Skip to main content
This is the presentation to a special issue of Onteaiken (Argentina), on religion and politics in Latin America, with special focus on evangelical politics, built around the themes of pluralisation and populism.
Este trabajo analiza la trayectoria de politización del campo evangélico en Brasil, en las últimas cuatro décadas, en términos del planteo laclauiano del populismo como forma política, proponiendo su aplicación, de diferentes maneras,... more
Este trabajo analiza la trayectoria de politización del campo evangélico en Brasil, en las  últimas cuatro décadas, en términos del planteo laclauiano del populismo como forma  política, proponiendo su aplicación, de diferentes maneras, en dos momentos: 1. en la  constitución de un “pueblo evangélico”, como resultado de un proceso de minoritización  (1986-2000), que se prolongó de los años 2000 a mediados de los 2010s; 2. la  transformación del pueblo evangélico en base para la construcción de un discurso con  aspiraciones hegemónicas, la “mayoría cristiana”, desde entonces. Mientras que el “pueblo  evangélico” se define en relación a diferencias internas dentro del campo protestante y a  ciertas figuraciones de la izquierda (comunismo, ateísmo, relativismo moral), la “mayoría  cristiana” se define como una redescripción de la nación que elige “la izquierda” como  el nombre del enemigo que se define por todo aquello a lo que se oponían los sectores  conservadores hegemonizantes del “pueblo evangélico”. El trabajo explora el carácter  contestado e internamente múltiple de cada categoría y los contrapuntos más recientes al  discurso hegemónico de los evangélicos.
Este artigo discute a trajetória da emergência evangélico-pentecostal na política brasileira, a partir de um marco analítico fornecido pelas categorias minoritização, religião pública e populismo, abordando-a em chave diacrônica, desde os... more
Este artigo discute a trajetória da emergência evangélico-pentecostal na política brasileira, a partir de um marco analítico fornecido pelas categorias minoritização, religião pública e populismo, abordando-a em chave diacrônica, desde os anos 1980 até as eleições de 2022. Argumenta-se que a emergência evangélica expressa uma irrupção do político como dimensão instituinte do social, independentemente de seu caráter religioso, e que ela se desdobra em distintos momentos, não previstos ou planejados, de afirmação de uma minoria como parte da definição da identidade nacional (povo nacional) e de paulatina inserção no pacto político vigente na sociedade, levando-a a aspirar a direção moral e política da sociedade, num contexto de crise hegemônica. Esta minoritização implicou na transformação do campo evangélico-pentecostal em religião pública, atravessada pelas dinâmicas e conflitividade sociais amplas, enquanto a credenciou a integrar um novo bloco de poder no intento de fundar um novo povo brasileiro, pós-lulista, pós-democrático, integrado por "cidadãos de bem" de uma "maioria cristã", em ressonância com outras posições conservadoras empenhadas no enfrentamento da "esquerda", como inimigo inassimilável.
Este artigo analisa publicações sobre política, economia e sociedade, traduzidas ou escritas originalmente em português, feitas por uma editora amplamente conhecida no campo evangélico brasileiro e sem qualquer tradição nessas áreas, as... more
Este artigo analisa publicações sobre política, economia e sociedade, traduzidas ou escritas originalmente em português, feitas por uma editora amplamente conhecida no campo evangélico brasileiro e sem qualquer tradição nessas áreas, as Edições Vida Nova. O trabalho visa a compreender tanto o contexto dessa produção e difusão literária quanto a lógica argumentativa das obras publicadas, situando duplamente o material analisado: no plano da conjuntura internacional e nacional; no plano dos debates a respeito da política evangélica contemporânea. A metodologia usada foi uma combinação de procedimentos de história das ideias e análise de discurso. Os resultados apontam para uma vinculação progressiva da editora ao neoliberalismo e ao neoconservadorismo, com a consequente rejeição do campo progressista como incompatível com o cristianismo.
This article develops the concept of "populist moment", proposed by Chantal Mouffe, reflecting on its explanatory force in the Brazilian (and Latin American) context, although contextualisation and modification are needed. It focuses on... more
This article develops the concept of "populist moment", proposed by Chantal Mouffe, reflecting on its explanatory force in the Brazilian (and Latin American) context, although contextualisation and modification are needed. It focuses on the trajectory of evangelical politics in Brazil since the 1980s and its morphing into a claim to represent a (conservative) Brazilian people, in alliance with secular right-wing forces, both local and transnational - hence the cogency of the "populist moment". And argues for the relational nature of this process, which evinces the rise of various forms of evangelical left.
e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE/ Campus Ouricuri), membro do Grupo de Pesquisas Sertão Filosófico (IFSertãoPE) e coordenador do projeto "Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na Educação Básica: uma Análise dos Livros... more
e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IFSertãoPE/ Campus Ouricuri), membro do Grupo de Pesquisas Sertão Filosófico (IFSertãoPE) e coordenador do projeto "Ciências Humanas e Sociais Aplicadas na Educação Básica: uma Análise dos Livros Didáticos" (IFSertãoPE). Tem experiência em ensino e pesquisa, no Ensino Médio e em nível de graduação (e de pósgraduação), atuando principalmente em: Ciências Sociais, Ciência(s) da Religião, Sociologia da Religião,
Las presiones de una gran masa de pastores evangélicos sobre los fieles para que voten por Jair Bolsonaro vuelven a poner al «voto evangélico» en el centro del debate sobre las elecciones en Brasil. ¿Cuáles son las dinámicas internas del... more
Las presiones de una gran masa de pastores evangélicos sobre los fieles para que voten por Jair Bolsonaro vuelven a poner al «voto evangélico» en el centro del debate sobre las elecciones en Brasil. ¿Cuáles son las dinámicas internas del campo evangélico?, ¿cómo se conecta el conservadurismo moral con el conservadurismo político?, ¿cómo se solapan las dimensiones de clase y las pertenencias religiosas?. ¿Qué pasa con los sectores progresistas evangélicos que buscan levantar su voz frente a la avanzada de la derecha? Joanildo Burity, sociólogo especializado en religión, lo explica en esta entrevista.
