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Luan Cassal
  • School of Psychology
    Eagle Tower
    University of Bolton

Luan Cassal

Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de PsicologiaAutores: Luan Carpes Barros Cassal e Juliana Monteiro de Godoy   Psicologia, Educação e Processos Formativos Projeto de Extensão do Instituto de Psicologia- UFRJ, que dialoga... more
Universidade Federal do Rio de Janeiro Instituto de PsicologiaAutores: Luan Carpes Barros Cassal e Juliana Monteiro de Godoy   Psicologia, Educação e Processos Formativos Projeto de Extensão do Instituto de Psicologia- UFRJ, que dialoga com psicólogos atuantes na área escolar da rede municipal de ensino do município de Itaboraí.O projeto funciona por meio de encontros mensais entre psicológos e docentes do Instituto que trabalham com a pluralidade da psicologia escolar. Há um rodízio entre os docentes integrantes do projeto, e cada curso mensal conta com a presença de um docente diferente. Assim, dentro do curso de um semestre de projeto, são abordadas diversas questões trazidas por esses psicológos em conformidade com os respectivos assuntos trabalhados por cada docente em suas áreas de atuação.No primeiro semestre de 2015, foram abordados diversos temas tais como: Cognição e Novas Tecnologias com a renomada professora Beatriz Sancovschi, Práticas e Técnicas em Psicologia na escola...
Resumo: A dita 'Ideologia de Gênero' provoca pânico no Brasil – crianças e adolescentes estão sob risco de teorias e práticas pós-modernas de desconstrução. Mas não preocupe-se, educadora, educador. Seus problemas... more
Resumo: A dita 'Ideologia de Gênero' provoca pânico no Brasil – crianças e adolescentes estão sob risco de teorias e práticas pós-modernas de desconstrução. Mas não preocupe-se, educadora, educador. Seus problemas acabaram. Siga as instruções desse pequeno manual, produzido a partir de análises de legislação e inspirações filosóficas para facilitar o seu trabalho. Palavras chave: Escola. Infância. Sexualidade. Gênero. Abstract: The so-called 'Gender Ideology' causes panic in Brazil-children and adolescents are at risk of theories and practices of postmodern deconstruction. But do not worry yourself, teacher. Your problems are over. Follow the instructions in this short manual, produced from legislation analysis and philosophical inspirations to make your work easier.
O presente trabalho é um desdobramento da dissertação de mestrado intitulada “Tiros, lâmpadas, mapas e medo: cartografias da homofobia como dispositivo de biopoder”, defendida no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade... more
O presente trabalho é um desdobramento da dissertação de mestrado intitulada “Tiros, lâmpadas, mapas e medo: cartografias da homofobia como dispositivo de biopoder”, defendida no Programa de Pós-Graduação em Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro em março de 2012. Memórias produzidas a partir de uma viagem, gravadas em pequenos fragmentos, como fotografias, anotações, materiais informativos, cartões-postais. Este texto traz algumas questões sobre a construção de uma cartografia que acompanhe a homofobia na fabricação de corpos, performances de gênero e do próprio espaço urbano. Para tanto, o caminho metodológico precisa se haver com critérios políticos, levando em conta as possibilidades e criações, para analisar os processos produtivos em curso, deixando de lado um juízo transcendente (DELEUZE, 1990). A escolha de uma metodologia produz mundos, e está sempre implicada com relações de poder.
This article aims to discuss the resonance of the pseudoscientific concept known as "Gender Ideology" in the Brazilian educational system. For this purpose, we used two focuses of analysis: formal and non-formal educations. In... more
This article aims to discuss the resonance of the pseudoscientific concept known as "Gender Ideology" in the Brazilian educational system. For this purpose, we used two focuses of analysis: formal and non-formal educations. In formal education, we will discuss the consequences of the removal of sexual orientation from the school curriculum and its effects at different levels of education. In non-formal education, we will discuss the censorship that certain works of art or artistic exhibitions have suffered, based on a discourse of protection towards children and teenagers. The socialization of this category occurs through social media, ignoring the last decades of academic production on theories of gender and sexuality. I argue that -in a violent way- it takes the place of a new Christian dogma that has been producing subjectivities.
No dia 14 de novembro de 2010, apos a realizacao da 15a Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, um jovem gay foi baleado por um militar em servico. No mesmo dia, homossexuais foram agredidos na Avenida Paulista, em Sao Paulo. A... more
No dia 14 de novembro de 2010, apos a realizacao da 15a Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, um jovem gay foi baleado por um militar em servico. No mesmo dia, homossexuais foram agredidos na Avenida Paulista, em Sao Paulo. A homofobia ganha manchetes de jornal: violencia dirigida a um grupo especifico, vulneravel. Mas por que os homossexuais seriam ‘perigosos’ a ponto de serem sistematicamente eliminados?
No dia 14 de novembro de 2010, apos a realizacao da 15a Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, um jovem gay foi baleado por um militar em servico. No mesmo dia, homossexuais foram agredidos na Avenida Paulista, em Sao Paulo. A... more
No dia 14 de novembro de 2010, apos a realizacao da 15a Parada do Orgulho LGBT do Rio de Janeiro, um jovem gay foi baleado por um militar em servico. No mesmo dia, homossexuais foram agredidos na Avenida Paulista, em Sao Paulo. A homofobia ganha manchetes de jornal: violencia dirigida a um grupo especifico, vulneravel. Mas por que os homossexuais seriam ‘perigosos’ a ponto de serem sistematicamente eliminados?
