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Placa bacteriana

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Biofilme aderido na superfície de dentes incisivos

Em odontologia, a placa bacteriana, ou biofilme, também referida como placa dental, é o acúmulo de bactérias da flora / microbiota bucal sobre a superfície dos dentes e que é o fator determinante para que ocorra a cárie e a doença periodontal.

Esse acúmulo é mais intenso nos locais onde a higiene bucal não está sendo feita de maneira adequada.

Dentre os vários tipos de microrganismos presentes na placa, destaca-se o Streptococcus mutans. Este grupo de bactérias é capaz de resistir a um ambiente ácido, comum na boca de quem consome açúcar com muita frequência, o que a favorece em uma competição com as demais bactérias que vivem na placa. O Streptococcus mutans metaboliza o açúcar consumido e produz ácidos que agem na estrutura mineral do dente, destruindo-a e formando cavidades chamadas cáries. A placa bacteriana é um meio biofilme ainda não mineralizado, mas com o decorrer do tempo, do metabolismo microbiano e alguns fatores ligados a gás carbônico, este biofilme se mineraliza aos poucos, tornando-se um cálculo dentário, também chamado de tártaro. Enquanto placa bacteriana, é possível removê-la com uma técnica de escovagem adequada e frequente, mas ao estar mineralizada, somente com instrumentos afiados para removê-la, com as técnicas da tartarectomia.

Ver artigo principal: Prevenção da placa bacteriana

Controle mecânico

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A remoção mecânica da placa pode ser realizada pelo próprio paciente (controle mecânico da placa através do autocuidado) ou pelo dentista (limpeza profissional dos dentes). Sem dúvida alguma, a remoção profissional de placa através de instrumentos rotatórios, escovas de dentes e fita/fio dental, exerce impacto positivo tanto na prevalência como incidência de cárie. Esse efeito pode ser observado quando se escova e usa fio/fita dental sob supervisão.[1] Contudo, o impacto exercido pela remoção mecânica da placa, através do autocuidado na cárie dentária é ainda incerto.

Controle químico

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O controle químico auxilia no mecânico na remoção e prevenção da placa bacteriana. O flúor é um agente quimioterápico mais utilizado. Estudos comprovam que o uso de fluoretos são como auxiliares em ambos os controles. O flúor podendo ser encontrado nas pastas (profiláticas e dentifrício), verniz, soluções de fluoretos e bochechos. Quando utilizados seja diariamente ou aplicações tópicas realizadas pelo dentista conseguem reduzir significativamente o acumulo da placa bacteriana devendo ser avaliada a necessidade de uma intervenção pelo dentista de acordo com a necessidade de cada paciente.   [2]

A clorexidina também auxilia no controle da placa bacteriana, devido as suas propriedades. Foi realizada uma analise sistemática onde avaliou a associação da clorexidena com flúor tendo como resultado que quando utilizados juntos um não anula as propriedades do outro e ambos são eficaz contra a placa bacteriana.[3]

Motivação do paciente

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A motivação do paciente está diretamente relacionada com o controle da placa bacteriana. Clinicamente, motivar significa ter a colaboração do indivíduo, para que ele execute corretamente a higienização bucal. Com isso, é relevante o cirurgião dentista propor ao paciente métodos interessantes para incentivá-lo a manter a saúde bucal, tanto para atender as suas necessidades, quanto causar um impacto motivacional. [4]

Primeiramente é importante realizar o ensino da escovação dos dentes, e em seguida a mudança de hábitos inadequados. O profissional deve utilizar criatividade, meios, técnicas e materiais adequados com o objetivo de despertar o entusiasmo do paciente, pois caso contrário jamais conseguirá obter sucesso no tratamento. [5]