As eleições de 2022 trouxeram (outra vez) à tona duas modalidades de religião pública, isto é, de presença pública das religiões por meio da qual toda sua dinâmica identitária e institucional se torna alvo de contestação, disputa e... more
As eleições de 2022 trouxeram (outra vez) à tona duas modalidades de religião pública, isto é, de presença pública das religiões por meio da qual toda sua dinâmica identitária e institucional se torna alvo de contestação, disputa e deliberação em público. O cristianismo da libertação e a minoritização pentecostal transformada em discurso da "maioria cristã" se enfrentaram dentro e fora das fronteiras eclesiásticas. O argumento desenvolve elementos históricos e analíticos sobre a emergência, trajetória e embates de ambas as correntes e seu reencontro na conjuntura das eleições de 2022, evidenciando a divisão do campo cristão acentuada pela reação conservadora da última década. As eleições se deram num contexto de crise de hegemonia, que se arrasta desde o impeachment de Rousseff, mas que sacramentou a polarização entre essas duas modalidades de religião pública.
Joanildo Albuquerque Burity possui bacharelado em História pela Universidade Federal da Paraíba (1985), mestrado em Ciência Política pela Universidade de Pernambuco (1989), doutorado em Ideology and Discourse Analysis (Ciência Política)... more
Joanildo Albuquerque Burity possui bacharelado em História pela Universidade Federal da Paraíba (1985), mestrado em Ciência Política pela Universidade de Pernambuco (1989), doutorado em Ideology and Discourse Analysis (Ciência Política) pela University of Essex (1994), e Pós-Doutorado pela University of Westminster, Inglaterra (2003). Autor dos livros Fé na revolução, Protestantismo e o discurso revolucionário brasileiro (1961-1964)(2011) e Redes, parcerias e participação religiosa nas políticas sociais no Brasil(2006), e coeditor de Religião e Cidadania(2011, com Péricles Andrade) e Desigualdades e justiça social: dinâmica EstadoSociedade(2010, com Cibele Rodrigues e Marcondes Secundino), entre outros, além de vasta produção de capítulos de livros e artigos científicos. Suas pesquisas concentram-se nas áreas da Ciência Política e da Sociologia, com ênfase em comportamento político. Os principais temas discutidos pelo pesquisador são religião e política, cultura e identidade, global...
Joanildo Albuquerque Burity possui bacharelado em História pela Universidade Federal da Paraíba (1985), mestrado em Ciência Política pela Universidade de Pernambuco (1989), doutorado em Ideology and Discourse Analysis (Ciência Política)... more
Joanildo Albuquerque Burity possui bacharelado em História pela Universidade Federal da Paraíba (1985), mestrado em Ciência Política pela Universidade de Pernambuco (1989), doutorado em Ideology and Discourse Analysis (Ciência Política) pela University of Essex (1994), e Pós-Doutorado pela University of Westminster, Inglaterra (2003). Autor dos livros Fé na revolução, Protestantismo e o discurso revolucionário brasileiro (1961-1964)(2011) e Redes, parcerias e participação religiosa nas políticas sociais no Brasil(2006), e coeditor de Religião e Cidadania(2011, com Péricles Andrade) e Desigualdades e justiça social: dinâmica EstadoSociedade(2010, com Cibele Rodrigues e Marcondes Secundino), entre outros, além de vasta produção de capítulos de livros e artigos científicos. Suas pesquisas concentram-se nas áreas da Ciência Política e da Sociologia, com ênfase em comportamento político. Os principais temas discutidos pelo pesquisador são religião e política, cultura e identidade, global...
Populism has retained a persistent association to negative views about the people, how it is formed, who leads or represents it, how it relates to representations of the community or the sovereign political order (national societies and... more
Populism has retained a persistent association to negative views about the people, how it is formed, who leads or represents it, how it relates to representations of the community or the sovereign political order (national societies and states, in modern terms). These negative connotations are only matched by the equally negative views of the nature, roles and positions of religion (understood in modern terms as a separate realm of social and historical life). In Latin America religion and populism have long been an indelible part of an overarching representation of the region as backward, prone to authoritarianism and impervious to the impersonal, rational order of capitalism and modernity. However, neither prevalent images stand the test of “really existing” Latin American contexts – whether national, local, transnational or diasporic. The latter at once blur neat distinctions stemming from “official” modern understandings of “religion” and “the people” and preserve the associative and mobilisation dimensions that both concepts of evince. Ambivalence problematises arguments based on intrinsic logics of capitalism and modernity as well as arguments based on metaphorical application of the two concepts that do not account properly for the performative, material force of such rhetorical ambivalence. Recent expressions of populism and religion in Latin America are vivid examples of such an ambivalence. After over a decade of so-called progressive governments across the region, there are strong signs of a concerted backlash engaging local and global elites and corporate actors against hard-won achievements in addressing renitent inequalities, which affirmed multidimensional rights (thus articulating citizens’ rights to women, blacks, indigenous people, gays, religious minorities claims to recognition and justice). In this new scenario, the adversaries of capital are denounced as “populist”, but the very discourse against those sounds a lot like a right-wing version of populism. A struggle for “the people” is then at work, and religion is very much part of it, whether through emerging actors or the underlying logics of the dispute. This chapter will explore the recent politicisation of religion in Latin America and its coupling with what Laclau called “the populist reason”, as demonstrated in three related cases: the emergence of Pentecostalism as popular and public religion, ecumenical transnational networks of socio-political activism and the travails of democratisation in the context of a new religion/capitalism assemblage in the South akin to what William Connolly called the “evangelical-capitalist resonance machine”.
Populism has retained a persistent association to negative views about the people, how it is formed, who leads or represents it, how it relates to representations of the community or the sovereign political order (national societies and... more
Populism has retained a persistent association to negative views about the people, how it is formed, who leads or represents it, how it relates to representations of the community or the sovereign political order (national societies and states, in modern terms). These negative connotations are only matched by the equally negative views of the nature, roles and positions of religion (understood in modern terms as a separate realm of social and historical life). In Latin America religion and populism have long been an indelible part of an overarching representation of the region as backward, prone to authoritarianism and impervious to the impersonal, rational order of capitalism and modernity. However, neither prevalent images stand the test of “really existing” Latin American contexts – whether national, local, transnational or diasporic. The latter at once blur neat distinctions stemming from “official” modern understandings of “religion” and “the people” and preserve the associative and mobilisation dimensions that both concepts of evince. Ambivalence problematises arguments based on intrinsic logics of capitalism and modernity as well as arguments based on metaphorical application of the two concepts that do not account properly for the performative, material force of such rhetorical ambivalence. Recent expressions of populism and religion in Latin America are vivid examples of such an ambivalence. After over a decade of so-called progressive governments across the region, there are strong signs of a concerted backlash engaging local and global elites and corporate actors against hard-won achievements in addressing renitent inequalities, which affirmed multidimensional rights (thus articulating citizens’ rights to women, blacks, indigenous people, gays, religious minorities claims to recognition and justice). In this new scenario, the adversaries of capital are denounced as “populist”, but the very discourse against those sounds a lot like a right-wing version of populism. A struggle for “the people” is then at work, and religion is very much part of it, whether through emerging actors or the underlying logics of the dispute. This chapter will explore the recent politicisation of religion in Latin America and its coupling with what Laclau called “the populist reason”, as demonstrated in three related cases: the emergence of Pentecostalism as popular and public religion, ecumenical transnational networks of socio-political activism and the travails of democratisation in the context of a new religion/capitalism assemblage in the South akin to what William Connolly called the “evangelical-capitalist resonance machine”.
