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Gafanhoto-migratório

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Como ler uma infocaixa de taxonomiaGafanhoto-migratório
Gafanhoto-migratório fêmea
Gafanhoto-migratório fêmea
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Arthropoda
Classe: Insecta
Ordem: Orthoptera
Subordem: Caelifera
Família: Acrididae
Subfamília: Oedipodinae
Género: Locusta
Espécie: L. migratoria
Nome binomial
Locusta migratoria
Linnaeus, 1758

O Gafanhoto-migratório (Locusta migratoria) é um gafanhoto distribuído pela Europa meridional e África, notório por seus hábitos migratórios, sendo uma das principais pragas da agricultura do continente africano. Na Europa, sua presença se tornou mais rara. Tais insetos possuem uma coloração variante, mas os machos são geralmente acastanhados e as fêmeas verdes. Também são conhecidos pelo nome de gafanhoto-de-arribação.

Plasticidade Fenotípica

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Estes gafanhotos possuem um comportamento dependente de densidade. Quando a densidade populacional é baixa, os gafanhotos se encontram em fase solitária, e quando a população aumenta muito, eles sofrem diversas alterações genéticas, fisiológicas e fenotípicas, e entram na fase gregária. É nessa segunda fase que eles os gafanhotos se atraem, formando as nuvens, onde viajam quilômetros, e devastam plantações ao redor do mundo.[1] Por causa desta transformação, são o organismo-modelo para o estudo de plasticidade fenotípica.

A transição de fase pode ser mediada por DNA metil transferase (Dnmt3). Foi verificado altos níveis de expressão deste gene no cérebro de indivíduos na fase gregária. Também foi verificada que a expressão desse gene aumenta em um indivíduo solitário quando a população aumenta, e reduz em indivíduos gregários quando a população diminui.[2]

Impacto econômico

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Os gafanhotos migratórios são uma antiga praga para a agricultura. Possuem períodos silenciosos, em que ficam restritos ao semiárido.

Essa espécie é uma praga já conhecida. Esses gafanhotos possuem períodos "silenciosos" em que ficam restritos à região do semiárido (onde chove menos de 200 mm por ano), uma região de 16 M km², que cruza 30 países. Durante praga, eles podem se espalhar até 29 M km², (60 países, ou 20% do planeta). Esse tipo de praga ocorre diversas vezes, sem padrão aparent, desde o Egito Antigo. As pragas conhecidas ocorreram em 1926-1934, 1940-1948, 1949-1963, 1967-1969 e 1986-1989.[3]

A praga de 2020 pode estar ligada com o aquecimento global. Especialistas acreditam que o aquecimento dos oceanos tem gerado um número anormal de ciclones no oceano Índico, que gerou chuvas no deserto arábico em 2018 e 2019. Essas chuvas aumentaram a vegetação, que por sua vez, alimentaram os gafanhotos-do-deserto. A expansão populacional causou a transição para a fase gregária, e o espalhamento pelo leste africano.[4]

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  1. «Locust handbook». www.nzdl.org. Consultado em 18 de julho de 2020 
  2. Hou, Li; Wang, Xuesong; Yang, Pengcheng; Li, Beibei; Lin, Zhe; Kang, Le; Wang, Xianhui (1 de junho de 2020). «DNA methyltransferase 3 participates in behavioral phase change in the migratory locust». Insect Biochemistry and Molecular Biology (em inglês). 121. 103374 páginas. ISSN 0965-1748. doi:10.1016/j.ibmb.2020.103374 
  3. «Desert Locust Information Service of FAO: Locust FAQs». www.fao.org. Consultado em 18 de julho de 2020 
  4. «A plague of locusts has descended on East Africa. Climate change may be to blame.». Science (em inglês). 14 de fevereiro de 2020. Consultado em 18 de julho de 2020