Resumo: Este estudo possui o objetivo de proceder ao exame do insulamento em contos do escritor argentino Adolfo Bioy Casares (1914-1999). Para isso, levam-se em consideração as modulações com que o insulamento se apresenta em alguns dos...
moreResumo: Este estudo possui o objetivo de proceder ao exame do insulamento em contos do escritor argentino Adolfo Bioy Casares (1914-1999). Para isso, levam-se em consideração as modulações com que o insulamento se apresenta em alguns dos contos publicados por Bioy entre 1948 e 1997. De início, o insulamento é objeto de atenção em virtude dos espaços narrativos insulares constantes dos enredos de La invención de Morel (1940) e Plan de evasión (1945), referidos pela crítica literária como “romances gêmeos”. Em seguida, reflete- se sobre as ampliações, ressonâncias e ressignificações do insulamento em contos casareanos e identifica-se que sua ocorrência ultrapassa o delineamento de espaços narrativos, despontando como parte da situação de escrita a que se dedicam determinados protagonistas ou como elemento que participa da caracterização de alguns personagens. Para subsidiar o exame do insulamento em situações de escrita e, em alguns casos, em experiências de leitura empreendidas no âmbito dos contos, recorre-se a ensaios de T. S. Eliot e Jorge Luis Borges concernentes à relação entre tradição literária e o texto que lhe sobrevém. O estudo também se propõe a refletir sobre os modos de composição do conto adotados por Adolfo Bioy Casares. Para isso, recorre-se às perspectivas de Edgar Allan Poe e Antón Tchekhov a respeito da escrita do conto. A dinâmica de elaboração dos contos casareanos, fundada precipuamente no trânsito entre diretrizes de composição propostas por Poe e Tchekhov, possibilitou a compreensão de que aqueles contos resultam de uma “poética portulana”, isto é, do constante deslocamento entre possibilidades estéticas distintas e da não eleição, por parte de Bioy, de um mestre em específico. Um aspecto perpassa o estudo: no exame do insulamento, procura-se refletir sobre interlocuções fomentadas por Bioy entre sua narrativa e textos literários advindos das literaturas de expressão inglesa. Tais textos, a exemplo de Robinson Crusoé – expressamente citado por Bioy em um de seus contos –, apresentam ilhas em seus enredos e oferecem possibilidades de diálogo com modulações do insulamento dispostas na narrativa do escritor argentino.
Palavras-chave: Adolfo Bioy Casares. Conto. Ilhas. Insulamento. Tradição literária.
Resumen: Este estudio tiene como objetivo proceder al análisis del insulamiento en los cuentos del escritor argentino Adolfo Bioy Casares (1914-1999). Para ello, se toman en consideración las modulaciones con las que el insulamiento se presenta en algunos de los cuentos publicados por Bioy entre 1948 y 1997. En principio, el insulamiento es objeto de atención en virtud de los espacios narrativos insulares que constan de los enredos de La invención de Morel (1940) y Plan de evasión (1945), referidos por la crítica literaria como “novelas gemelas”. Luego, se reflexiona sobre las ampliaciones, resonancias y resignificaciones del insulamiento en cuentos casareanos y se identifica que su ocurrencia va más allá del delinear espacios narrativos, y que despunta como parte de la situación de escritura a la que determinados protagonistas se dedican o como un elemento que participa en la caracterización de algunos personajes. Para subsidiar el análisis del insulamiento en situaciones de escritura y, en algunos casos, en experiencias de lectura emprendidas en el ámbito de los cuentos, se recurre a textos de T. S. Eliot y Jorge Luis Borges, concernientes con la relación entre la tradición literaria y el texto que le sobreviene. El estudio también se propone reflexionar sobre los modos de composición de cuentos adoptados por Adolfo Bioy Casares. Para ello, se recurre a las perspectivas de Edgar Allan Poe y Antón Chéjov sobre la escritura del cuento. La dinámica de elaboración de los cuentos casareanos, fundada principalmente en el tránsito entre directrices de composición propuestas por Poe y Chéjov, hizo posible el entendimiento de que esos cuentos son el resultado de una “poética portulana”, es decir, del constante desplazamiento entre estéticas distintas y de la no elección, por parte de Bioy, de un maestro en particular. Un aspecto atraviesa el estudio: en el análisis del insulamiento se intenta reflexionar sobre las interlocuciones promovidas por Bioy entre su narrativa y textos literarios provenientes de las literaturas de expresión inglesa. Estos textos, como en el ejemplo de Robinson Crusoe – expresamente citado por Bioy en uno de sus cuentos –, presentan islas en sus enredos y dialogan con modulaciones del insulamiento dispuestas en la narrativa del escritor argentino.
Palabras clave: Adolfo Bioy Casares. Cuento. Islas. Insulamiento. Tradición literaria.
Abstract: This doctoral dissertation aims at undertaking an analysis of insularity in short stories published by the Argentinian writer Adolfo Bioy Casares (1914-1999). For such purpose, it takes into account the modulations whereby insularity is presented in some of the short stories published by Bioy between 1948 and 1997. Firstly, insularity is regarded as a subject matter due to the fact that islands are presented as narrative spaces in the plots of La invención de Morel (1940) and Plan de evasión (1945), which are acknowledged by literary critics as the “twin novels”. Secondly, the study reflects on the enlargements, resonances, and redefinitions of insularity in Bioy’s short stories and points out that insularity goes beyond the drawing of narrative spaces, emerging as part of the writing process to which certain protagonists are devoted or as an element that partakes in their characterizations. In order to support the analysis of insularity throughout the writing process and, in some cases, in reading experiences held within the short stories, it draws on essays by T. S. Eliot and Jorge Luis Borges that deal with the relation between literary tradition and the text that is subsequent to it. The research also aims at reflecting upon the forms of composition of the short story employed by Adolfo Bioy Casares. For that purpose, it draws on Edgar Allan Poe and Anton Chekhov’s perspective relating to the writing of the short story. The dynamics of composition of Bioy’s short stories, essentially based on the transit between Poe and Chekhov’s propositions concerning literary writing, allowed the understanding that those short stories derive from a “portulan poetics”, i.e., from a constant movement between different aesthetic possibilities and from the fact that Bioy does not elect a particular master to be followed. One aspect crosses over the study: throughout the analysis of insularity, it aims at reflecting on dialogues fostered by Bioy between his own narrative and texts that stem from literatures in English. Such texts, of which Robinson Crusoe stands as an example – and which is expressly mentioned by Bioy in one of his short stories –, present islands within their plots and offer possibilities of dialogue with modulations of insularity presented in the narrative of the Argentinian writer.
Keywords: Adolfo Bioy Casares. Short story. Islands. Insularity. Literary tradition.