Em 28 de junho de 1969, lesbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, drag queens e outros frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova York, enfrentaram as constantes violencias da policia e iniciaram uma revolta que durou varios... more
Em 28 de junho de 1969, lesbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, drag queens e outros frequentadores do bar Stonewall Inn, em Nova York, enfrentaram as constantes violencias da policia e iniciaram uma revolta que durou varios dias. Tal data e um marco na luta pela diversidade sexual e de genero. Entretanto, em 2014, 326 pessoas foram assassinadas por conta de sua orientacao sexual e/ou identidade de genero no Brasil. Por conta desse debate, o presente trabalho apresenta a experiencia de organizacao e realizacao do Seminario de Extensao ‘Psicologia, Diversidade Sexual e de Genero: caminhos e composicoes’. O evento teve tres meses de organizacao, no qual foram estudados temas sobre sexualidade e LGBTfobia, alem de desenvolver atividades praticas de comunicacao, divulgacao e realizacao do evento. O Seminario aconteceu no dia 30 de junho de 2015, no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, com mais de 150 participantes de diversas instituicoes. Este ...
Infância e adolescencia sao conceitos construidos socialmente; nao existe, assim, uma vivencia universal de juventude. Jovens pobres foram historicamente criminalizados e internados em instituicoes para controle social, a partir de uma... more
Infância e adolescencia sao conceitos construidos socialmente; nao existe, assim, uma vivencia universal de juventude. Jovens pobres foram historicamente criminalizados e internados em instituicoes para controle social, a partir de uma rede de discursos, saberes e praticas. A experiencia de abrigamento cumpre a funcao de exclusao desses sujeitos, promovendo a legitimacao dos modos de existencia socialmente tidos como “norma”. Restringe, ainda, as possibilidades de experimentacao da sexualidade, direito humano que deve ser garantido. Apontamos, desse modo, a problematizacao da sexualidade no interior dessas instituicoes, com gestores, profissionais e jovens, para promover um exercicio autonomo de seu corpo e sua sexualidade.
This article presents an analysis based on the experiences of teachers in both public and private education networks in the metropolitan region of Rio de Janeiro, about gender and sexual diversity in schools. The project started from the... more
This article presents an analysis based on the experiences of teachers in both public and private education networks in the metropolitan region of Rio de Janeiro, about gender and sexual diversity in schools. The project started from the Extension Project “Sexual diversity in school”, in Federal University of Rio de Janeiro. The method employed is based on quality research and observation. The data were collected during the planning and execution of the method's procedures, from April 2007 through April 2008, and registered in the procedure's diary and codified by thematic analysis. The identified meaningful core comprehends two debates: gender, having as its prevalent meaning the “essentialization” of feminine and masculine; and the representation of the homosexual, with its symbolic features and its “essentialization”. It was concluded that schools produce discourses about sexuality under the token of interdiction and rules, based on the commonsense standards of heterosexu...
O presente texto analisa modos de narracao sobre assassinatos de adolescentes por LGBTIfobia no Brasil. Entende-se que narratividades fazem historias operarem como incompletas e, portanto, passiveis de transmissao e transformacao, sendo... more
O presente texto analisa modos de narracao sobre assassinatos de adolescentes por LGBTIfobia no Brasil. Entende-se que narratividades fazem historias operarem como incompletas e, portanto, passiveis de transmissao e transformacao, sendo uma estrategia relevante para pesquisa em psicologia social. Dessa maneira, esta pesquisa investigou debates relacionados aos relatorios anuais sobre assassinatos LGBTIfobicos pelo Grupo Gay da Bahia. Em seguida, as narrativas em torno de uma historia especifica de um adolescente morto (em Sao Paulo, em 2014) foram analisadas. Pode-se perceber que genero, sexualidade e geracao sao categorias politicamente geridas para preservacao da vida ou exposicao a ameacas, apontando para a necessidade de um conceito amplo de LGBTIfobia que esteja atento a responsabilidade social e coletiva nas mortes.
O presente artigo analisa uma experiência de pesquisa em hospital infantil no Rio de Janeiro, que teve por objetivo identificar estratégias de gestão de profissionais de nível médio, a partir da micropolítica do trabalho vivo. Para tanto,... more
O presente artigo analisa uma experiência de pesquisa em hospital infantil no Rio de Janeiro, que teve por objetivo identificar estratégias de gestão de profissionais de nível médio, a partir da micropolítica do trabalho vivo. Para tanto, utilizamos uma metodologia qualitativa de pesquisa participante. Questões de gênero surgiram na construção dos dados em discursos e práticas de profissionais de um setor da área-meio, e tomamos estes analisadores dos processos de trabalho e cuidado no serviço. As construções de gênero produzem modos dos sujeitos viverem, experimentarem e operarem o mundo. Assim, observamos que profissionais de saúde restringiram usuárias ao papel materno, e se identificaram no serviço de acordo com os padrões de gênero socialmente instituídos. Concluímos que é preciso dar visibilidade às práticas da área-meio dos serviços de saúde, pois é produtora de cuidado e de sujeitos – usuários e trabalhadores. Palavras-chave: Trabalho em saúde; Cuidado em saúde; Gênero; Prod...
