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  • Doutor em História pela Universidade Federal Fluminense. Mestre em História também pela UFF. Graduado em História pel... moreedit
Este artigo busca apresentar como as crônicas do século XV produzidas na Inglaterra, construíram uma memória sobre a Batalha de Agincourt que justificava os direitos do rei Henrique V e dos ingleses ao trono francês. Percebe-se que a... more
Este artigo busca apresentar como as crônicas do século XV produzidas na Inglaterra, construíram uma memória sobre a Batalha de Agincourt que justificava os direitos do rei Henrique V e dos ingleses ao trono francês. Percebe-se que a memória sobre o evento é muito mais um discurso em torno da viagem e provações do rei e seu exército até a conquista da vitória. Une-se também com a construção da identidade inglesa na qual a imagem do rei tornou-se um elemento unificador das virtudes do próprio povo, representado pelo contexto bélico que foi a Guerra dos Cem Anos.  
Resumo: O livro do Deuteronômio sem dúvida ocupa um espaço importante entre os livros do Pentateuco, e que influenciou de maneira especial os discursos políticos durante a Idade Média. É nesse livro que a ideia de Israel e seu povo como... more
Resumo: O livro do Deuteronômio sem dúvida ocupa um espaço importante entre os livros do Pentateuco, e que influenciou de maneira especial os discursos políticos durante a Idade Média. É nesse livro que a ideia de Israel e seu povo como escolhidos por Deus e a ideia de "terra prometida" aparecem com maior clareza. Este artigo visa analisar os elementos do Deuteronômio que aparecem nas crônicas inglesas do século XV, especialmente relacionadas aos reis Lancaster, e como num discurso sobre a Batalha de Agincourt em meio à Guerra dos Cem Anos formou-se uma ideia de reino e identidade formulados com base em discursos do Antigo Testamento. A Idade Média produziu espaços imaginários, e, portanto, a Inglaterra e seus reis representavam uma nova Israel e seus reis. Os monarcas especialmente eram vistos como escolhidos por Deus,
Resumo: Este artigo busca apresentar como as crônicas do século XV produzidas na Inglaterra, construíram uma memória sobre a Batalha de Agincourt que justificava os direitos do rei Henrique V e dos ingleses ao trono francês. Percebe-se... more
Resumo: Este artigo busca apresentar como as crônicas do século XV produzidas na Inglaterra, construíram uma memória sobre a Batalha de Agincourt que justificava os direitos do rei Henrique V e dos ingleses ao trono francês. Percebe-se que a memória sobre o evento é muito mais um discurso em torno da viagem e provações do rei e seu exército até a conquista da vitória. Une-se também com a construção da identidade inglesa na qual a imagem do rei tornou-se um elemento unificador das virtudes do próprio povo, representado pelo contexto bélico que foi a Guerra dos Cem Anos. 

Abstract: This paper aims to present how the chronicles of the 15 th century made in England build a memory about the Battle of Agincourt, which explained the rights of Henry V and the English to the French throne. We notice that the memory on the event is much more a speech around the trip and probation of the king and his army to the conquest of the victory. It is united with the construction of the English identity in which the image of the king became a unifier element of the people virtues, represented by the war context that was the Hundred Years War.
O objetivo deste artigo é discutir como John Capgrave, um frade agostiniano inglês do século XV constrói uma relação entre o passado bíblico, o reino inglês e o poder régio, formulando, assim, uma identidade inglesa no final da Idade... more
O objetivo deste artigo é discutir como John Capgrave, um frade agostiniano inglês do século XV constrói uma
relação entre o passado bíblico, o reino inglês e o poder régio, formulando, assim, uma identidade inglesa no final da Idade
Média. Tem-se por objetivo mostrar como o autor elabora sua narrativa, suas principais intenções e sobretudo, pensar
como os usos do passado tornaram-se importantes no processo de afirmação do Reino e do poder régio na Inglaterra
baixo-medieval.
Resumo: Entre os fins do século XV e início do XVI, desenvolveu-se na Inglaterra um culto direcionado ao falecido rei Henrique VI de Lancaster. Elemento, acredita-se, surgido da devoção popular, assumiu conotações políticas e... more
Resumo: Entre os fins do século XV e início do XVI, desenvolveu-se na Inglaterra um culto
direcionado ao falecido rei Henrique VI de Lancaster. Elemento, acredita-se, surgido da
devoção popular, assumiu conotações políticas e legitimadoras dinásticas oriundas, sobretudo,
dos primeiros Tudor. Enquanto a historiografia procura analisar em sua grande maioria, como
autores medievais criaram imagens estereotipadas de Henrique VI que justificariam sua
santidade, este artigo busca analisar os modelos de santidade existentes nas fontes do século
XV, sem excluir a dimensão política que o culto ao monarca assumiu na Baixa Idade Média.
