto, organizado em quatro módulos, a saber, Idade Média, Renascimento e Barroco, Século XVIII e Século XIX, cada um dos quais oferecendo uma pequena introdução, um conjunto de fontes primárias, atividades e indicação de bibliografia complementar, reúne traduções realizadas desde 2011 tanto por mim, professora Daniela Kern, vinculada ao Bacharelado em História da Arte da UFRGS e regente da disciplina de Historiografia da Arte I, quanto pela bolsista voluntária de extensão Ana Carolina Azevedo e pela estudante do curso de Letras da UFRGS, habilitação Alemão, Mauni Oliveira, no âmbito de dois projetos de extensão, Elaboração de Material Didático para Historiografia I, e Historiografia da Arte: Fontes Primárias (2012-2013). A organização, revisão e anotação do material contou com o trabalho do bolsista Rafael Machado Costa, financiado pelo Edital SEAD 17, e a produção deste objeto de aprendizagem pela equipe do NAPEAD/UFRGS é fruto do apoio obtido através do Edital EAD UFRGS 18.

Esperamos que o resultado desse trabalho em equipe contribua não apenas com as atividades de nossa disciplina de Historiografia da Arte I, mas também com todos aqueles interessados em ter acesso a algumas das fontes primárias da historiografia geral da arte.

O presente trabalho, após mapear alguns dos pontos de contato estabelecidos entre os campos da Teoria da Literatura e da Teoria da Arte ao longo do século XX, explora com maior vagar os debates suscitados, especificamente na área dos Estudos Visuais, por essa crescente aproximação entre os campos. É escolhido como objeto privilegiado de análise o debate em torno da noção de “essencialismo visual”, protagonizado por Mieke Bal e Nicholas Mirzoeff, historiadores da arte vinculados aos Estudos Visuais e de orientações teóricas conflitantes.

This work analyzes, through the adoption of the concept of open and closed formal sequences, developed by GeorgeKubler in The Shape of Time, how occurs the recovery in various mediums, such as photography, drawing and lithograph, of Marajoara ornamental motifs that started to be studied at least since the 1870s by the Canadian geologist and archaeologist Charles Frederick Hartt (1840-1878), author of the illustrated articleEvolution in ornament, published in English in 1875 and in Portuguese in1885.It will be studied, from the analysis of the illustrations of the books A planta brasileira (copiada do natural) e applicada à ornamentação (1905), by Theodoro Braga (1872-1953), Introdução à arqueologia brasileira (1934), by Angyone Costa, and Motivos ornamentais da cerâmica marajoara: modelos para o artesanato de hoje (1990), by Giovanni Gallo, besides the already mentioned Hartt’s article, this kind of reopening of formal sequences that cause so much impact in the Brazilian fine and applied arts, as noted in examples of architecture and in works of modernist artists like Victor Brecheret and Vicente do Rego Monteiro

O presente trabalho, mediante a contextualização da publicação da obra Histoire de l’Imagerie Populaire, de Jules Champfleury, em 1869, propõe uma análise das estratégias de valorização da arte popular, então um tema pouco reconhecido no domínio da história da arte, adotadas pelo autor em seu livro. A estratégia aqui apontada com destaque é a de ataque à Academia e a todo o sistema oficial de patrocínio e reconhecimento artístico vigente na França na década de 1860. Para verificar o recurso de Champfleury a determinados topoi críticos então já bem estabelecidos, também serão estudados textos de outras figuras artísticas formadoras de opinião, relevantes no período, como Desnoyers e Courbet.