O presente texto, um ensaio experimental, surgiu a partir de duas situações de violência homofóbica que ocorreram em Quatorze de Novembro de 2010 e ganharam espaço na grande mídia. Os efeitos de um tiro e de um golpe de lâmpada... more
O presente texto, um ensaio experimental, surgiu a partir de duas situações de violência homofóbica que ocorreram em Quatorze de Novembro de 2010 e ganharam espaço na grande mídia. Os efeitos de um tiro e de um golpe de lâmpada reverberaram nos corpos e construíram o modo de se relacionar com as outras pessoas e o caminhar pelas cidades. Amplamente divulgada, a homofobia regula as performances de gênero dos sujeitos, esvazia os espaços públicos, fortalece o funcionamento dos sistemas de controle da vida e constrói a cidade como território de medo. As políticas de enfrentamento da homofobia produzem despolitização e individualização das problemáticas sociais e coletivas. Porém, a insistência de corpos andarem pela cidade produziu fraturas nas relações estabelecidas. Assim, possibilitou a experimentação da força e da potência dos encontros inesperados, do corpo e do afeto como formas de resistência, e das lutas cotidianas pelo direito de existir.
Um acoplamento viral com HIV é uma composição que põe à prova mecanismos como a temporalidade da reprodução sexual e a relacionalidade social. É esse campo que cruza política e sexualidade, matizado por graus de ansiedade e pânico que... more
Um acoplamento viral com HIV é uma composição que põe à prova mecanismos como a temporalidade da reprodução sexual e a relacionalidade social. É esse campo que cruza política e sexualidade, matizado por graus de ansiedade e pânico que analisamos nesse artigo, explorando as dimensões da contaminação dentro um panorama mais amplo das políticas ecológicas. Inspirados nos debates sobre biopoder, propomos um experimento narrativo e ensaístico a partir trajetórias de crianças vivendo com HIV nas escolas, argumentando que a iminência de contaminação dos corpos nos currículos convida a pensar os entrelaçamentos entre vida e morte e vida e não-vida. Sugerimos, assim, o vírus como uma figura de poder que produz a materialização diferença como um erro metabólico do tempo da reprodução e da projeção do futuro. Defendemos que abordar a experiência dessas crianças oferece um suplemento às considerações (bio)políticas dos debates ambientais e das políticas ecológicas. O agenciamento viral coloca e...
Este artigo apresenta a análise dos relatos de professores da rede pública e privada de educação da região metropolitana do Rio de Janeiro sobre diversidade sexual e gênero na escola, a partir da experiência do projeto de extensão... more
Este artigo apresenta a análise dos relatos de professores da rede pública e privada de educação da região metropolitana do Rio de Janeiro sobre diversidade sexual e gênero na escola, a partir da experiência do projeto de extensão “Diversidade sexual na escola”, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. O método utilizado teve como base a pesquisa qualitativa e, como instrumento de coleta de dados, a observação das ações de extensão, no transcorrer de abril de 2007 a abril de 2008. Os dados foram registrados em diário de campo e codificados a partir da análise temática. Os núcleos de sentido identificados abarcam duas discussões: gênero, tendo como significado predominante a essencialização do feminino e do masculino; e a representação do homossexual, contemplando as características simbólicas do homossexual e sua essencialização. Conclui-se que a escola produz discursos sobre a sexualidade sob a chancela do interdito e da norma, a partir do padrão heterossexual. A partir desse ent...
Resumo Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade... more
Resumo Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade através do ...
O presente trabalho apresenta reflexões a partir da experiência de realização de dispositivos grupais com jovens institucionalizados em um abrigo público no Rio de Janeiro. Tal atividade integra-se às atividades de pesquisa-intervenção do... more
O presente trabalho apresenta reflexões a partir da experiência de realização de dispositivos grupais com jovens institucionalizados em um abrigo público no Rio de Janeiro. Tal atividade integra-se às atividades de pesquisa-intervenção do projeto “ ...
Resumo O presente artigo analisa, de maneira crítica, os 20 anos da Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia. Tal documento regulamenta o exercício profissional sobre orientação sexual; mais exatamente, veta práticas de... more
Resumo O presente artigo analisa, de maneira crítica, os 20 anos da Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia. Tal documento regulamenta o exercício profissional sobre orientação sexual; mais exatamente, veta práticas de patologização e discriminação, e incentiva o enfrentamento ao preconceito e à violência. Primeiramente, discutimos como a Resolução foi objeto de debate legislativo e esteve cerceada pelo judiciário, apesar de sua imensa visibilidade, força política e capacidade de garantia de direitos humanos – ou, talvez, justamente por isso. Em seguida, analisamos o objetivo de tais ações – autorizar práticas que tentam reverter a homossexualidade: elas não têm fundamentos no atual conhecimento psicológico, configuram exercício de tortura e produzem efeitos de intenso sofrimento e adoecimento. Posteriormente, debatemos desafios e possibilidades para posicionamento ético do exercício profissional da Psicologia com homossexualidades em diferentes campos de atuação (edu...
