Veridiana Campos

O artigo se propoe a observar atraves das entrevistas efetuadas com 21 juizas de tres estados brasileiros quais tipos de aspectos da entrada e da pratica das mulheres na magistratura podem estar sendo de alguma forma modificadores e/ou melhoradores da Justica. Considerando que esta havendo nos ultimos trinta anos um processo de feminizacao da magistratura e que tal instituicao e historicamente marcada por um carater patriarcal, na perspectiva das entrevistadas, tal processo pode estar implicando, inclusive, numa “feminilizacao” das praticas, no sentido de que as mesmas passam a ser orientadas por algumas caracteristicas socialmente concebidas como tipicamente femininas, o que as diferenciaria de uma tradicao masculinista. Na medida em que as subjetividades parecem ter papel fundamental na atuacao dos/das magistradas, sugere-se que uma heterogeneizacao das caracteristicas tradicionais dos generos hegemonicos possa conduzir a uma Justica mais inclusiva.

Resumo O artigo analisa as mudanças na docência do direito, relacionando a maior participação das mulheres e da diferença no professorado, com a pulverização das instituições de ensino, a distribuição regional, os regimes de trabalho e o maior de grau de titulação docente. Investiga como esses deslocamentos se refletem nas identificações profissionais e em suas intersecções, bem como no jogo para produzir o centro e o descentramento dos grupos estabelecidos e do cânone jurídico. Baseia-se em dados do Censo Nacional da Educação Superior, Inep (2015) e em entrevistas qualitativas realizadas com docentes homens e mulheres de seis faculdades de direito do país.

... Já a ascensão do pós-modernismo construiu uma imagem invertida deste sujeito (chegando mesmo a declarar sua morte) erigindo um indivíduo ... Algumas teóricas pós-feministas do começo da década de 1990, como Katie Roiphe e Rene Denfeld, apontaram para o problema ...