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RESUMO: Este trabalho pretende desenvolver um breve confronto com Ser e Tempo a partir do conceito de instrumento [Zeug], cuja análise deve contribuir para a articulação de uma leitura quanto ao sentido da Viravolta [die Kehre]... more
RESUMO: Este trabalho pretende desenvolver um breve confronto com Ser e Tempo a partir do conceito de instrumento [Zeug], cuja análise deve contribuir para a articulação de uma leitura quanto ao sentido da Viravolta [die Kehre] heideggeriana dos anos 30. Nossa proposta é a de desvelar o caráter metafísico de Ser e Tempo a partir do diagnóstico de um modo de relacionamento exclusivamente pragmático e instrumental com as coisas de nosso cotidiano, o qual incorre em última análise no problema da objetificação. Para esse diagnóstico, devemos manter como horizonte o próprio projeto heideggeriano de crítica à metafísica: a constatação da objetificação da coisa enquanto instrumento é tornada possível a partir da segunda fase do pensamento heideggeriano (inaugurada pela Viravolta), onde a crítica da metafísica é articulada como história do esquecimento do Ser. Neste momento, a análise das bases metafísicas da Modernidade revela uma postura específica a partir da qual o sujeito moderno teria...
Resumo: Nosso trabalho se detém na proposta de leitura do conceito heideggeriano de Ser que Gumbrecht desenvolve a partir de uma aproximação com a noção de presença; o cerne da aproximação proposta por Gumbrecht entre as duas noções... more
Resumo: Nosso trabalho se detém na proposta de leitura do conceito heideggeriano de Ser que Gumbrecht desenvolve a partir de uma aproximação com a noção de presença; o cerne da aproximação proposta por Gumbrecht entre as duas noções reside no caráter de substancialidade compartilhado por ambas. A noção gumbrechtiana de presença pretende antes de tudo resgatar a relação material e espacial com o mundo das coisas a partir da consideração do corpo como parte integrante de nossa existência. A leitura gumbrechtiana do conceito de Ser, deste modo, pretende desvelar o caráter de substância do Ser e então compreender o seu movimento de autorrevelação como o vir-à-frente de uma coisa que ocupa lugar no espaço e que assim se mostra como presente. A proposta de leitura de Gumbrecht pode ser tomada, por fim, como uma importante contribuição para a crítica da metafísica quando compreendemos a noção de presença como uma abertura para o pensamento acerca de um novo modo de relacionamento com o mun...
This article intends to analyze the film La Promesse (1996) from the awarded Dardenne brothers within the framework of Paul Ricoeur’s philosophy, specially his understanding of the phenomenon of attestation, by which the personal identity... more
This article intends to analyze the film La Promesse (1996) from the awarded Dardenne brothers within the framework of Paul Ricoeur’s philosophy, specially his understanding of the phenomenon of attestation, by which the personal identity is lined with a layer of security and reliability when reaches otherness through the act of promise. The film, by the mechanisms that are proper to the fiction and art, expand immensely the space of the struggle for the personal identity, as well as the proper ways of attestation of a Self.
Este trabalho pretende desenvolver uma hipotese de leitura quanto ao cenario singular de emergencia da cultura Techno alema a partir da tese central de Hans Ulrich Gumbrecht quanto a estrutura essencialmente dupla de nosso relacionamento... more
Este trabalho pretende desenvolver uma hipotese de leitura quanto ao cenario singular de emergencia da cultura Techno alema a partir da tese central de Hans Ulrich Gumbrecht quanto a estrutura essencialmente dupla de nosso relacionamento com o mundo: a cada novo encontro com um objeto cultural, abre-se a possibilidade de vivencia-lo segundo o chamado “polo do sentido” – enquanto guiado pela consciencia e pela faculdade da atribuicao de sentido –, ou entao segundo o chamado “polo da presenca” – como abertura a dimensao essencialmente espacial e material de nosso corpo e assim as vivencias que somente ele pode nos oferecer, enquanto nos mantivermos capazes de encontrarmo-nos ai, presentes. Trata-se assim de uma tipologia criada por Gumbrecht para descrever tanto a relacao dicotomica entre sentido e presenca em jogo na propria constituicao de nossa experiencia basica de mundo, bem como para ressaltar a impossibilidade de um equilibrio entre os dois polos. O projeto gumbrechtiano, em tr...
