Maria Thereza de Assis Moura
Maria Thereza de Assis Moura | |
Assis Moura em 2023 | |
Ministra do Superior Tribunal de Justiça do Brasil | |
Período | 9 de agosto de 2006 até a atualidade |
Nomeação por | Luiz Inácio Lula da Silva |
Antecessor(a) | José Arnaldo da Fonseca |
Presidente do Superior Tribunal de Justiça do Brasil | |
Período | 25 de agosto de 2022 até 22 de agosto de 2024 |
Antecessor(a) | Humberto Martins |
Sucessor(a) | Herman Benjamin |
Corregedora Nacional de Justiça do Brasil | |
Período | 08 de outubro de 2020 até 25 de agosto de 2022 [1] |
Dados pessoais | |
Nascimento | 14 de outubro de 1956 (68 anos) São Paulo, SP |
Cônjuge | Tobias Szylit |
Alma mater | Universidade de São Paulo |
Prêmios | Ordem de Rio Branco - Grã-Cruz (2023)[2] |
Maria Thereza Rocha de Assis Moura (São Paulo, 14 de outubro de 1956)[3] é uma jurista, professora e magistrada brasileira, atual ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tendo presidido o tribunal de 2022 a 2024.[4] Também é professora da Universidade de São Paulo (USP), encontrando-se licenciada.[5]
Carreira
[editar | editar código-fonte]Formação, docência e advocacia
[editar | editar código-fonte]Formada em direito pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo em 1979, ali se tornou também mestre (1991) e doutora (1997) em direito processual penal e ingressou como professora dessa disciplina em 1998.[5] Por sua rigidez e competência ficou apelidada carinhosamente pelos seus alunos do Largo São Francisco como "Delegada" ou simplesmente "Delê".
Foi advogada da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap), de 1983 a 1987; do escritório do Dr. Mario Simas de 1980 a 2001 e do escritório Zanoide de Moraes Advogados Associados, com atuação nas áreas cível e criminal, de 2002 até sua indicação para o Superior Tribunal de Justiça em 2006.[6]
Ocupou a vice-presidência do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) e escreveu, entre outras obras, A Prova por Indícios no Processo Penal e Justa Causa para a Ação Penal. Também possui trabalhos publicados no Brasil e no exterior, além de ser autora de diversos artigos.[6]
Superior Tribunal de Justiça
[editar | editar código-fonte]Com a aposentadoria do ministro José Arnaldo da Fonseca em 2005, coube à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a indicação para ocupar a vaga destinada a membro da advocacia no Superior Tribunal de Justiça. Maria Thereza foi indicada na lista sêxtupla elaborada pela OAB e na lista tríplice votada pelos membros do próprio tribunal superior. Por fim, foi escolhida pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Após sabatina e aprovação de seu nome no Senado Federal, tomou posse como ministra em 9 de agosto de 2006,[7] sendo a quinta mulher a ingressar no tribunal e a primeira e única mulher a assumir o STJ na vaga dedicada à OAB.
No Superior Tribunal de Justiça, integrou a Sexta Turma e a Terceira Seção desde a sua posse até agosto de 2018, quando assumiu a Vice-Presidência e a Corregedoria-Geral da Justiça Federal no biênio 2018-2020. É membro da Corte Especial desde 10 de maio de 2011. Foi Diretora-Geral da Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados Ministro Sálvio de Figueiredo Teixeira (Enfam) no biênio 2016 - 2018. Atuou no Tribunal Superior Eleitoral de outubro de 2013 a agosto de 2016, tendo ocupado os cargos de Ministra Substituta, Ministra Auxiliar da Propaganda, Ministra Efetiva e Corregedora-Geral Eleitoral[8].
Em 1 de novembro de 2007, já como ministra do Superior Tribunal de Justiça, confirmou a liminar emitida em 2006 pelo mesmo órgão que garantiu que o jornalista Pimenta Neves ficasse solto até que se esgotassem todas as possibilidades de recurso, mesmo se tratando de um réu confesso na polícia, seguindo parecer do Ministério Público e a jurisprudência do STJ entendimento aplicado também pelo Supremo Tribunal Federal, na época e na atualidade[9].
Em 17 de maio de 2013 concedeu habeas corpus para o diretor de Análises Clínicas da Secretaria de Saúde do Acre, Thiago Paiva, sobrinho do governador do Acre, Tião Viana (PT). Em substituição à prisão, ela determinou que Thiago fosse proibido de frequentar a Secretaria de Estado de Saúde do Acre e tivesse suspenso o seu exercício da função pública. Paiva foi preso no dia 10 de maio, durante a Operação G-7, da Polícia Federal[10], e foi indiciado por formação de quadrilha, formação de cartel e corrupção ativa e passiva. A liminar foi confirmada pelo Supremo Tribunal Federal em 17 de junho de 2013 (relator ministro Luiz Fux) na Ação Ordinária nº 1791/AC. Em setembro de 2015, Thiago foi absolvido pela Justiça do Acre, em sentença proferida pelo Juiz Federal da 3ª Vara de Rio Branco, Jair Araújo Fagundes[11].