Na conjuntura pós-eleições presidenciais, a desenvoltura e protagonismo com que o bloco pentecostal hegemônico (“os evangélicos”/a “bancada evangélica”) se moveu entre o legislativo e o executivo e mobilizou a “sociedade civil” e a... more
Na conjuntura pós-eleições presidenciais, a desenvoltura e protagonismo com que o bloco pentecostal hegemônico (“os evangélicos”/a “bancada evangélica”) se moveu entre o legislativo e o executivo e mobilizou a “sociedade civil” e a “indústria cultural” evangélicas do país em seu favor, projetaram esse ator de forma notável no cenário político que se foi conformando até o desfecho no atual processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a formação do governo interino do vice-presidente Michel Temer. O presente texto - que será publicado em coletânea do evento no início de 2017 - propõe uma discussão sobre esta presença da religião no espaço público neste contexto de trauma político-institucional, de medo, de antagonismo, de ressentimento, de percepção de que as fontes do mal se multiplicam e tomam conta, tomam lugar. Interroga-se sobre o que é, ou se há algo de, especificamente religioso nesta cena política que se arma que o conceito de fundamentalismo (seja no singular ou no plural) esclareceria, nomearia, singularizaria. E propõe uma leitura cautelosa da conjuntura à luz da publicização da religião e da governamentalidade da tolerância que são marcas globais da mesma conjuntura.
Research Interests:
This is a collective work in which different Latin American social scientists of religion respond to epistemological and methodological questions on the study of religion in the region as well as identify the main research agenda of this... more
This is a collective work in which different Latin American social scientists of religion respond to epistemological and methodological questions on the study of religion in the region as well as identify the main research agenda of this field of study.
El artículo propone una reflexión sobre la ola conservadora que conecta religión y política en Brasil, en el contexto pos-impeachment, anunciando un nuevo régimen posdemocrático, desde la perspectiva de la emergencia política... more
El artículo propone una reflexión sobre la ola conservadora que conecta religión y política en Brasil, en el contexto pos-impeachment, anunciando un nuevo régimen posdemocrático, desde la perspectiva de la emergencia política evangélico-pentecostal. Lo hace en términos empíricos y teóricos, a través de un recorrido de procesos que resultaron en transformaciones a la misma identidad política evangélica, en sus interacciones y disputas con tres otros modelos alternativos de presencia pública de las religiones – el jerárquico católico, el de incidencia ecuménico y el culturalizante de los afrobrasileños – y con demandas minoritarias que se volvieron amenazadoras a sectores conservadores de la élite parlamentar y pastoral evangélica reciente. El proceso generó una construcción pentecostal del pueblo que, empezando por un intento de autorepresentación minoritaria (i.e. de ser parte del pueblo) llegó, en los últimos años, por efecto de conflictos con otras demandas minoritarias, a una cre...
Neste artigo, buscamos analisar a atuação de grupos políticos conservadores e antidireitos a partir das proposições legislativas apresentadas na 56ª Legislatura (2019-2020) e que versam sobre o aborto e a forma pela qual a interseção... more
Neste artigo, buscamos analisar a atuação de grupos políticos conservadores e antidireitos a partir das proposições legislativas apresentadas na 56ª Legislatura (2019-2020) e que versam sobre o aborto e a forma pela qual a interseção entre religião, gênero e sexualidade se manifesta na política contemporânea brasileira. Trata-se de estudo descritivo com abordagem qualiquantitativa das proposições legislativas, considerando a região de origem, religião, gênero e o partido político dos parlamentares que apresentaram as proposições;  o eixo temático no campo da discussão dos direitos sexuais e reprodutivos no qual se inserem e em oposição a quais políticas públicas se posicionam. Na primeira seção do artigo abordamos a articulação entre religião, gênero e sexualidade no campo da política, apontando como através de determinada política sexual o discurso conservador do mundo religioso católico e evangélico “pró-vida” se vê reafirmado e reproduzido pelo conservadorismo político que compõe...
La política evangélica latinoamericana puede verse, en términos laclauianos, como una construcción del pueblo. Construcción del pueblo evangélico como minoría con demandas y voz propia en un continente "católico" de estados... more
La política evangélica latinoamericana puede verse, en términos laclauianos, como una construcción del pueblo. Construcción del pueblo evangélico como minoría con demandas y voz propia en un continente "católico" de estados laicos. Construcción evangélica del pueblo nacional, en contextos en los que los evangélicos ya se consideran una fuerza sociopolítica con aspiraciones hegemónicas. Sin embargo, esta doble narrativa se ha complicado en los últimos años en los mares agitados de la llamada ola conservadora. Desde Brasil reverbera una alianza notable entre la extrema derecha política, el neoliberalismo y la élite evangélica parlamentaria y pastoral, lo que problematiza seriamente las expectativas de un impacto pluralista de la presencia pública evangélica.