Portanto, far-se-á um debate utilizando obras referências que trataram sobre o culto, além de
fontes que atestam sobretudo um ideal de santidade confessora e martírio em relação ao rei.

Abstract: Between the end of the 15th century and the beginning of the 16th century, it had
developed in England a cult to the late king Henry VI of Lancaster. Element, it is believed,
originated from the popular devotion, it had assumed political and legitimate dynastic
connotations deriving, especially, from the first Tudors. While the historiography aims to
analyse in its majority how medieval authors created stereotyped images on Henry VI which
explained his sainthood, this paper aims to analyse the models of sainthood existing in
sources of the 15th century, without excluding the political dimension in which the cult to the
monarch assumed during the Late Middle Ages. Therefore, it is made a debate using reference
secondary sources that discuss the cult, besides the primary sources which attest, especially,
the ideal of confessor sainthood and martyrdom about the king
Em 1399 após anos de instabilidades políticas, revoltas camponesas e problemas com a aristocracia, o rei Ricardo II de Plantageneta é deposto do trono inglês, ascendendo ao mesmo Henrique de Bolingbroke, então Duque de Hereford, como... more
Em 1399 após anos de instabilidades políticas, revoltas camponesas e problemas com a aristocracia, o rei Ricardo II de Plantageneta é deposto do trono inglês, ascendendo ao mesmo Henrique de Bolingbroke, então Duque de Hereford, como Henrique IV de Lancaster. Com o surgimento da nova dinastia ao trono, novas instabilidades atingiram o reino. Os anos de Henrique IV, entre 1399 e 1413 viram um conjunto de revoltas contra a nova dinastia e um levante no País de Gales contra o domínio inglês na região. Após sua morte, é elevado rei seu filho Henrique V, que presenciou e combaterei os heréticos lollardistas e retomou os embates contra os franceses em meio a Guerra dos Cem Anos, vencendo a Batalha de Agincourt em 1415, que garantiu a legitimação da nova dinastia ao trono. Após sua morte em 1422, seu filho Henrique VI com apenas nove meses de idade torna-se rei, iniciando um contexto de extremas instabilidades, primeiro pelas brigas em torno da regência e mais tarde, a eclosão da Guerra das Rosas entre Lancaster e York.
O contexto Lancaster foi marcado pelas guerras e embates pela legitimação do poder régio, autoridade real e manutenção da ordem, sendo também uma era privilegiada para a construção da imagem régia e construção da identidade inglesa. Em meio a tais questões, multiplicou-se o número de crônicas, biografias sobre reis, contos e poemas, muitos também feitos sob solicitação da monarquia. Nessas fontes observamos os usos de narrativas do passado como instrumento de justificação do presente, predileções de um futuro, como também uma forma de legitimar ou não reis. O passado tornou-se um instrumento essencial na construção da imagem régia inglesa no final da Idade Média, une elementos de uma tradição regional, histórica e mitológica acerca da Inglaterra. Engloba ainda o passado da Cristandade e suas heranças greco-romanas e céltico-germânicas, além, é claro, da influência das narrativas bíblicas. Neste ensaio, visamos apresentar as primeiras reflexões acerca da importância das narrativas do passado para os cronistas do século XV, na construção de uma memória de uma dinastia. É parte dos primeiros questionamentos de uma pesquisa de Doutorado em fase embrionária. Tem-se um foco teórico-metodológico em autores, sobretudo britânicos, que discutem de alguma forma a questão do tempo e o poder régio na região no final do medievo. Além claro, primordialmente, as crônicas do século XV.
O século XV se caracteriza no reino de Inglaterra por um momento de transformações e tensões políticas e sociais que chamam a atenção de diversos historiadores. Pesquisadores britânicos ou até mesmo franceses buscam observar as diversas... more
O século XV se caracteriza no reino de Inglaterra por um momento de transformações e tensões políticas e sociais que chamam a atenção de diversos historiadores. Pesquisadores britânicos ou até mesmo franceses buscam observar as diversas nuances da chamada Guerra dos Cem Anos, iniciada no século XIV, além da instabilidade política ocasionada pela usurpação de Henrique IV de Lancaster ao trono de seu primo Ricardo II de Plantageneta em 1399.Neste trabalho pretende-se analisar a construção de memória sobre a figura de Henrique V que aglutina diversas imagens como de rei guerreiro e devoto, no qual se tornou estruturante num processo de formação de uma identidade de reino que se conecta a elementos da tradição cristã. Tal processo se deu na longa duração, fato possível de se observar no século XVI com a peça de Shakespeare “Henrique V” que une características variadas da tradição cronística do século anterior.
