Resumo O presente trabalho tem o objetivo de explorar o aumento do endividamento corporativo nos países emergentes após a crise de 2008, e sua relação com o aprofundamento da fragilidade financeira destas empresas e das próprias nações....
moreResumo O presente trabalho tem o objetivo de explorar o aumento do endividamento corporativo nos países emergentes após a crise de 2008, e sua relação com o aprofundamento da fragilidade financeira destas empresas e das próprias nações. Inicialmente, apresenta-se o crescimento da alavancagem e da exposição líquida a moedas estrangeiras por parte destas firmas no período. Combinado a um cenário macroeconômico internacional particularmente incerto, este endividamento traz diversas dificuldades/desafios para as empresas dos países emergentes: problemas inerentes ao descasamento de moeda, a suscetibilidade das firmas aos interesses dos credores, bancos e investidores institucionais e a volatilidade macroeconômica. Diante desses fatores, o estudo apresenta uma discussão sobre as implicações de política econômica para os países emergentes decorrente da elevação da fragilidade financeira de suas firmas. As evidências sugerem que, apesar do desenvolvimento de diversas linhas de defesa por estas nações, a capacidade de alcance destas medidas darem o suporte necessário aos agentes privados ainda é uma incógnita, em função das dificuldades e desafios apresentados. Deste modo, propõe-se que países emergentes e instituições internacionais se esforcem na tomada de medidas adicionais, especialmente no campo da regulação macro e micro prudencial, com um caráter preferencialmente coordenado. Assim, estes países teriam melhores instrumentos para enfrentar novas crises financeiras, visando atenuar os momentos de maior instabilidade. Palavras Chave: endividamento corporativo; fragilidade financeira; países emergentes; política econômica Abstract This study aims to explore corporate debt expansion in emerging countries after the 2008 crisis, its relation to the deepening financial fragility of companies located in those countries, and the financial fragility of those nations themselves. First, it is presented the growth of leverage and net foreign exchange exposure of those firms in the period. Combined with an international macroeconomic scenario particularly uncertain, this raising indebtedness generates many difficulties/challenges for enterprises in emerging economies: problems related to currency mismatch, firms' susceptibility to creditors', banks' and institutional investors' interests, and macroeconomic volatility. In light of those factors, the paper presents a discussion on the implications for developing countries' economic policies related to the financial fragility of its firms. The evidences suggest that, although in recent years several lines of defense have been developed, the capacity of these measures to provide the necessary support for private agents is still unclear, due to the difficulties and challenges presented. Therefore, is it proposed that developing countries and international institutions should make an effort to take additional measures, especially related to macro and micro-prudential regulation, with a preferably coordinated nature. Hence, those countries would have better instruments to face new financial crises, aiming to soften the occasions of greater instability. As opiniões expressas neste trabalho são exclusivamente do(s) autor(es) e não refletem, necessariamente, a visão do Banco Central do Brasil e do IBGE.