Faculdade de Comunicação Social

O objetivo deste estudo é evidenciar a urgência de ações que estimulem a educação  política, a prática da cidadania e o pensamento crítico desde a infância. O artigo apresenta reflexões da pesquisa realizada com crianças entre 7 e 12 anos da cidade do Rio de Janeiro acerca das imagens formadas por elas sobre os protestos multitudinários de 2013. O estudo de campo, que faz parte do projeto “Mapping the Commons", partiu da hipótese de que o imaginário infantil estava sendo atravessado de maneira significativa pelas mensagens que criminalizavam as manifestações. A confirmação da hipótese nas falas e nos desenhos das próprias crianças é apresentada no artigo e no vídeo produzido durante as entrevistas. O desafio agora é pensar em alternativas que ajudem na ressignificação das ideias absorvidas pelo devir-cidadão brasileiro.

O artigo apresenta uma reflexão acerca do imperativo das emoções positivas nos Sites de Redes Sociais (SRS). Para tanto, a atuação da empresa Ponto Frio é analisada a partir da hipótese de que a personalidade do personagem Pinguim se apresenta de acordo com os valores propagados pela lógica neoliberal de positividade, autoestima e empreendimento de si, fator constituinte do case de sucesso que o Ponto Frio se tornou em relação à atuação de empresas em SRS.

O artigo apresenta reflexões acerca das transformações motivadas pela sociedade pós-industrial sobre os modos de relacionamentos afetivos atuais. Com enfoque na produção técnica dos afetos, o argumento principal abordado no texto é de que a cultura terapêutica tem contribuído fortemente para a construção de um modelo específico de relação afetiva. Marcado por noções de racionalidade, utilitarismo e positividade, o modo como se ama na vida pessoal se apresenta cada vez mais carregado de elementos do campo econômico/comercial. Do mesmo modo, o mercado tem assimilado no dia a dia a linguagem da afetividade. Além da recapitulação histórica de criação do campo afetivo como objeto de estudo e do cruzamento de perspectivas teóricas que tratam demandas pertinentes ao tema, como  produção de subjetividade, trabalho imaterial e capitalismo afetivo, por exemplo, o artigo oportunamente faz uso de questões apresentadas no filme Her (Ela, no Brasil) para refletir sobre as relações amorosas atuais.

O artigo parte de um texto de sucesso na internet sobre as " verdades cruéis dos relacionamentos modernos " para pensar sobre como a atualidade das relações mediadas por múltiplas combinações de arranjos midiáticos parecem exigir a aprendizagem de um emergente modo de amar. Com as abordagens teóricas de, trabalhamos a hipótese de que a dimensão sensível do corpo não escapa à aprendizagem. Entretanto, consideramos as diferenças que constituem tanto o processo cognitivo quanto expressivo dos afetos e das emoções. Abstract: The article is based on a successful text on the internet about the "cruel truths of modern relationships" to think about the present of the relations mediated by multiple combinations of media arrangements that seem to require knowledge about the emerging way of loving. With the theoretical approaches of Damasio (2004), Massumi (1995), Varela (1998, 1993) and Darwin (1872), we work the hypothesis that the sensitive body dimension does not escape learning. However, we consider the differences about cognitive process and the expression between feelings and emotions.

É possível observar um movimento não linear de apropriação do sofrimento amoroso como objeto científico em quatro grandes momentos, começando com a emergência da Cultura Terapêutica e avançando até os dias atuais com a defesa da droga anti-amor. No meio desse espaço, observa-se como a psiquiatria tem abordado a questão dos limites saudáveis do amor. Para além de pesquisas exploratórias, a psiquiatra brasileira Eglacy Sophia tem investido esforços a fim de atuar sobre o que ela classifica como “amor patológico”. Atualmente, grupos de psicoterapia para tratamento do amor patológico acontecem no Instituto de Psiquiatria da USP, pioneiro no tratamento, e na Santa Casa de Misericórdia no Rio. Em sua tese de doutorado (2014), a psiquiatra propõe o uso de uma escala que pode, inclusive, ser autoaplicado para diagnóstico do amor patológico.
Sendo assim, o objetivo deste artigo é analisar as categorias do instrumento idealizado pela médica a fim de questionar até que ponto o diagnóstico do amor patológico proposto promove uma medida de normalidade do amor.
Ao que parece, o cálculo de patologia apresentado pela psiquiatria é feito com base na normalidade que quantifica por meio de um questionário uma medida aceitável de intensidade do sofrimento amoroso. Por isso, essa análise será feita a partir do olhar do epistemólogo George Canguilhem acerca das medidas do normal e do patológico e das noções de saúde e doença. O objetivo dessa investigação será refletir sobre a ação reguladora da psiquiatria enquanto tecnologia contemporânea de controle dos afetos e das emoções.