O presente trabalho propoe uma leitura acerca das condicoes da experiencia estetica contemporânea a luz de uma reflexao acerca do carater de presenca da musica, e mais especificamente, da possibilidade de uma tensao produtiva entre... more
O presente trabalho propoe uma leitura acerca das condicoes da experiencia estetica contemporânea a luz de uma reflexao acerca do carater de presenca da musica, e mais especificamente, da possibilidade de uma tensao produtiva entre sentido e presenca na obra de arte musical. Neste caminho, e preciso antes de tudo iluminar a tipologia de Hans Ulrich Gumbrecht em Producao de presenca que institui dois polos basicos para a cultura: o polo do sentido, aquele da elaboracao estritamente conceitual da experiencia humana, e o polo da presenca, aquele em que a enfase e depositada na dimensao espacial e material de nosso relacionamento com o mundo.
Este trabalho pretende analisar a curta trajetoria do Secos e Molhados em relacao com o contexto historico e politico do Brasil dos anos 70. O projeto estetico do grupo e objeto privilegiado de analise, que guarda um importante potencial... more
Este trabalho pretende analisar a curta trajetoria do Secos e Molhados em relacao com o contexto historico e politico do Brasil dos anos 70. O projeto estetico do grupo e objeto privilegiado de analise, que guarda um importante potencial subversivo: o convite a descoberta do proprio corpo, a liberdade sexual e individual, bem como o convite a apreciacao da ambiguidade, do androgino e sedutor. Deste modo, contrapor-se a ditadura escancarada dos anos 70 no Brasil tambem pode significar fazer musica com sensualidade e um apurado senso critico. O espaco do entre residiria justamente no esforco por vencer a exacerbada polarizacao politica dos anos 70, na busca pela expressao artistica que possa revelar algum conteudo de verdade social. Enquanto isso, a maquina de violencia e tortura do regime ditatorial se encontrava ja institucionalizada, revelando o suplicio como palavra de ordem. O legado do Secos e Molhados se mostra justamente na criacao de um lugar em que se torna possivel subverte...
Este trabalho tem como objetivo a construcao inicial de um paralelo entre Heidegger e Wittgenstein sob a perspectiva de um projeto de critica de sentido compartilhado por ambos, a partir do qual se desenvolve uma investigacao tambem... more
Este trabalho tem como objetivo a construcao inicial de um paralelo entre Heidegger e Wittgenstein sob a perspectiva de um projeto de critica de sentido compartilhado por ambos, a partir do qual se desenvolve uma investigacao tambem compartilhada acerca das condicoes transcendentais de possibilidade da experiencia e da linguagem. A leitura aproximativa desenvolvida por Karl-Otto Apel em Transformacao da Filosofia serve-nos de apoio principal. Esta aproximacao inicial toma como norte o esclarecimento de alguns dos pressupostos envolvidos no projeto compartilhado por ambos os filosofos, aquele de uma critica de sentido, e busca, ao fim, posicionar-se quanto as questoes da autocompreensao e da transcendencia que surgem a partir das diferentes concepcoes de linguagem em jogo neste debate.
Este trabalho pretende esclarecer a nocao de verdade apresentada no classico ensaio heideggeriano A origem da obra de arte a partir da especificidade de seu carater em relacao ao âmbito do ordinario. Para Heidegger, a verdade da obra de... more
Este trabalho pretende esclarecer a nocao de verdade apresentada no classico ensaio heideggeriano A origem da obra de arte a partir da especificidade de seu carater em relacao ao âmbito do ordinario. Para Heidegger, a verdade da obra de arte acontece como o “choque do insuspeitado”, ela deve romper com as relacoes humanas habituais e abrir assim um espaco de extraordinaria transcendencia. Para esse intuito, iremos acompanhar a filosofia heideggeriana a partir do projeto de destruicao [ Destruktion ] da Estetica, passando pelo desdobramento do conceito de verdade desde a sua apresentacao como desvelamento em Ser e Tempo , ate a sua revisao com o conceito de “terra”. Este carater de choque, constitutivo do ser-obra e do modo de acontecimento de sua verdade, deve empreender um afastamento em relacao ao cotidiano que possibilita ao mesmo tempo uma transformacao no nivel da existencia.