Este artigo inicialmente tratará da importância dos Estudos Sócio-Filosóficos no contexto dos processos de ensino/aprendizagem do ensino médio, problematizando, a partir de uma discussão mais ampla sobre a institucionalização escolar, as... more
Este artigo inicialmente tratará da importância dos Estudos Sócio-Filosóficos no contexto dos processos de ensino/aprendizagem do ensino médio, problematizando, a partir de uma discussão mais ampla sobre a institucionalização escolar, as questões epistemológicas e políticas envolvidas tanto no debate acerca da presença de disciplinas como Sociologia e Filosofia na educação básica quanto na discussão sobre a utilização de métodos e técnicas de ensino das teorias sociológicas entre os discentes da rede escolar. Tendo como referência as experiências relatadas (e desenvolvidas) no âmbito de uma disciplina de Teorias das Ciências Sociais oferecida por um Mestrado Profissional, na Cidade do Recife (PE), verificaremos, em seguida, como o ensino de sociologia, no contexto escolar, relaciona-se ao universo de pesquisa e de produção de conhecimento das Ciências Humanas, de maneira geral, e das Ciências Sociais, de maneira específica. Finalmente, traremos os elementos mais gerais acerca de uma...
Este trabalho pretende contribuir para a compreensão dos problemas envolvidos na concepção e implementação das políticas sociais em termos de como certas demandas e atores sociais específicos ali se inserem, com destaque para as... more
Este trabalho pretende contribuir para a compreensão dos problemas envolvidos na concepção e implementação das políticas sociais em termos de como certas demandas e atores sociais específicos ali se inserem, com destaque para as organizações religiosas. O marco de referência para a análise proposta é o da constituição e ativação de uma esfera pública híbrida, formada por atores governamentais e atores da sociedade civil, articulados em redes que operam num plano local, nacional e transnacional. Explora-se a interface entre religião e políticas sociais, a partir da avaliação de pessoas envolvidas em ambos os campos, ligadas a agências governamentais ou organizações da sociedade civil, laicas e religiosas. A ordem da exposição combina uma atenção para o contexto mais amplo em que a referência religiosa se coloca e para a percepção de atores governamentais e nãogovernamentais sobre o lugar e o papel da referência religiosa neste campo.
The emergence of Pentecostalism on the Brazilian scene has raised new questions about the way religion relates to the definition of a “people,” how religious minorities can be politically and legally integrated into the mainstream of... more
The emergence of Pentecostalism on the Brazilian scene has raised new questions about the way religion relates to the definition of a “people,” how religious minorities can be politically and legally integrated into the mainstream of national identity, and to what degree the state-religion relation is constitutive of society in a context of increasing sociocultural, religious, and political pluralization. The argument draws on the concept of minoritization proposed by William Connolly, against the background of Laclau’s problematic of the formation of a people as a hegemonic actor. An analysis of Pentecostal discourse on “the public” and “the people” reveals that Pentecostalism minoritized itself in response to perceived exclusion and this accentuated pluralization within it. An unintended effect of this logic was the fluidity of the boundary between sacred and profane, religious and secular. In a context of growing cultural, social, and political pluralization, these discursive pra...
Although the rise of genetically modified (GM) crops has been dramatic, their uptake has not been the smooth nor universal transition predicted by biotechnology advocates. Controversy has marked even those countries where approvals have... more
Although the rise of genetically modified (GM) crops has been dramatic, their uptake has not been the smooth nor universal transition predicted by biotechnology advocates. Controversy has marked even those countries where approvals have been impressively rapid. All too commonly the regulation of GM crops has been challenged as inadequate, even biased. This working paper draws on empirical research across three global 'rising powers' – Brazil, Mexico and India – to explore and draw lessons for the future of GM policy. It specifically addresses questions such as: How do we understand the factors that have facilitated the transition of some countries and regions to GM agriculture and not others? What are the limits of science-based approaches to regulation? What other factors have contributed to the debate, and how can we understand them? What lessons can be learnt from the experience of other nations – notably the ‘rising powers’ – for the development of global policy on GM and on global food security?
Research Interests:
Over the last few years, there has been a heated debate among social scientists of religion whether we are going through a return of the sacred or an even deeper process of secularization. But this dilemma cannot be approached properly... more
Over the last few years, there has been a heated debate among social scientists of religion whether we are going through a return of the sacred or an even deeper process of secularization. But this dilemma cannot be approached properly without a new gaze into religion, which may give more room to the internal logic of groups and to the disseminative character of religious-based imaginary and ethical elements across the social scenario. One must question integrationist and class-centred views, as well as their more encompassing paradigm- modernization and secularization theory. A new gaze that will not simply abandon or replace those theories, but will place itself at the margins, sometimes confronting, sometimes articulating modified versions of those more traditional views, so as to supplement them and not leave them untouched. It is a question of an inter- or perhaps post-disciplinary approach, which explores the frontiers of dominant narratives, thus defining new and old
Despite the obvious connection between conservative Christian leaders and Bolsonaro, from his electoral campaign to the formation of his administration, religious agency in Brazilian politics goes beyond a mere conservative register. This... more
Despite the obvious connection between conservative Christian leaders and Bolsonaro, from his electoral campaign to the formation of his administration, religious agency in Brazilian politics goes beyond a mere conservative register. This article seeks to trace various dimensions of the trajectory made by evangelicals in Brazilian politics as a tipping factor in the emergence of a new protagonism of religious actors in politics. It discusses how the emergence of evangelicals as public actors has included different ideological and practical expressions, [...]
Questoes desafiadoras tem sido levantadas sobre os novos papeis assumi‑dos por grupos religiosos nas sociedades contemporâneas. Este processo coincide com uma retomada do discurso republicano como forma de fazer frente a ma qualidade da... more
Questoes desafiadoras tem sido levantadas sobre os novos papeis assumi‑dos por grupos religiosos nas sociedades contemporâneas. Este processo coincide com uma retomada do discurso republicano como forma de fazer frente a ma qualidade da vida democratica e ao impacto privatista do neoliberalismo. As dis‑paridades sociais e culturais existentes, por sua vez, chocam‑se com a representa‑cao tradicional da comunidade politica no republicanismo, exigindo novos ajustes a teoria e a pratica. Este artigo apresenta uma abordagem panorâmica desses de‑bates, desde uma perspectiva ancorada na teoria pos‑estruturalista do discurso, baseada nos casos brasileiro e argentino, e poe questionamentos a linha predomi‑nante dos novos discursos republicanos, liberais e multiculturalistas.
