PT1415602E

PT1415602E - Dispositivo de osteossíntese vertebral com orientações múltiplas e adaptável, de reduzido volume

Info

Publication number: PT1415602E
Application number: PT03025168T
Authority: PT
Inventors: Jean Taylor; Bernard Vilaret
Original assignee: Medicrea Technologies
Priority date: 1997-06-03
Filing date: 1998-06-03
Publication date: 2008-01-30
Also published as: PT1415603E; ES2304482T3; DE69826999T2; JP2002510998A; ES2229509T3; DE69839406T2; CA2292748A1; EP0986339A1; US6267765B1; DE69826999D1; WO1998055038A1; JP4399554B2; EP1415602A2; IES77331B2; EP0986339B1; DE69838626D1; IES970411A2; EP1415603A3; EP1415603A2; PT986339E

Description

Descrição

DISPOSITIVO DE OSTEOSSÍNTESE VERTEBRAL COM ORIENTAÇÕES MÚLTIPLAS E ADAPTÁVEL, DE REDUZIDO VOLUME

Campo da invenção [0001] A presente invenção tem como objecto um dispositivo de osteosíntese raquidiana, em especial dorso-lombar.

Fundo da invenção [0002] Mais concretamente, a presente invenção refere-se a um dispositivo que compreende pelo menos dois elementos de fixação óssea nas estruturas ósseas da coluna, um órgão de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea, e os ganchos de ligação entre os elementos de fixação óssea e os órgãos de ligação entre os parafusos; cada elemento de fixação óssea compreende uma tomada de fixação óssea, uma cabeça de preensão através de um utensílio de aparafusar, um eixo com nervuras que prolonga a cabeça de preensão, e um elemento de aperto que pode ser montado sobre este eixo de modo a bloquear o conjunto de ligador, o órgão de ligação longitudinal e o elemento de fixação óssea correspondente.

[0003] A osteosíntese plurivertebral, nomeadamente a dorso-lombar, combina o recurso a parafusos ou a ganchos, ligados entre si por placas ou por hastes.

[0004] A utilização de placas comportando porções vazias permite um certo abate dos parafusos e o deslizamento destes últimos ao longo de um eixo. Este efeito é útil para a implantação de parafusos com uma divergência no plano sagital.

[0005] A utilização de órgãos de ligação longitudinal como sejam, por exemplo, as hastes permite, para além de fazer deslizar os elementos de fixação óssea, por exemplo os parafusos, ao longo do eixo principal do órgão de ligação longitudinal, colocar no mesmo eixo antero-posterior, os 1 parafusos divergentes no plano horizontal e, graças aos efeitos de correcção do desvio axial de um osso impressos às hastes em torno de um eixo apico-caudal, ou seja no plano horizontal.

[0006] No entanto, o arqueamento da haste que é imposto por esta manobra, deve ser efectuado entre dois segmentos vertebrais suficientemente distantes. Por outro lado, um ou iíiais arqueamentos sucessivos não sâo efectuados a não ser no plano frontal. Consegue-se, deste modo, transpor uma deformação para um outro plano, ortogonal relativamente ao primeiro.

Descrição da invenção [0007] 0 ajuste do conjunto entre os parafusos perpendiculares e a haste pode conduzir a solicitações muito importantes do sistema antes do seu fecho definitivo. Com este objectivo foram concebidos instrumentos específicos.

[0008] Foram igualmente aprontados parafusos pediculares cujo eixo com nervuras se encontra prolongado para trás de modo a guiar um segmento de cada vez na direcção de descida da haste até à base de implantação vertebral do parafuso.

[0009] Um outro interesse deste tipo de implante pedicular alongado é permitir de um modo indiferenciado o recurso a uma placa ou a uma haste.

[0010] Há deformações em que o raio de curvatura pode ser muito curto, unido ou bisegmentário, mas no entanto combinado nos três planos, sagital, horizontal e frontal. Assim o simples arqueamento mono planar de uma haste disposta de um modo progressivo em redor, descrevendo um movimento global de correcção do desvio axial de um osso, já não é adequado.

[0011] Com efeito, a redução através de rotação da haste em caso de arqueamento nos dois planos encontra-se impedida pelas leis mecânicas. 2 [0012] A redução de uma deformação de grande raio nestas condições é efectuada em três planos, mas em nenhuma situação é sequencial, e ainda menos selectiva.

[0013] Estas deformações curtas, parcialmente redutíveis, devem ser consideradas segmento a segmento, e sobretudo plano a plano, antes de se poder efectuar qualquer manobra de redução, nomeadamente parcial.