No Rio de Janeiro, em 14 de novembro de 2010, um jovemhomossexual foi baleado por um militar em servico, logo apos a realizacao daParada do Orgulho LGBT. Para analisar a homofobia e seus efeitos comoprocesso de producao controlada de... more
No Rio de Janeiro, em 14 de novembro de 2010, um jovemhomossexual foi baleado por um militar em servico, logo apos a realizacao daParada do Orgulho LGBT. Para analisar a homofobia e seus efeitos comoprocesso de producao controlada de corpos e subjetividades no contemporâneo,foi necessario retornar a emergencia do dispositivo da sexualidade a partir doseculo XVIII, conforme descrito por Michel Foucault, e o surgimento dacategoria ‘homossexual’ no seculo XIX. Uma classificacao psiquiatrica queidentifica um ‘tipo’, com caracteristicas proprias transformadas no fundamentode sua existencia. As agressoes que tomam homossexuais como alvos saopunicoes, nomeadas de homofobia, funcionando na reafirmacao das normas,sustentados por discursos que marcam alguns modos de existencia comoilegitimos e anormais. Tal qual o militar que disparou contra um homossexual,a eliminacao de corpos se da em nome da vida saudavel, em defesa dasociedade. A homofobia produz medo, que mata possibilidades, legitimape...
Nos últimos anos, questões sobre infância, escola, sexualidade e gênero estão na mira de variadas proposições do Estado. Assim, este artigo propõe colocar em análise o processo de normalização das subjetividades na infância através da... more
Nos últimos anos, questões sobre infância, escola, sexualidade e gênero estão na mira de variadas proposições do Estado. Assim, este artigo propõe colocar em análise o processo de normalização das subjetividades na infância através da regulação da masturbação no espaço escolar.  A construção da sexualidade das crianças, através de brincadeiras e regras, está atrelada a uma relação de gênero tradicional. Além disso, a masturbação é negada como um ato lúdico de prazer para a criança conhecer seu corpo, principalmente na escola. Porém, a tentativa de proibição de assuntos e práticas de construção do corpo e do prazer, mais do que reprimir, insiste em criar modos normalizados de existência. Assim, ao investigarmos relações entre sexualidade, infância e escola, propomos colocar em análise as proibições estabelecidas entre tais termos e a masturbação.
Psychology, in fifty years of regulation in Brazil, became a widespread knowledge for its activities: in the field, in the formulation of public policies, and in the production of academic knowledge. The purpose of this article is to... more
Psychology, in fifty years of regulation in Brazil, became a widespread knowledge for its activities: in the field, in the formulation of public policies, and in the production of academic knowledge. The purpose of this article is to discuss the tensions and the effects that emerge in the act of searching, with reference to the cartography as a method. Through these analyzes, new questions are introduced to the field of production of knowledge, inviting the readers to think about the act of searching as a political practice. The process of knowledge production is understood from mobile ways of visibility and enunciation that make up networks, in which the researcher is not neutral, but makes choices associated with emotions, tensions and desires. The principal function of research is analyzed from the standpoint of effect production and science as a nomadic and hybrid practice.
A relação entre o profissional, com suas técnicas e saberes, e o usuário, com suas necessidades e o desejo de retornar a sua autonomia, é um dos espaços que pontua a integralidade na produção em saúde. Ambiente em que profissional e... more
A relação entre o profissional, com suas técnicas e saberes, e o usuário, com suas necessidades e o desejo de retornar a sua autonomia, é um dos espaços que pontua a integralidade na produção em saúde. Ambiente em que profissional e usuário têm poderes e autonomia e podem colaborar ou competir. O objetivo neste estudo é compreender e problematizar o termo 'integral' na educação profissional e na saúde. Este termo está relacionado a formas de se produzir saúde no interior dos serviços e à formação com acesso à totalidade dos saberes envolvidos no trabalho e na educação. Nesta perspectiva, utilizamos a pesquisa bibliográfica de base qualitativa, através de sucessivas leituras do material bibliográfico, elaborando uma discussão argumentativa entre os diferentes referenciais teóricos do campo da saúde e da educação. Ao fim, podemos identificar os distintos entrelaçamentos que constituem a integralidade integral na formação em saúde.
O artigo tem como temática a problematização acerca da emergência dos direitos sexuais como direitos humanos e dos processos de criminalização contemporâneos que se materializam na violência sexual, colocando em análise suas múltiplas... more
O artigo tem como temática a problematização acerca da emergência dos direitos sexuais como direitos humanos e dos processos de criminalização contemporâneos que se materializam na violência sexual, colocando em análise suas múltiplas formas de entendimento e delimitações. Busca-se visibilizar produções de saberes - sempre articulados a relações de poder - para pôr em questão processos de subjetivação, a partir da análise do funcionamento do poder biopolítico e seus efeitos na contemporaneidade.