O autor analisa as possibilidades de uso do conceito de cultura politica tendo por referencia o pensamento de diversos cientistas politicos e correntes teoricas. Considera que o interesse pela questao da cultura surge como reacao as... more
O autor analisa as possibilidades de uso do conceito de cultura politica tendo por referencia o pensamento de diversos cientistas politicos e correntes teoricas. Considera que o interesse pela questao da cultura surge como reacao as analises de corte estrutural e enfase nos processos de mudanca. As ideias convergem para a percepcao de que nao se pode deduzir automaticamente o comportamento dos atores de determinacoes estruturais, sendo que o vinculo entre cultura e condicoes socio-historicas, por um lado, e entre crencas e praticas mediadas culturalmente, por outro, se constitui num objeto de analise, a ser comprovado e nao simplesmente postulado.
Tomada como sintoma de uma transformacao da politica, a luta pela hegemonizacao de “democracia” expos, nos anos 80, um dos momentos de manifestacao do politico. Neste contexto, o papel articulatorio desempenhado pelo discurso religioso no... more
Tomada como sintoma de uma transformacao da politica, a luta pela hegemonizacao de “democracia” expos, nos anos 80, um dos momentos de manifestacao do politico. Neste contexto, o papel articulatorio desempenhado pelo discurso religioso no surgimento da fronteira representada pelos movimentos sociais, organizacoes nao-governamentais, novo sindicalismo, PT, etc., somente recentemente foi estudado como tal. Este trabalho investiga a natureza de articulacao religiosa do campo democratico de base, na sua dupla face de reforma religiosa e de refiguracao do discurso religioso em discurso politico, acompanhando os deslocamentos experimentados pelas identidades envolvidas no processo (catolicos e protestantes, clerigos e leigos, religiosos e nao-religiosos). O saldo das multiplas mudancas – teoricas e praticas, teologicas e pastorais – ocorridas no periodo e revisto a seguir, concluido-se com indicacoes dos desdobramentos para a teoria politica da politizacao religiosa contemporânea. If one ...
Fundamentalismo, fundacionalismo, essencialismo, totalitarismo, racismo, sexismo, patriarcalismo, moralismo, intolerância, violência. Não há o que dizer de bom. O mal em si. Só que visto do outro lado. Um dos trunfos do fundamentalismo é... more
Fundamentalismo, fundacionalismo, essencialismo, totalitarismo, racismo, sexismo, patriarcalismo, moralismo, intolerância, violência. Não há o que dizer de bom. O mal em si. Só que visto do outro lado. Um dos trunfos do fundamentalismo é que vence sempre, convence seus adversários que é exatamente o que dizem de si. Outro, é que raramente é autoinvocado. Poucos se definem como fundamentalistas. Melhor (ou pior) dos mundos: sou o que dizem de mim, mas não me identifico pelo que me chamam. Não carrego a autoidentificação, mas todos creem que a tenho. E assim, por atribuição, observação e acusação (é quase irresistível não fazê-lo, pelo simples uso da palavra), o fundamentalismo é um lugar desde o qual se acredita de forma completa, literal, inflexível; se pratica de forma cega, inegociável, intolerante; se legitimam abusos, imposições, silenciamentos, violências. Não há ironia, inconsequência, contradição, má consciência, incompletude, fracasso: é tudo ou nada. Não parece haver duplic...
Este trabalho discute a emergencia de uma narrativa historica como dimensao especifica do discurso sobre a relacao entre religiao e modernidade – enquadrando-a como uma passagem da religiao a nao religiao, da religiao publica a religiao... more
Este trabalho discute a emergencia de uma narrativa historica como dimensao especifica do discurso sobre a relacao entre religiao e modernidade – enquadrando-a como uma passagem da religiao a nao religiao, da religiao publica a religiao privada, da religiao como cimento social a religiao como obstaculo a modernizacao. Isto da ocasiao a uma revisao do debate sobre secularizacao e sobre o lugar da religiao nas sociedades contemporâneas, a partir da discussao de alguns autores-chave e de uma literatura recente que questiona a formulacao classica da tese da secularizacao a partir das nocoes de desinstitucionalizacao e deslocamento das praticas e identidades religiosas.
This article provides a reading of Joaquim Nabuco's Abolitionism, from the standpoint that he was one of the first interpreters and political actors in Brazil that granted central attention to the theme of slavery, not only in his... more
This article provides a reading of Joaquim Nabuco's Abolitionism, from the standpoint that he was one of the first interpreters and political actors in Brazil that granted central attention to the theme of slavery, not only in his analysis of the historical formation of the country, but also of the social and political future of the nation. The focus highlights not only the central role of slavery in the formation of Brazilian society, but also the effects of its existence on all dimensions of social life. There is a racial component in poverty that has its origins in this historical construction of the black man and of the dependent of any color as "unsuitable" for the demands of modern order. There is an ethical component in the way of the problem of social exclusion in the country should be tackled that calls for the recognition of the historically produced character of poverty and its incorporation in a culture of naturalization of inequalities, of a non-recognitio...
O impacto da pluralizacao religiosa na cultura e na politica ultrapassa e cruza fronteiras nacionais, nas ultimas decadas, tanto fisicas como virtuais, em varias direcoes. Muitas explicacoes para a emergencia de atores religiosos e para a... more
O impacto da pluralizacao religiosa na cultura e na politica ultrapassa e cruza fronteiras nacionais, nas ultimas decadas, tanto fisicas como virtuais, em varias direcoes. Muitas explicacoes para a emergencia de atores religiosos e para a visibilizacao de novas e velhas minorias religiosas na cena publica continuam, no entanto, solidamente ancoradas num nacionalismo metodologico que e cego para a circulacao, a mobilidade e a virtualizacao tanto do conceito de religiao quanto das praticas religiosas. Este artigo discute as transformacoes locais e globais rumo a religiao publica dentro de um marco conjunto, propondo uma abordagem que, embora nao sistematica e completa, identifica na pluralizacao, na emergencia de novos atores religiosos como minorias e na inseparavel relacao entre local e global elementos fundamentais para compreender a publicizacao religiosa em curso. O esforco de teorizacao lanca mao tanto de evidencias produzidas por muitos trabalhos empiricos nas ciencias sociais ...