[0014] Uma vértebra desfasada de um modo isolado nos planos frontal, sagital e horizontal, deverá ser posta em condições de ser submetida a uma redução num único plano caso tal seja necessário, ou mesmo se esta se encontrar unida ao segmento adjacente, sem qualquer outra limitação que não seja a que é induzida pela neutralização.

[0015] De modo a reduzir esta equação, foram concebidos e realizados parafusos pediculares dotados de um sistema de "rótula".

[0016] Deste modo, a cabeça de um parafuso pode ser coberta com um elemento em forma de "U", denominada deste modo como "túlipa", que adquire assim uma mobilidade em torno do eixo principal do parafuso.

[0017] 0 afundamento obtido permite, em certos limites, subtrair-se às consequências de um desfasamento angular no plano horizontal e/ou frontal do alinhamento pedicular.

[0018] Nestas condições, o arqueamento da haste já não é um utensílio que sirva para alinhar mais ou menos uma montagem com um eixo frontal errado.

[0019] 0 cirurgião fica deste modo totalmente liberto desta enorme limitação e pode implantar os parafusos pediculares no eixo imposto pela topografia da vértebra patológica.

[0020] A estática vertebral sagital regional é respeitada graças a um arqueamento mono planar, visando a restituição do equilíbrio sagital. São propostas diferentes soluções mecânicas através de, nomeadamente, encaixes sucessivos de elementos que entram em contacto com a união do trinómio 3 parafuso, rótula, haste, como por exemplo o dispositivo de implante descrito no documento DE 19512709.

[0021] As porções escavadas geometricamente complexas e o encaixe de uma série de elementos permitem a reprodução das vantagens do elemento entre o parafuso e a túlipa de rótula que foi anteriormente descrita.

[0022] Apesar do progresso considerável que esta alternativa representa é conveniente fazer uma análise crítica que se irá resumir a três pontos. 1. Os parafusos poli axiais em forma de U não permitem, por um lado, a possibilidade de troca entre a haste e a placa, a não ser através da desmontagem da "boneca russa" relevante.

De um modo adicional, a redução de uma antelistese obriga a recorrer a parafusos dotados de um U em que os braços são prolongados para trás, o que é conseguido à conta de um volume muito maior. Finalmente, de modo a não usar os elementos de fecho aquando da manobra de tracção, é recomendado o recurso a um elemento específico de redução, mas conduz à colocação do pedículo em tracção; tantos esforços produzem uma fragilização prévia. 2. O uso de travessas sucessivas pode provar ser cansativo, multiplicando as manobras. O carácter mecânico fiável do bloqueio supõe um ajuste perfeito mas aleatório num campo operatório (em primeiro lugar a limitação da via, a interposição de tecidos, o mau controlo visual ...) do nível do afundamento do implante. A ausência de fecho rotacional entre a parte de fixação e a rótula poli axial torna, adicionalmente, difícil e por vezes impossível a desmontagem, 3. Os instrumentos específicos aos quais tem de se recorrer são contingências que tanto aumentam o tempo 4 de operação, como impõem a aprendizagem de meios médicos auxiliares, e que finalmente tornam a manutenção mais pesada.

[0023] Deste modo, entre outras vantagens, o dispositivo de acordo com a presente invenção permite uma orientação múltipla no implante através de um sistema de volume muito reduzido, assim como uma capacidade de adaptação dos elementos de fixação óssea, tanto das hastes como das placas.

[0024] Segundo uma característica da presente invenção, a superfície da calota da cabeça é hemisférica e interrompida na zona polar para receber a rótula.

Breve descrição dos desenhos [0025] Outras caracteristicas e vantagens da presente invenção serão notórias no decurso da descrição que se segue, na qual é feita referência aos desenhos anexos que ilustram duas formas de realização exemplificativas e não limitativas.

[0026] A figura 1 é uma vista em perspectiva parcial antes da montagem, com uma escala ampliada, de uma primeira forma de realização do dispositivo de osteosíntese raquidiana de acordo com a invenção.

[0027] A figura 2 é uma vista em perspectiva parcial do dispositivo da figura 1, ilustrado a uma escala ampliada um elemento de fixação óssea com nervuras duplas e um estribo de ligação correspondente com uma haste vertebral não representada, podendo este elemento de fixação óssea ser, nomeadamente, um parafuso ou um gancho.

[0028] A figura 3 é uma vista em perspectiva a uma escala ampliada do dispositivo das figuras 1 e 2 montado e colocado sobre um segmento vertebral.