The article focuses on the imperative of positive emotions in Social Networking Sites (SNS). The performance of Ponto Frio company is analyzed on the assumption that the character’s personality “Pinguim” is presented according to the values propagated by neoliberal logic of positivity, self-esteem and “entrepreneurship itself”, and are a factor of the success of the case of Ponto Frio, regarding the role of the companies in the SNS ambiance.

O artigo apresenta reflexões acerca das transformações motivadas pelo capitalismo pós-industrialsobre os modos de relacionamentos afetivos atuais. Com enfoque na produção e na distribuição técnicados afetos, o argumento principal abordado no texto é de que a cultura terapêutica tem contribuídofortemente para a construção de um modelo específico de relação afetiva. Marcado por noções de racionalidade,utilitarismo e positividade, o modo como se ama na vida pessoal se apresenta cada vez maiscarregado de elementos do campo econômico/comercial. Além da recapitulação histórica de criação docampo afetivo como objeto de estudo e do cruzamento de perspectivas teóricas que tratam demandaspertinentes ao tema, o artigo oportunamente faz uso de questões apresentadas no filme Her para refletirsobre as relações amorosas no âmbito do regime ininterrupto das conexões digitais contemporâneas.

O artigo apresenta uma reflexão acerca do imperativo das emoções positivas nos Sites de Redes Sociais (SRS). Para tanto, a atuação da empresa Ponto Frio é analisada a partir da hipótese de que a personalidade do personagem Pinguim se apresenta de acordo com os valores propagados pela lógica neoliberal de positividade, autoestima e empreendimento de si, fator constituinte do case de sucesso que o Ponto Frio se tornou em relação à atuação de empresas em SRS.

Propoe-se neste artigo a utilizacao do conceito de metafora como forma de simbolizacao diferenciante (WAGNER, 2010) da cultura para estabelecer uma relacao entre a cultura afetiva-sexual moderna e a contemporânea. Para tanto, compara-se neste trabalho a experiencia relatada por Kafka em Cartas a Felice a experiencia contemporânea explicitada por um grupo de comentadores do texto Verdades crueis sobre os relacionamentos modernos que voce vai ter que encarar no blog Relatos de uma Diva. Como resultado dessa comparacao materializada na metafora “visualizada e nao respondida”, encontra-se a experiencia da indiferenca como marca das relacoes afetivo-sexuais contemporâneas mediadas por Tecnologias Digitais de Comunicacao.

Gigante (e cheio de dilemas) pela própria natureza
Por Marcia Anute Dias, Colunista Colaboradora de Plurale (*)
O Brasil nunca esteve tão próximo do seu futuro. Quem, com mais de 30 anos, não ouviu de seus pais ou avós a melancólica sentença: o Brasil é o país do futuro? Tudo indica que, finalmente, este tão esperado futuro chegou. E, como diz a canção, é chegada a hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor. Se eu pudesse escolher um marco, diria que o mundo começou a reconhecer este movimento em 2007, no dia em que foi anunciado que o Brasil sediaria a Copa do Mundo. Percepção esta sancionada, dois anos mais tarde, quando noticiaram que seríamos os anfitriões dos Jogos Olímpicos de 2016. Levante a mão aquele que não derramou sequer uma lagrimazinha quando o comitê anunciou que nosso Brasil havia sido eleito, enquanto todas as TV´s do planeta mostravam o presidente Lula, com toda a delegação brasileira, chorando copiosamente na comemoração. Sim, porque brasileiro que é brasileiro, sempre chora nessas horas. E, todo este processo, conduzido por um presidente que veio do povo com a missão de remover nosso complexo de vira-lata. Afinal, Lula " era o cara " .