And 81 more

This chapter explores what happens when ecumenical and interfaith mobilizations generate or participate in efforts to enhance global cooperation. I seek to address two related questions in this context: (1) How can one think of... more
This chapter explores what happens when ecumenical and interfaith
mobilizations generate or participate in efforts to enhance global cooperation. I seek to address two related questions in this context: (1)
How can one think of cooperation within situations in which conflict and dis-
agreement thrive and uncertainty regarding the future looms large? (2) What
resources can be found within religious traditions that point towards a cooperative future without a pre-established blueprint? This is done by exploring cases drawn from comparative research on
transnational, specifically glocal, ecumenical social activism between Europe
and Latin America. This ecumenical activism was originally Christian social
activism that has, over many decades, taken on an interfaith outlook by
seeking to embrace difference, engage with development and conflict issues, and offer a vision of the future that is open, pluralistic, just, and cooperative. The focus is on several forms of interaction between Argentine,
Brazilian, and British ecumenical organizations and their participation in
interfaith and secular networks that seek to set agendas and mobilize change and cooperation at regional and global levels.
In this prologue I argue for a problematisation of the reception of decoloniality in the study of religion(s) in a Portuguese-speaking context. Playing around the "s" required for a translation of "decolonial" from English or Spanish into... more
In this prologue I argue for a problematisation of the reception of decoloniality in the study of religion(s) in a Portuguese-speaking context. Playing around the "s" required for a translation of "decolonial" from English or Spanish into Portuguese, I call on Derrida's notion of restance as a starting point for thinking the religious difference in a dialogue between decolonial studies and the study of religion and offer five steps towards that critical engagement.
Este capítulo apresenta uma abordagem sobre a trajetória da relação entre protestantes/evangélicos e política no Brasil. Foca-se na dimensão político-institucional ou relativa ao estado desse itinerário e identifica a pulverização... more
Este capítulo apresenta uma abordagem sobre a trajetória da relação entre protestantes/evangélicos e política no Brasil. Foca-se na dimensão político-institucional ou relativa ao estado desse itinerário e identifica a pulverização representativa das lideranças e políticos religiosos no Poder Legislativo Federal, além de assinalar como as iniciativas sociais da base social evangélica nem sempre coincidiram, ao longo do tempo,
com seus representantes e lideranças quanto a agendas, formas de atuação e objetivos últimos. Discute-se ainda, a formação e projeção da elite parlamentar e pastoral evangélica e a disputa por legitimidade enfrentada por ela, tanto da parte de atores seculares quanto dos religiosos.
Este trabajo discute como las relaciones entre espiritualidad y política se expresan y entraman, hoy en día. Primero, en base a una discusión crítica de las contribuciones de William Connolly, Charles Taylor y José Casanova, propongo... more
Este trabajo discute como las relaciones entre espiritualidad y política se expresan y entraman, hoy en día. Primero, en base a una discusión crítica de las contribuciones de William Connolly, Charles Taylor y José Casanova, propongo encuadrar el tema de las espiritualidades no estrictamente en lo que refiere a las religiones, y también, más ampliamente, en lo que refiere a lo que “pasa en el mundo”. En segundo lugar,  problematizo desde el tema de la espiritualidad tanto la distinción supuestamente
objetiva entre lo religioso y lo secular, como también, en cierta forma, la imbricación entre política y espiritualidad en una llave no teológica. En lo siguiente, identifico trés modalidades de articulación entre espiritualidad y política que llamo espiritualidades del consumo, del resentimiento y del agonismo político. Esas modalidades que me parecen estar implicadas en una mirada política sobre el tema de la espiritualidad, desde la perspectiva de que el fenómeno de la religión pública repone o recoloca la espiritualidad –y no sólo la dimensión organizada de la religión– en contextos que presionan por su confrontación a un exterior que está más allá de lo estrictamente religioso. Finalmente, esa clasificación es "aplicada" a dos casos latinoamericanos: el pentecostalismo y el movimiento ecuménico.
Populism has retained a persistent association to negative views about the people, how it is formed, who leads or represents it, how it relates to representations of the community or the sovereign political order (national societies and... more
Populism has retained a persistent association to negative views about the people, how it is formed, who leads or represents it, how it relates to representations of the community or the sovereign political order (national societies and states, in modern terms). These negative connotations are only matched by the equally negative views of the nature, roles and positions of religion (understood in modern terms as a separate realm of social and historical life). In Latin America religion and populism have long been an indelible part of an overarching representation of the region as backward, prone to authoritarianism and impervious to the impersonal, rational order of capitalism and modernity. However, neither prevalent images stand the test of “really existing” Latin American contexts – whether national, local, transnational or diasporic. The latter at once blur neat distinctions stemming from “official” modern understandings of “religion” and “the people” and preserve the associative and mobilisation dimensions that both concepts of evince. Ambivalence problematises arguments based on intrinsic logics of capitalism and modernity as well as arguments based on metaphorical application of the two concepts that do not account properly for the performative, material force of such rhetorical ambivalence. Recent expressions of populism and religion in Latin America are vivid examples of such an ambivalence.
After over a decade of so-called progressive governments across the region, there are strong signs of a concerted backlash engaging local and global elites and corporate actors against hard-won achievements in addressing renitent inequalities, which affirmed multidimensional rights (thus articulating citizens’ rights to women, blacks, indigenous people, gays, religious minorities claims to recognition and justice). In this new scenario, the adversaries of capital are denounced as “populist”, but the very discourse against those sounds a lot like a right-wing version of populism. 
A struggle for “the people” is then at work, and religion is very much part of it, whether through emerging actors or the underlying logics of the dispute. This chapter will explore the recent politicisation of religion in Latin America and its coupling with what Laclau called “the populist reason”, as demonstrated in three related cases: the emergence of Pentecostalism as popular and public religion, ecumenical transnational networks of socio-political activism and the travails of democratisation in the context of a new religion/capitalism assemblage in the South akin to what William Connolly called the “evangelical-capitalist resonance machine”.
O debate sobre a construção do sujeito da mudança tornou-se policêntrico, seja em decorrência desse descentramento intelectual e político, seja pela emergência de vozes não-ocidentais (ou da periferia ocidental – tratadas para todos os... more
O debate sobre a construção do sujeito da mudança tornou-se policêntrico, seja em decorrência desse descentramento intelectual e político, seja pela emergência de vozes não-ocidentais (ou da periferia ocidental – tratadas para todos os efeitos como não-ocidentais). Com ele, não apenas “velhos contendores” voltaram à baila, como na voz das religiões, mas também novas articulações críticas emergiram, com uma crescente crítica pós-colonial se articulando e deslocando a linha divisória de Ocidente/Oriente para Norte/Sul.