[0029] A figura 4 é uma vista em elevação lateral anterior dc um segmento dorso-lombar com um dispositivo de osteosíntese de acordo com a presente invenção durante a fase de montagem, estando alguns dos estribos de ligação que equipam uma haste 5 vertebral enfiados sobre os eixos eom nervuras dos elementos de fixação óssea correspondentes previamente fixados nas estruturas ósseas vertebrais.

[0030] Um dispositivo conforme a invenção compreende pelo menos dois elementos de fixação óssea no corpo da estrutura óssea dos eixos respectivos, pelo menos um órgão de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea, e estribos de ligação, em que cada elemento de fixação óssea compreende uma cabeça de preensão através de um utensílio de aparafusar, um eixo com nervuras que prolonga a cabeça de preensão, e um elemento de aperto que pode ser montado sobre este eixo de modo a bloquear o conjunto órgão de ligação longitudinal e o elemento de fixação óssea correspondente, estando o eixo com nervuras dotado de uma rótula terminal de articulação num encaixe de uma calote esférica da cabeça de preensão, permitindo uma orientação em múltiplas direcções do eixo e um posicionamento do órgão de ligação longitudinal adaptados à configuração do segmento vertebral que acolhe os elementos de fixação óssea, caracterizado por a parede da calote esférica que delimita o encaixe ser cravada em redor da rótula de modo a manter essa rótula no dito encaixe devido a essa cravagem da calote.

[0031] Um outro dispositivo conforme a invenção compreende pelo menos dois elementos de fixação óssea no corpo da estrutura óssea dos eixos respectivos, pelo menos um órgão de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea, e estribos de ligação, em que cada elemento de fixação óssea compreende uma cabeça de preensão através de um utensílio de aparafusar, um eixo com nervuras que prolonga a cabeça de preensão, e um elemento de aperto que pode ser montado sobre este eixo de modo a bloquear o conjunto órgão de ligação longitudinal e o elemento de fixação óssea correspondente, estando o eixo com nervuras dotado de uma rótula terminal de articulação num encaixe de 6 uma calote esférica da cabeça de preensão, permitindo uma orientação em múltiplas direcções do eixo e um posicionamento do órgão de ligação longitudinal adaptados à configuração do segmento vertebral que acolhe os elementos de fixação óssea, caracterizado por a parede da calote esférica que delimita o encaixe ser cravada em redor da rótula de modo a manter essa rótula no dito encaixe devido a essa cravagem da calote, enfiados nos eixos com nervuras dos elementos de fixação óssea correspondentes fixados de antemão nas estruturas vertebrais ósseas.

[0032] A figura 5 é uma vista posterior do segmento dorso-lombar da figura 4 e do correspondente dispositivo instalado.

[0033] A figura 6 é uma vista lateral anterior do dispositivo da figura 5, mostrando a lordose lombar presa pelo arqueamento da haste vertebral.

[0034] A figura 7 é uma vista no plano de um elemento de fixação óssea numa peça única, sem rótula, que pode equipar o dispositivo de osteosintese de acordo com a presente invenção.

[0035] A figura 8 é uma vista em elevação posterior de um dispositivo de placa de ligação entre os elementos de fixação óssea montado sobre um segmento dorso-lombar.

[0036] A figura 9 é uma vista em elevação num plano sagital do dispositivo de placa da figura 8, compreendendo um elemento de fixação óssea igual ao da figura 6.

[0037] A figura 10 é uma vista em elevação e em corte parciais em escala ampliada da montagem de um elemento de fixação óssea, de um estribo de ligação e de um elemento de aperto de acordo com a forma de realização das figuras de 1 a 4, assegurando uma chamada do elemento de fixação óssea no eixo do elemento de aperto.

[0038] A figura 11 é uma vista esquemática em elevação à escala reduzida em relação à da figura 10, do conjunto do 7 dispositivo correspondente, ilustrando a chamada angular do elemento de fixação óssea no eixo do elemento de aperto e da haste com nervuras aquando do aperto.

[0039] A figura 12 é uma vista parcial análoga à figura 10 de uma forma de realização alternativa do dispositivo, modificada de modo a praticamente não assegurar uma chamada angular apreciável do elemento de fixação óssea aquando do aperto.

[0040] A figura 13 é uma vista em perspectiva a uma escala ampliada de uma segunda forma de realização do estribo de ligação da figura 2.

[0041] A figura 14 é uma vista em elevação numa escala ampliada de uma segunda forma de realização de um elemento de fixação óssea do dispositivo.

[0042] A figura 15 é uma vista em corte parcial e em elevação de uma forma de realização de um sistema de ligação transversal entre dois elementos de fixação óssea que pode equipar o dispositivo das figuras de 1 a 14.