O presente texto analisa modos de narração sobre assassinatos de adolescentes por LGBTIfobia no Brasil. Parto do princípio de que certos modos de narrar permitem estabelecer histórias como completas ou incompletas. Tais narratividades são... more
O presente texto analisa modos de narração sobre assassinatos de adolescentes por LGBTIfobia no Brasil. Parto do princípio de que certos modos de narrar permitem estabelecer histórias como completas ou incompletas. Tais narratividades são dirigidas à transmissão e transformação, e aqui servem como uma estratégia relevante para a pesquisa em psicologia social. Esta pesquisa investigou debates referentes aos relatórios anuais sobre assassinatos LGBTIfóbicos produzidos pelo Grupo Gay da Bahia. Em seguida, analisamos diferentes narrativas em torno de uma história específica sobre um adolescente negro e gay morto em São Paulo, em 2014. Gênero, sexualidade e geração são categorias politicamente geridas para preservação da vida ou diante da exposição a ameaças. Este artigo afirma a importância de um conceito amplo de LGBTIfobia que esteja atento à responsabilidade social e coletiva para com as mortes
O presente artigo analisa, de maneira crítica, os 20 anos da Resolução nº 01/1999 do Conselho Federal de Psicologia. Tal documento regulamenta o exercício profissional sobre orientação sexual; mais exatamente, veta práticas de... more
O presente artigo analisa, de maneira crítica, os 20 anos da Resolução nº 01/1999
do Conselho Federal de Psicologia. Tal documento regulamenta o exercício profissional sobre
orientação sexual; mais exatamente, veta práticas de patologização e discriminação, e incentiva
o enfrentamento ao preconceito e à violência. Primeiramente, discutimos como a Resolução foi
objeto de debate legislativo e esteve cerceada pelo judiciário, apesar de sua imensa visibilidade,
força política e capacidade de garantia de direitos humanos – ou, talvez, justamente por isso.
Em seguida, analisamos o objetivo de tais ações – autorizar práticas que tentam reverter a
homossexualidade: elas não têm fundamentos no atual conhecimento psicológico, configuram
exercício de tortura e produzem efeitos de intenso sofrimento e adoecimento. Posteriormente,
debatemos desafios e possibilidades para posicionamento ético do exercício profissional da
Psicologia com homossexualidades em diferentes campos de atuação (educação, justiça e
política de saúde) de forma a enfrentar as patologizações. Por fim, interrogamos a votação do
Supremo Tribunal Federal sobre a criminalização da LGBTIfobia a partir da criminologia crítica,
em dialogo com os efeitos da Resolução no 01/1999. Concluímos que este documento, ainda que
insuficiente para eliminar as práticas de LGBTIfobia, segue um instrumento relevante para uma
Psicologia de garantia dos direitos humanos.
Este artigo visa discutir as ressonâncias do conceito pseudocientífico chamado de "Ideologia de Gênero" na educação brasileira. Para isto, tomamos dois focos de análise, um formal e outro não formal. Assim, na educação formal, vamos... more
Este artigo visa discutir as ressonâncias do conceito pseudocientífico chamado de "Ideologia de Gênero" na educação brasileira. Para isto, tomamos dois focos de análise, um formal e outro não formal. Assim, na educação formal, vamos discutir consequências da retirada da orientação sexual do currículo escolar e sua afetação nos diferentes níveis do ensino. Na educação não formal, discutiremos a censura de determinadas obras ou mostras artísticas, usando um discurso de proteção às crianças e adolescentes. A socialização desta categoria se dá através das mídias sociais, ignorando a produção acadêmica das últimas décadas sobre teorias de gênero e sexualidade e de forma viral e violenta assume o lugar de novo dogma cristão e vem afetando as subjetividades.
O presente trabalho objetiva investigar a influência dos escritos de Walter Benjamin nos estudos de gênero e, mais especificamente, na chamada “virada temporal” da Teoria Queer, composta por trabalhos que questionam e subvertem maneiras... more
O presente trabalho objetiva investigar a influência dos escritos de Walter Benjamin nos
estudos de gênero e, mais especificamente, na chamada “virada temporal” da Teoria
Queer, composta por trabalhos que questionam e subvertem maneiras normativas de
medir a relação entre sexualidade, política e temporalidade. A normatividade temporal
refere-se ao pressuposto muitas vezes naturalizado de que o tempo “corre” de maneira
linear, teleológica e progressiva, o que se desdobra nos estudos de gênero em pelo
menos duas importantes dimensões: na sedimentação de modelos normativos de
trajetórias de vida, tanto hétero (casamento, reprodução, formação de uma família),
quanto homo e transexual (saída do armário, reafirmação do gênero, auto-aceitação);
e, em uma dimensão mais ampla, pela historicização dos movimentos sociais como
narrativas de progresso (metáfora das “ondas” no movimento feminista) e pela
positivação das identidades (orgulho gay). Para contrapor tais princípios, discutiremos
como pesquisadores e pesquisadoras procuram no diálogo com Walter Benjamin - em
especial com suas Teses sobre o conceito de história - maneiras de tecer uma
historiógrafa queer, tomando como conceitos balizadores a ruptura, a anacronia, a
melancolia e o trauma. Trata-se, em uma última análise, de destacar como o
pensamento benjaminiano pode instigar e visiblizar a potência política de histórias e
experiências dissidentes que não se enquadram ou são de alguma forma desprezadas
dentro da narrativa de “progresso social”.