Este texto se propõe a discutir um dos loci, nada óbvio e largamente ignorado, dessa trajetória, as instituições e redes ecumênicas no âmbito cristão, a partir de um diálogo com elaborações teóricas surgidas para dar conta do contexto acima introduzido, tais como a problemática do populismo de Ernesto Laclau, a ideia do pluralismo agonístico de Chantal Mouffe e a literatura sobre o liame militância-formação em estudos sobre redes, ONGs e movimentos sociais contemporâneos.
No início dos anos 1960, os protestantes brasileiros passaram a falar de uma “revolução” que estaria em curso no país e conclamaram seus pares a se engajarem nela para dar uma direção cristã ao processo. O que é notável não é que falassem... more
No início dos anos 1960, os protestantes brasileiros passaram a falar de uma “revolução” que estaria em curso no país e conclamaram seus pares a se engajarem nela para dar uma direção cristã ao processo. O que é notável não é que falassem em revolução, mas que eles falassem em revolução. Afinal, lendo-se os jornais, revistas, manifestos e outros documentos da época, o discurso da “revolução” é altamente frequente. Fossem indivíduos, partidos, organizações civis ou militares, de
boca em boca, a “revolução” se repetia. Mas que os protestantes, sabidamente ausentes e resistentes a qualquer aproximação das “coisas do mundo”, ou seja, das questões e problemas sociais e políticos, se pusessem lado a lado com os movimentos sociais e políticos do período, isto sim é digno de surpresa.
O livro analisa o discurso da revolução tal como articulado por um grupo de intelectuais, teólogos e ativistas leigos protestantes, em diálogo com interlocutores católicos e seculares, entre meados dos anos 1950 e 1964. Em particular, analisa-se o momento culminante desta elaboração, a chamada Conferência do Nordeste, promovida pelo Setor de Responsabilidade Social da Igreja da Confederação Evangélica do Brasil, em julho de 1962, em Recife, sob o tema "Cristo e o Processo Revolucionário Brasileiro". Utilizam-se fontes documentais e emprega-se uma metodologia de análise do discurso, de corte pós-estruturalista.
O trabalho se propõe a abordar os desenvolvimentos recentes na sociedade e política brasileiras a partir da perspectiva da religião no espaço público. O argumento explora as dimensões de trauma, medo, antagonismo, ressentimento e... more
O trabalho se propõe a abordar os desenvolvimentos recentes na sociedade e política brasileiras a partir da perspectiva da religião no espaço público. O argumento explora as dimensões de trauma, medo, antagonismo, ressentimento e percepção de que as fontes do mal se multiplicam e tomam conta, tomam lugar. Falarei de religião, não da religião, neste preciso contexto. E interrogarei o que é ou se há algo de especificamente religioso nesta cena política que se arma que o conceito de fundamentalismo (seja no singular ou no plural) esclareceria, nomearia, singularizaria. Concluirei propondo que distanciemos um pouco o foco da discussão sobre o componente fundamentalista do trauma para perceber (a) um regime de publicização da religião que é irredutível às categorias “fundamentalismo”, “conservadorismo” ou “fascismo” e (b) uma nova governamentalidade emergente nucleada no conceito de tolerância, agora disputada, contestada pelos conservadorismos, fascismos e fundamentalismos, mas nada neutra ou inocente. Nesses dois regimes, a religião pública e a tolerância, e entre eles, parece se jogarem alguns lances importantes do que será o Brasil dos próximos anos.
A obra de Derrida está intrinsecamente ligada a uma abertura ao outro como figura que explode toda noção de sistema, ao mesmo tempo em que é a condição para que haja sistema. De suas explorações sobre a questão do sentido, ele passou... more
A obra de Derrida está intrinsecamente ligada a uma abertura ao outro como figura que explode toda noção de sistema, ao mesmo tempo em que é a condição para que haja sistema. De suas explorações sobre a questão do sentido, ele passou crescentemente a interrogar temas sociais e políticos e submetê-los à lógica desconstrutiva. Mas sua apropriação nas ciências sociais empíricas, particularmente no Brasil, foi fortemente limitada pelas tendências teóricas, metodológicas e institucionais prevalecentes, todas imbuídas do que se poderia chamar de objetivismo, da ideia de que a descrição científico-social é uma revelação do mundo. A maioria dessas tendências analíticas é orientada para produzir ordem (ainda que com distintos conteúdos). Este trabalho explora dois elementos do pensamento derridiano “tardio”, os temas da hospitalidade e da amizade, que nos permitem tanto abordar questões sensíveis da conjuntura brasileira e global como apreciar o impacto das categorias ético-filosóficas derridianas para a análise sociológica e política dessa mesma conjuntura.
O texto interroga-se sobre a percepção recente, relativa à religião pública no Brasil, de que, se olharmos de modo puramente retrospectivo, a minoritização, que representa um dos indicadores fortes da democratização realmente vivenciada... more
O texto interroga-se sobre a percepção recente, relativa à religião pública no Brasil, de que, se olharmos de modo puramente retrospectivo, a minoritização, que representa um dos indicadores fortes da democratização realmente vivenciada no país, pode nos parecer hoje muito mais um problema, seja na direção de ter levado a uma espécie
de diversionismo estratégico, seja na de partilhar o desfecho de
uma derrota política. Responsáveis, em parte, pelo alargamento do espaço público, os atores religiosos emergentes foram transformisticamente cooptados pelo velho status quo autoritário, patrimonialista e predatório.
O cerne do argumento a ser desenvolvido, de certa maneira obliquamente, é que uma perspectiva possibilista, pluralista e não-essencialista nos permite perceber a multidimensionalidade ou o cruzamento de várias linhas de força num processo de luta pela estabilização do imaginário democrático, estabilização da qual participam atores com diferentes graus de compreensão desse imaginário e de compromisso com sua materialização em práticas e instituições.
Essa perspectiva nos ajuda a situar, analitica e politicamente,
os novos atores religiosos minoritizados no contexto do próprio
processo de democratização e, no entanto, aparentemente
obstinados em violentá-lo por meio de uma confluência perversa
(o termo é de Evelina Dagnino) entre sua pauta autorreferenciada
e um esforço de recomposição das velhas forças da reação por
meio de seus novos representantes.