[0043] A figura 16 é uma vista no plano superior do sistema de ligação transversal da figura 15.

[0044] 0 dispositivo de osteosintese raquidiana ilustrado nas figuras de 1 a 6 compreende vários elementos de fixação óssea constituídos no exemplo descrito por elementos de fixação óssea 1 nas respectivas vértebras, um órgão de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea 1 constituído por uma haste vertebral 2 e por estribos 3 de ligação entre os elementos de fixação óssea 1 e as hastes vertebrais 2, à razão de um estribo 3 por cada elemento de fixação óssea 1.

Descrição da incorporação preferida da invenção [0045] Cada elemento 1 comporta uma haste de formato cónico com nervuras 4 destinada à fixação óssea, uma cabeça 5 de preensão através de um utensílio de aparafusar 6, um eixo mecânico com nervuras 7 que prolonga a cabeça 5. 0 8 dispositivo é completado com uma porca 8 que pode ser aparafusada sobre o eixo com nervuras 7, de modo a bloquear o conjunto constituído pelo estribo de ligação 3, pela haste vertebral 2 e pelo elemento de fixação óssea 1 correspondente.

[0046] A cabeça de preensão 5 tem uma forma que pode cooperar com o utensílio de aparafusamento 6, por exemplo um contorno hexagonal como o que se encontra representado, adaptado para cooperar com a travessa hexagonal fêmea 9 do utensílio 6.

[0047] O eixo 7 está ainda dotado de uma rótula terminal 11 de articulação num encaixe hemisférico 12 da cabeça 5, no qual esta rótula 11 pode ser mantida através de montagens diversas e, nomeadamente, através de engaste, soldadura, etc. 0 encaixe 12 sensivelmente hemisférico permite que a rótula 11 rode e seja mobilizada em todos os planos, autorizando deste modo uma orientação em várias direcções do eixo com nervuras 7.

[0048] Este último e o estribo 3 de ligação encontram-se munidos de meios para bloquear em rotação o eixo 7 e a sua rótula 11 durante o aperto ou o afrouxamento da porca 8 após a introdução do eixo 7 num orifício 10 correspondente de passagem através do estribo de ligação 3. Na forma de realização representada, estes meios compreendem pelo menos uma geometria de espera rotacional macho 13 formada sobre um rebordo 14 disposto entre a rótula 11 e a extremidade contígua do eixo 7 e pelo menos uma segunda geometria rotacional fêmea ilustrada por uma região plana 15 disposta sobre o bordo interior do orifício 10 do estribo 3. Esta segunda região plana 15 está adaptada para poder aplicar-se sobre a primeira região plana 13 após o deslizamento do estribo 3 sobre o eixo de nervuras 7.

[0049] De um modo preferencial, o rebordo 14 apresenta deste modo duas geometrias de espera rotacional 13 9 diametralmente opostas, estando somente uma destas geometrias 13 visível nos desenhos. 0 rebordo 14 munido deste modo de duas geometrias 13 pode acabar por se ajustar no estribo de ligação 3 correspondente se a montagem for usada com uma haste vertebral 2 ou numa placa 16 possuindo geometrias de espera rotacionais (bordos de orifícios 38, 41, 43 nas Figuras 8 e 9) similares 13 (figuras 8 e 9) se for usada uma placa 16 em vez da haste 2 como órgão de ligação longitudinal entre os parafusos 1.

[0050] Para além do rebordo 14, o eixo 7 comporta uma primeira porção com nervuras cilíndrica 17, uma porção encolhida 18 que constitui uma zona de cápsula de ruptura, uma segunda porção com nervura cilíndrica 19 prolongada por uma parte terminal 21 lisa e que constitui uma forma macho de perfil adequada, por exemplo em meia-lua com uma geometria de espera rotacional, de aqui em diante referida como região plana 22 (figura 2). Esta forma macho 21 está adaptada para poder cooperar com uma forma fêmea 20 complementar do utensílio 6, disposta na extremidade de uma ligação 24 montado de um modo deslizante na direcção axial no interior de uma anilha 25 na extremidade da qual se encontra disposta a travessa fêmea hexagonal 9 (figura 1).

[0051] A zona de cápsula de ruptura 18 tem, de preferência, uma geometria de espera rotacional idêntica à região plana 22. Esta disposição permite bloquear em rotação a rótula 11 aquando da retomada do implante com o auxílio do utensílio 6.