Quem paga o preço com o desmonte do Programa Rio Sem Homofobia (RSH) pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro? O que possibilita anunciar uma política como sucedida ou fracassada? Quais as condições necessárias para execução de... more
Quem paga o preço com o desmonte do Programa Rio Sem Homofobia (RSH) pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro? O que possibilita anunciar uma política como sucedida ou fracassada? Quais as condições necessárias para execução de serviços públicos para a população LGBTI? Tal qual a genealogia trabalhada por Michel Foucault, o presente texto recupera registros relativos a alguns momentos do Programa Rio Sem Homofobia para compreensão de lutas, movimentos e processos históricos em operação. Não se trata de uma busca exaustiva e conclusiva de informações, e nem mesmo uma tentativa de desvelar um passado supostamente verdadeiro e definitivo. Não obstante, acreditamos que este texto pode colaborar para a compreensão do tempo presente e não responder, mas, ao menos, tentar extrair implicações das perguntas formuladas. O texto está dividido em seis itens, organizado a partir da noção de constelação de Walter Benjamin, a agrupar diferentes ideias por semelhanças provisórias. Primeiro, a apresentação de marcadores metodológicos. Segundo, o funcionamento do RSH na última gestão do Governo do Estado do Rio de Janeiro. Terceiro, a análise de processos relacionados à concepção, inauguração e implementação do Programa. Quarto, a discussão referente a serviços anteriores ao RSH, executados por movimentos sociais, com financiamento público. Quinto, a crítica às narrativas de sucesso, numa tentativa de possibilitar miradas diferentes sobre o presente. Por fim, o apontamento para experiências e responsabilidades que ainda (nos) restam.
Resumo: Um acoplamento viral com HIV é uma composição que põe à prova os mecanismos da temporalidade da reprodução sexual e da relacionalidade social. Nesse artigo, nós analisamos o campo que cruza sexualidade e graus de ansiedade e... more
Resumo: Um acoplamento viral com HIV é uma composição que põe à prova os mecanismos da temporalidade da reprodução sexual e da relacionalidade social. Nesse artigo, nós analisamos o campo que cruza sexualidade e graus de ansiedade e pânico, explorando as dimensões da contaminação dentro um panorama mais amplo das políticas ecológicas. Para tanto, este texto é experimento narrativo a partir trajetórias de crianças vivendo com HIV nas escolas no qual argumentamos que a iminência de contaminação dos corpos nos currículos convida a pensar os entrelaçamentos entre vida e morte e vida e não-vida. Inspirados nos debates sobre biopoder, nós sugerimos que o vírus é uma figura de poder através da qual a materialização diferença é produzida como um erro metabólico do tempo da reprodução e da projeção do futuro. Desta forma, a experiência dessas crianças oferece um suplemento às considerações (bio)políticas dos debates ambientais e das políticas ecológicas. O agenciamento viral coloca enredamentos existentes nos currículos entre sexualidade e ecologia que tem recebido pouco crédito nos recentes debates sobre o Antropoceno. Esses laços complicam a imaginação ética da vida social ao expandir o corpo para além do humano. Eles ermitem abordar como e onde as disposições de poder dos currículos podem ser configuradas ao colabar os corpos como unidades separáveis em si mesmas e hermeticamente fechadas. Palavras-chave: crianças com HIV; biopoder; ecologia queer; currículo.
Abstract: A viral coupling (with HIV) is a composition that tests the mechanisms of temporality of sexual reproduction and social relationality. In this article, we analyze the field that crosses sexuality and degrees of anxiety and panic, exploring the dimensions of contamination within a broader framework of ecological policies. This text is a narrative experiment from trajectories of children living with HIV in schools in which we argue that the imminence of contamination of bodies in the curriculum invites us to think the entanglement between life and death and life and nonlife. Inspired by the debates on biopower, we suggest that the virus is a power figure through which materialisation difference is produced as a metabolic error of the time of reproduction and the projection of the future. Therefore, the experience of these children provides a supplement to the (bio)political considerations of environmental debates. The viral coupling (with HIV) puts existing interlinkages in the curriculum between sexuality and political ecology that has received little credit in the recent debates on the Anthropocene. These ties complicate the ethical imagination of social life by expanding the body beyond the human. They allow us to address how and where the power arrangements of curriculum can be configured by collapsing bodies as separate and hermetically sealed units.
Era uma vez um pedaço de madeira. O presente texto vale-se da história de Pinóquio, originalmente escrita pelo italiano Carlo Collodi, em 1881, para colocar em análise a constituição da infância moderna. Os indóceis corpos de crianças... more
Era uma vez um pedaço de madeira. O presente texto vale-se da história de Pinóquio,
originalmente escrita pelo italiano Carlo Collodi, em 1881, para colocar em análise a constituição da
infância moderna. Os indóceis corpos de crianças passam por uma jornada de humanização na família
nuclear e no estabelecimento escolar, no qual devem atender às regras morais, com o objetivo de serem
cidadãos trabalhadores e produtivos no futuro. As peripécias de um boneco de madeira em sua jornada para
ser um menino – dito de verdade – apresentam a fragilidade das instituições que teimam em lhe exigir um
comportamento normatizado. No final, o objetivo é alcançado, mas o boneco de madeira ainda está lá; ele ri
da história linear dos vencedores, questiona as regras do teatro e da escrita, afirma o exercício político de
narrar, tensionando os sentidos do que é ser um menino, ser verdadeiro, e ser humano. Em diálogo com a
filosofia e a literatura, Pinóquio dirige-nos à ousadia de conversarmos com vidas e existências interrompidas,
destruídas e indesejadas, imaginadas por nós, que não as entendemos como improváveis. Aos regimes que
querem silenciar, tentemos dizer: era uma vez, e outra, e mais outra
Resumo Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade... more
Resumo Foucault aborda a existência de um dispositivo da sexualidade, conjunto heterogêneo que compõe uma estratégia de gerenciamento e controle de corpos, de modos de ser e de populações. Este dispositivo opera sobre a sexualidade através do ...