Research Interests:
Estudo acerca das representações em torno da sagração de Henrique V de Lancaster, numa ampla construção de memória produzida no século XV em crônicas após a morte do rei. Para tanto busca-se analisar as lendas e mitos que cercaram o... more
Estudo acerca das representações em torno da sagração de Henrique V de Lancaster, numa ampla construção de
memória produzida no século XV em crônicas após a morte do rei. Para tanto busca-se analisar as lendas e mitos que
cercaram o ritual de coroação régia, num contexto de afirmação da dinastia Lancaster pós-Guerra dos Cem Anos e início
da Guerra das Duas Rosas, assim como afirmação de um projeto de Reino no final da Idade Média.
Research Interests:
Estudo dos usos do passado na construção simbólica do Reino de Inglaterra, observando a relação intrínseca entre a construção da identidade inglesa e o desenvolvimento do poder régio. Para tanto, analisamos a figura de Henrique V de... more
Estudo dos usos do passado na construção simbólica do Reino de Inglaterra, observando a relação intrínseca entre a construção da identidade inglesa e o desenvolvimento do poder régio. Para tanto, analisamos a figura de Henrique V de Lancaster (1413-1422), e como o passado bíblico, hagiográfico e histórico foram utilizados na produção da imagem régia. Percebemos que o processo de evolução e transformação do pensamento político medieval, que envolve a centralização política, as lutas por legitimação e a produção simbólica do Reino, contribuem para a relação entre identidade, reino e poder régio. A produção cronística do século XV coloca a imagem dos reis como protagonistas das narrativas. O Rei torna-se um aglutinador e unificador das identidades do Reino, assim como das especificidades regionais e culturais. O passado torna-se um dos meios privilegiados para produção e consolidação de tal imagem sobre os Reis e o Reino. Utilizamos fontes que ligam a história do reino inglês ao passado bíblico, romano e da Cristandade, mas principalmente, a história dos reis ingleses e suas ações. Como fontes principais o The Regiment of Princes de Thomas Hoccleve, Chronicon Adae de Usk de Adam de Usk, The Chronica Maiora de Thomas Walsingham, The Book of Illustrious Henries e The Chronicles of England, ambas de John Capgrave.

Study about the uses of the past in the symbolic construction of the Kingdom of England, noting the intrinsic relationship between the construction of English identity and the development of royal power. To do so, we analyse the figure of Henry V of Lancaster (1413-1422), and how the biblical, hagiographic and historical past were used in the production of the royal image. We perceive that the process of evolution and transformation of medieval political thought, which involves political centralization, struggles for legitimation and the symbolic production of the Kingdom, contribute to the relationship between identity, kingdom and royal power. The chronicle production of the 15th century puts the image of the kings as the protagonist of the narratives. The King becomes an agglutinator and unifier of the identities of the Kingdom, as well as of the regional and cultural specificities. The past becomes one of the privileged means for the production and consolidation of such an image over the Kings and the Kingdom. We use sources that link the history of the English kingdom to the Biblical, Roman and Christianity past, but most importantly, the history of the English kings and their actions. As main sources are The Regiment of Princes by Thomas Hoccleve, Chronicon Adae Usk by Adam of Usk, The Chronica Maiora by Thomas Walsingham, The Book of Illustrious Henries and The Chronicles of England, both by John Capgrave.
Esta Tese busca analisar a construção da memória acerca da Dinastia de Lancaster na Inglaterra, especificamente no final do século XIV e século XV, considerando a construção e projeção dessa memória. A Inglaterra passou, ao longo da Baixa... more
Esta Tese busca analisar a construção da memória acerca da Dinastia de Lancaster na Inglaterra, especificamente no final do século XIV e século XV, considerando a construção e projeção dessa memória. A Inglaterra passou, ao longo da Baixa Idade Média, por transformações políticas que tiveram impacto na atuação do poder régio e por consequência na construção da memória em torno dos reis, e na produção de uma retórica que visava a legitimação política. O contexto de guerras, em especial a Guerra dos Cem Anos e a Guerra das Rosas, produziram instrumentos que foram importantes no jogo da memória. Através dos reis Lancastrianos, podemos entender melhor esse jogo, percebendo como os cronistas produziam memória contemporaneamente a eles, ou recuperavam narrativas do passado, no qual esses reis também poderiam fazer parte do passado, e assim ressignificavam ou transformavam a memória, projetando-a para questões do presente. Portanto, como caminho de análise toma-se principalmente as crônicas, tal como The Chronica Maiora de Thomas Walsingham, Chronicon Adae Usk de Adam de Usk, The Book of Illustrious Henries e The Chronicles of England de John Capgrave, entre outras, como ainda um corpus documental ligado à produção da administração central inglesa, tal qual os Rotuli Parliamentorum e os Calendars da Chancelaria.