[0052] O encaixe da forma macho 21 com a sua geometria de espera, rotacional pode ser uma região plana 22 na forma fêmea conjugada 20 com a aplicação das regiões planas 22 e 23 uma de encontro à outra permite bloquear o eixo com nervuras 7 em rotação durante o aparafusamento da porca 8 sobre as porções com nervuras 19 e 17 do eixo 7. 10 [0053] De um modo adicional, quando a montagem se encontra terminada, é ao nível da porção retraída 18 que se verifica a quebra do eixo 7 em duas partes de modo a retirar a porção com nervuras 19. Deste modo, somente a porção com nervuras 17 faz parte integrante da montagem definitiva, tendo a segunda porção 19 como função unicamente a orientação da descida da porca 8 até ao estribo 3 (figura 3) . Durante a descida da porca 8, o encaixe das regiões planas macho 22 e fêmea 23 do ligador 24 assegura o bloqueio em rotação da rótula 11 no seu encaixe 12.

[0054] 0 estribo de ligação 3 é constituído por duas ramificações 26, 27 dobradas uma sobre a outra e separadas por uma fenda longitudinal 28, sendo o orifício 10 de passagem do eixo 7 formado deste modo nas ramificações 26, 27 de um e do outro lado da fenda 28. As duas ramificações 26, 27 são ligadas por uma ou por duas ligações 29 arredondadas que delimitam um ou dois alojamentos cilíndricos 31 no interior dos quais podem ser introduzidas uma ou duas hastes cilíndricas 2 (figura 13).

[0055] As figuras 10 e 11 ilustram de um modo mais detalhado a realização do dispositivo que acabou de ser descrito em relação às figuras de 1 a 3.

[0056] Com efeito, elas mostram que a rótula 11 do elemento de fixação óssea 1 e que a calote esférica 57 apresentam os centros de rotação respectivos RI e R2 distintos e separados por um afastamento S. A superfície da calote 57 da cabeça 5 é hemisférica e está interrompida na zona polar pode modo a acolher a rótula 11 e a superfície esférica 55 associada do estribo 3, com um raio de curvatura igual à superfície da calote esférica 57, cobrindo completamente esta última.

[0057] O apoio que é feito sobre a parte superior da cabeça de preensão 5 assegura que o sistema de estribo de ligação 3 e que o elemento de fixação óssea 1 tenham uma função de 11 espera deste último no eixo XX da porca de aperto 8 e da haste com nervuras 7 aquando da manobra de fecho por acção do elemento 8. Com efeito, no momento desta manobra, o elemento 8 (por exemplo uma porca) cuja saia 8a se aplica sobre a parede cónica 56 da porção vazia da porca 8, produz uma força de tracção F (figura 10), que determina um conjunto C (figura 11) de chamada do elemento de fixação óssea 4 na direcção do eixo longitudinal XX do elemento de fecho 8 e do eixo com nervuras 7 através de uma força ortogonal a este eixo.

[0058] Na forma de realização que se encontra ilustrada na figura 12, a superfície esférica 55a cobre somente de um modo parcial a superfície esférica da calote 57 pois a parte esférica 55a está interrompida claramente antes do plano equatorial da calote 57. Por este motivo, a força de tracção F produzida pelo aperto da porca 8 imobiliza o estribo de ligação 3 através de contacto de superfície ao mesmo tempo que é mantida a orientação do elemento de fixação óssea 1.

[0059] Esta possibilidade de actuar com elementos de ligação diferentes que podem fazer variar o realinhamento permite uma planificação das correcções sem que se faça recurso a utensílios complementares.

[0060] A figura 13 ilustra uma forma de realização do estribo de ligação 3a em que este comporta de um e do outro lado do orifício 10, dois ligadores arredondados 29, 29a que servem de limite a dois alojamentos respectivos 31, 31a adaptados para acolherem órgãos de ligação longitudinal como sejam as hastes vertebrais.

[0061] A figura 14 ilustra uma segunda forma de realização do elemento de fixação óssea, aqui constituído por um gancho em forma de lâmina 60 que substituí a haste com nervuras 4 da forma de realização precedente, sendo o restante do dispositivo em tudo semelhante ao das figuras 1 12 e 2, nomeadamente, a cabeça 5 de preensão por intermédio de um utensílio de aparafusar 6 e o eixo com nervuras 7. O gancho em forma de lâmina 6 é constituído de um modo conhecido por duas pinças 60a, 60b com a extremidade curva e com um espaçamento relativo regulável.