Este trabalho discute posicionamentos da psicologia em relação à homofobia. A cartografia, método descrito por Deleuze e Guattari e que acompanha processos produtivos foi escolhida para compreender estes acontecimentos. O... more
Este trabalho discute posicionamentos da psicologia em relação à homofobia. A cartografia,
método descrito por Deleuze e Guattari e que acompanha processos produtivos foi escolhida
para compreender estes acontecimentos. O psicólogo-pesquisador investigou posicionamentos
da psicologia sobre homofobia em diferentes espaços. Analisamos as experiências a partir
dos estudos de Foucault sobre sexualidade e agrupamos em três linhas de discussão. Primeiramente,
a prática psicológica que chamaremos de homofóbica, pois profissionais propõem
“reorientar” homossexuais para se tornarem heterossexuais – desqualificando modos de existência
e legitimando a eliminação destes sujeitos. Segundo, a psicologia da homofobia na qual
pesquisadores explicam, de forma individualizante e naturalizante, as causas da homofobia,
alimentando o medo difuso. Por fim, a psicologia de enfrentamento à homofobia, com práticas
para desnaturalização e despatologização de prazeres e experiências humanas. Estas diferentes
perspectivas estão em disputa, atendendo a diversos interesses, e faz-se necessário o posicionamento
ético da psicologia para o combate aos estigmas e discriminações.
Research Interests:
O presente texto coloca em análise o papel da psicologia em políticas públicas relativas à diversidade sexual e de gênero, tomando como analisador práticas profissionais no Rio de Janeiro. Este texto não deve ser entendido como a... more
O presente texto coloca em análise o papel da psicologia em políticas públicas relativas à diversidade sexual e de gênero, tomando como analisador práticas profissionais no Rio de Janeiro. Este texto não deve ser entendido como a apresentação de um método de trabalho; o objetivo é utilizar essas práticas para compreender alguns modos de produção da psicologia e políticas públicas no contemporâneo.
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O presente artigo analisa uma experiência de pesquisa em hospital infantil no Rio de Janeiro, que teve por objetivo identificar estratégias de gestão de profissionais de nível médio, a partir da micropolítica do trabalho vivo. Para tanto,... more
O presente artigo analisa uma experiência de pesquisa em hospital infantil no Rio de Janeiro, que teve por objetivo identificar estratégias de gestão de profissionais de nível médio, a partir da micropolítica do trabalho vivo. Para tanto, utilizamos uma metodologia qualitativa de pesquisa participante. Questões de gênero surgiram na construção dos dados em discursos e práticas de profissionais de um setor da área-meio, e tomamos estes analisadores dos processos de trabalho e cuidado no serviço. As construções de gênero produzem modos dos sujeitos viverem, experimentarem e operarem o mundo. Assim, observamos que profissionais de saúde restringiram usuárias ao papel materno, e se identificaram no serviço de acordo com os padrões de gênero socialmente instituídos. Concluímos que é preciso dar visibilidade às práticas da área-meio dos serviços de saúde, pois é produtora de cuidado e de sujeitos – usuários e trabalhadores.
Palavras-chave: Trabalho em saúde; Cuidado
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A presente tese investigou tensões entre o assassinato de crianças e adolescentes por LGBTIfobia e os marcadores de gênero e sexualidade. A genealogia foucaultiana e as constelações benjaminianas serviram como inspirações... more
A presente tese investigou tensões entre o assassinato de crianças e adolescentes por LGBTIfobia e os marcadores de gênero e sexualidade. A genealogia foucaultiana e as constelações benjaminianas serviram como inspirações metodológicas para estabelecer um texto que une diferentes elementos e planos de análise. É um estudo entre as ruínas da violência, valendo-se, como fonte, de registros escritos de memórias e produções textuais e audiovisuais: reportagens da mídia (impressa, online e televisiva), relatórios de pesquisa, documentos estatais, livros, filmes, exposições de arte. Tais elementos foram desmontados e elaborados em narrativas, que reapresentam dados e situações de forma a provocar experiências incompletas e incômodas. Percebe-se que narrar não é uma salvação, mas indica a importância de enfrentar LGBTIfobia no tempo de agora, como uma urgência nas condições estabelecidas. Dessa maneira, relatos sobre assassinatos indicaram que a violência mantém o funcionamento pretensamente linear e evolutivo da infância, da história, do gênero e da sexualidade. A ideia de progresso tem um custo: estratégias de apagamento (discursivo e/ou material) de vidas que se valem de modos divergentes de existência, em nome de um futuro que seria melhor. A ideia de proteção defende que infâncias e corpos estejam enquadrados nas normas, reforçando seu funcionamento. Estratégias valorizadas enquanto avanço ou mesmo fundadas nessa ideia estabelecem quadros excludentes para sua manutenção. Enquanto isso, os assassinatos de crianças e adolescentes continuam a acontecer – justamente porque há aquelas inadequadas, que ameaçam os sistemas. São categorias de sujeitos deixadas para trás na direção do progresso. Sua visibilidade ameaça a ideia de sucesso – de vidas, de políticas públicas e das normas. Essa perda é irreparável, e não pode esperar por dias melhores. Trata-se de um esforço para tornar mais vidas reconhecidas como dignas de existência ou, quando interrompidas, de luto e luta. Conclui-se que esse estudo é incompleto na transformação das condições de existência. Mas o tempo não retrocede, pois há um esforço de lembrar e narrar, indicando que, pelo menos, alguma coisa mudou de posição.