Sempre fui uma aluna relativamente medíocre em matemática, mas ainda consigo me lembrar das aulas de aritmética com os sinais elementares das quatro operações. Isso me leva a deduzir que, qualquer pessoa minimamente atenta às aulas, sabe a resposta da equação que dá nome ao artigo. A notícia, no início do mês de novembro, de que a Grécia faria um referendo para decidir sobre o plano de resgate acertado com a União Européia trouxe mais nervosismo aos mercados e desestabilizou inteiramente as lideranças do continente, que se empenharam para liberar mais um pacote de socorro ao país, na tentativa de minimizar a enorme tragédia grega. Até o momento em que fechava estas linhas, os europeus já tinham voltado atrás sobre a decisão da ajuda financeira e, com isso, o premier grego já havia desistido do referendo.

Para um país que tira a maior parte de sua riqueza da terra e cuja indústria ainda é predominantemente de base ou extrativista, os desafios em sustentabilidade começam e se confundem com aquilo que temos de mais rico, o território. É dele que o homem e qualquer outra espécie viva retiram o que precisam para sobreviver, sendo, ainda, espaço de transformação ambiental, social, econômica e cultural de uma sociedade, reunindo todas as suas características e conflitos. Falar de sustentabilidade no Brasil é, portanto, ampliar a discussão que assombra as grandes cidades – como a emissão de CO2 pelos veículos – ou as sociedades cuja economia está pautada nos bens de consumo e em serviços, que estão preocupadas com desafios como logística reversa e reciclagem. Não que tais temas não sejam relevantes para o país, mas nossa lista de cuidados deve começar por assuntos como biodiversidade, uso e ocupação do solo, direitos humanos, erradicação da pobreza, educação e muitos outros que estão diretamente ligados às atividades econômicas que praticamos. Levantamento recente sobre devastação ambiental e trabalho escravo na cadeia produtiva do aço aponta que, apesar de todos os cuidados que o setor vem empregando para assegurar práticas sustentáveis, os desafios para garantir que toda a cadeia siga os padrões de gestão e desempenho responsáveis ainda representam um risco real para a indústria. E a repercussão acaba chegando até a outra ponta da cadeia, representada pelas montadoras de veículos e pelos fabricantes de eletrodomésticos, aviões e computadores. Dessa forma, estabelecer o desenvolvimento territorial integrado, equilibrando as vertentes ambiental, social, econômica e cultural, dentro de um modelo de governança que extrapole o campo de decisão do conselho de administração da empresa, estabelecendo o engajamento dos

Neste artigo, à luz de teorias decoloniais, analisamos a personagem Okoye, uma general responsável pelo exército real de Wakanda, país fictício do continente africano, nunca colonizado, retratado no longa Pantera Negra (Ryan Coogler, 2018). Nesse ambiente, Okoye surge como uma guerreira multifacetada. Este trabalho se guia pela seguinte pergunta: é possível identificar artifícios estéticos e narrativos na obra que causam distúrbios nos códigos coloniais de representação das mulheres negras?

Este artigo discute o princípio da negação que caracteriza e sustenta o cistema colonial e busca pensar possibilidades de escape. O estopim desta refl exão foi a interdição sofrida em 2021 pela Casa T* (espaço de acolhimento de pessoas travestigeneres, racializades e imigrantes em Lisboa) na organização da marcha LGBTQI+ da cidade, sem que houvesse qualquer tipo de pleiteamento prévio de participação no evento de sua parte. Considerando as dimensões físicas e simbólicas da recusa antecipada de um desejo que nem veio a ser. As questões que impulsionaram a escrita foram: quais as bases do pensamento representacional que nega e performa o abandono de corpes e pessoas e desconsidera seus desejos e existências? Como pensar rotas de fuga que permitam construções plurais fora da neurose representativa colonial? Episteme-mundos derivadas do pensamento radical negro e trans* nos auxiliaram a rascunhar respostas para tais questões que tangenciam o episódio trazido e, ao mesmo tempo, abarcam querelas fundamentais da representação política fora do Sujeito moderno.