[0062] As figuras 15 e 16 ilustram uma forma de realização possível de um sistema de ligação transversal entre elementos de fixação óssea (1 ou 31 ou 60). Este sistema de ligação é formado por um par de recipientes 58, 59 vazios, cujo fundo se encontra perfurado com uma abertura 66 de passagem do eixo com nervuras 7. Cada um dos recipientes 58, 59 é realizado numa peça única com uma parte transversal respectiva 61, 62, sendo a posição relativa, em consequência, de afastamento regulável entre os recipientes. Esta regulação pode ser obtida através de, por exemplo, um conjunto de parafuso e porca 63, 64 que atravessam um orifício alongado 65 de uma base 61 e um orifício roscado entre a segunda base 62. Cada recipiente 58, 59 está interposto entre um estribo de ligação 3 (ou 3a) e um elemento de fecho correspondente 8, o qual vai aparafusar-se no recipiente e apoiar-se na sua parede cónica 67, 68 através da sua parede cónica 8a.

[0063] A capacidade de orientação do elemento de fixação óssea 1 em relação ao eixo XX com chamada (figuras 10, 11) ou sem chamada angular (figura 12) pode ser também obtida com um vazamento geométrico complexo realizado de um modo similar numa placa como a 16 (figuras 8 e 9, orifício 41, 43) .

[0064] Quando o elemento de fixação 4 previamente aplicado à estrutura de uma vértebra, por exemplo uma vértebra lombar, orienta-se o eixo 7 na direcção do ligador 3 correspondente previamente montado sobre uma haste vertebral 2. Quando esta introdução está efectuada, o utensílio 6 pode bloquear o eixo 7 em rotação graças à 13 ligação 24, enquanto que a anilha exterior 25 permite aparafusar o elemento de aperto 8 até à sua posição de bloqueio do conjunto no ponto em que as geometrias de paragem rotacional 13 do rebordo 14 se encontram aplicadas sobre a geometria, ou as geometrias, de paragem rotacional correspondentes 15 do estribo 3.

[0065] A figura 4 ilustra uma manobra de redução. A haste vertebral 2 foi arqueada no plano sagital de modo a reproduzir a curvatura da lordose que se pretende restabelecer. Os estribos de ligação 3 são enfiados sobre a haste 2 que, por intermédio dos estribos 3, é orientada passo a passo mas sem esforço pois a rótula 11 de cada elemento de fixação óssea 1 permite orientar o eixo com nervuras extra pedicular 7 na direcção do estribo 3 antes de colocar a haste 2 em contacto com a coluna vertebral -nomeadamente, no exemplo representado um segmento dorso-lombar: sacro S e vértebras lombares L5, L4, L3, L2. A descida do estribo 3 ao longo do eixo com nervuras 7 constitui a porção móvel do implante, efectuando-se graças ao elemento de aperto 8 (porca) , com o auxílio da chave constituída pelo utensílio 6 que impede que a rótula 11 rode sobre o seu próprio eixo conforme se encontra anteriormente explicado. O estribo 3 vai através da sua superfície inferior, unir-se ao rebordo 14 orientado de um modo conveniente, unindo-se as duas geometrias de espera rotacional 22 (regiões planas) 23, assegurando deste modo o bloqueio da rótula 11. Com efeito, uma vez em frente da região plana 15 do estribo 3, o rebordo 14 deixa de poder rodar em torno do seu próprio eixo. Quando as duas geometrias de espera rotacional macho 22 e fêmea 15 se encontram uma em frente da outra, a rótula 11 bloqueia-se sozinha. Q implante torna-se mono axial.

[0066] Na montagem lombo-sacra ilustrada na figura 6, que se refere ao sacro S e às quatro primeiras vértebras 14 encontram uma em frente da outra, a rótula 11 bloqueia-se sozinha. O implante torna-se mono axial.

[0066] Na montagem lombo-sacra ilustrada na figura 6, que se refere ao sacro S e às quatro primeiras vértebras lombares, pode ver-se que a lordose fisiológica foi restabelecida graças à curvatura da haste 2 no plano sagital, estando as porções extra pediculares constituídas pelos eixos 7 orientadas correlativamente de modo a se adaptarem a este arqueamento. Quando o conjunto se encontra fechado, a porção posterior 19 de cada um dos eixos com nervuras 7 é facilmente seccionada graças à redução de secção formada pela zona de cápsula de ruptura 19. As radiografias pós-operatórias dos pacientes que apresentam uma escoliose lombar permitem verificar que graças ao dispositivo de osteosíntese de acordo com a presente invenção, os implantes pediculares 1, vistos de frente, não se encontram no mesmo plano e que a lordose lombar (de perfil) foi estabelecida de novo de um modo muito satisfatório com, nomeadamente, o reaparecimento de uma assimetria discai fisiológica, indispensável de modo a criar as condições anatomicamente correctas.