Palavras-chave: Infância. Gênero. Sexualidade. LGBTIfobia.
corpos e subjetividades no contemporâneo. A partir do trabalho de Michel Foucault, entende-se que a sexualidade é uma complexa estratégia de saber-poder estabelecida a partir do século XVIII, valendo-se de normas para a produção regulada... more
corpos e subjetividades no contemporâneo. A partir do trabalho de Michel Foucault,
entende-se que a sexualidade é uma complexa estratégia de saber-poder estabelecida a partir
do século XVIII, valendo-se de normas para a produção regulada corpos (individualizados),
subjetividades (homogeneizadas), populações (ordenadas). Um ‘dispositivo da sexualidade’
investido na produção de ‘biopoder’. Foi utilizada a cartografia como metodologia para
mapear processos de produção de subjetividade. O corpo é o principal instrumento do
cartógrafo, sensível às relações de poder. Esta cartografia parte de duas situações de violência
ocorridas no dia 14 de novembro de 2010: no Rio de Janeiro, um jovem homossexual foi
baleado por um militar em serviço próximo a um quartel. Em São Paulo, um grupo de
homossexuais foi agredido por rapazes, um deles usando uma lâmpada fluorescente. Os locais
das agressões são os mesmos das Paradas do Orgulho LGBT destas cidades. Para entender
tais atos, foi necessário retornar ao surgimento da categoria ‘homossexual’ no século XIX.
Uma classificação psiquiátrica que identifica um ‘tipo’, com características próprias
transformadas no fundamento de sua existência. A normatização sexual produz atualmente
um modelo que todos devem seguir – a heteronormatividade. As agressões que tomam
homossexuais como alvos são punições, nomeadas de homofobia, funcionando na
reafirmação das normas, sustentados por discursos que marcam alguns modos de existência
como ilegítimos e anormais. Tal qual o militar que disparou contra um homossexual, a
eliminação de corpos se dá em nome da vida saudável, em defesa da sociedade. Por conta dos
acontecimentos de Quatorze de Novembro, o debate sobre a homofobia toma as ruas, os
noticiários e as conversas cotidianas. Certa noite, o cartógrafo anda sozinho pelas ruas de São
Paulo, e o medo torna-se um potente atravessamento, produzindo a forma como se relaciona
com o espaço, como constrói sua performance de gênero. O medo mata possibilidades,
legitima pedidos por controle e disciplina, move economias, esvazia o espaço público, marca
um sujeito como inimigo. Por conta do medo, o corpo-homofóbico, anormal, precisa ser
localizado, controlado, destruído; para proteção do indivíduo-homossexual - desde que este
seja adequado à diversas normas sociais. A violência torna-se questão individual e
naturalizada, enquanto a eliminação sistemática das diferenças prossegue silenciosa. O medo
é útil. Porém, em outra noite em São Paulo, a cidade é tomada por um grande evento cultural,
tornando-se encontro de estéticas diversas. O enfrentamento da homofobia neste espaço não
se deu pela naturalização de uma categoria, mas pela dispersão da mesma. O dispositivo da
sexualidade produziu resistências: o corpo é desnaturalizado, investido por diversas
tecnologias, produtor de prazeres para além do sexo. As identidades, construções móveis,
servem como estratégia política para a reivindicação de garantia de direitos e o
estabelecimento de relações de amizade não-institucionalizadas. A cidade, vivida antes como
medo, pode ganhar uma nova geografia ao se tomar a diversidade como potência, sem
naturalizar classificações nem organizar espaços. Por suas transformações, o corpo do
cartógrafo pôde registrar como a diferença produz encontros, transforma relações, inventa
mundos.
Palavras-chave: Homofobia. Biopoder. Medo. Homossexualidade. Heteronormatividade.
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Tradução livre do texto “Une école pour Alan”, originalmente publicado em http://www.liberation.fr/chroniques/2016/01/22/une-ecole-pour-alan_1428369 dia 22 de janeiro de 2016. O garoto trans de 17 anos morreu por conta das intimidações... more
Tradução livre do texto “Une école pour Alan”, originalmente publicado em http://www.liberation.fr/chroniques/2016/01/22/une-ecole-pour-alan_1428369 dia 22 de janeiro de 2016.

O garoto trans de 17 anos morreu por conta das intimidações sofridas em seu colégio. Quando a escola é o primeiro espaço de aprendizagem da violência de gênero e sexualidade.
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