"O presente artigo tem por objetivo analisar, mediante o recurso aos conceitos de sabedoria prudente e de sabedoria cética propostos por Harold Bloom, o modo como as personagens Hans Castorp, de A montanha mágica, de Thomas Mann, e Federico Mayol, de El viaje vertical, de Enrique Vila-Matas, demonstram, em seus percursos pessoais, respectivamente, esses dois tipos de sabedoria. O contexto especial em que os diferentes perfis de sabedoria são acionados é aquele da viagem e as decorrentes situações de quebra de rotina: Hans Castorp depara -se com uma série de dilemas morais durante sua passagem por uma casa de saúde em DavosPlatz, nos Alpes suíços, dilemas ocasionados pelo conflito entre as diretrizes de vida adotadas na planície e
aquelas adotadas na montanha, enquanto o catalão Federico Mayol exerce seu profundo ceticismo ao longo do inusitado roteiro de sua “viagem vertical”, que passa por Barcelona, pela cidade do Porto, por Lisboa e, enfim, pela Ilha da Madeira. A relação entre as práticas da sabedoria prudente e da sabedoria cética por parte,respectivamente, de Castorp e Mayol será também relacionada, no presente trabalho, com os diferentes perfis de bagagem cultural adquirida durante as viagens realizadas por ambas as personagens."

After presenting the outline of the actions of the Canadian geologist Charles Frederick Hartt (1840-1878) as an archaeologist in Brazil, this article focuses on the discussion about the early problematic reception, especially by American archaeologists and anthropologists, of some of his theories on Brazilian Indian archaeology. It debates then the recent rereading of Hartt’s notes and texts on the subject conducted by the American archaeologist Anna Roosevelt as an attempt to recover the research value of the "old collections".

Após apresentar as linhas gerais da atuação do geólogo canadense Charles Frederick Hartt (1840-1878) como arqueólogo no Brasil, o presente artigo se concentra na discussão da problemática recepção inicial, sobretudo por parte de arqueólogos e antropólogos americanos, de algumas de suas teorias acerca da arqueologia indígena brasileira. Trata, a seguir, da recente releitura de suas anotações e textos sobre o tema, empreendida pela arqueóloga americana Anna Roosevelt, em uma tentativa de recuperar o valor das “velhas coleções” para a pesquisa.

O presente trabalho pretende discutir, a partir da leitura de teorias tropológicas já formuladas, sobretudo aquela de Hayden White, e do esboço de rudimentos de uma tropologia visual, em que medida o recurso à tropologia pode se mostrar útil para a compreensão e análise do rico universo de imagens do século XIX, que prefigura a gênese da arte moderna.

"O presente trabalho procura acompanhar, desde sua origem, as interpretações
modernas e contemporâneas do conceito de transparência aplicado à
paisagem, sobretudo urbana. Para tanto, após um breve levantamento do
impacto causado pela arquitetura de ferro e vidro do Palácio de Cristal,
em Londres (1851), são analisados textos de Fiódor Dostoiévski e Charles
Baudelaire que fazem menção ao Palácio. Também são analisados projetos
e obras de artistas como Yves Klein, Walter de Maria e Andy Goldsworthy
que, de alguma forma, envolvem o conceito de transparência aplicado à
paisagem."

O presente trabalho apresenta, analisa e discute brevemente, sempre com o recurso a uma imagem ou exemplo extraído da história da arte dos séculos XVIII e XIX, algumas questões de destaque a respeito da prática curatorial contemporânea, tais como a dimensão prática da ação curatorial e suas características atuais; a visão crítica da curadoria e suas relações com as instituições de arte; o curador diante da natureza espetacular de grandes exibições de arte e os pontos problemáticos das estratégias curatoriais empregadas na tentativa de atingir o grande público.

"No presente trabalho pretende-se abordar o modo como o geólogo e arqueólogo canadense Charles
Frederick Hartt (1840-1878) utiliza e harmoniza, em sua teoria sobre a evolução do ornamento nas artes decorativas,
conceitos de dois pensadores contemporâneos e intelectualmente antagônicos, o naturalista Charles Darwin (1809-
1882) e o crítico de arte John Ruskin (1819-1900). Trata-se, aqui, de analisar as estratégias utilizadas por Hartt,
com amparo sobretudo em Darwin e Ruskin, em três artigos escritos entre 1873 e 1875, a saber, Begginings of  art,
or evolution in ornament, conferência apresentada em Albany em 1873 e publicada no ano seguinte; A origem da arte e
a evolução do ornamento, conferência proferida na Escola da Glória, Rio de Janeiro, em 1875, e Evolution in ornament,
texto publicado no periódico Popular Science Monthly, em 1875, uma versão revisada da conferência de 1873. Em
tais trabalhos, Hartt propõe-se a apresentar, conforme suas próprias palavras, pela primeira vez na história da arte,
uma teoria racional que justifique a origem e a evolução da arte decorativa, em especial da ornamentação cerâmica,
teoria cujas bases e argumentos é nossa intenção discutir."