Em 2017, a ministra Maria Thereza estava em Paris quando autorizou Adriana Ancelmo, a ex-primeira-dama do Rio de Janeiro, a migrar de Bangu para a prisão domiciliar. A decisão liminar a favor da mulher de Sergio Cabral foi proferida no dia seguinte ao pedido de habeas corpus.[12] A ministra Maria Thereza estava na França, representando o STJ em visita oficial ao Poder Judiciário francês e à Corte Europeia de Direitos Humanos. Ela concedeu a liminar por entender que o Ministério Público entrou com recurso não cabível ao tentar impedir a prisão domiciliar então concedida pelo juiz Marcelo Bretas[13]. Em fevereiro de 2018, quando do julgamento do mérito do habeas corpus interposto pela defesa de Adriana Ancelmo (HC nº 383.606), a ministra Maria Thereza votou pela manutenção da prisão preventiva, tendo ficada vencida[14].
Também em 2017, teve seu nome cogitado para o Supremo Tribunal Federal, em substituição ao ministro Teori Zavascki, que faleceu em decorrência de um acidente aéreo.[15]
Em abril de 2018 passou a integrar a primeira composição do Conselho Consultivo da Rede Mundial de Integridade Judicial da Organização das Nações Unidas. [16]
Em 2022 foi eleita presidente do STJ,[17] assumindo a função no dia 25 de agosto.[18]
Obras
[editar | editar código-fonte]São os livros publicados por Maria Thereza de Assis Moura:
- A prova por indícios no processo penal. São Paulo: Saraiva, 1994, esgotado. Reimpressão: Rio de Janeiro: Lúmen Júris, 2009.
- Justa causa para a ação penal. São Paulo: RT, 2001, esgotado.
- As reformas no processo penal (organizadora). São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008.
- Anistia, Justiça e Impunidade: reflexões sobre a justiça de transição no Brasil (em coautoria com Kai Ambos, Marcos Alexandre Coelho Zilli e Fabiola Girão). Belo Horizonte: Forum, 2010.
- Doutrinas essenciais: Processo Penal (organizadora, ao lado de Guilherme de Souza Nucci). São Paulo. Revista dos Tribunais, 2012, 7v.
- Colaboração Premiada (coordenadora, ao lado de Pierpaolo Cruz Bottini). São Paulo. Revista dos Tribunais, 2018.
- ↑ «Ministra Maria Thereza de Assis Moura toma posse como corregedora nacional de Justiça». Superior Tribunal de Justiça. 8 de outubro de 2020. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO - Seção 1 | Nº 220, terça-feira, 21 de novembro de 2023». Imprensa Nacional. 21 de novembro de 2023. p. 12. Consultado em 26 de janeiro de 2024
- ↑ «Ministra Maria Thereza de Assis Moura». Superior Tribunal de Justiça. Consultado em 11 de março de 2015
- ↑ «Maria Thereza deixa presidência com STJ em grandes transformações». Consultor Jurídico. 22 de agosto de 2024. Consultado em 22 de agosto de 2024
- ↑ a b «Profa. Dra. Maria Thereza Rocha de Assis Moura». Universidade de São Paulo. Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ a b «Conheça o perfil dos candidatos a ministro do STJ». Conjur. 14 de maio de 2006. Consultado em 10 de setembro de 2017
- ↑ «Maria Thereza Moura toma posse como ministra no STJ». Conjur. 8 de agosto de 2006. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «STJ - Ministros em Atividade». www.stj.jus.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ «Supremo Tribunal Federal». portal.stf.jus.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ «STJ manda soltar sobrinho de Tião Viana; 14 continuam presos no Acre». noticias.uol.com.br. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ AC, Yuri MarcelDo G1 (2 de setembro de 2015). «Sobrinho do governador e mais 4 são absolvidos em processo de fraude». Acre. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ «Decisão favorável à ex-primeira-dama do Rio foi dada em um dia e em Paris - Painel». Painel - Folha de S.Paulo - Blogs. Consultado em 28 de março de 2017
- ↑ «Maria Thereza fala ao JOTA sobre caso Adriana Ancelmo». JOTA Info. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ «Relatora do caso Adriana Ancelmo no STJ vota contra prisão domiciliar». JOTA Info. Consultado em 9 de dezembro de 2019
- ↑ «Planalto cogitou quatro nomes do STJ para vaga de Teori Zavascki». G1. 25 de janeiro de 2017. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «First Advisory Board of the Global Judicial Integrity Network appointed at Vienna launch» (em inglês). United Nations Office for Drugs and Crime. 10 de abril de 2018. Consultado em 17 de dezembro de 2022
- ↑ «Ministra Maria Thereza de Assis Moura é eleita nova presidente do Superior Tribunal de Justiça». G1. 11 de maio de 2022. Consultado em 11 de maio de 2022
- ↑ «Segunda mulher no cargo, Maria Thereza assume presidência do STJ». Migalhas. 25 de agosto de 2022. Consultado em 28 de agosto de 2022
Ligações externas
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Precedido por José Arnaldo da Fonseca |
Ministra do Superior Tribunal de Justiça 2006 — incumbente |
Sucedido por — |
Precedido por João Otávio de Noronha |
Corregedoria Nacional de Justiça 2020 — 2022 |
Sucedido por Luis Felipe Salomão |
Precedido por Humberto Martins |
Presidente do Superior Tribunal de Justiça 2022 — incumbente |
Sucedido por — |
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