[0067] A figura 7 ilustra um segundo elemento de fixação óssea 31 (um parafuso neste exemplo) podendo ser aplicado no dispositivo de acordo com a presente invenção, quando este compreende uma placa 16 (figuras 8 e 9) ou estribos de ligação 3.

[0068] A placa 16 apresenta em frente do sacro S uma parte terminal a um orifício circular de passagem de um elemento único de fixação óssea 31, pois ao nível de L5, uma segunda porção 39 alongada na qual é formado um orifício oblongo 41 que permite ajustar correlativamente a posição de um elemento de fixação óssea 31 entre duas posições: finalmente, a placa 16 comporta uma terceira parte 42 de formato alongado na qual é disposta a uma passagem oblonga 15 43 que delimita três posições possíveis para o elemento de fixação óssea 1 de acordo com o ajuste necessário graças a irregularidades que se encontram presentes sobre os bordos da passagem 43.

[0069] A placa 16, destinada a três segmentos ou etapas raquídianas S, L5, L4, por exemplo, pode ser substituída por uma placa adaptada a um número diferente de etapas. Por exemplo, na montagem de três etapas das figuras 8 e 9, somente um elemento de fixação óssea é poli axial, como tal, na rótula 11, os outros elementos de fixação óssea 31 são mono axiais. Cada um dos orifícios (41 ...) da placa 16 pode apresentar o mesmo perfil do orifício 10 do estribo de ligação 3 para a passagem do elemento de fixação óssea (Fig. 10) . Este perfil permite assegurar uma função de chamada do elemento ósseo na direcção do eixo longitudinal do elemento de aperto e do eixo com nervuras 7 por uma força ortogonal a este eixo. A anilha 34 situada no prolongamento da porção intra-pedicular do elemento de fixação óssea 1 é fixa (figuras 8 e 9) . Ela pode assegurar de um modo útil um bom apoio contra a vértebra através de um efeito dito de "consola" quando um elemento de fixação óssea 1 pode, de um modo útil, servir para reduzir de um modo fraccionado um ângulo entre duas estruturas ósseas contíguas do eixo.

[0070] 0 parafuso poli axial 1 é deixado móvel no início da colocação do elemento de aperto 8 ao longo do eixo com nervuras 7. De seguida, a ligação 24 com a sua forma de meia-lua 23 bloqueia a rótula 11. Através de um movimento ajustado faz-se deste modo o posicionamento do elemento de fixação óssea 1 num dos três orifícios do orifício oblongo 43. O arqueamento prévio da placa 16 permite que a vértebra L4 volte a posicionar-se em lordose em relação à vértebra subjacente, sem comprometer o fecho do par constituído pela 16 placa 16 e pelo elemento de fixação óssea 1, graças à tolerância da rótula 11.

[0071] É possível usar uma placa somente para duas estruturas ósseas do eixo lombar. 0 arqueamento prévio desta placa permite colocar a vértebra em oscilação posterior e, deste modo, criar de novo uma assimetria discai fisiológica, nomeadamente no âmbito do tratamento cirúrgico de uma patologia referenciada como sendo a "coluna recta".

[0072] Para além das vantagens técnicas anteriormente mencionadas, o dispositivo de osteosíntese raquidiana de acordo com a presente invenção apresenta ainda as seguintes vantagens: - orientação do elemento de fixação óssea 1, 31 por intermédio de um instrumento 6 que coloca instantaneamente num eixo normal a parte pedicular 4, 32 do elemento de fixação óssea 1 e o seu prolongamento multiaxial 7. - Possibilidade de redução mono planar ou combinada nos três planos. - Ultrapassagem de certas sequências operatórias. - Redução vertebral por tracção antero-posterior com a ajuda do elemento de fixação óssea, de um modo directo e sem um instrumento complementar.