Plaque Disclosing Gel

Para as crianças, há estudos relatando que os processos educativos pode começar com brincadeiras. O uso de jogos educativos associados às técnicas convencionais de educação transforma a informação em divertimento, motivação e reforço de aprendizagem. [4] Segundo alguns autores, os recursos como cartilhas, álbuns seriados e slides, bem como escovação supervisionada, são métodos eficazes de motivação. [6] Além disso, outros métodos também são conhecidos na literatura como a orientação direta somado a recursos audiovisuais resulta em mudança de comportamento dos pacientes, é importante destacar que esse incentivo deve ser uma atitude constante. [7] Os quebra-cabeças, adesivos, fantoches e bonecos, voltados à prevenção, também são considerados relevantes para a mudança de hábitos em saúde. [8]

Portanto a utilização de brinquedos despertam a imaginação infantil, e transformam as informações importantes de higiene bucal em uma linguagem acessível para a criança, permitindo a sua participação e colaboração. [4]

Relação placa bacteriana e cárie

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A cárie dentária é uma doença de origem multifatorial resultante de uma interação complexa entre fatores genéticos, sociais, bioquímicos e microbianos. [9] É um processo dinâmico que envolve a estrutura dentária, o biofilme microbiano formado em sua superfície, influência salivar, genética e o consumo de carboidrato fermentável (principalmente a sacarose). [10] O biofilme dentário, ou placa bacteriana, é a microbiota oral aderida à superfície dentária. Isso ocorre devido à ligação entre os microrganismos presentes na cavidade bucal e a película salivar composta por proteínas e glicoproteínas que revestem o dente. O biofilme protege as bactérias aderidas, isolando-as da ação quelante da saliva, e a exposição frequente da placa bacteriana com a sacarose resulta na queda do pH, favorecendo o crescimento do metabolismo bacteriano em ambiente ácido e consequentemente, causando desmineralização do esmalte dentário, que é composto quase exclusivamente de mineral (como a hidroxiapatita).[11] A lesão de cárie é resultante do desequilíbrio entre microbiota oral com estilo de vida e dieta. Possibilitando agir nos fatores causais, como também lançar mão dos fatores protetores, promovendo a remineralização e impedindo a progressão da lesão.[12]

Relação placa bacteriana e doença periodontal

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A doença periodontal é uma patologia inflamatória crónica que consiste na destruição progressiva dos tecidos de suporte do dente quando na presença de placa bacteriana. Devido à sua elevada prevalência mundial, é considerada como um dos principais problemas de saúde pública[13]. A boa higiene, associada a boas práticas alimentares e conscientização do paciente, proporciona a uma condição bucal apropriada para que não ocorra nenhuma doença periodontal.

O biofilme dental é classificando como um agente determinante para a cárie dentária e também para a doença periodontal . A gengivite pode ser entendida como a inflamação dos tecidos gengivais, sendo o estágio inicial das doenças na periodontais, e com sintomas muito específicos, como sangramento gengival, halitose, aumento de volume e gosto desagradável na boca. Caso não tratada, a gengivite pode evoluir para um periodontite, sendo diagnosticada por meio da medição da profundidade de bolsas periodontais[14]; nessa condição ocorre presença de bolsas periodontais profundas, defeitos verticais, envolvimento de furca, mobilidade dental acentuada, perda de dentes, deficiência de rebordo e perda da função mastigatória.[15]

