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Locusta

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Locusta ou Lucusta foi uma notável preparadora de venenos no primeiro século do Império Romano, ativa no dois reinados finais da dinastia Júlio-Claudiana. Ela supostamente teve participação no assassinato de Claúdio e Britânico. Foi por muitos anos a favorita do imperador Nero, com ela provendo treinamento a outros envenenadores em seu serviço. Seguida da morte de Nero, Locusta foi executada por seu sucessor, Galba.

Fontes primárias

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A carreira de Locusta é descrita pelos historiadores Tácito (Annals 12.66 e 13.15), Suetónio (Vida de Nero, 33 e 47) e Dião Cassio. Juvenal também menciona Locusta em seu Livro 1, linha 17 de suas Sátiras.[1]

Locusta foi dita ser de Gaul.[2]

Especialista em venenos

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Locusta serviu como especialista em venenos sob a imperatriz Agripina Menor. Em 54 a.C, já notável e aprisionada em custódia de envenenamento, Locusta foi ordenada pela imperatriz para fornecimento de um veneno para o assassinato de seu marido, Claúdio. Este foi borrifado em um cogumelo e dado ao imperador por seu provador Haloto; quando o veneno pareceu ser ineficaz, o doutor Gaius Stertinius Xenophon assassinou Claúdio com uma pena envenenada posta em sua garganta para indução ao vômito.[3]

Ela supostamente aconselhou Agripina a usar Atropa belladonna como veneno. Extratos de atropa foram usados para envenenamento desde a antiguidade, já que sua planta e frutos contém Alcaloide tropano (primariamente Hiosciamina e Escopolamina). Venenos derivados de Atropa eram comumente usado em assassinatos romanos, e a imperatriz anterior Lívia Drusa já teria supostamente os utilizados. As dose efetivas de atropa necessárias para causar alucinações de até quatro dias, e as necessárias para a morte foram descritas pelo escritor do primeiro século Dioscórides.[4][5]

Em 55 a.C, ainda aprisionada, Locusta fora chamada pelo filho de Agripina, o imperador Nero, para compor um veneno necessário para assassinar seu irmão adotivo Britânico. Quando seu veneno foi lento para ter sucesso, Nero flagelou Locusta com sua própria mão e a ameaçou com execução imediata, no qual ela proveu um veneno acelerado que então funcionara. Nero recompensou Locusta com completa indulgência e grandes propriedades do país, onde ele mandou pupilos para aprender seu ofício. Antes da fuga de Nero em 68 a.C, ele obteve veneno de Locusta para seu próprio uso e o manteve em uma caixa de ouro. Ele eventualmente morreu por outros meios.[6][7]

Após o suicídio de Nero, Locusta foi condenada à morte pelo imperador Galba durante seu breve reinado, qual acabou em 15 de Janeiro de 69 a.C. Junto a outros favoritos de Nero, ela foi conduzida por correntes pela cidade e então executada.[8]

Juvenal refere-se a ela em uma de suas Sátiras, descrevendo uma envenenadora até mais habilidosa que Locusta.[9]

No romance O Conde de Monte Cristo (1844) por Alexandre Dumas, a especialista em venenos Madame de Villefort é frequentemente comparada a Locusta. Seu capítulo 101 é intitulado "Locusta".[10]

Referências
  1. Juvenal (1839). Juvenal and Persius, Volume 1. Martin Madan (trans.). [S.l.]: J. Vincent. p. 21 
  2. Scholiast on Juvenal 1.71.
  3. Tacitus, Annals 12.66-67; Cassius Dio 61.34.
  4. Michael (1998). Alkaloids: biochemistry, ecology, and medicinal applications. New York: Plenum Press. 20 páginas. ISBN 0-306-45465-3 
  5. Timbrell, John (2005). The poison paradox: chemicals as friends and foes. Oxford: Oxford University Press. 2 páginas. ISBN 0-19-280495-2 
  6. Suetonius, Nero 33; Tacitus, Annals 13.15.
  7. Suetonius, Nero 47.
  8. Cassius Dio 64.3
  9. Juvenal, Satires 1.71.
  10. Dumas, Alexandre. The Count of Monte Cristo. Oxford, GBR: Oxford University Press, UK, 2008. ProQuest ebrary. Web. 10 November 2015.