O presente trabalho procura situar brevemente os primórdios do surgimento da corrente pluralista na crítica de arte francesa do século XIX. Visando atingir tal objetivo, em um primeiro momento é privilegiada a recuperação das transformações sofridas pelo conceito de beleza, com particular ênfase no conceito de belo histórico, que pode ser encontrado, por exemplo, em Baudelaire. Em um segundo momento, após a contextualização histórica do ambiente crítico que os amigos Champfleury e Baudelaire partilhavam, procura-se destacar no conjunto de suas obras sobre arte opções estéticas que permitam o vislumbre de uma orientação pluralista na formação de cânones artísticos.

"Este artigo pretende explorar a relação de Hayden White com a crítica pluralista praticada pelos participantes da Escola de Chicago, e mais especificamente o conceito de pluralismo histórico proposto pelo autor em um de seus artigos não recolhido em livro, Historical Pluralism. A fim de
conduzir a análise do conceito, será recuperado, em especial, o evento que motivou o texto de White, a saber, o debate público entre os críticos Wayne Booth, Abrams e Hillis Miller, ocorrido nos anos 70."

Este trabalho, através da recuperação da gênese e da fortuna critica de Memórias sentimentais de João Miramar, analisa tanto ligações entre o romance e a biografia de seu autor, Oswald de Andrade, quanto características sentimentais e não irônicas da personagem principal, João Miramar.

A partir da criação do SPHAN em 1937, um nome reaparece nas publicações científicas do período: o do naturalista Charles Frederick Hartt (1840-1878). Responsável pelas primeiras pesquisas sobre a cerâmica marajoara divulgadas internacionalmente, sua teoria sobre a evolução do ornamento, amplamente divulgada na década de 1870 nos Estados Unidos, será posta de lado pelos colegas americanos já na década de 1880. No Brasil a situação será diferente, e observaremos, durante a Era Vargas, novas leituras dessa teoria. O presente trabalho pretende analisar como as idéias de Hartt sobre arqueologia amazônica, são recebidas em textos como Estilização (1928), de Edgar Roquette Pinto (1884-1954), e Arqueologia amazônica (1942), de Gastão Cruls (1888-1959).  Palavras

"Este artigo analisa de que maneira as noções de  nação  e de  gênero aparecem
associadas, seja por similitude, seja por contraste, em dois romances naturalistas, O
Barão de Lavos, do romancista português Abel Botelho, e  O Mulato, do escritor
brasileiro Aluísio de Azevedo."

"O presente artigo analisa o
aspecto político do conceito de hibridismo
no debate contemporâneo de estudos póscoloniais
e procura detectar, por meio de
análise, pontos de ruptura e pontos de
contato com o conceito de hibridismo
propugnado pelas ciências biológicas do
século XIX."

RESUMO O presente artigo apresenta e analisa dois textos pouco conhecidos de Hanna Levy, Algumas reflexões sobre a competência em matéria de arte (1940) e Pior que Portinari! (1945), nos quais a questão de como o público leigo se relaciona com a arte moderna e as razões sociais que dizem respeito a essa dificuldade de relacionamento são particularmente importantes. Ambos os textos também apresentam pontos de contato com trabalhos futuros de Hanna Levy sobre o tema arte e público, que serão também indicados aqui. ABSTRACT This article presents and analyzes two little-known texts by Hanna Levy, Some Reflections on Competence in Art (1940) and "Worse than Portinari!" (1945), in which the question of how the lay public relates to Modern art and the social reasons associated with this difficult relationship are particularly important. Both texts also feature points of contact with Hanna Levy's future works on the subject of art and public, which will also be indicated here. KEYWORDS Sociology of art; art criticism; art and public.