Referências
  1. Kock e Cols., 1994
  2. Figuero, Elena. «Mechanical and chemical plaque control in the simultaneous management of gingivitis and caries: a systematic review». Grupo de Pesquisa, Universidade Complutense, Madrid, Espanha; 2 Piracicaba Faculdade de Odontologia da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Piracicaba, Brasil; 3 Faculdade de Medicina e Odontologia, Universidade Católica de Louvain, Bruxelas, Bélgica. Journal of Clinical Periodontology  line feed character character in |publicado= at position 32 (ajuda); line feed character character in |titulo= at position 31 (ajuda)
  3. Elkerbout, Ta; Slot, De; Van Loveren, C; Van der Weijden, Ga (fevereiro de 2019). «Will a chlorhexidine-fluoride mouthwash reduce plaque and gingivitis?». International Journal of Dental Hygiene (em inglês) (1): 3–15. doi:10.1111/idh.12329. Consultado em 21 de março de 2021 
  4. a b c Moraes, Kelly Regina de; Aldrigui, Janaina Merli; Oliveira, Luciana Butini; Rodrigues, Célia Martins Delgado; Wanderley, Marcia Turolla (28 de dezembro de 2011). «Motivação de higiene dental utilizando brinquedos com temas odontológicos». ConScientiae Saúde (4): 723–728. ISSN 1983-9324. doi:10.5585/conssaude.v10i4.2836. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  5. Saba Chujfi, Eduardo; Queiroz Silva, Eliana Cristina de; Saba, Maria Elizabete Carneiro de; Sarian, Roberto (1992). «Avaliação dos métodos de motivação/educação em higiene bucal aplicados em adolescentes de 12 a 16 anos de idade». RGO (Porto Alegre): 87–90. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  6. Sasso., Garcia, Patricia Petromilli Nordi. Educacao e motivacao. I. Impacto de um programa preventivo com enfase na educacao de habitos de higiene oral. [S.l.: s.n.] OCLC 69908381 
  7. Couto, José Luiz do; Couto, Rosemary da Silveira; Duarte, Cesário Antonio (1992). «Motivação do paciente: avaliação dos recursos didáticos de motivação utilizados para a prevenção da cárie e doença periodontal». RGO (Porto Alegre): 143–50. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  8. MIALHE, Fábio Luiz (1 de setembro de 2009). «Avaliação dos Jogos e Brinquedos com Temas Odontológicos Disponibilizados no Mercado Nacional». Pesquisa Brasileira em Odontopediatria e Clínica Integrada (3): 303–308. ISSN 1519-0501. doi:10.4034/1519.0501.2009.0093.0009. Consultado em 24 de fevereiro de 2021 
  9. Philip, Nebu; Suneja, Bharat; Walsh, Laurence J. (2018). «Ecological Approaches to Dental Caries Prevention: Paradigm Shift or Shibboleth?». Caries Research (1-2): 153–165. ISSN 0008-6568. doi:10.1159/000484985. Consultado em 2 de março de 2021 
  10. Pitts, Nigel B.; Zero, Domenick T.; Marsh, Phil D.; Ekstrand, Kim; Weintraub, Jane A.; Ramos-Gomez, Francisco; Tagami, Junji; Twetman, Svante; Tsakos, Georgios (25 de maio de 2017). «Dental caries». Nature Reviews Disease Primers (em inglês) (1): 1–16. ISSN 2056-676X. doi:10.1038/nrdp.2017.30. Consultado em 2 de março de 2021 
  11. Marsh, P. D. (1 de fevereiro de 2003). «Are dental diseases examples of ecological catastrophes?». Microbiology (2): 279–294. ISSN 1350-0872. doi:10.1099/mic.0.26082-0. Consultado em 2 de março de 2021 
  12. Nigel., Pitts, (2009). Detection, assessment, diagnosis and monitoring of caries. [S.l.]: Karger. OCLC 429511971 
  13. Paulino, Lucília Maria Pereira (dezembro de 2020). «Doença periodontal em odontopediatria». Consultado em 3 de março de 2021 
  14. Girardi, Larissa Recalcatti; Ferreira, Larissa Cristina; Dallanora, Lea Maria Franceshi; Luthi, Leonardo Flores; Ramos, Grasieli de Oliveira; Moraes, Mariana Teixeira; Armenio, Ricardo Vilella; Dea, Bruna De; Dallanora, Fabio José (11 de setembro de 2018). «Tártaro, gengivite e periodontite». Ação Odonto. ISSN 2318-8308. Consultado em 3 de março de 2021 
  15. Bernardes, V.S.; Ferres, M.O.; Lopes Júnior, W. (30 de junho de 2013). «O Tabagismo e as Doenças Periodontais». Revista da Faculdade de Odontologia de Lins (1): 37–45. ISSN 2238-1236. doi:10.15600/2238-1236/fol.v23n1p37-45. Consultado em 3 de março de 2021 

Ligações externas

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