This chapter explores the impact of positive and negative minoritisation on how inequalities are recognised or produced from religious perspectives. It argues for the relevance of focusing on the dynamics of minority politics in a... more
This chapter explores the impact of positive and negative minoritisation on how inequalities are recognised or produced from religious perspectives. It argues for the relevance of focusing on the dynamics of minority politics in a pluralised world when approaching religious movements. This is done by looking into a regional expression of pluralisation/minoritisation and by exploring the position taken by religious actors in the process. Regionally, the Latin American context is chosen for analysis. Two contrasting kinds of religious agency are then briefly explored: conversionist and politicised Pentecostalism and ecumenical groups participating in the global justice movement. The double character of minoritisation is probed in terms of how these religious movements construct and confront inequalities.
Research Interests:
Research Interests:
O que tento oferecer neste trabalho são alguns comentários a uma discussão sobre religião, cultura e espaço público com vistas a um exercício de intervenção teórico-política num debate que me parece estar eivado de supostos não... more
O que tento oferecer neste trabalho são alguns comentários a uma discussão sobre religião, cultura e espaço público com vistas a um exercício de intervenção teórico-política num debate que me parece estar eivado de supostos não demonstrados e de preconceitos travestidos de clarividência analítica. O cerne do argumento a ser desenvolvido, de certa maneira obliquamente, é que uma perspectiva possibilista, pluralista e não-essencialista nos permite perceber a multidimensionalidade ou o cruzamento de várias linhas de força num processo de luta pela estabilização do imaginário democrático, estabilização da qual participam atores com diferentes graus de compreensão desse imaginário e de compromisso com sua materialização em práticas e instituições.
Essa perspectiva nos ajuda a situar, analitica e politicamente,
os novos atores religiosos minoritizados no contexto do próprio
processo de democratização brasileiro e, no entanto, aparentemente obstinados em violentá-lo por meio de uma confluência perversa entre sua pauta autorreferenciada
e um esforço de recomposição das velhas forças da reação por
meio de seus novos representantes. Procuro demonstrar o caráter ineludível do processo de minoritização como dimensão positiva da luta pela democratização, seu ancoramento numa ampliação do espaço público por meio de uma redefinição da cultura como lugar de mobilização coletiva, e o desaguamento de uma de suas vertentes na emergência de minorias religiosas que, se hoje parecem dominadas pelos chamados “evangélicos”, continuam vivas e em movimento, definindo um novo regime da religião pública muito além do catolicismo (institucionalizado ou popular). Assim, apresento o conceito de espaço público em sua contestabilidade e permanente construção, não só como lugar de conversação social pública, mas também de disputas pela modelagem
da ordem social que melhor traduziria a imaginação e as
demandas de distintos campos sociopolíticos.
Research Interests:
Research Interests:
Co-edited volume with Péricles Andrade;
Individual chapter: "Religião e cidadania: alguns problemas de mudança sociocultural e de intervenção política"
Research Interests:
This paper analyzes the construction and transformation of cultural and religious identities in contemporary Brazilian political life, by means of a complex interaction of logics of particularism and discourses of Republicanist... more
This paper analyzes the construction and transformation of cultural and religious identities in contemporary Brazilian political life, by means of a complex interaction of logics of particularism and discourses of Republicanist universalism. Starting with a more detailed account of the relationship between democracy, pluralization and the emergence of new social demands, I will proceed by relating this to cultural and religious identities and their tense interaction with the discourse of Republicanism.
Research Interests:
Na conjuntura pós-eleições presidenciais, a desenvoltura e protagonismo com que o bloco pentecostal hegemônico (“os evangélicos”/a “bancada evangélica”) se moveu entre o legislativo e o executivo e mobilizou a “sociedade civil” e a... more
Na conjuntura pós-eleições presidenciais, a desenvoltura e protagonismo com que o bloco pentecostal hegemônico (“os evangélicos”/a “bancada evangélica”) se moveu entre o legislativo e o executivo e mobilizou a “sociedade civil” e a “indústria cultural” evangélicas do país em seu favor, projetaram esse ator de forma notável no cenário político que se foi conformando até o desfecho no atual processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a formação do governo interino do vice-presidente Michel Temer. O presente texto - que será publicado em coletânea do evento no início de 2017 - propõe uma discussão sobre esta presença da religião no espaço público neste contexto de trauma político-institucional, de medo, de antagonismo, de ressentimento, de percepção de que as fontes do mal se multiplicam e tomam conta, tomam lugar. Interroga-se sobre o que é, ou se há algo de, especificamente religioso nesta cena política que se arma que o conceito de fundamentalismo (seja no singular ou no plural) esclareceria, nomearia, singularizaria. E propõe uma leitura cautelosa da conjuntura à luz da publicização da religião e da governamentalidade da tolerância que são marcas globais da mesma conjuntura.
Research Interests:
Na conjuntura pós-eleições presidenciais, a desenvoltura e protagonismo com que o bloco pentecostal hegemônico (“os evangélicos”/a “bancada evangélica”) se moveu entre o legislativo e o executivo e mobilizou a “sociedade civil” e a... more
Na conjuntura pós-eleições presidenciais, a desenvoltura e protagonismo com que o bloco pentecostal hegemônico (“os evangélicos”/a “bancada evangélica”) se moveu entre o legislativo e o executivo e mobilizou a “sociedade civil” e a “indústria cultural” evangélicas do país em seu favor, projetaram esse ator de forma notável no cenário político que se foi conformando até o desfecho no atual processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a formação do governo interino do vice-presidente Michel Temer. O presente texto - que será publicado em coletânea do evento no início de 2017 - propõe uma discussão sobre esta presença da religião no espaço público neste contexto de trauma político-institucional, de medo, de antagonismo, de ressentimento, de percepção de que as fontes do mal se multiplicam e tomam conta, tomam lugar. Interroga-se sobre o que é, ou se há algo de, especificamente religioso nesta cena política que se arma que o conceito de fundamentalismo (seja no singular ou no plural) esclareceria, nomearia, singularizaria. E propõe uma leitura cautelosa da conjuntura à luz da publicização da religião e da governamentalidade da tolerância que são marcas globais da mesma conjuntura.
Research Interests:
This is a postgraduate course syllabus in political theory on populism in its institutional and movement dimensions, taught at the Political Science Postgraduate Programme, Federal University of Pernambuco, Brazil. The text is in... more
This is a postgraduate course syllabus in political theory on populism in its institutional and movement dimensions, taught at the Political Science Postgraduate Programme, Federal University of Pernambuco, Brazil. The text is in Portuguese.