Este trabalho pretende realizar uma confrontacao entre as obras de Vattimo e Gumbrecht, tomando para isso um horizonte de fundo que os assemelha enquanto atores de um duplo compartilhamento: tanto da heranca heideggeriana, como de um... more
Este trabalho pretende realizar uma confrontacao entre as obras de Vattimo e Gumbrecht, tomando para isso um horizonte de fundo que os assemelha enquanto atores de um duplo compartilhamento: tanto da heranca heideggeriana, como de um mesmo projeto critico-filosofico que os torna interpretes da cultura contemporânea. As divergencias estruturantes desta confrontacao, as quais devem servir de guia para nossa analise comparativa, contudo, vem a frente nas diferentes reacoes assumidas por cada um dos autores diante do conceito heideggeriano de historia do Ser [ Seinsgeschichte ] – especialmente no que tange a compreensao da estrutura da experiencia do Ser – e, como consequencia, o entendimento de cada um quanto a hermeneutica e o seu significado para uma critica da cultura. A ultima tematica a ser extraida deste dialogo, por fim, reside na essencial diferenca da compreensao de Vattimo e Gumbrecht quanto ao modo de superar a metafisica na contemporaneidade: se pela via da assuncao de um n...
Nosso trabalho se detém na proposta de leitura do conceito heideggeriano de Ser que Gumbrecht desenvolve a partir de uma aproximação com a noção de presença; o cerne da aproximação proposta por Gumbrecht entre as duas noções reside no... more
Nosso trabalho se detém na proposta de leitura do conceito heideggeriano de Ser que Gumbrecht desenvolve a partir de uma aproximação com a noção de presença; o cerne da aproximação proposta por Gumbrecht entre as duas noções reside no caráter de substancialidade compartilhado por ambas. A noção gumbrechtiana de presença pretende antes de tudo resgatar a relação material e espacial com o mundo das coisas a partir da consideração do corpo como parte integrante de nossa existência. A leitura gumbrechtiana do conceito de Ser, deste modo, pretende desvelar o caráter de substância do Ser e então compreender o seu movimento de autorrevelação como o vir-à-frente de uma coisa que ocupa lugar no espaço e que assim se mostra como presente. A proposta de leitura de Gumbrecht pode ser tomada, por fim, como uma importante contribuição para a crítica da metafísica quando compreendemos a noção de presença como uma abertura para o pensamento acerca de um novo modo de relacionamento com o mundo, ao m...
Este trabalho pretende desenvolver um breve confronto com Ser e Tempo a partir do conceito de instrumento [Zeug], cuja análise deve contribuir para a articulação de uma leitura quanto ao sentido da Viravolta [die Kehre] heideggeriana dos... more
Este trabalho pretende desenvolver um breve confronto com Ser e Tempo a partir do conceito de instrumento [Zeug], cuja análise deve contribuir para a articulação de uma leitura quanto ao sentido da Viravolta [die Kehre] heideggeriana dos anos 30. Nossa proposta é a de desvelar o caráter metafísico de Ser e Tempo a partir do diagnóstico de um modo de relacionamento exclusivamente pragmático e instrumental com as coisas de nosso cotidiano, o qual incorre em última análise no problema da objetificação. Para esse diagnóstico, devemos manter como horizonte o próprio projeto heideggeriano de crítica à metafísica: a constatação da objetificação da coisa enquanto instrumento é tornada possível a partir da segunda fase do pensamento heideggeriano (inaugurada pela Viravolta), onde a crítica da metafísica é articulada como história do esquecimento do Ser. Neste momento, a análise das bases metafísicas da Modernidade revela uma postura específica a partir da qual o sujeito moderno teria se orie...
Ruggeri, Sabrina Ética da coerência dialética e um renovado conceito de liberdade humana 280 | Resumo: Este trabalho empreende a tarefa de uma recuperação crítica e comparativa dos dois principais projetos brasileiros de reatualização do... more
Ruggeri, Sabrina Ética da coerência dialética e um renovado conceito de liberdade humana 280 | Resumo: Este trabalho empreende a tarefa de uma recuperação crítica e comparativa dos dois principais projetos brasileiros de reatualização do pensamento dialético: o sistema do dever-ser de Carlos Cirne-Lima e a dialética do Uno e do Múltiplo de Eduardo Luft. Inicialmente, trata-se de iluminar os pressupostos lógico-ontológicos atuantes em cada um destes projetos, fazendo ver suas principais divergências quanto à radicalidade de um distanciamento do sistema hegeliano: o que um vê como possibilidade de correção (a partir de uma reinterpretação da dialética modal hegeliana que pretende corrigir o tratamento ambíguo conferido à categoria de contingência, numa proposta que segue de perto a filosofia aristotélica ao transformar o princípio de não-contradição em operador deôntico), o outro reconhece como a necessidade de uma ruptura (por conta da exigência do sistema hegeliano de uma plenificaç...