Controlo da capacidade de orientação do sistema passível de ser conservado ou neutralizado de um modo indiferente em função das exigências pré-operatórias, graças às características dimensionais e funcionais dos estribos de ligação 3 (combinação da estrutura esférica 55 ou 55a com a calote esférica 57). 17

Claims

Reivindicações 1. Dispositivo de osteossintese raquidiana que compreende pelo menos dois elementos de fixação óssea (1; 60) no corpo da estrutura óssea dos eixos respectivos (S, L5), pelo menos um órgão (2) de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea, e estribos (3, 3a) de ligação, em que cada elemento de fixação óssea compreende uma cabeça (5) de preensão através de um utensílio (6) de aparafusar, um eixo com nervuras (7) que prolonga a cabeça de preensão, e um elemento de aperto (8) que pode ser montado sobre este eixo de modo a bloquear o conjunto órgão (2) de ligação longitudinal e o elemento de fixação óssea (1, 60) correspondente, estando o eixo com nervuras (7) dotado de uma rótula terminal (11) de articulação num encaixe (12) de uma calote esférica (57) da cabeça (5) de preensão, permitindo uma orientação em múltiplas direcções do eixo (7) e um posicionamento do órgão (2) de ligação longitudinal adaptados à configuração do segmento vertebral (S, L5, ... L2) que acolhe os elementos de fixação óssea, caracterizado por a parede da calote esférica (57) que delimita o encaixe (12) ser cravada em redor da rótula (11) de modo a manter essa rótula (11) no dito encaixe (12) devido a essa cravagem da calote.
2. Dispositivo de osteossintese raquidiana que compreende peio menos dois elementos de fixação óssea (1; 60) no corpo da estrutura óssea dos eixos respectivos (S, L5), pelo menos um órgão (16) de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea, em que cada elemento de fixação óssea compreende uma cabeça (5) de preensão através de um utensílio (6) de aparafusar, um eixo com nervuras (7) que prolonga a cabeça de preensão, e um elemento de aperto (8) que pode ser montado sobre este 18 eixo de modo a bloquear o conjunto do órgão (16) de ligação longitudinal e o elemento de fixação óssea (1, 60) correspondente, estando o eixo com nervuras (7) dotado de uma rótula terminal (11) de articulação num encaixe (12) de uma calote esférica (57) da cabeça (5) de preensão, permitindo uma orientação em múltiplas direcções do eixo (7) e um posicionamento do órgão (2, 16) de ligação longitudinal adaptados à configuração do segmento vertebral (S, L5, ... L2) que acolhe os elementos de fixação óssea, caracterizado por a parede da calote esférica (57) que delimita o encaixe (12) ser cravada em redor da rótula (11) de modo a manter essa rótula (11) no dito encaixe (12) devido a essa cravagem da calote.
3. Dispositivo conforme a reivindicação 1 ou a reivindicação 2, caracterizado por o encaixe (12) ser hemisférico.
4. Dispositivo conforme a reivindicação 1, caracterizado por o órgão de ligação longitudinal entre os elementos de fixação óssea (1) ser uma haste vertebral 2 atravessando os estribos 3 de ligação aos elementos de fixação óssea.
5. Dispositivo conforme a reivindicação 4 caracterizado por a superfície da calote (57) da cabeça (5) ser hemisférica e interrompida na zona polar de modo a acolher a rótula (11), e na qual a superfície esférica (55) associada do estribo (3) cobre pelo menos em parte a superfície hemisférica da calote (57).
6. Dispositivo de acordo conforme a reivindicação 5, caracterizado por o estribo de ligação (3) apresentar uma superfície cónica (56) de apoio do elemento de aperto (8), ligada à referida superfície esférica (55).
7. Dispositivo conforme uma das reivindicações 2 a 6, caracterizado por o órgão de ligação longitudinal entre 19 os elementos de fixação óssea (1) é uma placa (16) na qual são dispostas aberturas cilíndricas e/ou oblongas (41, 43) que delimitam diferentes posicionamentos possíveis para os elementos de fixação óssea e atravessadas por eixos com nervuras (7) sobre os quais se colocam elementos de aperto (8) de bloqueio.
8. Dispositivo conforme uma das reivindicações 1 a 7, caracterizado por a extremidade do eixo com nervuras (7) que se encontra em frente à rótula (11) ser constituído por uma forma macho (21) por exemplo em forma de meia lua, adaptada para cooperar com uma forma fêmea complementar (23) de um utensílio (6), de modo a bloquear a rótula em rotação durante o aparafusamento do elemento de aperto (8) sobre o eixo com nervuras (7) .
9. Dispositivo conforme uma das reivindicações 1 a 8, caracterizado por o eixo com nervuras (7) se encontrar dotado de uma zona recolhida (18) que delimita duas zonas com nervuras (17) e (18) deste eixo e que constitui uma cápsula de ruptura após a montagem e a colocação do elemento de aperto sobre o estribo de ligação, em que esta zona recolhida permite então a quebra do eixo (7).
10. Dispositivo conforme uma das reivindicações 1 a 9, caracterizado por a parede da calote esférica (57) delimitar o encaixe (12) estreítando-se progressivamente do lado oposto à cabeça de preensão (5) . 20